A sala era grande, coisa de casa antiga. Ao redor, móveis que pareciam ter saído de um museu. Na parede, sem janelas, havia uma lareira, contudo, não fazia tanto frio assim e muito menos nevava em Santos. “Isso é coisa de inglês”, pensei.Havia ali três sofás de couro marrom e uma mesa de centro, em mogno. Nela havia um cavalo de bronze, que mais tarde eu saberia de onde viera e por qual motivo estava ali. Com um blazer preto, me senti elegante, porém, aquele momento era para mim crucial, independente de como estivesse vestido, em frente à tal lareira.Ao lado direito, numa das poltronas, Joseph parecia um lorde inglês. Alto e loiro, com traços britânicos, olhava para seu copo de uísque escocês com duas pedras de gelo. Meditava talvez sobre o que esperar de mais um “intruso”.Do outro lado, sua mulher, Ana Maria, me olhava com ar de interrogação. Parecia querer ler a minha mente, saber de minhas reais intenções e eu tinha mais medo dela que do “sir”. Em pé, ao lado dela, uma pessoa me
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