Todos os capítulos do Profundamente Intenso VOL 3 FINAL: Capítulo 1 - Capítulo 10
42 chapters
1
Entardecia. E nenhuma outra palavra poderia descrever tal entardecer que não a palavra ‘perfeito’. Era um entardecer perfeito. O sol que, estranhamente, resolvera brilhar um pouco mais forte durante todo aquele dia, pouco a pouco começava a recolher sua luz, lentamente começando a se esconder por trás das montanhas, até que fosse o momento de sumir por completo. O céu, que embora tivesse algumas tímidas nuvens densas – que muito provavelmente trariam chuva ao anoitecer completo, tinha aquele tom alaranjado misturado ao azul perfeito, fazendo um belo crepúsculo surgir. Perfeito. Era um entardecer perfeito, e, exatamente por essa razão uma afronta, uma brincadeira cruel sem tamanho. Era cruel que, o destino, em uma piada interna sua, estivesse fazendo daquele entardecer deslumbrante palco de tamanha dor e tristeza, perante uma perda sofrida e, para alguns, inaceit
Ler mais
2
Era, definitivamente um clube subterrâneo com dois andares. E estava a toda. Pessoas dançavam e bebiam ao som da batida alucinante, a iluminação era pouca, exceto pelas luzes néon em meio a toda fumaça cinzenta que impregnava o ar. Cheiro de álcool, sexo e drogas eram um dos aromas detectáveis, e Alana franziu o cenho para isso. Viu Vincent começar a se mover por meio da multidão de corpos agitados, cortando caminho pelas pessoas que tentavam o apalpar, tirar uma casquinha daquele deus grego, e apressou-se em segui-lo, tomando cuidado com as mãos bobas. — O encontrou? — Vincent perguntou, sua voz mais alta do que o normal para que não fosse abafada pela música, quando pararam bem no meio da pista de dança. Alana correu os olhos mais uma vez por todo o local, e foi quando olhou para cima, para o segundo andar, que
Ler mais
3
Ah! Como era bom ser Bennie Vincent!... Como ele adorava ser cruel com as pessoas, mais ainda com as que mereciam. Era tão divertidamente prazeroso ver a falsa aura angelical de Elizabeth vir abaixo mediante a raiva e ódio que cresciam dentro da mesma por si diante daquelas palavras. — Agora, escute aqui, seu idiota... — como previsto, Elizabeth se colocara de pé, e havia tanto ódio em suas palavras e olhar que deu a Vincent a vontade de sorrir divertidamente. — Ian e eu vamos ficar juntos. Isso, é mais que uma promessa, é um objetivo que eu vou cumprir. Ele é meu, você ouviu? Meu. E não me importa quantas garotas eu tenha que afastar, ou quantas amizades dele eu tenha que destruir... Eu e ele vamos ficar juntos, e não há ninguém que vai me impedir de conseguir isso. Você entendeu? Vincent riu divertidamente, o corpo inclinando-se lenta
Ler mais
4
Era, definitivamente um clube subterrâneo com dois andares. E estava a toda. Pessoas dançavam e bebiam ao som da batida alucinante, a iluminação era pouca, exceto pelas luzes néon em meio a toda fumaça cinzenta que impregnava o ar. Cheiro de álcool, sexo e drogas eram um dos aromas detectáveis, e Alana franziu o cenho para isso. Viu Vincent começar a se mover por meio da multidão de corpos agitados, cortando caminho pelas pessoas que tentavam o apalpar, tirar uma casquinha daquele deus grego, e apressou-se em segui-lo, tomando cuidado com as mãos bobas. — O encontrou? — Vincent perguntou, sua voz mais alta do que o normal para que não fosse abafada pela música, quando pararam bem no meio da pista de dança. Alana correu os olhos mais uma vez por todo o local, e foi quando olhou para cima, para o segundo andar, que
Ler mais
5
                                                          (...)  Numa corrida apressada que envolvia tropeços leves e diversos corpos dançantes esbarrando no seu, Alana seguia atrás de Ian chamando pelo mesmo. Sabia que ele a ouvia, não estavam tão distantes assim para não ouvir, e além disso estava a gritar. Ian deu a volta na pista de dança, e foi na diminuída de velocidade de seus passos que Alana viu a chance de enfim alcançá-lo. Apressou os próprios passos, desviando dos corpos que dançavam e pulavam, desviando-se das mãos másculas que
Ler mais
6
