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Todos os capítulos do PERVERSO, Sr. Bragança: Capítulo 1 - Capítulo 10
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PRÓLOGO
Nelly Nove antes.Meu estômago está embrulhado, minhas mãos suadas e estou falhando na missão de não chorar em público. Este é o meu primeiro dia no ensino médio e me esforcei para que fosse diferente dos outros anos, mas fui ingênua e estou pagando pelo meu erro. Os olhos ávidos dos meus colegas vagueiam por toda sala até chegarem em mim, eles estão sendo sutis, tomando cuidado em camuflar a maldade e preconceito em seus olhares e expressões, porém, vacilam ao não se preocuparem em disfarçar os risinhos e cochichos.Posso ouvir cada piadinha.Mamãe estava certa ao falar que meu cabelo seria apenas mais um atrativo para o bullying, eu deveria tê-la ouvido quando disse que ser gorda já era ruim o suficiente, eu teria que colaborar ou as pessoas teriam motivos para rir de mim. O pintei de rosa na tentativa de parecer diferente, descolada, mas me sinto com uma aberração.Deslizo mais em meu assento, tentando me esconder dos olhares debochados. Mantenho minha cabeça abaixada, evitando co
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PRÓLOGO 2
Nelly As aulas se passam rápido, fazendo com que o horário de ir embora chegue rápido e espero que todo mundo deixe a sala para que eu possa fazer o mesmo, ando em passos apressados pelo corredor, pedindo em minha mente que Tião já esteja lá fora me esperando.Os dias se passaram rápido e estávamos adentrando o segundo mês de aula, tenho me mantido camuflada todo esse tempo, tentando passar despercebida entre o aglomerado de alunos da escola Carmen Lúcia. Embora, Alice insista uma proximidade constantemente e eu sinta que suas intenções são verdadeiras, me mantenho afastada, não acredito que alguém como ela queira ser minha amiga de fato.Quer dizer, olha para mim?Gorda e Feia.Ninguém realmente gostaria de ser visto comigo.Apresso meus passos, apertando a alça da mochila quando passo pelo grupinho de Edu, felizmente em alguns momentos como agora eles ignoram a minha presença.Em alguns momentos.Minha felicidade dura pouco, três passos de distância e Carlota finalmente nota minha
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Capítulo 1
Alguns anos depois... David Sentindo minhas mãos suarem e meu coração pesar a cada passo, rogo para ser um terrível engano, algum trote de um desalmado qualquer. A sirene da ambulância entorpece meus sentidos, dificultando um pensamento lógico e tenho que me dividir entre ignorar o barulho agoniante e continuar abrindo caminho. No entanto, o aglomerado de pessoas continua impedindo minha passagem, fazendo com que eu tome a atitude drástica e desesperada de sair empurrando até chegar o local do acidente. Caídos sobre a BR-33, que liga São Vicente à Arapuna, estão os corpos sem vida da minha mulher e filho, preciso piscar algumas vezes para acreditar no que meus olhos me mostram. Tendo a certeza de que não é um terrível pesadelo. Uma dor imensurável toma minha alma e um rugido alto deixa minha garganta, chamando a atenção dos curiosos. Ignoro os olhares penosos que começam a me dar e chego mais perto do meu filho e esposa. Descartando os avisos do policial, pego meu primogênito nos b
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Capítulo 2
Dias atuais…NellyEm um único dia discuti com minha mãe, enfrentei meu maior medo de falar em público e apresentei meu trabalho de conclusão de curso, recebendo nota máxima. U-hhull!!! Finalmente jornalista. Nada poderia amargar minha felicidade, exceto, claro, ceder ao jogo de persuasão da minha progenitora e me internar em uma clínica de emagrecimento, conhecido como spa.Patético, eu sei. Como uma mulher de vinte e quatro anos pode ceder aos caprichos da mãe e jogar fora anos de amor próprio?Mas que amor próprio? É isso.Repito constantemente o quanto sou maravilhosa para meu reflexo no espelho, mas todos os minutos gastos alimentando minha autoestima caem ao chão quando encontro Kaciana, a mulher que me trouxe ao mundo e faz careta sempre que a chamo de mãe. Ela consegue com um olhar derrubar todos os muros de confiança que levei anos para construir, cada maldita vez que me sinto bem, ela vem e acaba com todas as minhas fantasias.— Queremos tudo o que temos direito, Rô. — Kacia
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Capítulo 3
DAVIDEsforço-me para não contestar as ordens de Dona Hordéllis e mantenho o sorriso no rosto, agindo com gentileza cada vez que uma de suas amigas tenta uma aproximação mais íntima e intrusiva. Inferno. Falta um ano para que alcance os quarenta e estou aqui, sendo tratado como um adolescente que precisa ser disciplinado.Ela não pode exigir mais do que isso. Não pode.— Você não está sorrindo. — Reclama para que apenas eu escute e não deixo de gemer, vendo que sim, ela sempre pode exigir mais.Intercepto um garçom e pego duas taças de champanhe, virando uma atrás da outra.— O quê? — Pergunto, quando a vejo me olhar em reprovação.Ela comprime os lábios em uma linha fina e balança a cabeça em negativa, bufando baixo para não chamar atenção, mas me olhando de forma carinhosa logo depois.— Só quero a sua felicidade, meu querido. — Sorrio de forma sincera, dando-lhe um beijo no meio da testa.— Eu sei, minha vida. — Ela enxuga uma lágrima solitária e dá três tapinhas na minha mão, se a
