Enquanto apreciava o gosto daquele beijo, na praia, Giovani jamais poderia imaginar que Pablo Bellini aquela manhã com o telefone na orelha, sentia uma curiosidade incomum. Os Rossi, seus clientes de anos, rejeitava a sua mercadoria, alegando que ainda havia da ultima entrega, o que não era verdade, ele suspeitava disto.Antonella corria para casa, a passos apressados, embora as suas pernas doessem, após o treino com Domênico, isso pouco importava, a sua mente se tornava uma bagunça muito maior, como poderia ter se deixado beijar por aquele estranho? Ganhando as ruas e becos de San Marino, buscava o mais despressa chegar em sua casa.Engolia em seco o desejo por mais fôlego naquele momento, se pudesse voar, o faria.Enquanto Irina Ferreti, acordando em sua luxuosa cama, seus pensamentos o levava a ideia do dia anterior, como faria o seu primogênito vir o mais rápido possivel? Um sequestro seria fraqueza demais para ela, que ainda necessitava mantér a imagem de mulher forte diante a C
O cheiro das flores se misturava ao aroma das comidas sendo servidas no restaurante, criando uma atmosfera única e acolhedora. A suavidade da brisa que passava pelos jardins parecia completar a cena, dando ao lugar uma sensação de paz cintilante. Giovani e Antoni estacionaram o carro recém-alugado no estacionamento, onde a tranquilidade reinava, quase como um refúgio do mundo lá fora.Antoni, ao olhar ao redor, não pôde evitar de admirar a paisagem exuberante do jardim. O lugar era um espetáculo, com cores vibrantes e o perfume das flores preenchendo o ar, tornando a cena ainda mais deslumbrante. Ele soltou, sem pensar:— Finalmente um lugar decente!Giovani, ao seu lado, esboçou um sorriso fraco, mas seu olhar indicava que havia algo mais naquela situação do que simplesmente o prazer de uma boa refeição. Apesar de Antoni ter vindo para comer, a presença dele ali dizia muito mais. Ele não estava apenas interessado na comida ou no ambiente luxuoso; havia algo maior por trás de sua vinda
Quando Antonella retornou do toalete, procurou Domênico com os olhos. Viu-o do lado de fora, com um cigarro entre os dedos, o que indicava que ele já havia pago a conta e agora a esperava para partir.Com passos rápidos, ela se direcionou à saída, mas sua mente estava cheia de questões. O que aquele homem queria com ela? O que ele estava planejando? Ela chegou ao jardim e foi notada por Domênico, mas a poucos metros dali, na mesa, Antoni observava-a atentamente, que suspeitava de algo entre Antonella e seu amigo Giovani.Giovani, que acabara de voltar a mesa, observou Antonella partir, cercada de risos e conversas com o homem que a acompanhava. Seu olhar se fixou na cena, e ele não pôde evitar concluir que aquele homem só poderia ser seu namorado ou, pior ainda, seu marido. O que Giovani estava procurando em San Marino? Antoni se questionava, seus pensamentos eram confusos, mas havia uma coisa clara: algo não estava certo.Algum tempo depois, eles pagaram a conta. Nenhum dos dois quis
— E por que ele não faria isso? Scarlett, olha para você — Antonella disse, sorrindo enquanto tentava transmitir confiança. — Você é linda, irmã. É doce, meiga, criativa. Só se ele estiver louco... — Antonella parou, ela realmente acreditava que Giovanni era louco. Como um homem poderia ignorar tudo o que ele representava? Como poderia ignorar tudo o que ele herdaria?— Você acha, Ella? — Scarlett perguntou, os olhos ainda buscando segurança nela.— Sim, claro. Não há mulher mais linda que você, Scarlett. Pelo menos, não para mim — Antonella disse, e a fez novamente deitar no seu colo. Seus cabelos platinados eram suaves ao toque, e Antonella desejava profundamente o que dizia.— E se ele não me achar linda? E se ele já... — Scarlett começou, mas Antonella rapidamente a interrompeu, colocando sua mão sobre os lábios.— Shhh, não. — Acariciou sua face. — Não ouse. E se ele tiver feito qualquer asneira dessas, que você está pensando, ele vai esquecer assim que colocar os olhos em você.S
