Amanheceu tão rápido quanto eu podia imaginar. Nem bem acordei e o corpo queria ficar na cama, mas meu espírito dizia para levantar, e rápido! Diante do meu guarda-roupa cheio de histórias não contadas, me deparei com aquele blazer preto que usei no casamento do meu irmão, o Rogério.
Tinha uns dois anos que não o usava. Nunca achei necessário, mas a ocasião exigia uma boa apresentação.
— Imbecil! — disse a mim mesmo.
Para que tudo isso? Vai que ela simplesmente não goste de você? Sim, havia o risco de não dar certo.
Todo esporte-fino e com o perfume Quasar no pescoço, poderia ir mais seguro. Ao chegar ao escritório, logo notaram meu visual “diferente”. Isabela, a secretária de cabelos curtos bem penteados e olhos castanhos, me fitou com curiosidade. Passei por ela e por outros que se entreolharam.
Natália, com seus 30 e poucos anos, chegou até mim na velocidade “5” e interrogou logo de cara. A alta e magra, com seus seios pequenos e quadril fino, olhou para este e disparou:
— Regi, hoje tem encontro né?
Um sorriso malicioso formou-se em sua boca devidamente untada com batom brilhante. Pensei: “respondo ou não?” Decidi responder, mas sem palavras, apenas acenei positivamente. Então, ela disse:
— Eu sabia! Boa sorte com ela…
Natália, te agradecerei sempre por essa pequena intromissão em minha vida particular, gostei. A tensão por causa daqueles olhares com pensamentos que nem quero imaginar, passou.
Esperei as doze badaladas do dia com o toque diário da sirene de altíssimos decibéis, instalada no prédio da redação do jornal A Tribuna. Clássica, ela é a implacável salvadora dos famintos e cansados de tanto trabalhar.
Desci para um pequeno — e necessário — desjejum ali na XV de Novembro, longe ainda das 13h. Até a praça do encontro, apenas alguns metros. Fui olhando à procura de qualquer loira suspeita, mas nada.
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Essa Praça Barão do Rio Branco não tem bancos de pedra como na Praça Mauá, aquela da linha 20. Contudo, é contornada com uma mureta que tem base de assento. Fiquei um pouco afastado da banca de jornal ali perto, estando, assim, em frente ao prédio do Banco do Brasil.
O relógio marcava 13h. Faltava ela chegar, mas enquanto aguardava, reparei que o céu estava azul, bem diferente da sexta-feira, e podia ouvir os pássaros nas árvores também.
Da mesma forma, o quicar os pneus dos carros sobre os paralelepípedos de “trocentos” anos eram bem audíveis, assim como o vento suave e levemente gélido, marcando a entrada do inverno.
13h10. Meu relógio Casio acusou o atraso. Ponderei ligar, mas me contive, pois, deixaria passar meia hora. Abortar não era legal, mas para consolo, havia meu Fusca me esperando.
Conjeturei: “calma, ela já vem… Espere!” Do outro lado da rua, surge uma loira que vem em minha direção. Pensei: “agora vai!” Contudo, olhando mais de perto, conforme ela se aproximava, reparei em seus cabelos curtos e bem escurecidos no alto.
Seu rosto denunciava sua idade, infelizmente. Social, carregava uma bolsa vermelha e devia ter uns 50 e poucos anos. De certo não era Elizabeth se passando por “novinha”.
Passou por mim, mas ainda deu uma olhada e um leve sorriso… Na minha cabeça surgiu: “ela se passando por mais nova?” Talvez… O livro falava que algumas pessoas faziam isso.
13h15. Metade do prazo para abortar havia se passado. Olhei para trás e a loira “mais velha” entrara num ônibus. O celular marcou 13h16. Então, ao retornar meu olhar de volta à direção do banco, vi uma figura se aproximar rapidamente.
Ela estava a uns sete metros de mim, aproximadamente, quando consegui fixar o olhar. Nesse momento, meu mundo parou! Em um segundo, minha mente iniciava uma luta para converter a imagem e processá-la como real.
