Canary estava encarando o grande palácio, tudo estava tão organizado e arrumado. Haviam flâmulas de meia luas para todo canto, flores de todas as cores, enfeites reais distantes. E mais a frente os tronos. Agora haviam dois. Canary engoliu em seco quando acordou naquela noite, desceu as escadas e se deparou com aquele segundo trono. Seu coração acelerou dentro do peito, quando viu que os dois eram do mesmo tamanho. Merydia havia explicado que o trono da rainha era sempre o menor, mas Vahem havia feito questão de que os dois fossem iguais. Ela sorriu, sentindo a garganta apertada. -- não sabia que havia alguém aqui, a essa hora. -- Canary se virou rapidamente, e avistou Daros. O homem usava apenas uma calça vermelho cor vinho, e um sobretudo marrom. Ela se sobressaltou ao ver o quão forte ele era. -- estava sem sono. -- é a ansiedade da coroação. Ele se aproximou prontamente, ficando ao seu lado. O homem era alto, mas não tanto quanto Klaus. Ela estremeceu ao ter esse pensamento.
Canary se forçou a ficar de pé, mesmo que suas pernas ameaçassem tombar. Ela sentia todo o seu corpo tremer, enquanto as lembranças da última noite que ela passou com Kyra, voltavam à sua mente. -- ela é linda, não é? -- Daros não parava de sorrir, enquanto puxava Lídia para junto de si. -- ora meu amor... Não seja inadequado, estamos na presença do rei e da rainha. - Daros riu. Canary se empertigou onde estava, fazendo a maior força para não saltar no pescoço da irmã. Ela olhou para o lado, o rosto de Vahem estava pura fúria. Ela respirou fundo, e apertou sua mão, trazendo sua atenção para ela. -- o que há com vocês dois? Parecem ter visto um fantasma. -- Vahem apertou a mão de Canary. -- nós... Nós estamos felizes em conhecê-la, Lidia. -- Canary conseguiu pôr as palavras para fora. -- mas agora nós precisamos de um pequeno momento, a sós. -- Daros abriu um sorriso malicioso, e piscou para Vahem. -- eu entendo como é, divirtam-se! Vamos amor. -- ele apertou a cintura de Lídia.
Canary não sabia como uma festa de coroação deveria ser, mas aquela com toda a certeza, era uma das piores do mundo. Ela mal conseguia aproveitar, ficava apenas observando a irmã do outro lado do salão, dançando animadamente com Daros. Algum tempo depois, Vahem se aproximou junto de Merydia e Markus. -- como foi? -- acho que você já imagina, é exatamente o que pensávamos! Ela está com Daros, pois sabe que ele pode até mesmo começar uma guerra, por conta dela. -- Vahem se empertigou, colocando as mãos nas costas de Canary. -- vadia maldita, eu posso acabar com ela agora! Aqui se quiser. -- Merydia esbravejou Furiosa, ela fez menção de erguer a mão, mas Canary a impediu. -- Canary? -- não iria funcionar, Lídia contou que vocês duas perderam a magia aquela época, pois feiticeiras não podem lutar umas contra as outras, de nada adiantará Merydia. -- a cunhada bufou furiosa, abaixando o braço. -- e o que faremos? -- nada. -- Merydia encarou Vahem. -- nada? Vahem! -- não podemos faz
Todos estavam imóveis, ainda tentando assimilar o que havia acabado de acontecer. Markus estava do outro lado do pátio, Merydia estava sentada ao seu lado. O encarando, o jovem macho ainda parecia um tanto desnorteado depois de levar um soco e acordar. Furiosa e nervosa, Canary andou até ele. Quando se aproximou, ela lhe deu um tapa forte no rosto. Merydia a encarou confusa. -- Canary... -- dissemos! Dissemos a você que não deixasse ela se aproximar, e você dançou com ela! Deixou ela tocá-lo e ainda falar algo no seu ouvido! Deixou que ela o enfeitiçar! -- ela esbravejou furiosa. Markus se enrijeceu. -- eu... Eu se quer sabia o que estava acontecendo, ela disse algo pra mim... Disse que o rei e a rainha mandaram, era como se meu mundo tivesse apagado, quando eu acordei estava caído no chão, aqui. -- ela se afastou nervosa, Vahem se aproximou tocando seu ombro. -- o que eu fiz? Eu... Eu não me lembro. -- Merydia tocou seu rosto tristemente. -- você matou Damon, o filho de Daros! A
