Já faziam três semanas desde o ocorrido, Canary e Merydia ainda viviam no antigo casarão da família de Merydia. Vahem, mal aparecia. Passava a maior parte do tempo na floresta e não dava nenhum sinal. No casarão não tinha comida, então Canary se forçou a adentrar na floresta fria e congelante, atrás de algum animal. Mas só encontrava coelhos, ou pássaros pequenos. Em uma tarde quando voltava da caçada, havia um enorme servo morto, em frente a porta do casarão. Seu sangue ainda estava fresco. E havia um rastro vindo da floresta, ela sabia que era ele. Mas ela deixou o servo ali e adentrou no casarão com o coelho. Nos dias que se passaram, mais animais mortos eram deixados na porta, mas Canary deixava todos lá.-- não posso mais viver aqui. Merydia exclamou em uma tarde. -- não aguento mais esse casarão Canary, para onde eu olho eu tenho péssimas lembranças. -- eu sei, mas... Não temos muitas opções. -- ela disse enquanto cozinhava um pássaro. -- Vahem tem amigos influentes, algu
Pela manhã todos já haviam arrumado sua pouca bagagem. Aparentemente, a cidade desse lorde não ficava muito próxima. Canary estava se alongando próxima ao casarão, quando sentiu o coração acelerar. -- já comeu alguma coisa hoje? -- ele questionou. -- isso importa para você? - ela ouviu sua risada nasal. -- até quando vai continuar com isso? -- ela engoliu em seco. -- depende, até quando serei sua prisioneira e moeda de troca? -- novamente uma risadinha. Ele ficou em silêncio e então, a puxou contra si, ela estava de costas para ele. Enquanto ele envolveu sua cintura com seus braços grossos. -- me solta. -- ela se debateu em em seus braços.-- um licano conseguiria pegar você facilmente. -- ele sussurrou contra seu ouvido. -- tudo bem, já aprendi a lição... "Professor." Ele riu novamente e a apertou contra si, ela sentiu sua respiração ficar ofegante. -- você não comeu nada hoje. -- seu hálito quente em sua orelha, a fez revirar os olhos. -- vai me obrigar a comer também? --
Castro e sua fêmea, levaram os três até sua mansão. Eles moravam no meio da cidade, sua mansão era gigantesca. Havia um enorme andar de cima, era bem iluminada com janelas e quartos para todo lado. Verona não tirava os olhos de Vahem, o que a deixava Canary furiosa. -- pois bem meu amigo, temos vários quartos. Já providenciei o seu e de Canary e o de Merydia também. -- ele bateu palmas, chamando as empregadas. -- mostrem a eles seus aposentos. -- elas assentiram, levando Canary e Merydia. Mas Vahem continuo ao lado de Castro. -- vão indo, eu preciso falar com Castro um minuto. -- elas assentiram e foram subindo as escadas até o andar de cima. O lugar tinha um aroma diferente, inebriante que hipnotizava Canary. As empregadas as levaram até fim do corredor, abrindo a porta de um enorme quarto branco. Havia uma cama gigantesca e muitos móveis. E havia uma bela sacada, onde Canary logo correu até lá. Merydia dispensou as mulheres e fitou o quarto. -- é bonito não é?-- nunca havi
Canary andou um pouco pelos corredores, até encontrar o quarto de Merydia. Ao abrir a porta notou que a amiga não estava na cama, então rumou até a sacada. Quando lá chegou, notou que Merydia estava de olhos fechados e com as mãos abertas, ela se aproximou e Merydia abriu os olhos rapidamente olhando para ela. -- ah... Você está aí. -- ela disse meio desconcertada. -- me desculpe, eu não sabia que estava incomodando, eu só queria ver você, depois eu volto. -- ela fez menção de dar meia volta, mas Merydia segurou seu braço. -- não, Canary! Fique. Eu não estava fazendo nada importante. -- ela tentou abrir um sorriso, mas havia algo errado. Canary sabia. -- este vestido ficou lindo em você, nossa. -- ela assentiu tentando sorrir. -- Merydia, está tudo bem mesmo? -- o que? Por quê não estaria? -- ela foi andando em direção a sua cama. -- eu não sei... Parece que tem algo a incomodando. -- mas ela abriu um sorriso novamente. -- esqueça isso, então eu ouvi boatos que Castro prepar
