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Todos os capítulos do A escolhida do Don : Capítulo 1 - Capítulo 5
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Prólogo
Querido diário,Hoje eu me peguei pensando novamente sobre o amor e o que isso realmente significa para mim. A forma como a minha irmã está se entregando a um relacionamento com alguém que nunca conheceu realmente me deixou intrigada. A ideia de abrir mão das minhas próprias escolhas, dos meus próprios desejos, para agradar outra pessoa, parece tão distante da minha realidade, Scarllet parece fazer isso com grande facilidade. A verdade é que não consigo me ver vivendo assim, submissa a expectativas e ajustando minha vida para se encaixar na de outra pessoa. Sinto que meu futuro não é necessariamente ao lado de um homem, nem que eu precise abrir mão do que sou para estar com alguém. A ideia de ter que aprender todas as preferências de alguém, esquecendo das minhas, e sempre temer desagradar, é algo que não consigo aceitar, é como abrir mão da minha vida, em prol de outro.Além disso, vejo como a admiração por esse Giovani, que nem se quer conheçemos, é quase como um culto à aparência
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Giovani Ferreti
Alguns anos atrásO cheiro de metal enferrujado e frio que penetrava os meus ossos. Minhas mãos estavam atadas, os pulsos cercados por ferros duros que pareciam se aprofundar a cada movimento. A dor pulsava, um lembrete constante da minha prisão. O ambiente ao meu redor era sombrio e claustrofóbico, as paredes impregnadas de um silêncio opressivo, quebrado apenas pelo eco distante de passos. Eu sentia cada ferimento, cada contusão, como se meu corpo estivesse gritando por liberdade. O atrito do metal contra minha pele era agonizante, e a pressão incessante me deixava à beira da loucura.Minhas lembranças eram turvas, mas algumas imagens persistiam: rostos conhecidos, risadas, um mundo além dessas paredes. A cada instante, a dor se tornava mais insuportável, como se tentasse arrancar algo de mim. Eu me sentia fragmentado, uma sombra do que sou, lutando contra o desespero que tentava me consumir.A luz que filtrava pelas frestas era um lembrete cruel de quem eu sou, e o futuro que me e
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Antonella Bellini
— Senhorita...— Desperta pela voz baixa, quase como um sussurro, do garçom a me chamar, tirando-me da leitura, olhei para o lado, odiando a interrupção, a maneira brusca como o jovem rapaz afastou-se, fora o suficiente para demonstrar o incomodo. O garçom hesitou, a voz um pouco trêmula. — A conta, senhorita? — perguntou, tentando não parecer nervoso. Eu ainda estava imersa nas páginas, a narrativa se desenrolando na minha mente, mas a realidade ao meu redor me puxava de volta. O café já estava vazio, as luzes acesas, e lá fora a escuridão dominava. Olhei para o relógio na parede, os ponteiros se movendo lentamente, como se quisessem me dizer que eu deveria sair dali, mas a ideia de deixar o livro incompleto me incomodava. — Sim, por favor — respondi, tentando esconder a frustração. Enquanto ele se afastava, voltei a olhar para as últimas páginas. As palavras dançavam diante dos meus olhos, mas agora, com o espaço vazio e a escuridão crescendo, eu sabia que tinha que enfrentar a pau
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Giovani Ferreti
A dúvida se tornava cada vez mais aguda, como uma lâmina afiada cortando minha mente. Meu pai, uma figura que sempre admirei, agora tornava-se mais distante do que nunca. Sua morte me impediu de obter as respostas que tanto ansiava. Sentia um ar de rejeição em suas atitudes, como se ele estivesse disposto a entregar a cidade aos inimigos antes de fazer qualquer esforço para proteger seu próprio filho. Essa rejeição era perplexa e dolorosa, um labirinto emocional do qual eu não conseguia encontrar a saída.Por que essa entrega? O que havia mudado nele? Lembro-me dos dias em que ele falava sobre honra e lealdade, sobre a força da família e o peso do legado. Agora, suas ações pareciam sugerir uma fraqueza que eu não conseguia entender. Era como se ele tivesse desistido de lutar, como se o peso da responsabilidade fosse tão esmagador que preferisse ver tudo desmoronar do que passar para mim.A culpa que ele sentia em relação a um homem por causa dos erros de um garoto me incomodava. Ele i
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Antonella Bellini
Cheguei em casa tropeçando nas próprias pernas, com o coração ainda acelerado, como se a adrenalina não tivesse me deixado em paz. Ao esbarrar no portão de zinco preto, adornado com arebescos, avistei Domenico me observar com uma feição carrancuda ao abri-lo. — Não deveria... — começou ele, mas não esperei para ouvir o restante, assim que abriu o portão. Apressada, segui pelo caminho de pedras em direção à porta de madeira. A inquietação que sentia era muito mais intensa do que o medo que aqueles homens haviam me causado.As luzes das salas estavam acesas, enquanto as de cima estavam apagadas, o que aumentou meu desconforto. Ao abrir a porta, adentrei a sala, controlando os passos, ciente de que ouviria queixas e reclamações dos meus pais.— Ella! — Porém, foi Scarllet que saltou do sofá, abandonando uma caixa dourada que estava em suas mãos. Usando uma camisola de renda que realça seu cabelo loiro, eu sorri fraco, tentando encontrar forças em meio à confusão e o alívio de vê-la e nã
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