Canary foi caminhando atrás de Vahem, olhando para cada canto daquele acampamento. Haviam tantos licanos, todos olhavam para ela com curiosidade. Ela se encolheu. Vahem parou, enfim, enfrente a uma tenda que ficava no meio do acampamento. Ele a fitou de cima a baixo. -- por favor, seja gentil Canary. -- ela lhe lançou um olhar cortante. -- pode deixar, lorde. -- logo ele desviou o olhar, adentrando na tenda. Canary logo em seguida, era quente. Bem iluminada, haviam camas, cadeiras, mesas. Parecia uma casa. -- não estou acreditando. -- ela ouviu uma voz masculina falar. -- você veio mesmo irmão.Um macho alto, de olhos verdes, cabelos negros em tranças curtas, e pele como a de Merydia. Rumou até Vahem o abraçando fortemente. -- eu estou aqui, irmão! Eu prometi! Não foi? -- o macho sorriu alegremente. -- é, e olha que você é péssimo com promessas. -- alguns licanos riram. Vahem sorria alegremente, de forma que Canary nunca havia visto. O macho parecia ter notado a existência d
Canary começou a correr o mais rápido que suas pernas conseguiam, mas ele estava transformado. E para todos os efeitos, naquele momento ela era só uma humana fraca. Ela tentou se transformar, mas nada veio. Ela não poderia fugir dele. Ela se jogou em uma ribanceira, caindo em um lago. E correu ainda mais, mesmo ferida. Ela se escondeu atrás de arbustos, e ele parecia ter sumido. O som de seus rosnados atrás dela, haviam cessado.Ela tentou respirar o mais devagar que podia. Até ouvir a respiração dele atrás dela.Ela gritou de pavor, e tentou fugir. Mas Vahem se jogou contra ela, a prendendo contra seu corpo. Ele era pesado, ela mal estava aguentando. -- Vahem... Vahem sou eu, Canary! Por favor... -- ele rugiu em seu rosto, lhe mostrando as enormes presas. Ela não entendia, ele estava irracional. Aquele era... Seu lado sombrio, o lado ruim. -- Vahem por favor, não faça nada me perdoe eu... -- ela começou a procurar por alguma pedra, ou galho ao seu redor, mas nada encontrou. Até
Canary encarou Dennyel, e respirou fundo. -- então... Me sangue é mágico? -- o macho sorriu para ela, e negou com a cabeça. -- não, não é bem assim! Mas seu sangue tem propriedades que podem nos ajudar. -- ela o fitou. -- ainda é confuso para mim, como descobriram isso? E como sabem que pode dar certo? -- estamos estudando você a muito tempo, Canary. -- ela ouviu a voz de Merydia. -- estão é? -- ela questionou encarando Vahem. Mas ele não olhou para ela. -- e por quê vocês simplesmente não me falaram isso? Talvez eu teria vindo de boa vontade, se soubesse que meu sangue poderia ajudar dessa maneira. -- Vahem continuo distante. -- você estava com raiva de mim...-- estou. -- ela corrigiu prontamente. Ele a fitou rapidamente, mas logo desviou o olhar. -- está! E você estava fugindo, eu não queria perder essa oportunidade Canary. -- ela cruzou os braços. -- bem e você... -- e seu sangue pode nos ajudar a derrotar não só Kyra, mas muitos outros que já nos fizeram mal. -- Mery
Merydia estava pálida, enquanto encarava o casarão antigo. Canary a fitou, ainda pasma pela revelação que havia acabado de receber. -- vocês... Tem mais um irmão? Um irmão gêmeo? -- ela assentiu com pesar. Canary notou como aquilo parecia difícil para ela. -- não precisa me contar nada, se for duro para você Merydia. -- ela sorriu gentilmente para Canary. -- não, você precisa saber. Nós vivíamos aqui, há... Muitos, muitos anos atrás. -- Canary se sobressaltou. -- Vahem e Klaus foram os primeiros filhos de meus pais, eu cheguei apenas alguns anos depois. Mas crescemos juntos, ou... Quase isso. -- ela disse com pesar. -- meu pai era bom apenas em poucas lembranças minhas, mas na verdade ele era um monstro! Um maldito licano que não amava ninguém. -- Merydia cuspiu no chão. -- ele não me amava, nunca me amou. Por isso, eu vivia mais próxima de minha mãe, sabe? Ele detestava ter uma filha mulher, ele quase me matou no nascimento, mas minha mãe implorou por mim e ele... Me deixou. --
