Início / Romance / Uma virgem em Las Vegas / Capítulo 1 - Capítulo 10
Todos os capítulos do Uma virgem em Las Vegas: Capítulo 1 - Capítulo 10
12 chapters
Capítulo 1 – Cubra os olhos, por favor
Ally nunca está no quarto as três da manhã, eu sinceramente não entendo o que ela faz para se manter de pé, já que parece nunca dormir. Ela faz muito isso, some quando eu mais preciso dela. Ai meu deus Ally, eu vou matar você.— Oi Ally, sou eu de novo. Se ouvir essa mensagem por favor atenda a droga do telefone ou vou ligar para a polícia.Enfio a cabeça debaixo do travesseiro e grito apertando o telefone contra a orelha. Rolo cama sentindo os caroços do colchão mais do que gasto, olho para o teto encarando as rachaduras escuras na tinta branca. Quando está quente sempre caem lascas de tinta gasta no meu cabelo, o que é péssimo, porque parece mais que eu tenho um sério problema com caspa.Na maior parte das vezes, este alojamento velho e apertado me irrita, eu não sei bem o porquê, talvez seja somente a terrível saudade de casa que me assola todas as noites solitárias. Não há uma só manhã que eu não acorde com as costas tortas e me encaro no espelho, questionando a mim mesma se eu fi
Ler mais
Capítulo 2 – Um sinal usando jaqueta de couro
Com o fim do semestre, as férias de verão se tornam uma realidade cada vez mais próxima. Estou ansiosa, por vezes, quase me esqueço que toda a minha vida não é resumida a este campus e a um punhado de tarefas chatas. Sim, eu tenho uma vida lá fora, e é surreal imaginar que tudo parece em pausa enquanto sigo minha vida acadêmica pouco turbulenta e sem muitas surpresas.Em alguns dias, entrarei em meu carro e não vou parar até que esteja em casa. Algumas horas de estrada serão o suficientes para fazer com que eu deixe toda a tensão da faculdade para trás por uns bons dias e finalmente possa ver os meus pais. Sinto tanta falta de tudo, sinto falta de toda aquela gente e da minha estranha cidade pequena onde tudo parecia definitivamente mais simples.— Céus — Alessia resmungou tirando sua franja ruiva do rosto — Você não está brava comigo ainda, está?Olho para ela com o canto do olho e arrumo minha última mala. Sexta retornamos para casa, sei que ainda tenho algum tempo para me preparar,
Ler mais
Capítulo 3 – Pé na estrada
Ótimo.Certamente fiquei mais perdida do que os esquilos que Alessia chutou pela janela quando fizeram ninho debaixo da minha cama.— Não acredito — Alessia jogou-se contra a cama e colocou as mãos nas laterais do rosto — Eu não acredito, eu...Olho para Jesse, de pé, ao lado da porta, com os pés cruzados me perguntando se ficariam bravos por quebrarmos as regras do dormitório. Certamente, aquele nem era o nosso maior problema no momento.Quero dizer, meu namorado simplesmente aparece do nada e não cogita nem sequer me avisar? Eu não sei mais que tipo de relação estamos mesmo vivendo, nem mesmo uma ligação, SMS ou sinal de fumaça. Silêncio absoluto por algum tempo e de súbito Jesse brota na porta do meu prédio pedindo para ver Alessia? Como supostamente eu devo me sentir?A resposta é simples: nada feliz.— O que está havendo? — eu perguntei sacudindo os braços meio furiosa porque ninguém me ousou me explicar o que estava acontecendo.— Ross foi preso noite passada — Jesse falou.— Aq
Ler mais
Capítulo 4 — Jesse invade o meu quarto
Às duas da manhã, eu já estava completamente desperta. Mais alerta do que deveria estar, considerando que a noite anterior fora passada em claro por culpa de Ally . Agora, minha vigília noturna era motivada por um turbilhão de pensamentos sobre as coisas que estavam fora do lugar na minha vida. Não que minha vida estivesse irremediavelmente ruim, claro que não. A questão era que eu esperava um pouco mais de mim mesma após o término do ensino médio. Talvez esse fosse o cerne do problema: expectativas elevadas em relação a aspectos que eu, na verdade, não podia controlar.Casamento, filhos, todas essas aspirações típicas das garotas. No entanto, agora tudo isso parecia fora de cogitação. Primeiro motivo: qual seria a chance de meus pais permitirem que eu me casasse com o cara que abandonou a faculdade para formar uma banda? Obviamente, meu pai não está interessado em descobrir por quanto tempo fui apaixonada por esse cara na adolescência.Não tenho mais dezessete anos; não deveria viver
Ler mais
Capítulo 5 – Sequestrada pelo cara de terno de festa
Acordei por volta das onze horas. Não sei como me permiti esse luxo, minha mãe concordou que eu merecia dormir, considerando que dirigi o dia inteiro ontem e estava verdadeiramente exausta. Pelo menos, foi isso que ela acreditou. Meu rosto estava inchado como um balão de festa. Acho que chorei até dormir, não tenho muita certeza, não sei exatamente que horas eram quando finalmente peguei no sono, mas o sol já começava a despontar no horizonte.Senti como se estivesse entrando de bolsos vazios em uma nova fase da vida. Agora era completamente diferente de se afastar por um tempo da pessoa que você gosta para focar na construção do futuro. Não era uma nova vida; era simplesmente a minha antiga mudando. Olha, Eddie, se isso ainda é um sinal, não estou gostando nada de como está soando para mim.No almoço, minha mãe preparou macarrão com queijo, e enquanto ajudava com os pratos, fiz o anúncio. Era isso. Eu ia voltar para Darwin. Havia terminado definitivamente com Jesse, e isso definitiva
