Canary estava sentada ao lado de Merydia, olhando dela para Heloíse. Já fazia um dia inteiro, que as duas estavam naquela situação terrível. Markus não soltava a mão de Merydia em momento algum. -- você precisa comer, Markus. -- ele parecia desnorteado quando olhou para ela. -- não tenho fome. -- sua voz saiu embargada. Canary sentiu seu coração apertado, ela se pôs de pé tocando seu ombro e saindo da sala logo em seguida. Quando passou pela porta, logo ela avistou Vahem entrando pelas portas do casarão, seguido por Klaus. Ela não pôde negar que era uma visão e tanto, um ao lado do outro. Os dois ainda estavam muito machucados, e cambaleavam um pouco, mas não era nem de longe ruim. -- alguma mudança? -- Vahem questionou preocupado. -- Merydia se mexeu algumas horas atrás, mas foi só isso. Heloíse... -- ela ergueu o olhar para Klaus, que estremeceu. -- Heloíse, ainda não fez nenhum movimento. -- A garganta do macho oscilou, enquanto ele andava até a sala. -- resolvemos a situação
Haviam coisas demais a serem ditas, e os três necessitavam de um momento para tentar colocar todas as coisas no lugar. Canary foi até Heloíse algumas horas depois, para sua felicidade, a amiga estava com os olhos abertos. E respirava pesadamente. Canary correu até ela, ao ver a cena. -- aí está você. -- Heloíse abriu um leve sorriso de canto. -- acho que não morri. -- Canary sorriu, tentando conter a emoção. -- não ouse fazer isso novamente, Heloíse! -- ela assentiu vagarosamente, enquanto Canary pegava sua mão. -- Vahem e Klaus, eles... -- você não vai acreditar. -- ela se sobressaltou, mas quando Canary começou a contar tudo o que havia acontecido, Heloíse parecia incrédula, e animada. -- deuses! É sério? -- muito sério. -- ela abriu um grande sorriso. -- eu sabia que em algum momento... Os dois iriam se resolver. -- Canary assentiu sorrindo para ela. -- então vocês estão fofocando sobre mim? -- Canary se virou rapidamente para trás, quando ouviu Klaus balbuciar a porta.
Klaus havia trazido consigo todos os seus licanos, e até mesmo humanos que trabalhavam para ele. Sua chegada foi comemorada por muitos, afinal... Todos os irmãos Endor estavam juntos enfim. Uma grande festa de comemoração foi feita. Não era muito sensato estar comemorando assim as vésperas de uma guerra, mas eles não podiam simplesmente parar de viver. Quando voltou para o seu quarto naquela tarde, Vahem estava terminando de pegar suas roupas que estavam no armário. Canary se sobressaltou. -- Vahem, você vai mesmo sair do quarto? -- ele se voltou para ela tristemente. -- nós já conversamos sobre isso. -- ela se empertigou. -- não gosto dessa ideia. -- eu também não, não consigo dormir sem você. -- ela engoliu em seco. -- mas eu também não consigo dormir ao seu lado, sabendo que você pode estar pensando em Klaus. -- ela o encarou. Vahem se aproximou rapidamente, e tocou seu queixo. -- para todos os efeitos nós ainda estamos juntos, ainda somos o rei e a rainha! Não se preocupe, a
A noite passou de uma festa animada, para planejamento de batalha o mais rápido possível. Os homens de Klaus foram postos em todos os cantos do palácio, ao lado dos licanos de Vahem. Aquela era uma situação de emergência, e Daros não podia ganhar uma brecha daquela forma. Vahem e Klaus se trancaram em uma sala, planejando melhores formas de lutar. Canary resolveu participar do planejamento, assim como Merydia e Markus. Era complicado, na maior parte das vezes, ela não entendia nada que estava sendo dito naquela sala. Mas ela precisava entender, não havia mais tempo para perder. Canary ficou encarregada de dar as últimas aulas para as fêmeas e mulheres da região. Ela saiu da sala pronta para fazer o que deveria ser feito. Quando avistou Merydia mais a frente junto de Markus. Os dois conversavam baixinho. -- só estou dizendo que você pode se esconder também, se proteger até isso passar. -- Markus disse tocando o rosto dela. -- eu já disse a você! Eu vou ficar, não vou deixar que os