Aquelas primeiras duas semanas foram intensas, Vahem tinha medo de se descontrolar então pedia para Merydia sempre estar ali, para que ele não fizesse nada a Canary. Enquanto ele tentava se controlar com ela. Canary doava um pouco de sangue a Merydia todos os dias para que ela estudasse seu sangue, procurando alguma coisa. Mas até o momento, não havia nenhum resultado. Enquanto isso, Canary treinava tentando se transformar, mas nada acontecia. Dennyel também estava treinando ela todos os dias. E ela estava descobrindo que gostava do capitão. -- você é fracote Canary, mais força nesse soco. -- ele falava a desafiando, enquanto desviava de seus golpes. -- você não é muito inspirador, sabia? -- ele riu. -- acha que já posso derrubar Vahem? -- novamente ele desviou de seu soco. -- você não derruba nem um licano de seis anos. -- ela tentou lhe dar um chute, mas ele segurou seu pé. -- escute meu conselho: -- ele a pegou, prendendo os braços dela. -- você é magra e baixinha! Deve usa
Canary voltou para o acampamento, mas Vahem não apareceu aquela noite. O que a fez passar a noite inteira se virando naquela cama pequena, imaginando o calor de seu corpo... O que fazia aquela sensação entre suas pernas começar novamente. Ela jogou as mãos para o alto furiosa e se abrigou a dormir. Quando abriu os olhos pela manhã, ela se assustou ao vê-lo ali. Ele estava se vestindo, estava molhado. Seus cabelos ruivos caindo sobre olhos, enquanto ele passava seus dedos entre os músculos, abotoando a camiseta. Ela engoliu em seco, se sentando na cama. Ele se virou para ela imediatamente, a olhando nos olhos. -- não queria acordar você. -- não acordou. -- ela se pôs de pé prontamente. Havia algo estranho, ela não conseguia olhar em seus olhos. -- acho que obtvemos sucesso ontem, não é? -- não sei, me diga você. -- ela cruzou os braços. -- eu não matei ninguém, então... Pode se dizer que sim. -- ela assentiu passando a mão pelos cabelos. -- e isso eu devo a você, ainda temos
-- tem certeza que isso vai funcionar? -- Canary questionou a Merydia, enquanto ela colocava o sangue dela no braço de Dennyel. -- pode pelo menos tentar confiar um pouquinho em mim? -- Canary a fitou nervosa. -- eu disse que descobri Canary, vai dar certo! Tenha fé. -- mesmo apreensiva, ela resolveu confiar na amiga. -- tudo bem para você servir de teste, Denny? -- ele gargalhou alto. -- sou o capitão, devo inspirar meus homens. E se der errado... Apenas eu morro, não é mesmo? -- ela assentiu nervosa. -- eu disse a ele que eu deveria ser o primeiro. -- Vahem disse se aproximando. -- e eu neguei, eu sou o... -- capitão, nós já sabemos! Não precisa repetir mais mil vezes. -- todos que estavam em volta riram. -- pode rir Vahem, quando eu estiver forte e poderoso irei derrubar você com um soco, aí veremos quem ri por último. -- Vahem lhe mostrou o dedo do meio, arrancando uma risada sincera de Canary. -- pronto, o sangue já está fluindo. Devemos esperar o feitiço fazer efeito. -
Estava frio, escuro e desconfortável. Ela se sentia zonza, enquanto tentava abrir os olhos, Canary tentou se mexer, mas havia algo prendendo suas mãos. Ela mexeu a cabeça para o lado, forçando os olhos a se abrirem e descobriu que as duas mãos estavam amarradas, no que parecia ser uma cadeira. Ela estava em uma sala escura, presa em uma cadeira. -- Vahem... Merydia... -- ela balbuciou sem voz. -- onde vocês... Onde vocês estão? -- mas não houve resposta. Havia apenas silêncio. Ainda zonza, ela foi recobrando a consciência. Ela começou a usar sua força para se soltar, forçando mais do que podia, mas nada aconteceu. Ela gritou assustada. -- SOCORRO! VAHEM, MERYDIA! SOCORRO! -- ela começou a se debater desesperada, até ouvir um barulho do outro lado da porta. Ela estava sendo destrancada. Quando a porta foi aberta, uma luz forte queimou os olhos dela, a impedindo de ver quem era. Até que a pessoa fechou a porta, mas ele havia trazido um candeeiro. -- aí está você, acordada enf