Fiquei petrificado! Não podia ser! Era virtualmente impossível. Naquele eterno segundo os pensamentos passaram pelos neurônios como um relâmpago. Aqueles impulsos elétricos me diziam: você está tendo uma visão. Não é real!
Sim, era real. A grande engrenagem que move o mundo, simplesmente se encaixou na minha pobre existência. Pensei: “meu Deus, como pode ser ela?” Era ela!
Não a Elisa do chat ou Elizabeth que conhecera e marcara aquele encontro. Nem uma, nem outra. Ali, diante deste pobre mortal que vos conta sua vida, estava a loira do trólebus! Sim, aquela arrebatadora de corações da Linha 20!
Perdi o sorriso, porque não tinha como não ficar impressionado. Era ela mesma! Estava em um lindo vestido florido com um fundo avermelhado. Seus cabelos loiros brilhavam como ouro, avolumados em relação ao dia anterior. Aqueles olhos verdes conquistaram minha alma!
— Oi, tudo bem? Reginaldo? — perguntou-me curiosa e um pouco assustada.
Afinal, conhecer alguém que você nunca viu, não é o que se faça todo dia, não é mesmo? Não tinha erro. Como ela poderia saber meu nome, se não fosse a… Elizabeth? Imitei um sorriso e respondi:
— Sim, o próprio.
Não pensei em outras palavras, fora pego de surpresa. Então, ela abriu sorriso lindo e seus olhos transpassaram-me como uma lança afiada. Desarmei-me.
— Prazer, Elizabeth — respondeu estendendo a mão.
Num rápido impulso, levantei e apertei sua mão, que assim como a minha, estava suada. Seu rosto se aproximou do meu, num movimento de cumprimento, que aceitei ainda em estado de choque…
Seu perfume nunca saiu da minha lembrança. Não é possível descrevê-lo em palavras, mas havia uma mistura de flores-do-campo, que deveria ser paradisíaca, pois eu estava diante de uma representante dos Elísios, uma das ninfas.
Por alguns segundos nos olhamos e na minha mente falei: “ela vai me reconhecer”. Entretanto, não disse nada.
Um segundo encontro?
Elizabeth, com aquele sorriso amável, era realmente linda. Parei nos olhos dela… De tão verdes, pareciam ocultar duas nebulosas e seu brilho era simplesmente indescritível.
Meus sentidos começaram a fluir novamente e relembramos a conversa na madrugada. Cada detalhe revisto, cada nova impressão. Parecia que nos conhecíamos há muitos anos. Foi uma longa conversa nas horas mais mágicas da minha vida.
Entretanto, enquanto eu as vivia, ainda não havia dado conta disso. Demos risadas de coisas bobas e parecíamos como crianças num parque infantil. Nada sério ou adulto, contudo, tive que iniciar o processo e revelei alguns extras da minha vida.
Não podia ser totalmente sincero sobre certos assuntos, afinal, ainda não conhecia Elizabeth. A impressão, porém, tornou-se outra com o passar dos minutos e me sentia cada vez mais seguro com ela. A tensão inicial se foi quase que completamente.
— Você é, digamos, diferente de como eu imaginava — disse ela com um sorriso engraçado.
Já absorto diante de tamanha beleza, perguntei:
— Sou mais feio ou mais bonito?
Esse é o tipo de pergunta que você jamais deve fazer, porém, mandei sem atenção à situação. Ela pensou… Fez aquele olhar de interrogação e abriu um sorriso que aparta qualquer briga ou discussão.
— Apenas, diferente. Mas, estou gostando do que vejo.
Essa resposta me desbancou e calei-me por um tempo. Respondi que ela era mais do que eu imaginava e era verdade. “Uma doce surpresa”, pensei.
Mesmo que não a tivesse conhecido no ônibus — e isso me colocaria numa situação delicada logo mais — Elizabeth se mostrava uma pessoa tão linda por dentro quanto por fora.
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Passava das 14h30 quando Elizabeth decidiu me mostrar onde trabalhava, ali na XV de Novembro. No caminho, adiantei-me em mostrar o prédio do meu emprego.
Enquanto andávamos naquela estreita e histórica rua de Santos, me derretia a cada olhar que lançava sobre mim. Com prédios centenários como testemunhas, andávamos sem a menor pressa.
