Enquanto aguardava seu irmão descer, Antoni sentia que aquele não era o lugar adequado para ambos. Mulheres se aproximavam, ignorando a aliança de noivado no dedo dele, acariciando-o e sussurrando em seu pescoço.Até que o alívio repentino o tomou. — Ah! até que fim! — Ele se afastou rapidamente, tentando se livrar dos toques indesejados.Foi então que viu o homem de pouco mais de um metro e oitenta, com cabelos escuros lisos pouco banguçados, e pele bronzeada, descendo os degraus e ajustando a camisa. Giovani se sentiu aliviado temporáriamente, sorriu para o homem com quem foi criado. Após pagar a conta, os dois se dirigiram para a saída, sem imaginar que, na sala ao lado, um homem careca e cheio de tatuagens aguardava informações sobre eles. Porém, a mulher que havia destinado para fazer isto, estava demorando.Ao subir o quarto, encontrando-a na cama, ainda nua, sentiu-se aliviado.Aquele homem não lhe oferecia perigo, era apenas um estrangeiro, Moretti, gostou do que ouviu, mas n
— Estamos nas mãos deles, querida. Nunca vi a Irina tão receosa, com medo. — O pai finalmente admitiu, deixando cair a fachada de controle. — Desde que nos conhecemos, não sei se a morte do Giussepe a deixou assim, mas até eu tenho ligado várias vezes para o Giovanni. Ela tem me pedido, cobrado para ligá-lo. Estamos dependentes dele, de um cérebro, por mais que eu tenha estado ao lado de Giussepe todos esses anos...— O senhor é apenas um consigliere, pai. — A filha disse, com a dureza da verdade, e ele assentiu, parecendo ainda mais desolado.— Não adianta pensar, filha. É preciso ter uma mente forte, uma mão forte à frente de tudo isso. Os anos passaram, a criminalidade aumentou. Temos inimigos de vários lados... — Ele ergueu os olhos para Antonella, e algo inédito apareceu em seu olhar, era saudade do seu amigo, Giuseppe.— Estou com medo, Ella. Tenho medo do amanhã, medo de... — Ele não terminou, mas Antonella, o entendeu. Ela, a mais nova das filhas Bellini, não precisaria ser um
Os italianos sempre foram conhecidos pela sua resistência a estrangeiros, e Giovanni sabia disso perfeitamente ao sentir a pequena bolsa ser tirada de seus dedos com uma brusquidão.Seria isso o que ele se tornara? Um estrangeiro. Ele se perguntou, seus olhos fixos na mulher à sua frente. Embora ela fosse indiscutivelmente bela, Giovanni já estivera em Seattle e visitado outros lugares onde encontrou mulheres ainda mais deslumbrantes.Antonella tinha traços encantadores, mas não era uma beleza arrebatadora.Esse título sempre foi atribuído à sua irmã mais velha, e, desde que passou a viver sob os cuidados da viúva dos Ferreti, esse adjetivo parecia ter sido concedido somente aquela mulher da família, Scarlett, era vista, como quase uma divindade, um anjo.Seus cabelos longos quase brancos conferiam-lhe um charme peculiar, tão encantador quanto seus olhos azuis penetrantes. O rosto era uma verdadeira obra de arte, esculpido com perfeição. O nariz, bem delineado, exibia uma curvatura fin
Enquanto realizava compras com Serena, Antonella ainda lembrava da conversa com seus pais mais cedo, sentindo-se culpada pelo que poderia acontecer com Scarlett. Giovani era, para Antonella, um verdadeiro dilema. Se ele não voltasse, sua irmã poderia sofrer de amor rejeitado. Essa rejeição parecia óbvia, por ele não ligar para ela.Mas e se ele voltasse sendo um tipo de homem apaixonado por alguma estrangeira e não correspondesse aos sentimentos de sua irmã? Isso a perturbava de uma maneira que não suportava, desabafando com Serena, que compartilhava do mesmo pensamento.Enquanto isso, Scarlett, já em casa, parecia flutuar em um estado de felicidade que poucos poderiam entender. O vestido branco que usava, com amarrações delicadas que destacavam sua figura, juntamente com os cabelos loiros soltos, parecia refletir a pureza de seus sentimentos.Ela olhava para o carro que partia com os olhos de quem estava prestes a realizar seus maiores sonhos, o sorriso grato no rosto. Sua futura sogr
