Asas que foram, ar que somos, revoltos no céu teimado azul e branco. A pena de Deus desce e escreve em nosso ser nosso destino. Asas que somos, ar que fomos, pesados, desejosos de não saber dos segredos escritos em nós. A floresta penumbrosa, espantosamente antiga em seu cheiro e em seus sons, parecia encará-lo de volta, num desafio debochado. O menino espremeu entre os dedos as abas da camisa e a examinou preocupado, a mente remoendo estórias que lhe contavam como se não fossem verdadeiras, mas que ele sentia que estavam todos enganados. Em silêncio, encarando a penumbra pesada além dos troncos que pareciam formar um imenso muro verde e movediço, perguntou-se se, algum dia, algum homem já calcara aquele solo, aquelas veredas, aquelas trilhas de animais. Preocupado fechou mais fortemente os olhos, temendo com ardor uma resposta negativa pois, se ela viesse, aquela seria uma terra proibida e ele, que era menor que muitos que vivera, nã
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