Chegando ao “endereço dela”, me mostrou o prédio onde trabalhou até poucas horas antes daquele momento.
— Se não fosse tão tarde, levaria você para conhecer o “meu canto” lá dentro — falou.
Agradeci e, antes que pudesse dizer algo, ela completou:
— Mas, por hoje chega. Melhor estar aqui fora que trabalhando lá dentro.
Elizabeth disse que nem todo sábado trabalhava, mas que aquele era sua escala. Então, me olhando curiosa, indagou:
— Será que não nos conhecemos dessa rua? Afinal, trabalhamos tão perto um do outro.
Decidi ali colocar todos os pingos nos “is”. Olhei-a sério e perguntei se ela acreditava em coincidência. Pensativa, Beth apenas disse um “talvez, não sei dizer ao certo”.
Continuei sério e disse que, pelo menos ali da XV, nunca a vi. Todavia, confessei que já nos olhamos e Beth pareceu surpresa.
— De onde? Ou melhor, onde? — respondeu intrigada.
Falei que a resposta era a Praça Mauá. Andamos até lá bem juntinhos e ela pareceu gostar disso. Naquele momento já brotava algo entre nós.
No caminho, contei que na sexta-feira havia passado pela praça correndo para não levar chuva. Quando chegamos ao ponto da Linha 20, que estava sem ônibus, abri o jogo:
— Beth. Posso chamar te chamar assim?
Ela aceitou e continuei:
— Foi nesse lugar que conheci você!
Olhou-me surpresa.
— Ontem, entrei no trólebus “20” e me sentei num banco virado ao contrário. Você, Elizabeth, sentou-se na minha frente. Lembra?
Passados alguns segundos, com um olhar perdido, ela mirou em mim, assustando-me, pois, parecia outra pessoa. Ali, lembrava a “loira do trólebus”.
— Não acredito! Era você? Agora lembro… Mas como? Não pode ser! — respondeu perplexa.
Também fiquei assim, mas não sei se foi por ela ter se transformado tão de repente ou por sua falta de memória.
— Sim, era eu mesmo e confesso que, quando te vi naquela praça, fiquei congelado de tanta surpresa — disse.
Beth ainda não acreditava nisso e continuou a dizer:
— Ainda não consigo imaginar como nos encontramos duas vezes no mesmo dia, mas em situações totalmente opostas.
Interpelei:
— Duas situações que fugiram de nossas mãos…
Enquanto dizia isso, seu sorriso voltou e não pude deixar passar, pois, aquele era o momento de algo mais. Entretanto, antes de falar novamente, ela colocou a mão sobre meu ombro. Séria, Beth tinha olhos carentes e disse:
— Ainda bem que não nos conhecemos ontem. Eu estava tão amarga e triste. Queria estar logo em casa. Um dos motivos você já sabe — ela se referia ao término do namoro recente — e então foi melhor assim.
Segurei a mão dela em meu ombro e disse com sinceridade:
— Aquele Reginaldo de ontem também não estava bem. Era um velho “eu”, alguém que quero que fique no “ontem”, sabe por quê?
Não a deixei responder:
— Porque hoje encontrei um “novo” Reginaldo e isso se deve exclusivamente a você. Me libertou de uma prisão de muitos anos, Beth.
Os olhos dela brilharam e, com um ar terno, falou:
— Posso dizer o mesmo “Regi”. Hoje não sou nada do que era ontem. Estou leve, livre de mim mesma, graças a você, meu querido.
Nesse momento ela veio e me abraçou. Sentir aquele corpo quente e perfumado no meu foi como encontrar um quasar num universo escuro.