Enquanto seguia em direção a praia, os fios negros encaracolados da jovem mulher, se tornavam mais revoltos, Antonella ansiava de curiosidade por saber, o que aquele homem queria com ela. Avançava sem descanso naquela direção, e ao chegar lá, avistou o lugar vazio, olhou em volta na orla, por todos os lugares, a noite chegava, o frio se apossava do seu corpo, o tempo passava, tudo naquele lugar cheirava a periogo, porque ele havia lhe chamado até ali? Após uma hora de espera, já não era mais entardercer, tudo era noite, sentiu-se uma tola, ouvirá bem? Será que era hoje? Seguiu andando silenciosamente. Talvez fosse melhor assim, a passos rápidos retornara para casa, mas mal entrou, um puxão fora dado em seu braço, levando-a para próximo ao portão. — Domênico o que há? — Perguntou cheia de conflitos, seu coração ainda batia acelerado. — Você não pode ficar andando por aí desta maneira, Ella, o que deseja? Aparecer sem vida em qualquer mata? — O que disse lhe causou maior temor, longe d
A noite tornava-se cada vez mais fria, poucas estrelas pontuando o céu. Dentro da luxuosa e prestigiada residência Bellini, um acordo pré-nupcial estava sendo elaborado. Com apenas 17 anos, Scarllet Bellini estava sendo prometida à família Ferreti. A aliança entre os Ferreti e os Bellini se fortalecia, mas Antonella Bellini não concordava com isso. Debruçada sobre a cama em seu quarto, escrevia intensamente em seu diário, descarregando as dúvidas sobre esta decisão. Não que fosse ingrata pela prestigiosa união. Para os Bellini, aquilo deveria ser uma honra. Além disso, Scarllet jamais olhara para outro homem em sua vida, seu coração pertencia a Giovani Ferreti, desde sempre. Para Antonella, isso até poderia ser bonito — se o noivo estivesse, ao menos, presente. Sentia que a sua irmã, era como uma peça em um tabuleiro de xadrez, como mulher, tendo seus sentimentos e desejos sendo ignorados em nome do legado familiar. Sempre imaginou que, ao crescer, teria a chance de escolher seu
Anos antes: O ambiente estava envolto em uma escuridão impenetrável, a única luz que conseguia penetrar o espaço vinha das pequenas frestas nas paredes grossas, quase imperceptíveis. O ar era denso, úmido e pesado, como se a própria estrutura do lugar tivesse absorvido anos de estagnação. , O lugar era uma prisão disfarçada de esquecimento. Ferro, em suas mais variadas formas, dominava o ambiente. Grades enferrujadas cruzavam o espaço, dividindo-o em pequenos compartimentos, como se cada canto fosse uma cela isolada do resto. As barras, cobertas por manchas de oxidação, refletiam a pouca luz que ousava entrar, criando sombras distorcidas nas paredes úmidas e escuras. Correntes pesadas se arrastavam pelo chão, ainda presas a pontos fixos, os elos enferrujados se entrelaçando de maneira desordenada, como serpentes que se arrastam sem rumo, mas com um peso de permanência. Preso a elas, havia um corpo nu, sem uma peça que o cobrisse sequer, não havia mais resquício de vergonha, c
Era manhã naquela terça-feira, quando, ao terminar uma reunião, Giovanni suspirou profundamente.Sua mãe o ligava mais uma vez, e ele sabia o que ela diria: que sentia sua falta, que o amava.No entanto, a cada ligação, a cada palavra reconfortante que ele já ouvira tantas vezes, uma sensação crescente de distanciamento se formava dentro dele.Ana, com sua presença constante e seu carinho, parecia ter tomado o lugar que antes era reservado para a mãe, mas ainda assim, ele atendeu.— Madre? — A voz de Giovanni estava calma, mas ele sabia que algo diferente estava prestes a acontecer.Do outro lado da linha, a voz de sua mãe tremia. E, em um suspiro carregado de dor, ela revelou o inesperado:— Figlio mio, tuo padre è morto... (Filho, seu pai está morto...) — a voz dela falhou por um momento, como se uma parte dela ainda não acreditasse no que estava dizendo. Então, ela prosseguiu, com uma mistura de alívio e tristeza na voz: — Agora, tu pode tornare para casa.As palavras da mãe de Giov