Enquanto seguia em direção a praia, os fios negros encaracolados da jovem mulher, se tornavam mais revoltos, Antonella ansiava de curiosidade por saber, o que aquele homem queria com ela. Avançava sem descanso naquela direção, e ao chegar lá, avistou o lugar vazio, olhou em volta na orla, por todos os lugares, a noite chegava, o frio se apossava do seu corpo, o tempo passava, tudo naquele lugar cheirava a periogo, porque ele havia lhe chamado até ali? Após uma hora de espera, já não era mais entardercer, tudo era noite, sentiu-se uma tola, ouvirá bem? Será que era hoje? Seguiu andando silenciosamente. Talvez fosse melhor assim, a passos rápidos retornara para casa, mas mal entrou, um puxão fora dado em seu braço, levando-a para próximo ao portão. — Domênico o que há? — Perguntou cheia de conflitos, seu coração ainda batia acelerado. — Você não pode ficar andando por aí desta maneira, Ella, o que deseja? Aparecer sem vida em qualquer mata? — O que disse lhe causou maior temor, longe d
A noite tornava-se cada vez mais fria, poucas estrelas pontuando o céu. Dentro da luxuosa e prestigiada residência Bellini, um acordo pré-nupcial estava sendo elaborado. Com apenas 17 anos, Scarllet Bellini estava sendo prometida à família Ferreti. A aliança entre os Ferreti e os Bellini se fortalecia, mas Antonella Bellini não concordava com isso. Debruçada sobre a cama em seu quarto, escrevia intensamente em seu diário, descarregando as dúvidas sobre esta decisão. Não que fosse ingrata pela prestigiosa união. Para os Bellini, aquilo deveria ser uma honra. Além disso, Scarllet jamais olhara para outro homem em sua vida, seu coração pertencia a Giovani Ferreti, desde sempre. Para Antonella, isso até poderia ser bonito — se o noivo estivesse, ao menos, presente. Sentia que a sua irmã, era como uma peça em um tabuleiro de xadrez, como mulher, tendo seus sentimentos e desejos sendo ignorados em nome do legado familiar. Sempre imaginou que, ao crescer, teria a chance de escolher seu
Anos antes: O ambiente estava envolto em uma escuridão impenetrável, a única luz que conseguia penetrar o espaço vinha das pequenas frestas nas paredes grossas, quase imperceptíveis. O ar era denso, úmido e pesado, como se a própria estrutura do lugar tivesse absorvido anos de estagnação. , O lugar era uma prisão disfarçada de esquecimento. Ferro, em suas mais variadas formas, dominava o ambiente. Grades enferrujadas cruzavam o espaço, dividindo-o em pequenos compartimentos, como se cada canto fosse uma cela isolada do resto. As barras, cobertas por manchas de oxidação, refletiam a pouca luz que ousava entrar, criando sombras distorcidas nas paredes úmidas e escuras. Correntes pesadas se arrastavam pelo chão, ainda presas a pontos fixos, os elos enferrujados se entrelaçando de maneira desordenada, como serpentes que se arrastam sem rumo, mas com um peso de permanência. Preso a elas, havia um corpo nu, sem uma peça que o cobrisse sequer, não havia mais resquício de vergonha, c
Era manhã naquela terça-feira, quando, ao terminar uma reunião, Giovanni suspirou profundamente.Sua mãe o ligava mais uma vez, e ele sabia o que ela diria: que sentia sua falta, que o amava.No entanto, a cada ligação, a cada palavra reconfortante que ele já ouvira tantas vezes, uma sensação crescente de distanciamento se formava dentro dele.Ana, com sua presença constante e seu carinho, parecia ter tomado o lugar que antes era reservado para a mãe, mas ainda assim, ele atendeu.— Madre? — A voz de Giovanni estava calma, mas ele sabia que algo diferente estava prestes a acontecer.Do outro lado da linha, a voz de sua mãe tremia. E, em um suspiro carregado de dor, ela revelou o inesperado:— Figlio mio, tuo padre è morto... (Filho, seu pai está morto...) — a voz dela falhou por um momento, como se uma parte dela ainda não acreditasse no que estava dizendo. Então, ela prosseguiu, com uma mistura de alívio e tristeza na voz: — Agora, tu pode tornare para casa.As palavras da mãe de Giov