O almoço com Antoni não parecia apenas uma refeição comum. A tensão no ar era palpável, como se cada garfada e cada palavra trocada fosse um pequeno esforço para desviar dos pensamentos que rondavam a mente de Giovani.Seus olhos se moviam por cada canto do restaurante, observando atentamente os detalhes ao seu redor. O cenário não eram mais os mesmos. As ruas, antes limpas e organizadas, agora estavam sujas, com lixo espalhado pelas calçadas, a falta de cuidado visível em cada esquina. Pessoas de índoles questionáveis andavam pelas ruas com uma indiferença que parecia se espalhar pela cidade inteira.O restaurante, que antes era um lugar de prestígio, agora exibia sinais de decadência.As mesas, mal organizadas, pareciam muito simples, e o ambiente, que outrora exalava classe, agora dava a impressão de um lugar onde o luxo e o requinte haviam dado lugar a uma atmosfera de desleixo. A comida, que deveria ser de uma qualidade impecável, agora jazia sem graça, sem sabor. Giovani mal toco
Enquanto apreciava o gosto daquele beijo, na praia, Giovani jamais poderia imaginar que Pablo Bellini aquela manhã com o telefone na orelha, sentia uma curiosidade incomum. Os Rossi, seus clientes de anos, rejeitava a sua mercadoria, alegando que ainda havia da ultima entrega, o que não era verdade, ele suspeitava disto.Antonella corria para casa, a passos apressados, embora as suas pernas doessem, após o treino com Domênico, isso pouco importava, a sua mente se tornava uma bagunça muito maior, como poderia ter se deixado beijar por aquele estranho? Ganhando as ruas e becos de San Marino, buscava o mais despressa chegar em sua casa.Engolia em seco o desejo por mais fôlego naquele momento, se pudesse voar, o faria.Enquanto Irina Ferreti, acordando em sua luxuosa cama, seus pensamentos o levava a ideia do dia anterior, como faria o seu primogênito vir o mais rápido possivel? Um sequestro seria fraqueza demais para ela, que ainda necessitava mantér a imagem de mulher forte diante a C
O cheiro das flores se misturava ao aroma das comidas sendo servidas no restaurante, criando uma atmosfera única e acolhedora. A suavidade da brisa que passava pelos jardins parecia completar a cena, dando ao lugar uma sensação de paz cintilante. Giovani e Antoni estacionaram o carro recém-alugado no estacionamento, onde a tranquilidade reinava, quase como um refúgio do mundo lá fora.Antoni, ao olhar ao redor, não pôde evitar de admirar a paisagem exuberante do jardim. O lugar era um espetáculo, com cores vibrantes e o perfume das flores preenchendo o ar, tornando a cena ainda mais deslumbrante. Ele soltou, sem pensar:— Finalmente um lugar decente!Giovani, ao seu lado, esboçou um sorriso fraco, mas seu olhar indicava que havia algo mais naquela situação do que simplesmente o prazer de uma boa refeição. Apesar de Antoni ter vindo para comer, a presença dele ali dizia muito mais. Ele não estava apenas interessado na comida ou no ambiente luxuoso; havia algo maior por trás de sua vinda
Quando Antonella retornou do toalete, procurou Domênico com os olhos. Viu-o do lado de fora, com um cigarro entre os dedos, o que indicava que ele já havia pago a conta e agora a esperava para partir.Com passos rápidos, ela se direcionou à saída, mas sua mente estava cheia de questões. O que aquele homem queria com ela? O que ele estava planejando? Ela chegou ao jardim e foi notada por Domênico, mas a poucos metros dali, na mesa, Antoni observava-a atentamente, que suspeitava de algo entre Antonella e seu amigo Giovani.Giovani, que acabara de voltar a mesa, observou Antonella partir, cercada de risos e conversas com o homem que a acompanhava. Seu olhar se fixou na cena, e ele não pôde evitar concluir que aquele homem só poderia ser seu namorado ou, pior ainda, seu marido. O que Giovani estava procurando em San Marino? Antoni se questionava, seus pensamentos eram confusos, mas havia uma coisa clara: algo não estava certo.Algum tempo depois, eles pagaram a conta. Nenhum dos dois quis