Ler mais
Capítulo 6 – meu ex-namorado é um idiota
Era incrível o empenho de Jesse em fazer qualquer outra coisa absurda só para que não tivéssemos uma conversa. Sério. Era irritante.Era mais irritante ainda pensar que eu estava a mercê dele.Então, ninguém sentiria minha falta, pois tecnicamente eu já havia retornado a Darwin e me despedido de todos. Ninguém presenciou quando Jesse entrou no carro e partiu comigo, tampouco notaram quando ele arremessou meu celular pela janela. Ninguém se importaria se eu não ligasse; afinal, não faço ideia de para onde Jesse está nos conduzindo, trajando aquele terno ridículo em um dia escaldante. Quero dizer, em um momento você pensa que conhece alguém, e no seguinte, essa pessoa te sequestra, levando para um possível covil secreto, onde retém garotas contra a sua vontade.Certo, essa última parte talvez fosse invenção minha. Mas tudo era possível, dado ao fato de que ele não tinha me dado nenhuma informação útil sobre o que pretendia fazer até aquele momento.— Isso é ridículo — eu disse pela milé
Ler mais
Capítulo 7 – Vou servir Blackburn no jantar
— Eu não acredito que você me trouxe a Las Vegas — Eu disse, cruzando os braços. — Eu quero voltar, agora!Carros buzinavam ao nosso redor, enquanto Jesse estacionava meu carro em frente a um hotel menor. Ele desceu sem dizer nada, as luzes do letreiro piscando no meu rosto, me deixando nauseada e tonta. De repente, Jesse abriu a porta e me puxou para fora pelo braço, de forma brusca.— Ei, amor, você é sempre tão gentil! — exclamei, irônica.Ele me lançou um olhar vazio e trancou o carro, escondendo a chave em algum lugar incomum em sua roupa. Não era no bolso, era literalmente dentro da roupa, em um lugar onde eu definitivamente não colocaria a mão em público.— Vem — ele disse, subindo as escadas. — Estou atrasado por sua culpa.Minha culpa? Ele que me arrastou à força para essa cidade, no MEU CARRO, para uma cidade no meio do deserto.— Você não vai deixar meu carro aqui, vai? — perguntei.— Vai ser só por um momento. Mexa-se e vamos logo — respondeu ele, com impaciência.Encarei
Ler mais
Capítulo 8 – Jogar? Só se for a sua cara no asfalto
Sentada no meio-fio, abracei meus joelhos, me sentindo completamente perdida e desorientada.— O que nós vamos fazer agora? — minha voz soou fraca, quase um sussurro.Jesse, com uma expressão desesperada, andava de um lado para o outro na calçada, as mãos enterradas nos cabelos, como se estivesse à beira de um colapso.— Vamos ter que esperar até amanhã — disse ele, a voz embargada pela frustração.— Esperar não vai adiantar nada! Eu não tenho 400 dólares para pagar a multa, e, adivinha — gritei, a raiva transbordando nas palavras zangadas — Você jogou a merda do meu celular pela janela!Revistei meus bolsos freneticamente, encontrando apenas um papel de bala e uma nota de 20 dólares amassada. Tirei a nota, sacudindo-a na direção de Jesse, que tinha olhos cor de mel cheios de angústia.Ele revirou os bolsos e puxou a carteira.— Só tenho 50 dólares.— Isso não cobre nem uma noite num hotel. Estamos em apuros.A realidade da situação me atingiu como um soco no estômago. Jesse me arrast
Ler mais
Capítulo 9 – Balance esse traseiro direito, garota
Tudo bem. Talvez eu estivesse mesmo um pouco fora de mim. Na verdade, provavelmente gritei com Jesse por ter desperdiçado todo o nosso dinheiro, e também com os seguranças do cassino que, ironicamente, gritavam para que eu parasse de gritar. Os efeitos dos Dry Martinis que consumi não eram exatamente propícios para a lucidez, e eu sabia disso. E sim, talvez, em um momento de pura loucura, tenha apontado o dedo na cara do chefe de segurança. A última imagem que tenho do Cassino é a dura realidade do chão frio da calçada, sentindo minha dignidade tão destroçada quanto meu traseiro após sermos expulsos de forma humilhante. — Eu te disse que era uma péssima ideia! — resmunguei, sacudindo a poeira do meu short com um misto de raiva e frustração. — Mas claro, você tinha que ser tão teimoso. Jesse me ignorou completamente, continuando a caminhar pela calçada com passos firmes e apressados. — “Eu sei o que estou fazendo, Jane” — imitei sua voz com sarcasmo, balançando as mãos no ar. — E
Ler mais
Capítulo 10 - Um lugar chamado lugar nenhum
Nossa fuga frenética nos levou por uma rua lateral, e viramos na primeira esquina. A dor lancinante em meus pés, ainda aprisionados nos saltos altos, era quase insuportável. Correr com aqueles sapatos era um desafio, especialmente sem o suporte adequado para o arco do pé.Finalmente, paramos em uma área mais isolada, longe das luzes cintilantes dos cassinos e boates. Ofegante, comecei a rir incontrolavelmente, uma risada espontânea e libertadora. Jesse, por outro lado, me observava com uma expressão carrancuda. Ele colocou seu paletó sobre meus ombros novamente, como se só então percebesse minha indumentária de stripper.— O que há de errado com você? — perguntou ele, limpando o suor da testa com o dorso da mão.Encostei-me na parede, vestindo o paletó azul de Jesse e abotoando-o. Vegas realmente era a cidade do pecado, e eu definitivamente não queria ser confundida com uma stripper novamente. A noite estava quente, e eu só conseguia pensar em um banho refrescante e numa cama para des
Ler mais