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Capítulo 4
NELLYEntro no banheiro bufando pelas narinas, permitindo que a porta bata sem nenhuma delicadeza e assustando outras convidadas da festa que revisavam suas maquiagens. Murmuro um pedido de desculpas esfarrapado e bufo sem perceber de tão irritada, seguindo direto para uma cabine privada dentro do banheiro e me tranco.— Argh! Como ele pode ser tão cretino? — Falo pra mim mesma, baixando a tampa do vaso sanitário e sentando. — Você não lembra de mim, Sr. Bragança? — Desdenho, adotando um tom debochado e três oitavos mais baixo que eu meu.Bufo.Droga, Nelly!Isso é tudo culpa sua, você aceitou vim até esse coquetel mesmo sabendo que se tratava da festa de aniversário da empresa dele.O que você esperava? Flores e beijos ardentes?Acorda!Passo as minhas duas mãos pelo rosto, percebendo que continuo o tratando de forma formal, dando a ele o poder de superioridade de anos atrás. Sr, Bragança. Pressiono meus lábios um no outro até formarem uma linha fina e passo a abanar meus rosto com
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Capítulo 5
DavidObservo em expectativa o ponteiro menor encontrar o maior em cima do número nove, indicando que não há motivos para minha irritação continuar e como imaginei, ela não vem.Ela não vem...Ela não vem.Ótimo. Um sorriso repuxa meus lábios e dou adeus ao mau humor, quase me levantando para dar saltinhos de felicidade. Começando a ter uma nova perspectiva sobre a manhã infernal que estou tendo desde que acordei.— Sr. Bragança, tem uma jovem aqui querendo vê-lo. — Leila diz do outro lado do telefone assim que o atendo, não esperando sequer que eu tome a primeira fala. — Permito que entre, senhor?Pisco algumas vezes, checando meu relógio de pulso e vendo que não passou mais que um minuto desde a última vez que o chequei. — Quem é a moça, Leila? — Indago, apesar de já desconfiar de quem seja. Minha secretaria faz uma pausa em sua fala e tudo que posso ouvir são sussurros do outro lado da linha. — Leila? — Tento chamar sua atenção.— Senhorita Álvares, senhor. Ela disse que tem horár
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Capítulo 6
NELLY O prédio Bragança é de longe o lugar mais luxuoso e moderno que já estive, nem mesmo a agência que eu trabalhava tinha tanta personalidade em sua arquitetura e decoração, mas isso não impede a sensação de falta de ar que estou tendo desde que saí de casa essa manhã, na boa, eu não sei o que deu em mim para aceitar essa proposta. Ficar perto dele não vai me fazer bem. Então, o que diabos estou fazendo aqui?Você é masoquista. Minha consciência tira sarro e reviro os olhos. Megera.
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Capítulo 7
DAVIDA escuridão tornou-se meu abrigo, o álcool meu melhor amigo, mas o sexo, porra, este é o meu anestésico favorito.Empurro sem piedade contra a ruiva fogosa, sorrindo ao ouvir seus gemidos luxuriosos e engancho minha mão em seu cabelo, puxando até que ela fique de joelhos, encostando suas costas no meu peito. Mordo seu ombro, pescoço e bochecha. Ela empurra de volta e rosno, gostando da sua safadeza.A mulher é experiente, sabe exatamente do que um homem gosta na cama e isso me agrada.— Você não vai me falar seu nome? — Diz sedutora, me olhando através do espelho na parede. Estamos em um quarto de motel qualquer, trancados há quase três horas e a mulher acha que já somos íntimos. Deslizo meu dedo pela sua barriga até chegar em sua boceta, acaricio seu clitóris enquanto enfio cada centímetro da minha rola para dentro dela.— Meu nome não importa agora, linda. Você está tomando meu pau na sua boceta apertada e está gostando. — Ela geme em resposta, provando o meu ponto e meto com
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Capítulo 8
NELLY HORAS ANTES. O dia começou tumultuado e precisei incorporar um espírito sensato para lidar com Kaciana, porque só Deus sabe o quanto minha progenitora pode ser insistente. Eu amo minha mãe com todas minhas forças, mas quando ela cisma com algo é tortura na certa, por isso, a evito desde o nosso último confronto. — Você engordou? — Paro a colher de mingau no meio do caminho e giro meu tronco para encontrar com os olhos azuis, altivos e tão parecidos com os meus. — Porque parece que você ganhou alguns quilos. — Completa, torcendo o rosto em desagrado enquanto me analisa e caminha até estar na minha frente. — Não. — Sussurro, afastando a tigela com o alimento pra longe, sentindo a fome passar. — Tem certeza? Seu rosto está arredondado, suas bochechas mais salientes e sua bunda mal cabe nessa cadeira. — Fecho os meus olhos, contendo as lágrimas e respiro fundo. — Preciso ir trabalhar. — Digo, virando de costas para fugir do seu campo de visão e não presenteá—la com minhas l
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