Canary estava deitada ao lado de Vahem, apreciando a respiração ofegante de seu macho. Enquanto as luzes das velas, refletiam em seu corpo nu. Ela estremeceu, enquanto fazia leves círculos em seu peitoral. -- o que está fazendo? -- desenhando meu nome em você. -- ele riu de canto, enquanto massageava suas costas nuas. -- seu nome já está marcado em mim, Canary. -- ela abriu um leve sorriso, enquanto erguia o olhar para ele. -- essa pode ser nossa última noite juntos. -- ele pôs um dedo em seus lábios. -- não pense assim. -- é impossível não pensar, Daros já está a nossa porta! E... Lídia não vai sair sem causar um massacre. -- ele respirou pesadamente. -- não vou deixar que ela faça nada a você, ou a qualquer um! Dessa vez... Eu arranco a cabeça daquela vadia. -- Canary estremeceu, enquanto acariciava seus cabelos. -- Vahem... Eu não quero morrer, e acima de tudo! Não quero que você morra. -- as lágrimas rolaram de imediato por seus olhos. Ele se sobressaltou, deitando-a na ca
O encontro com Daros deveria ser rápido. Então todos se preparam o mais rápido possível. Os licanos foram mandados na frente, para que ficassem escondidos na floresta. Enquanto o resto do grupo, iriam em seus cavalos. Canary estava no pátio, esperando pelo resto do grupo. Quando Vahem se aproximou, e abraçou por trás. Beijando lentamente seu pescoço, ela sentia vários arrepios, enquanto ele tocava seu corpo. Sem demora, ela sentiu o macho colocando uma adaga em sua bota, ela sorriu. -- pra quê isso? -- quero que fique o mais segura possível. -- ele se afastou rapidamente. -- eu também quero que fique, está bem armado? -- pode apostar que sim. -- seu rosto se tornou muito malicioso, Canary revirou os olhos, quando percebeu ao que o macho estava se referindo. -- você é estranho. -- eu sei. -- ele se aproximou prontamente, beijando a superfície de seus lábios. Enquanto os cavalos eram postos ao seu lado. Merydia, Klaus e Heloíse logo se juntaram. Markus havia ido na frente com
O grupo voltou para o palácio às pressas, enquanto Merydia e Markus ficaram para trás, para poder ajudar os aldeões que precisavam se esconder nas câmaras de segurança do palácio. Todos os licanos foram colocados de prontidão, em volta de todo o palácio. Enquanto o real exército, se preparava nos fundos. Klaus ficou no grande pátio, dando algumas últimas instruções de emergência. enquanto Vahem e Canary subiam até seu quarto. Vahem adentrou puxando Canary, enquanto ele rumava apressado até o outro lado do quarto, pegando a armadura, que ele havia mandado fazer para ela.Sem demora, ele pôs a armadura em seu corpo, e fechou com agilidade. -- Vahem... -- ele segurou seu rosto entre os dedos, e beijou seus lábios de forma longa e demorada. Um beijo romântico, um beijo de despedida. Ela se afastou sentindo o coração apertado. -- não! Não vamos fazer isso, você não vai me beijar assim, Vahem! -- ele engoliu em seco, enquanto seus olhos ficavam vermelhos. -- essa pode ser a última ve
A terra fedia a ferro e a carniça, tinha um gosto amargo, conforme eles se aproximavam. Haviam tantas cabeças, braços e pernas arrancados. Homens que ainda agonizavam no chão. Canary sentia que aquele era um mundo totalmente diferente do que ela havia vivido, até aquele momento. Merydia tomou a frente da batalha, contrariando os pedidos de Vahem, Klaus e Markus. Ela não tinha medo. conforme os homens de Daros foram se aproximando, ela ergueu seus braços sem qualquer indício de medo, e jogou uma boa parte para o lado. Desmembrando outros, apenas com um estalar de dedos. Merydia era muito poderosa, mas aquele tipo de magia, exigia demais dela. Mas ela não parou, conforme eles vinham em sua direção, a cunhada erguia os braços jogando-os para os lados. Enquanto Daros ordenava que mais de seus homens entrassem no campo de batalha. Aquilo não era o suficiente, Merydia era muito poderosa. Mas aquele esforço todo, destruiria seu corpo. A cunhada já demonstrava fraqueza nos braços, e nas