Canary estava em uma sala grande e arejada do palácio, enquanto algumas mulheres traziam para ela vários modelitos de vestidos cerimônias. A coroação já estava batendo a porta, e aparentemente, ela precisava de um belo vestido. As mulheres espetavam agulhas nas saias do vestido, apertavam em certos lugares, e afrouxavam em outros. Ela já estava detestando aquela situação. Quando de repente, Vahem adentrou na sala. Ao vê-la naquela posição, com aquela cara de que não aguentava mais. Seus lábios se curvaram para cima. Canary lhe lançou um olhar cortante. -- diga alguma coisa, Vahem. -- ela disse entre dentes. Ele pigarreou se aproximando. -- bem... eu gostei muito deste. -- é claro que gostou. -- ele piscou para ela. -- se bem que eu prefiro você com bem menos roupas. -- as costureiras ficaram vermelhas se encarando, Canary o encarou furiosa. Enquanto ele não parava de rir. -- eu já estou exausta de ficar nessa posição, esse vestido me dá calor. -- ela bufou. -- só mais alguns
Canary estava encarando o grande palácio, tudo estava tão organizado e arrumado. Haviam flâmulas de meia luas para todo canto, flores de todas as cores, enfeites reais distantes. E mais a frente os tronos. Agora haviam dois. Canary engoliu em seco quando acordou naquela noite, desceu as escadas e se deparou com aquele segundo trono. Seu coração acelerou dentro do peito, quando viu que os dois eram do mesmo tamanho. Merydia havia explicado que o trono da rainha era sempre o menor, mas Vahem havia feito questão de que os dois fossem iguais. Ela sorriu, sentindo a garganta apertada. -- não sabia que havia alguém aqui, a essa hora. -- Canary se virou rapidamente, e avistou Daros. O homem usava apenas uma calça vermelho cor vinho, e um sobretudo marrom. Ela se sobressaltou ao ver o quão forte ele era. -- estava sem sono. -- é a ansiedade da coroação. Ele se aproximou prontamente, ficando ao seu lado. O homem era alto, mas não tanto quanto Klaus. Ela estremeceu ao ter esse pensamento.
Canary se forçou a ficar de pé, mesmo que suas pernas ameaçassem tombar. Ela sentia todo o seu corpo tremer, enquanto as lembranças da última noite que ela passou com Kyra, voltavam à sua mente. -- ela é linda, não é? -- Daros não parava de sorrir, enquanto puxava Lídia para junto de si. -- ora meu amor... Não seja inadequado, estamos na presença do rei e da rainha. - Daros riu. Canary se empertigou onde estava, fazendo a maior força para não saltar no pescoço da irmã. Ela olhou para o lado, o rosto de Vahem estava pura fúria. Ela respirou fundo, e apertou sua mão, trazendo sua atenção para ela. -- o que há com vocês dois? Parecem ter visto um fantasma. -- Vahem apertou a mão de Canary. -- nós... Nós estamos felizes em conhecê-la, Lidia. -- Canary conseguiu pôr as palavras para fora. -- mas agora nós precisamos de um pequeno momento, a sós. -- Daros abriu um sorriso malicioso, e piscou para Vahem. -- eu entendo como é, divirtam-se! Vamos amor. -- ele apertou a cintura de Lídia.
