Canary tenta fugir, ou se desvencilhar do alfa. Mas ele a prende com força, em volta de seus braços enquanto seus licanos rugem para ela. Ele segura seu queixo e fala:
-- você acha mesmo que vai escapar de mim, assim? -- ele ri de forma irónica. -- magrela e fraca como você é! Não me leve a mal, eu gosto de ser desafiado Canary! Mas... Tudo tem um limite e está na hora de irmos para casa. -- ele a segura com ainda mais força, mas ela consegue lhe dar um tapa bem forte no rosto e se afastar dele.Os licanos vão para cima dela com extrema velocidade, mas Kyra ergue a mão, ordenando que parem. Canary se mantém firme.-- eu não irei com você a lugar algum! Não sou sua esposa, ou seja lá o que você pensa que eu sou! Eu não queria me casar com você! E nunca faria tal coisa! Nem mesmo se eu estivesse louca! -- ela grita em seu rosto.Kyra abre um sorriso assustador e se aproxima dela novamente, fazendo Canary se encolher.-- eu não gosto de repetir as coisas que digo Canary. -- as garras de suas mãos cresceram assustadoramente. Canary se encolheu.-- eu disse que você vem comigo, e você vem! Sua puta! Quer ser tratada como a vadia da sua mãe era tratada? pois bem. -- Kyra a pegou pela cintura, prendeu seus braços para trás e a obrigou a andar.Seu corpo inteiro arrepiou de medo, Kyra era um monstro.-- espero que aquele maldito bastardo não tenha encostado em você, esse privilégio é meu. -- ele disse ao seu ouvido, fazendo o estômago dela se revirar.Então eles começaram a seguir viagem, e Canary não podia fazer nada a não ser andar. ****O dia já estava quase chegando, Canary sentia uma vontade imensa de correr. Só de pensar que seria obrigada a se deitar com aquele maldito, sua pele congelava.Eles já estavam próximos da fronteira da aldeia dele, quando ela sentiu algo. Ela não sabia o que era. Sua pele ferveu, como um pressentimento. Mas ela nunca havia sentido aquilo, parecia... Que algo estava se aproximando.-- continue andando! -- Kyra gritou para ela. A fazendo voltar a andar.Ela continuou sentindo, enquanto eles desciam uma ribanceira. E então, sua nunca arrepiou e logo em seguida ela ouviu um uivo assustador. Nervosa ela olhou para trás, e Kyra já estava em sua forma bestial.De repente o licano de pelugem vermelha pulou em cima dele, o jogando para longe. Vahem.Os licanos todos correram em direção ao seu alfa, Canary só via sangue e ouvia seus gritos.Kyra pulou em cima de Vahem, enquanto ele tentava se desvencilhar.Ela sentiu um impulso em seu corpo, algo que a ordenava ir na direção dele.Mas ela negou esse impulso e saiu correndo em direção a floresta, ela não iria virar a prisioneira de nenhum dos dois.Ela continua descendo mas ouvia os gritos, e por um momento ela parou e olhou para trás.-- Vahem... -- ela sussurrou tremendo. Seu sangue gelou.Mas ela se forçou a correr, enquanto ouvia os gritos.Mas Então ela sentiu uma pontada em sua cabeça, uma pontada estranha. E ela caiu ladeira abaixo e ao chegar no chão, algo dentro dela despertou, ela não sabia o que. Ela rugiu como uma besta, como um licano. Seus olhos ficaram vermelhos como sangue.seu impulso foi de correr de volta para Vahem, por algum motivo. Mas ela se manteve no chão.-- Canary... -- ela ouviu sua voz falando atrás dela.Rapidamente ela olhou para trás, e Vahem estava ali.Estava nu e muito machucado.-- v-vamos, Canary. -- ele lhe estendeu a mão.Ela quis resistir, ela conseguiria fugir dele se quisesse. Mas algo não deixou, ela segurou sua mão e o seguiu.