— Vincent! — berrou Lisandra, o coração em disparada de susto. Poderia tê-lo atropelado se David não tivesse puxado o freio de mão. — O que diabos você pensa que está fazendo? — rosnou o Deeper, já descendo do carro. Aquela noite toda – na verdade, aquele dia em geral – estava lhe trazendo muitas dores de cabeça. — O que aconteceu lá dentro?... — Parem de discutir. Precisamos ir atrás do Ian! — gritou-lhes Lisandra, batendo as mãos no volante. — Onde está a Alana? — O deixem ir... — Vincent disse, sem fôlego devido a corrida que fez para chegar ali. — O quê? — gritaram os três. Três por que Alana chegara, também sem fôlego devido a corrida que fizera para alcançar o Bennie, e pegara o fi
Ler mais
7
   Estreitou o olhar mediante ao fato de que não estava sendo seguido, e fazendo uma curva fechada entrou com o carro numa ruela mal iluminada, parando. Sua cabeça foi de encontro ao volante, onde permaneceu por um tempo enquanto cerrava os olhos com força. Em sua mente havia mil e um pensamentos, o que fazia com que acabasse por não conseguir se concentrar em nenhum.   Sentiu uma carícia em um de seus braços, uma mão deslizava gentil e lentamente por toda a extensão, demorando-se um pouco mais nos músculos. Ergueu os olhos, só então parecendo se lembrar de que não estava sozinho. A cabeça tornou a posição inicial, apenas um segundo antes de tombá-la contra o banco macio do veículo, e ainda de olhos fechados perguntou:   — O que você está fazendo aqui, Elizabeth?... Por que voltou?   Mesmo que não pudesse ver Ian sentiu a movimentação da garota no banco ao lado. Um segundo mais tarde, Elizabeth já havia
Ler mais
8
Não adiantou. Ela já sabia que não ia adiantar. Sabia, pois a única pessoa capaz de afastar sua dor era justamente aquela que causava ela. Chorou mais. Em silêncio, naquela noite chuvosa em sua sala escura. Sentiu-se bem e mal por estar sozinha; ainda faltava algumas horas para Cassandra retornar da lanchonete com Eva, e ela já não sabia dizer se aquilo era bom ou ruim assim como também não sabia dizer se ter recusado educadamente a companhia de Lisandra fora a melhor idéia. Estava sozinha, e de alguma forma isso a acalentava e a assustava ao mesmo tempo. Respirou fundo, sua mente novamente lhe traindo e levando seus pensamentos em direção a Ian. Resfolegou. Qual era o problema consigo? Por que era tão difícil tirá-lo de seus pensamentos? Por que era tão difícil arrancar aquele amor que tinha a capacidade de lhe fazer tão bem quanto mal do
Ler mais
9
 O sorriso esmoreceu e sua expressão que havia se suavizado tornou a ficar séria enquanto a observava, em pé ao lado da cama. O que estava fazendo? Por que fora até ali? Por que era tão difícil ficar longe dela? Por que apenas tal pensamento o feria como mil adagas lhe atravessando o corpo? Esfregou o rosto com as mãos, irritado consigo mesmo. Alana mexeu-se levemente na cama, o suficiente para fazer com que os olhos atentos de Ian se focassem novamente nela, ainda recolhida em sono profundo. Na escuridão do quarto, cortada apenas pela leve luz pálida que vinha de fora, os olhos azuis brilharam sobre ela. Era um brilho cheio de devoção a ela, e cheio de tristeza por pensar no que estava fazendo a ela, no que estava fazendo aos dois. Novamente se viu naquele turbilhão de pensamentos conflituosos e então veio a pergunta: O que estava fazendo à Alana?
Ler mais
10
  Ao final da leitura, lágrimas já rolavam por sua face, molhando o papel. Resfolegou diante do final. O que poderia ter sido aquele ‘eu’ riscado?... Um ’eu amo você’? Seu coração falhou uma batida diante de possibilidade, e bateu as mãos na cabeça, ordenando a si mesma para não se iludir. Poderia ser qualquer coisa! Chorou. Chorou e chorou mais. Fora dessa maneira que Ian se sentiu quando terminou tudo entre eles? Fora essa dor, que lhe esmagava e lhe torturava, que se abateu sobre ele quando lhe disse que estava acabado? O bilhete fora largado sobre a cama e com pressa e desespero a pequena gaveta da mesinha fora aberta. De dentro dela Alana buscou um cordão de ouro, com um pingente. Um coração. Apertou o colar contra o peito. Era o colar que Ian lhe dera, e que, por alguma razão, não conseguira lhe devolver q
Ler mais