Canary não sabia como uma festa de coroação deveria ser, mas aquela com toda a certeza, era uma das piores do mundo. Ela mal conseguia aproveitar, ficava apenas observando a irmã do outro lado do salão, dançando animadamente com Daros. Algum tempo depois, Vahem se aproximou junto de Merydia e Markus. -- como foi? -- acho que você já imagina, é exatamente o que pensávamos! Ela está com Daros, pois sabe que ele pode até mesmo começar uma guerra, por conta dela. -- Vahem se empertigou, colocando as mãos nas costas de Canary. -- vadia maldita, eu posso acabar com ela agora! Aqui se quiser. -- Merydia esbravejou Furiosa, ela fez menção de erguer a mão, mas Canary a impediu. -- Canary? -- não iria funcionar, Lídia contou que vocês duas perderam a magia aquela época, pois feiticeiras não podem lutar umas contra as outras, de nada adiantará Merydia. -- a cunhada bufou furiosa, abaixando o braço. -- e o que faremos? -- nada. -- Merydia encarou Vahem. -- nada? Vahem! -- não podemos faz
Todos estavam imóveis, ainda tentando assimilar o que havia acabado de acontecer. Markus estava do outro lado do pátio, Merydia estava sentada ao seu lado. O encarando, o jovem macho ainda parecia um tanto desnorteado depois de levar um soco e acordar. Furiosa e nervosa, Canary andou até ele. Quando se aproximou, ela lhe deu um tapa forte no rosto. Merydia a encarou confusa. -- Canary... -- dissemos! Dissemos a você que não deixasse ela se aproximar, e você dançou com ela! Deixou ela tocá-lo e ainda falar algo no seu ouvido! Deixou que ela o enfeitiçar! -- ela esbravejou furiosa. Markus se enrijeceu. -- eu... Eu se quer sabia o que estava acontecendo, ela disse algo pra mim... Disse que o rei e a rainha mandaram, era como se meu mundo tivesse apagado, quando eu acordei estava caído no chão, aqui. -- ela se afastou nervosa, Vahem se aproximou tocando seu ombro. -- o que eu fiz? Eu... Eu não me lembro. -- Merydia tocou seu rosto tristemente. -- você matou Damon, o filho de Daros! A
Na semana que se seguiu, ninguém teve notícias de Daros. A única "boa" notícia que todos haviam tido, era que sua volta para casa havia sido adiada, pois as carruagens quebraram no meio do caminho, e o rei teve que parar por um bom tempo na estrada. e ainda demoraria muito para atravessar o mar. Eles ainda tinham tempo, mesmo que pouco, mas tinham. Os licanos que Vahem enviado, haviam enfim voltado para o palácio depois de muito tempo. e para sua sorte haviam trazido o reforço necessário. Castro implicou com a decisão, pois não ficou feliz que não fora consultado. Mas Vahem não havia ligado para ele. Canary, mesmo nervosa, não queria ser um fardo, e ficar parada sem fazer nada. Haviam fêmeas no palácio, e ela decidiu que não deixaria elas à mercê. Então, ela comunicou a Vahem que queria treiná-las, algo que ele aceitou rapidamente. Depois um momento intenso entre os dois, dentro do banheiro. Merydia e Markus pareciam um tanto distantes, depois de tudo o que havia acontecido, mas Ca
Canary se manteve imóvel onde estava, enquanto as palavras de Klaus, tentavam fazer sentido em sua mente. -- Vahem não vai se ajoelhar e implorar. -- ele deu de ombros enquanto se afastava. -- então eu sinto muito, já estou sendo muito bonzinho e não matando seu amado Vahem! Quer dizer... Não sei se é amado mesmo, até agora você não disse "eu te amo" de volta. -- ela engoliu em seco. -- por que você não disse de volta, Canary? -- ela se pôs de pé furiosa. -- Klaus, eu peço por favor... Nos ajude! Você tem pessoas experientes aqui, pessoas que podem nos ajudar, eu sei que você não me... -- exato, eu não devo nada a você. -- ela se enrijeceu enquanto ele a encarava. -- o que você quer em troca de nos ajudar? -- já dei minhas condições. Ela se aproximou lentamente dele. -- além disso, algo que eu possa fazer. -- seu rosto foi tomado por malícia. -- confissão! Confesse para mim o que sente. -- ela pôs as mãos na cabeça. -- eu não sinto nada! -- isso é mentira! -- havia fúria e
Canary não pensou duas vezes, ela se transformou em uma enorme besta de pelugem branca e olhos vermelhos. Sem demora, ela saltou pela janela que Vahem havia quebrado, quando aterrissou no chão, a fêmea se sentia estranha. Mas ela não se importou, ela começou a correr, indo atrás dele. Canary ouvia os uivos desesperados pela floresta, ele não estava sozinho. Seus licanos estavam com ele. Ela correu, saltando por árvores e galhos pontiagudos com leveza. Mais a frente ela avistou o burburinho, Vahem corria o mais rápido que podia, ao lado de seus licanos. Ele estava indo atrás de Klaus. Ela engoliu em seco. --VAHEM! -- ela conseguiu uivar. Todos se voltaram para ela. Os olhos amarelos de Vahem queimavam. -- PARE VAHEM, AGORA EU IMPLORO. -- mas ele apenas se virou e voltou a correr. Ela tentou alcançá-los, mas Vahem era rápido demais.Sem demora, eles chegaram ao casarão. Os licanos de Vahem saltaram contra os portões, despertando os licanos de Klaus. Que saltaram com extrema veloci