Os dois desceram lado a lado, até chegarem no salão de jantar. Era enorme, muito espaçoso e bem iluminado. Castro e Verona estavam perfeitos, usando uma linda combinação de cetim dourada.-- aí estão eles. -- Castro se aproximou e logo estendeu a mão para Canary. -- com todo respeito querida Canary, mas nossa moda lhe caiu como uma luva. Você fica... Estonteante com esse vestido, com essa cor. -- ela assentiu sorrindente, enquanto jurava ver uma veia crescendo na testa de Vahem.-- obrigada meu lorde, eu agradeço sua gentileza, devo dizer que está lindo também. Ele abriu um enorme sorriso. -- ora mas Castro está certo, você ficou perfeita com esse vestido, menina. -- Verona desfilou até eles. -- obrigada minha senhora, sou grata por sua gentileza. -- não há de quê, é um presente de boas vindas... Para os dois. -- seu olhar se voltou para Vahem, que abriu um sorriso constrangido. -- muito bem, já nos elogiamos o bastante, agora vamos comer. -- Castro sentou-se no acento principa
*Merydia* Merydia estava deitada em sua cama, se revirando há horas. Ela já havia chorado duas vezes, mas o sono não vinha. Ela encarou o teto do quarto, sentindo o coração apertado. Ela ouviu a porta de seu quarto se abrindo e ergueu a cabeça pensando ser Canary. mas logo a porta se fechou e ela notou ser uma silhueta alta, vindo em sua direção. -- Enid... Querida, vai continuar me ignorando? Eu já disse... Não foi por mal. -- era uma voz masculina, que ela não reconhecia. Mas ele parecia estar bêbado, pelo seu tom. Ela fez menção de se levantar, mas ele se jogou na cama. Vindo em sua direção, ela sentiu o coração acelerado. -- querida, pare de me ignorar... Isso já é maldade sabia? -- ele tocou seu tornozelo e foi subindo para mais perto dela. -- Enid? -- ela lhe deu um soco, quando ele tentou beijá-la. Fazendo-o gemer de dor. Merydia pulou para fora da cama, pegando o candeeiro. -- AU! Enid? Doeu. -- eu sei, era a intenção. -- ela disse ferozmente. Ela o iluminou. Era um
Canary reabriu os olhos lentamente, ouvindo os pássaros cantando na sacada. Ela fitou o quarto, e logo em seguida a cama. Não havia ninguém ao seu lado, Vahem não estava ali. Ela encarou o teto, ainda relembrando a noite passada. Ela imaginou que iria querer esquecer, mas... Sua mente não parava de voltar ao momento em que ele... Afundou entre suas pernas. Ela cobriu o rosto e se pôs de pé. Rumou até o banheiro e tomou um banho rápido. Logo ela vestiu um leve vestido azul claro. Alguém bateu na porta. -- pode entrar. -- ela se virou na direção da entrada imediatamente, talvez fosse Vahem. -- olá, não estou atrapalhando? -- Merydia questionou. Canary sentiu uma certa decepção. -- não, não está. -- então... Como foi ontem? -- por quê? O que... O que aconteceu ontem? -- ela questionou nervosa. Merydia sorriu confusa. -- o que? Ah... O jantar? -- Canary abriu um sorriso desconcertada. -- ah é, me desculpa eu... Pensei que fosse outra coisa. Merydia a fitou. -- e o que seria?
*Merydia* Merydia estava sentada naquela maldita mesa de jantar, ouvindo a ladainha de Castro sem parar. Enquanto aquele macho estranho, não tirava os olhos dela. Decidida a acabar com isso, ela se pôs de pé. -- Castro, você ainda tem uma biblioteca? -- o macho a encarou. -- sim temos, mas ela se mudou. Resolvemos colocar os livros em um lugar na cidade. -- ela assentiu. -- perfeito, eu preciso ler uma coisa. -- você irá encontrar? -- claro, eu encontro. -- Markus se pôs de pé rapidamente. -- eu a levo até lá. -- não! -- ela praticamente gritou. Ela se forçou a abrir um sorriso gentil. -- eu posso encontrar sozinha. -- mas ele se aproximou, com aquele sorriso no rosto. -- eu sei, mas posso ajudá-la a encontrar mais rápido. -- não quero incomodá-lo. -- não é incomodo nenhum, felina. -- ela só queria chutar suas bolas. -- vamos lá. -- ele rumou até a porta, lhe dando passagem. Mas ela se quer o olhou no rosto, andando em silêncio, enquanto ele ficava atrás dela. -- não en