— O Giovani, o amore mio está voltando, Ella! — Scarllet exclamou, com as bochechas ruborizadas, sua excitação crescendo a cada palavra. Ela estava praticamente radiante, com os olhos azuis celestiais brilhando, como se o mundo tivesse se tornado um lugar melhor só pela ideia de que Giovani, aquele homem por quem ela nutria um amor profundo, estava prestes a retornar.No entanto, à medida que as palavras de sua irmã tomavam forma, a alegria de Antonella, foi diminuindo rapidamente, voltando a deitar-se no chão, abrindo novamente o seu livro sobre o tapete, ouvi aquela notícia e, em vez de partilhar da mesma empolgação, viu seus ombros caírem em desânimo.Ela sabia que as promessas de retorno de Giovani não eram novidades. Havia mais de dois anos desde a morte de Don Giussepe, e as promessas de retorno de Giovani para ocupar seu lugar, como herdeiro e líder da família Ferreti, tornaram-se quase um eco vazio no ar. Cada vez que a esperança era reacendida, parecia que o retorno de Giovan
A alegria de Scarlett era efêmera, se dissipando à medida que o dia avançava. Ao ouvir que a viúva Ferreti, Irina, logo se juntaria à sua irmã, Antonella sentiu um peso sobre os ombros. Ela sabia que as tensões na casa Bellini estavam longe de se acalmar.Como de costume, Antonella pegou seu livro, o guardou na bolsa e, sem ser notada, saiu em direção a um lugar que conhecia bem: a praia.Caminhar pela orla sempre lhe trazia uma sensação de tranquilidade que nada mais parecia oferecer. Naquela tarde, a ideia de caminhar até o café na praia parecia a melhor escolha, uma oportunidade para se afastar um pouco da tensão que sempre rondava sua casa.Irina Ferreti, a viúva do antigo Don, havia se tornado um espinho em seu coração. Antonella não a suportava. E a viúva, por sua vez, deixava claro, com sua postura e atitudes, que Antonella e sua presença na família Bellini não tinham valor algum.Antonella se opunha a cada movimento de Irina, principalmente no que dizia respeito à educação de S
O tempo passava sem que Antonella percebesse. As palavras fluíam diante dos seus olhos, enquanto a mente trabalhava sem parar, como sempre acontecia quando se deixava envolver em seus pensamentos. A praia lá fora, o som suave das ondas, e o calor do café se misturavam à sua solidão, ao vazio que ela sentia dentro de si. Quando finalmente levantou os olhos das páginas, o mundo ao seu redor a despertou de seu transe. A noite já havia se estendido, as últimas luzes do dia sumindo lentamente no horizonte. O lugar estava totalmente vazio, com os funcionários começando a arrumar as mesas para fechar. O garçom se aproximou de sua mesa, seus passos silenciosos no chão de madeira. Ele parecia hesitante, como se sentisse culpa, por interrompe-la. Quando Antonella olhou para ele, seus olhos cruzaram, e ele murmurou suavemente: — Senhorita... A expressão no rosto do garçom não passava despercebida. Ela olhou rapidamente para o relógio, um susto apertando seu peito ao perceber que já passava
Enquanto Antonella andava, chegando a porta de casa, sob os olhares de Domênico. Giovani Ferreti caminhava em direção ao bar, em que sempre vira seu pai entrar, ele sempre quiserá estar naquele bar, quando garoto, porém, todas as vezes que veio, seu pai, nunca o levava com ele.Antoni ao seu lado desta vez, sentia-se contrariado, Giovani havia lhe dito que viria a negócios, mas agora, buscava por diversão? Dentro do primo havia medo, duvidas, sobre a vinda de Giovani a este lugar, por ele, seu parceiro nunca poderia abandona-lo. Giovani Ferreti avançava com passos firmes em direção ao bar, sentindo a familiaridade do lugar envolvê-lo, como se as memórias de sua juventude o consumissem.O local, embora já desgastado pelo tempo, ainda exalava aquele cheiro inconfundível de mistério e poder, um refúgio de negócios e segredos. A porta de madeira escura estava entreaberta, e ao atravessar o umbral, Giovani sentiu uma onda de nostalgia misturada com uma certa repulsa.Mais mulheres semi-nua