Aquele abraço foi maravilhoso e, automaticamente, veio o primeiro beijo. Perdi-me em seus lábios e na pele macia junto à minha, que era tão suave quanto seda.Notei que os olhos dela estavam marejados… Mas não rolou nenhuma lágrima. Após beijos posteriores, nos refizemos. Agora, não largaria aquela mulher por nada! Nem por ninguém!Comecei a acariciar seus sedosos cabelos, como aqueles das embalagens de xampu. Num segundo abraço, ela observou o bonde.— Vamos dar uma volta de bonde?Elizabeth, com um ânimo renovado, queria aproveitar cada minuto daquele encontro. Ela não era mais a “loira do trólebus”, mas uma nova mulher. Minha mulher! Tinha de ser minha!Nunca tive tanta determinação por algo ou alguém como naquele momento. Tomamos o bonde turístico num tour pelo centro.Seus cabelos dançavam ao sabor do vento junto à janela, enquanto me olhava com um misto de paixão e agradecimento. Eu a salvara de si mesma. Naquele banco de madeira do bonde histórico de Santos — era o verde, o “cam
Após o banho, notei que precisaria atualizar meu guarda-roupa. Pensei: “segunda-feira vou passar o cartão”. Renovar meu armário era obrigatório! Mulheres são observadoras e boas de memória, e Elizabeth certamente passaria em revista a tropa… Sorri por este pensamento. Troquei o Quasar pelo Senhor N e me arrependeria disso. Com meus 1,79 m e pesando 78 kg, não era um cara muito magro e nem muito gordo. O bom é que não tinha barriga.— Obrigado senhor, por morar sozinho e ser mal alimentado! — comemorei.Com meu cabelo crespo ao nível quase um, olhos castanhos claros e pele escura, bem parda, estava pronto para zarpar. Portando minha correntinha banhada a ouro e o “R” estilizado no pescoço, parti. Peguei a chave do Fusca e saí pelo longo corredor.Domingo, certamente, Amanda estaria do lado de fora de casa, esfregando seu corpo sarado no Erick, o “fortão”. Amanda não era novinha, tinha 23 anos, sendo mais velha até que minha rainha Elizabeth. Certamente, naquele momento, os dois me fit
Elizabeth entrou em casa e observou cada detalhe com curiosidade. No pequeno rack da sala, junto da janela de cortinas curtas e amarelas, ela divisou algumas fotos minhas.Por sorte, eu não cultuava o passado de tentativas fracassadas com mulheres e não havia imagens delas. Não havia o que questionar e Beth gostou do que viu. Casinha pequena, mas bem arrumada e limpa, coisa que boa parte dos solteiros tem dificuldade em lidar.Perguntou dos meus pais e contei um pouco sobre eles. Falei que meu pai se chamava Carlos Alberto e minha mãe Maria de Fátima. Já aposentado das Docas, ele tinha três filhos, sendo eu caçula, assim como Beth.Robson, o mais velho, tinha três filhos. Rogério era o segundo, casado há dois anos e sem filhos. Não mencionei seus sobrenomes como Beth havia feito.Essa era a criação que ela tivera, onde se identificava as pessoas por nome e sobrenome. Sei lá, soou meio burguês… No entanto, não era culpa dela e sim do sistema onde cresceu.Ao chegar à cozinha, Beth logo
Segunda. Meu dia começou cedo, como sempre. Tomei um justo banho, mas muito a contragosto, visto desejar nunca mais perder aquele cheiro dela em mim... Estava disposto a começar a semana diferente. Longe do passado, que morrera naquela manhã de sábado.Queria rever muitas coisas e ter todo o tempo do mundo para ela. Quando estava no ônibus, meu telefone tocou. Claro, quem mais poderia ser? Beth deu-me um “bom dia” caloroso! Fiquei feliz de ouvir a voz dela.Não coincidentemente, ela também estava num ônibus, indo para seu trabalho. Elizabeth trabalhava no escritório de uma construtora. Seu pai, Joseph, já fora sócio de lá, mas se retirou há alguns anos.Ainda assim, ele tinha influência na empresa e colocou sua filha na parte administrativa. Beth não quis seguir a carreira do pai, preferiu a parte burocrática da coisa... Não conseguimos nos encontrar, infelizmente.Chegando ao trabalho, Natália, aquela alta que eu já mencionei, se aproximou curiosa e lançou:— Como foi? Deu certo?Resp