-- quando me transformar, monte em minhas costas está bem? -- ela assentiu.Mesmo muito machucado, ele se transformou.E quando ela montou nele, e eles começaram a correr pela floresta, algo dentro dela agradeceu pela vida do rouge. ****Após correrem um pouco, ele já estava exausto e perdendo a velocidade.Mas ela notou que eles já estavam chegando na aldeia, logo muitos licanos correram na direção deles.Ela estava desmontando do rouge, quando sentiu uma dor lancinante no braço esquerdo. Ela não sabia o era, parecia fogo queimando sua pele.Os licanos levaram ela e Vahem para dentro, mas a dor continuava.Eles puseram Vahem na sala principal de seu casarão e o vestiram.Ela lentamente foi atrás dele.-- ele... Vai ficar bem? -- ela questionou a um de seus licanos. Ele a encarou desconfiado.-- talvez, ele ficou muito ferido nessa batalha! Por sua causa. -- ela se encolheu levemente, ainda segurando seu braço esquerdo que doía muito.Lentamente ela se aproximou de onde ele estava sentado, seu corpo estava cheio de sangue.Ela não entendia porque ele havia arriscado sua vida daquela maneira, e... Por ela.Ela chegou bem perto dele.-- obrigada... Vahem. -- ela não sabia se ele ouvia, e então logo se afastou.Mas então ele puxou sua mão a trazendo para perto dele, lhe envolvendo em seus braços em... Um abraço.Ela não sabia como reagir, o corpo dele estava quente e ele estava... Tremendo?-- não sabe o que eu senti quando vi que havia desaparecido, Canary. -- ele falou em seu ouvido. Ela sentiu o sangue ferver novamente.-- só de imaginar o que aquele maldito teria feito com você... -- ela sentiu sua pele ficar tensa. -- eu... Eu não sei o que teria feito.Ela sentiu ódio em sua voz, ainda sem saber muito o que fazer, ela pôs as mãos em volta de sua nuca e retribuiu seu abraço.Ela não sabia o que aquilo significava.-- eu estou bem, estou aqui... Obrigada! Novamente. -- ela o ouviu rir. Quando ela estava prestes a falar algo, seu braço ardeu como brasa. Ela se afastou dele sentindo aquela m*****a dor.-- O QUE HOUVE? -- ele se pôs de pé, mesmo ferido.Ela caiu de joelhos suando e sentindo aquela m*****a dor, ela olhou para seu braço e estava aparecendo um... Símbolo. Ela gritou apavorada.Vahem se aproximou, mas ela se afastou, a dor era terrível. mas então... Passou como se nunca tivesse acontecido.Tremendo ela encarou seu braço e havia um maldito símbolo ali, era uma meia lua.-- que merda é essa? -- ela questionou sem voz.Vehem a encarou e ele estava pálido.-- QUE MERDA É ESSA VAHEM? -- ele se abaixou lentamente, se ajoelhando na frente dela.Seus braços estavam cobertos com uma camisa branca, lentamente ele ergueu a manga da camisa. Revelando a mesma lua em seu braço.Canary sentiu o corpo tremer.-- o- o que é isso? -- mas ele se manteve quieto.-- me responde! É... É algum tipo de maldição eu... Eu...-- não é uma maldição Canary. -- ele disse abaixando a cabeça.-- então... Então o que é isso merda?-- é um símbolo de união licana. -- Canary ficou pálida de imediato..-- o que?-- é um símbolo de união carnal, entre um licano e outro! As luas em nossos braços... Se completam. -- ela começou a rir desesperada e sem reação, seu coração estava a mil.-- não... Não... Isso não é possível, porque eu não sou uma licano. -- Vahem ficou quieto.-- eu não sou!-- tem certeza disso Canary?-- o que você quer dizer com isso? -- seus olhos encheram de lágrimas.-- minha mãe... Ela... Ela era humana, isso não faz sentido isso...-- sua mãe sim, mas seu pai... Era um alfa Canary. -- seu corpo inteiro paralisou.