Era uma adoração ou uma reverência? Por que a natureza e seus entes se debruçavam sobre o meu mundo, que eu havia levado tanto tempo para acomodar? Eu andava, uma vez, pela estrada da serrinha. Eu estava distraído, pensando, meus pés me levando sem que eu percebesse para que objetivo tramado pelos entes. A noite era mágica, de lua cheia, e tudo, os morros e a estrada e as árvores estavam pintados de azul. Olhando a estrada eu via nitidamente a luz incidindo e colocando outras partes em segredo, no escuro. Só que percebi que meus passos não eram os únicos que ouvia. No ar vinham sons abafados, comprimidos, distantes, perto; um grilo, sapos, pios tétricos, o vento. Quando reparei no vento meu corpo ficou tenso. Um uivo forte e volumoso veio pelo ar. Na verdade era mais como um gemido, daqueles bem doloridos. Me controlando dei de ombros, sussurrando que as noites eram sempre assim, e que
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