Aquela semana começara bem e terminaria ainda melhor. Contudo, não seria nada fácil atravessar aquele período. Terça, fim da tarde, era hora de supermercado. Ela havia prometido que faria as compras comigo.Fomos até minha casa para pegar o Fusca e ter onde trazer as sacolas. Mais uma vez, Amanda estava ausente e eu agradeci. Entramos, mas não ficamos nem 5 minutos.Ao sairmos, o seu Moacir chegava com seu Honda Civic 95 de cor azul. Parei para falar com ele, que estava com dona Letícia e apresentei Elizabeth a eles. Moacir elogiou respeitosamente a beleza daquela mulher:— Bonita você, hein?Dona Letícia não perdeu a chance e brincou com o marido:— Sim, ela é bem bonita até, mas eu que sou a linda aqui, viu?Todos rimos naquele momento. Beth gostara do casal e me confidenciaria isso depois. Moacir e Letícia formavam um belo casal. Ele, já com seus 52 anos, era sete anos mais velho, mas ainda era um garotão.Contudo, os cabelos grisalhos já se faziam presentes e a pele branca, avermel
Desci para o estacionamento, peguei meu Fusca e fui até um supermercado que ficava aberto 24 horas. Quase sem ninguém – pois passava da 1h da manhã – busquei o que ela havia pedido e senti que meu estômago queria algo também. Então, dobrei a compra.Voltando para o hospital, observei a cidade de Santos silenciosa... Com os cruzamentos vazios naquele canal 2 - um dos sete principais que cortam o lado leste da cidade – me perdi numa reflexão...Qual seria meu futuro com Elizabeth? Fiquei imaginando que teríamos uma vida tranquila. Pelo menos em relação aos nossos sentimentos mútuos. Já as demais coisas da nossa breve existência, infelizmente, nós estaríamos sujeitos...Conduzindo meu Fusca pela Bernardino de Campos, observei o velocímetro de iluminação verde e grafismos clássicos, de origem alemã. Com o vento frio entrando pela janela, meu pensamento estava longe...De repente, surge alguém na frente do carro! Tomei um susto enorme e, instintivamente, pressionei o pedal do freio com forç
Não sei o que pensaria Sir Joseph se me visse em seu “castelo”. Sua casa era grande e antiga, parecia dos anos 30, mas a arquitetura tinha influência inglesa.O muro de pedra com mais ou menos 1,5 m de altura tinha grades grossas de ferro esverdeado e um portão pequeno em forma de arco, no lado esquerdo da entrada. No direito, um portão grande, também em forma de arco. Em todos eles, lanças pontiagudas tentavam desanimar o alheio...Na entrada dos carros havia um pavimento de pedra que servia de caminho para os veículos e ia dar na garagem ao fundo. Ela parecia grande e achei caberem uns dois carros lá.A frente harmônica daquela casa “inglesa” tinha uma pequena escada de pedra branca com pequenos corrimãos em granito. Um arco romano dava as boas-vindas na pequena área e as imensas paredes era cor caqui, mas já pediam um retoque.A janela da sala era de ferro e avançava para fora, coberta por vidros multifacetados. Ela, de certa forma, ampliava mais a área da sala. Mais acima, as janel
Após alguns minutos, nos refizemos e, alegremente, tomamos aquele café, que ainda estava quente. Beth pegou algumas bolachas no armário e comemos. Ela parecia cansada e, na verdade, estava duplamente esgotada, visto que a mãe estava no hospital ainda e acabara de me revelar seu segredo.Elizabeth decidiu ir dormir e eu liguei na empresa, dizendo que iria faltar. Dei uma desculpa de que havia passado a noite no hospital como acompanhante e, se fosse o caso, que poderiam descontar o dia.Havia falado com a secretária, mas eu sabia que meu chefe compreenderia. Gregório era um cara novo, tinha apenas 30 anos e já era gerente. Muitas vezes ele me disse para não ser tão preso com as mulheres...Ficava em outra sala e, por isso, no dia em que cheguei “chique” ele não viu de cara. Disse até que me daria uma folga se fosse o caso... Solteiro, Gregório gosta de curtir a vida, sem compromissos. É a vida que ele escolheu, uma totalmente diferente da minha.Subimos a escada de madeira em forma de c