-- o que torna você, uma híbrida! Você é metade humana e metade licano Canary. E é... Minha Lua. -- ela não sabia o que dizer, seu mundo inteiro desabou naquele momento. Tudo ficou escuro, e então... Ela apagou.Ainda confusa e meio zonza, Canary acordou novamente naquele quarto imenso. E novamente do outro lado do quarto, estava Vahem. Ela se pôs de pé imediatamente, e tão rápido quanto ela, ele veio correndo em sua direção. -- eu ajudo você, você precisa ficar deitada Canary você... -- eu não preciso de nada, só preciso que você me diga que aquilo que me falou, é uma grande mentira. -- ela disse furiosa. Vahem a encarou e havia pena em seu olhar. -- infelizmente não posso falar isso Canary. -- e por quê não? -- porquê não é verdade! -- ela o encarou sentindo o mundo desabar novamente, mas dessa vez, ela se segurou. -- meu pai não era alfa! -- ah é? E como você sabe disso! -- ela o encarou nos olhos. -- eu sei que ele não era. -- Vahem riu com escárnio. -- seu ódio por sua própria raça é tão... -- ela lhe deu um tapa, que fez seu rosto virar para o lado. Vahem virou o rosto lentamente, ele segurou sua mão e a recostou contra a parede. Ela sentiu o ar sair de seus pulmões. -- j
Quando voltaram para a aldeia de Vahem, Canary não conseguia parar de pensar em tudo o que havia acontecido. E em como ela iria agir apartir daquele momento. Quando chegaram no casarão, os dois subiram até o andar de cima, ainda em silêncio. Vahem abriu a porta para ela, que logo adentrou. -- obrigada, por tudo. -- ela disse sentindo a garganta seca. -- não precisa me agradecer por nada, Canary. -- os dois se encararam. -- durma um pouco, amanhã... Temos um dia longo. -- ela assentiu se aproximando da cama. Mas quando se virou para trás, Vahem estava bem atrás dela. Sobressaltada ela se recostou contra a parede. -- o que há? -- ela questionou fitando seu rosto, ele engoliu em seco se aproximando dela. -- eu... Eu só preciso saber se você está bem. -- ele se aproximou ainda mais. Ficando a poucos centímetros dela. -- eu... Eu estou bem. -- não minta para mim. -- ele a olhou no fundo dos olhos. -- não estou. -- ela disse quase como um transe. Ele ergueu levemente uma das mão
Ao decorrer da cerimônia, Canary foi apresentada a todos os licanos da aldeia, como a lua de Vahem. Sua companheira oficial. Mesmo nervosa por estar nessa posição, Canary não se deixou abalar. -- você está indo bem, não se preocupe. São apenas... Regras bobas. -- Merydia disse em seu ouvido. Ela sorriu para Merydia e assentiu ficando meio tensa. Quando enfim foi apresentada para toda a sociedade licano, ela se sentia exausta. Vahem rumou até ela e o modo como ele a encarava era... Intenso.-- precisamos subir agora. -- ele disse em seu ouvido. Ela o fitou. -- tão abrupto? -- ele riu. -- eles precisam nos ver subindo juntos, para que saibam que iremos... -- ele parou bruscamente e engoliu em seco. Canary sentiu o corpo paralisar. -- está bem, vamos. -- ela disse sem medo, por alguma razão. Vahem sorriu novamente para ela. Merydia ficou encarregada de se despedir dos convidados, enquanto ela e Vahem rumavam até o casarão. Canary estava bem ao seu lado, quando Vahem a puxou para
Após Vahem confirmar que seu treinamento começaria no dia seguinte, Canary mal pôde dormir. E não apenas por isso, mas porque ela ainda estava dormindo no mesmo quarto que ele. Na manhã seguinte, ela levantou muito cedo. Mas para sua surpresa, Vahem não estava mais no quarto. Ela se pôs de pé confusa.-- bom dia. -- ela se assustou com a voz de Merydia que já estava entrando no quarto. -- bom dia, como... -- eu senti que você havia acordado, então logo resolvi vir até você. -- Canary a encarou de esguelha. -- você... Sentiu? -- ela riu olhando para Canary. -- é algo que eu conto depois, para você. Agora... Temos coisas melhores para fazer.E logo em seguida ela deu ordens para algumas mulheres entrarem no quarto. Todas traziam roupas de várias formas para Canary. As roupas foram postas em cima da cama, e quando as mulheres saíram Canary correu até as peças, checando cada uma um tanto receosa. -- elas... Elas são para mim? Merydia assentiu sorridente. -- mandei fazê-las para