Na semana que se seguiu, ninguém teve notícias de Daros. A única "boa" notícia que todos haviam tido, era que sua volta para casa havia sido adiada, pois as carruagens quebraram no meio do caminho, e o rei teve que parar por um bom tempo na estrada. e ainda demoraria muito para atravessar o mar. Eles ainda tinham tempo, mesmo que pouco, mas tinham. Os licanos que Vahem enviado, haviam enfim voltado para o palácio depois de muito tempo. e para sua sorte haviam trazido o reforço necessário. Castro implicou com a decisão, pois não ficou feliz que não fora consultado. Mas Vahem não havia ligado para ele. Canary, mesmo nervosa, não queria ser um fardo, e ficar parada sem fazer nada. Haviam fêmeas no palácio, e ela decidiu que não deixaria elas à mercê. Então, ela comunicou a Vahem que queria treiná-las, algo que ele aceitou rapidamente. Depois um momento intenso entre os dois, dentro do banheiro. Merydia e Markus pareciam um tanto distantes, depois de tudo o que havia acontecido, mas Ca
Canary se manteve imóvel onde estava, enquanto as palavras de Klaus, tentavam fazer sentido em sua mente. -- Vahem não vai se ajoelhar e implorar. -- ele deu de ombros enquanto se afastava. -- então eu sinto muito, já estou sendo muito bonzinho e não matando seu amado Vahem! Quer dizer... Não sei se é amado mesmo, até agora você não disse "eu te amo" de volta. -- ela engoliu em seco. -- por que você não disse de volta, Canary? -- ela se pôs de pé furiosa. -- Klaus, eu peço por favor... Nos ajude! Você tem pessoas experientes aqui, pessoas que podem nos ajudar, eu sei que você não me... -- exato, eu não devo nada a você. -- ela se enrijeceu enquanto ele a encarava. -- o que você quer em troca de nos ajudar? -- já dei minhas condições. Ela se aproximou lentamente dele. -- além disso, algo que eu possa fazer. -- seu rosto foi tomado por malícia. -- confissão! Confesse para mim o que sente. -- ela pôs as mãos na cabeça. -- eu não sinto nada! -- isso é mentira! -- havia fúria e
Canary não pensou duas vezes, ela se transformou em uma enorme besta de pelugem branca e olhos vermelhos. Sem demora, ela saltou pela janela que Vahem havia quebrado, quando aterrissou no chão, a fêmea se sentia estranha. Mas ela não se importou, ela começou a correr, indo atrás dele. Canary ouvia os uivos desesperados pela floresta, ele não estava sozinho. Seus licanos estavam com ele. Ela correu, saltando por árvores e galhos pontiagudos com leveza. Mais a frente ela avistou o burburinho, Vahem corria o mais rápido que podia, ao lado de seus licanos. Ele estava indo atrás de Klaus. Ela engoliu em seco. --VAHEM! -- ela conseguiu uivar. Todos se voltaram para ela. Os olhos amarelos de Vahem queimavam. -- PARE VAHEM, AGORA EU IMPLORO. -- mas ele apenas se virou e voltou a correr. Ela tentou alcançá-los, mas Vahem era rápido demais.Sem demora, eles chegaram ao casarão. Os licanos de Vahem saltaram contra os portões, despertando os licanos de Klaus. Que saltaram com extrema veloci
Canary estava sentada ao lado de Merydia, olhando dela para Heloíse. Já fazia um dia inteiro, que as duas estavam naquela situação terrível. Markus não soltava a mão de Merydia em momento algum. -- você precisa comer, Markus. -- ele parecia desnorteado quando olhou para ela. -- não tenho fome. -- sua voz saiu embargada. Canary sentiu seu coração apertado, ela se pôs de pé tocando seu ombro e saindo da sala logo em seguida. Quando passou pela porta, logo ela avistou Vahem entrando pelas portas do casarão, seguido por Klaus. Ela não pôde negar que era uma visão e tanto, um ao lado do outro. Os dois ainda estavam muito machucados, e cambaleavam um pouco, mas não era nem de longe ruim. -- alguma mudança? -- Vahem questionou preocupado. -- Merydia se mexeu algumas horas atrás, mas foi só isso. Heloíse... -- ela ergueu o olhar para Klaus, que estremeceu. -- Heloíse, ainda não fez nenhum movimento. -- A garganta do macho oscilou, enquanto ele andava até a sala. -- resolvemos a situação