Merydia estava pálida, enquanto encarava o casarão antigo. Canary a fitou, ainda pasma pela revelação que havia acabado de receber. -- vocês... Tem mais um irmão? Um irmão gêmeo? -- ela assentiu com pesar. Canary notou como aquilo parecia difícil para ela. -- não precisa me contar nada, se for duro para você Merydia. -- ela sorriu gentilmente para Canary. -- não, você precisa saber. Nós vivíamos aqui, há... Muitos, muitos anos atrás. -- Canary se sobressaltou. -- Vahem e Klaus foram os primeiros filhos de meus pais, eu cheguei apenas alguns anos depois. Mas crescemos juntos, ou... Quase isso. -- ela disse com pesar. -- meu pai era bom apenas em poucas lembranças minhas, mas na verdade ele era um monstro! Um maldito licano que não amava ninguém. -- Merydia cuspiu no chão. -- ele não me amava, nunca me amou. Por isso, eu vivia mais próxima de minha mãe, sabe? Ele detestava ter uma filha mulher, ele quase me matou no nascimento, mas minha mãe implorou por mim e ele... Me deixou. --
Aquelas primeiras duas semanas foram intensas, Vahem tinha medo de se descontrolar então pedia para Merydia sempre estar ali, para que ele não fizesse nada a Canary. Enquanto ele tentava se controlar com ela. Canary doava um pouco de sangue a Merydia todos os dias para que ela estudasse seu sangue, procurando alguma coisa. Mas até o momento, não havia nenhum resultado. Enquanto isso, Canary treinava tentando se transformar, mas nada acontecia. Dennyel também estava treinando ela todos os dias. E ela estava descobrindo que gostava do capitão. -- você é fracote Canary, mais força nesse soco. -- ele falava a desafiando, enquanto desviava de seus golpes. -- você não é muito inspirador, sabia? -- ele riu. -- acha que já posso derrubar Vahem? -- novamente ele desviou de seu soco. -- você não derruba nem um licano de seis anos. -- ela tentou lhe dar um chute, mas ele segurou seu pé. -- escute meu conselho: -- ele a pegou, prendendo os braços dela. -- você é magra e baixinha! Deve usa
Canary voltou para o acampamento, mas Vahem não apareceu aquela noite. O que a fez passar a noite inteira se virando naquela cama pequena, imaginando o calor de seu corpo... O que fazia aquela sensação entre suas pernas começar novamente. Ela jogou as mãos para o alto furiosa e se abrigou a dormir. Quando abriu os olhos pela manhã, ela se assustou ao vê-lo ali. Ele estava se vestindo, estava molhado. Seus cabelos ruivos caindo sobre olhos, enquanto ele passava seus dedos entre os músculos, abotoando a camiseta. Ela engoliu em seco, se sentando na cama. Ele se virou para ela imediatamente, a olhando nos olhos. -- não queria acordar você. -- não acordou. -- ela se pôs de pé prontamente. Havia algo estranho, ela não conseguia olhar em seus olhos. -- acho que obtvemos sucesso ontem, não é? -- não sei, me diga você. -- ela cruzou os braços. -- eu não matei ninguém, então... Pode se dizer que sim. -- ela assentiu passando a mão pelos cabelos. -- e isso eu devo a você, ainda temos
-- tem certeza que isso vai funcionar? -- Canary questionou a Merydia, enquanto ela colocava o sangue dela no braço de Dennyel. -- pode pelo menos tentar confiar um pouquinho em mim? -- Canary a fitou nervosa. -- eu disse que descobri Canary, vai dar certo! Tenha fé. -- mesmo apreensiva, ela resolveu confiar na amiga. -- tudo bem para você servir de teste, Denny? -- ele gargalhou alto. -- sou o capitão, devo inspirar meus homens. E se der errado... Apenas eu morro, não é mesmo? -- ela assentiu nervosa. -- eu disse a ele que eu deveria ser o primeiro. -- Vahem disse se aproximando. -- e eu neguei, eu sou o... -- capitão, nós já sabemos! Não precisa repetir mais mil vezes. -- todos que estavam em volta riram. -- pode rir Vahem, quando eu estiver forte e poderoso irei derrubar você com um soco, aí veremos quem ri por último. -- Vahem lhe mostrou o dedo do meio, arrancando uma risada sincera de Canary. -- pronto, o sangue já está fluindo. Devemos esperar o feitiço fazer efeito. -