Enquanto entrava no casarão, Canary ouviu alguém atrás dela. Ao se virar bruscamente, não viu ninguém. Ela deu de ombros, e então deu de cara com Vahem, seu olhar estava gélido. Ele parecia estranho. Ela cruzou os braços enquanto seus lábios se curvavam lentamente para cima. -- não pode fazer isso comigo, Canary. -- ele parecia estar tentando se controlar. -- ah é? E por quê não? -- ela perguntou desafiadora. -- quer saber o por quê? -- ele a segurou pela cintura com extrema força e velocidade, e antes que Canary se desse conta. Ela estava contra a parede, enquanto Vahem estava a centímetros de seus lábios. Ela engoliu em seco ao notar a aproximação. -- Vahem... Foi apenas uma... Brincadeira. -- não sabe como essas "brincadeiras" podem ser perigosas, Canary. -- ele disse sussurrando. Algo dentro dela se acendeu. -- por quê são tão perigosas? Ele riu sem felicidade, apertando sua cintura.-- eu sou um macho, e para todos os efeitos estamos... Unidos. Deveríamos... -- ele parou
Sem nem perceberem, uma comoção generalizada começou. Canary escutou pessoas gritando, e vários licanos correndo na direção dos portões. Enquanto Vahem dá algumas ordens. -- preciso que você cuide de Canary, Merydia. -- ele fala ofegante. Canary o encara rapidamente. -- você vai nos deixar? -- preciso lutar contra ele Canary. -- ele não quer você, ele me quer. -- Vahem parou bruscamente. -- eu sei, mas Kyra é vingativo. Ele preza a vingança mais do que a vontade de ter o que quer, ele quer me matar Canary. Vou ser a distração dele, e acabar com ele. -- Merydia se aproximou. -- você ainda está fraco, Vahem. -- ela falou um tanto aflita. Canary olhou para ela rapidamente.-- o que? Como assim... O que aconteceu? -- Vahem lançou um olhar cortante para a irmã. -- não me olhe assim, você sabe que estou falando a verdade. -- não temos tempo para isso Merydia, se eu não for ele vai matar pessoas inocentes! -- Canary jogou os braços para o alto. -- do que vocês dois estão falando?
Canary se jogou contra Kyra, rasgando a pele de seu braço. Fazendo jorrar sangue, ela não parava de ir para cima. Mesmo com ele tentando se defender, ela o mordia com ferocidade. -- eu vou te matar, vou te matar pela minha mãe! E vou te matar por Vahem. -- ela disse sem medo. Ela só via vermelho, ela queria tirar sangue dele. Ela o jogou contra o chão, mordendo seu pescoço, mordendo firme. -- PARE SUA MALDITA VADIA! -- ele falava se contorcendo. Ver ele daquela forma, fez ela rir assustadoramente. Mesmo furiosa, e disposta a matá-lo Canary ainda era nova naquilo, era sua primeira vez e Kyra era há anos mais experiente. Ele conseguiu se soltar, e pegou Canary pelo pescoço, a jogando contra a parede. -- CANARY! -- Merydia gritou do outro lado. Atordoada, ela tentou se pôr de pé, mas Kyra correu até ela. E começou a morder seus braços e costelas com extrema violência. Ele era mais forte, mais velho. Ela não teria chance. Kyra a jogou no chão, ela estava sangrando muito. Ele ficou
-- vo... Você o que? -- Canary questionou sentindo o estômago se revirar. Vahem não a olhava nos olhos. -- VOCÊ O QUE VAHEM!? -- Canary, calma ele... -- Merydia tentou tocar nela, mas Canary se afastou. -- nos deixem a sós. -- ele se direcionou aos seus licanos, que logo saíram da sala.Merydia a encarava com pesar. -- é difícil para explicar Canary... -- Merydia, nos deixe por favor. Canary quer falar apenas comigo. -- ele disse de forma firme. Ela assentiu, sem olhar nos olhos de Canary.Logo os dois ficaram sozinhos, e Canary não conseguia respirar. -- Canary eu... -- você é o monstro? Vahem. Ela perguntou sem desviar o olhar. Ele a encarou rapidamente. -- o que? -- Kyra me disse algumas coisas e agora... -- agora você acredita nele? -- NÃO! Vahem, eu não acredito nele! Mas eu não sei em quem acreditar! Vi você decapitando uma criança, e em seguida... Você me conta que destruiu toda uma capital! COMO? -- novamente ele desviou o olhar, mas se pôs de pé. -- tem algo de