Estava frio, escuro e desconfortável. Ela se sentia zonza, enquanto tentava abrir os olhos, Canary tentou se mexer, mas havia algo prendendo suas mãos. Ela mexeu a cabeça para o lado, forçando os olhos a se abrirem e descobriu que as duas mãos estavam amarradas, no que parecia ser uma cadeira. Ela estava em uma sala escura, presa em uma cadeira. -- Vahem... Merydia... -- ela balbuciou sem voz. -- onde vocês... Onde vocês estão? -- mas não houve resposta. Havia apenas silêncio. Ainda zonza, ela foi recobrando a consciência. Ela começou a usar sua força para se soltar, forçando mais do que podia, mas nada aconteceu. Ela gritou assustada. -- SOCORRO! VAHEM, MERYDIA! SOCORRO! -- ela começou a se debater desesperada, até ouvir um barulho do outro lado da porta. Ela estava sendo destrancada. Quando a porta foi aberta, uma luz forte queimou os olhos dela, a impedindo de ver quem era. Até que a pessoa fechou a porta, mas ele havia trazido um candeeiro. -- aí está você, acordada enf
Canary se manteve imóvel, enquanto aquela mulher a encarava. Seu coração batia rápido, ainda tentando entender se aquilo que havia escutado era verdade, ou não. -- isso é mentira. -- ela se aproximou. -- infelizmente não, saímos do mesmo buraco sujo e imundo. -- Canary ergueu a mão para lhe dar um tapa, mas ela não conseguiu mover o braço. -- não seja tola, não me deixe brava. -- ela se afastou e Canary enfim conseguiu se mover. Ela se apoiou nos joelhos, enquanto sua cabeça estava a mil. -- isso... Isso não é possível, não é! Não é possível, está mentindo para mim! Eu não tive irmãos, minha mãe nunca... -- contou a você? É! Quando nasci, sua querida mamãe decidiu que eu não era boa o suficiente para ela, então ela me deixou em frente a um orfanato, onde eu sofri todos os tipos de abusos possíveis, porque a puta! Não quis criar a primeira filha. -- Tudo estava girando em sua mente. -- não isso... Isso não é possível, quem é o seu pai? Kyra? -- ela riu cruzando os braços. -- nã
Canary não conseguia respirar, enquanto seu coração batia rápido. -- vamos doce Canary, escolha quem morre. -- ele indagou novamente. Lídia ria alto enquanto a fitava. -- eu... Eu não posso... Por favor, eu imploro! -- ele bateu na mesa, jogando todo o banquete no chão. -- EU JÁ DISSE PARA VOCÊ ESCOLHER! NÃO HÁ "POR FAVOR" APENAS ESCOLHA. Ou eu vou rasgar o pescoço dos dois. -- ela engoliu em seco, Dennyel e Merydia olharam para ela ao mesmo tempo. Merydia lhe lançou um sorriso gentil tentando falar. -- está tudo bem, Canary. Eu... Eu já vivi muito, já tive uma longa vida! Denny está começando agora, ele... Merece a liberdade. -- as lágrimas rolavam por seu rosto. Canary não conseguia conter o choro. Dennyel bateu na mesa, mesmo fraco. -- não ouse me escolher Canary, Merydia... Será a pessoa que matará essa vadia desgraçada. -- ele cuspiu em Lídia. Ela se pôs de pé, rumando até ele. Havia ódio em seu olhar. -- se não escolher logo, eu matarei esse filho da puta. - Canary fitou
Os três saíram lentamente de dentro da casa e haviam vários corpos de licanos, em cada corredor. Todos abertos da pior forma possível, Canary sentia o ódio que emanava de Vahem. Quando saíram da casa, o céu estava escuro. E tudo estava frio, havia neve para todo o lado. Quando viu aquela cena, Canary sentiu o estômago revirar. Todos os licanos de Kyra, estavam mortos. Haviam alguns empalados, outros que ainda agonizavam. Canary passou perto de um deles, que agarrou seu tornozelo e disse agonizando. -- p... Por favor... Me mate. -- mas antes que ela pudesse fazer algo, Vahem pisou em sua cabeça, esmagando seu crânio. Ela sentiu sua fúria. Eles continuaram andando e em cada canto, haviam mais licanos. Ela não entendia, Vahem não poderia ter matado todos aqueles licanos sozinho, poderia?Onde estava o exército?Ela sentia seu corpo exausto. -- Vahem, podemos parar eu... -- continue andando. -- sua voz estava fria. -- eu não consigo mais andar, por favor vamos... -- ele se apr