Estava frio, escuro e desconfortável. Ela se sentia zonza, enquanto tentava abrir os olhos, Canary tentou se mexer, mas havia algo prendendo suas mãos. Ela mexeu a cabeça para o lado, forçando os olhos a se abrirem e descobriu que as duas mãos estavam amarradas, no que parecia ser uma cadeira. Ela estava em uma sala escura, presa em uma cadeira. -- Vahem... Merydia... -- ela balbuciou sem voz. -- onde vocês... Onde vocês estão? -- mas não houve resposta. Havia apenas silêncio. Ainda zonza, ela foi recobrando a consciência. Ela começou a usar sua força para se soltar, forçando mais do que podia, mas nada aconteceu. Ela gritou assustada. -- SOCORRO! VAHEM, MERYDIA! SOCORRO! -- ela começou a se debater desesperada, até ouvir um barulho do outro lado da porta. Ela estava sendo destrancada. Quando a porta foi aberta, uma luz forte queimou os olhos dela, a impedindo de ver quem era. Até que a pessoa fechou a porta, mas ele havia trazido um candeeiro. -- aí está você, acordada enf
Canary se manteve imóvel, enquanto aquela mulher a encarava. Seu coração batia rápido, ainda tentando entender se aquilo que havia escutado era verdade, ou não. -- isso é mentira. -- ela se aproximou. -- infelizmente não, saímos do mesmo buraco sujo e imundo. -- Canary ergueu a mão para lhe dar um tapa, mas ela não conseguiu mover o braço. -- não seja tola, não me deixe brava. -- ela se afastou e Canary enfim conseguiu se mover. Ela se apoiou nos joelhos, enquanto sua cabeça estava a mil. -- isso... Isso não é possível, não é! Não é possível, está mentindo para mim! Eu não tive irmãos, minha mãe nunca... -- contou a você? É! Quando nasci, sua querida mamãe decidiu que eu não era boa o suficiente para ela, então ela me deixou em frente a um orfanato, onde eu sofri todos os tipos de abusos possíveis, porque a puta! Não quis criar a primeira filha. -- Tudo estava girando em sua mente. -- não isso... Isso não é possível, quem é o seu pai? Kyra? -- ela riu cruzando os braços. -- nã
Canary não conseguia respirar, enquanto seu coração batia rápido. -- vamos doce Canary, escolha quem morre. -- ele indagou novamente. Lídia ria alto enquanto a fitava. -- eu... Eu não posso... Por favor, eu imploro! -- ele bateu na mesa, jogando todo o banquete no chão. -- EU JÁ DISSE PARA VOCÊ ESCOLHER! NÃO HÁ "POR FAVOR" APENAS ESCOLHA. Ou eu vou rasgar o pescoço dos dois. -- ela engoliu em seco, Dennyel e Merydia olharam para ela ao mesmo tempo. Merydia lhe lançou um sorriso gentil tentando falar. -- está tudo bem, Canary. Eu... Eu já vivi muito, já tive uma longa vida! Denny está começando agora, ele... Merece a liberdade. -- as lágrimas rolavam por seu rosto. Canary não conseguia conter o choro. Dennyel bateu na mesa, mesmo fraco. -- não ouse me escolher Canary, Merydia... Será a pessoa que matará essa vadia desgraçada. -- ele cuspiu em Lídia. Ela se pôs de pé, rumando até ele. Havia ódio em seu olhar. -- se não escolher logo, eu matarei esse filho da puta. - Canary fitou
Os três saíram lentamente de dentro da casa e haviam vários corpos de licanos, em cada corredor. Todos abertos da pior forma possível, Canary sentia o ódio que emanava de Vahem. Quando saíram da casa, o céu estava escuro. E tudo estava frio, havia neve para todo o lado. Quando viu aquela cena, Canary sentiu o estômago revirar. Todos os licanos de Kyra, estavam mortos. Haviam alguns empalados, outros que ainda agonizavam. Canary passou perto de um deles, que agarrou seu tornozelo e disse agonizando. -- p... Por favor... Me mate. -- mas antes que ela pudesse fazer algo, Vahem pisou em sua cabeça, esmagando seu crânio. Ela sentiu sua fúria. Eles continuaram andando e em cada canto, haviam mais licanos. Ela não entendia, Vahem não poderia ter matado todos aqueles licanos sozinho, poderia?Onde estava o exército?Ela sentia seu corpo exausto. -- Vahem, podemos parar eu... -- continue andando. -- sua voz estava fria. -- eu não consigo mais andar, por favor vamos... -- ele se apr
Já faziam três semanas desde o ocorrido, Canary e Merydia ainda viviam no antigo casarão da família de Merydia. Vahem, mal aparecia. Passava a maior parte do tempo na floresta e não dava nenhum sinal. No casarão não tinha comida, então Canary se forçou a adentrar na floresta fria e congelante, atrás de algum animal. Mas só encontrava coelhos, ou pássaros pequenos. Em uma tarde quando voltava da caçada, havia um enorme servo morto, em frente a porta do casarão. Seu sangue ainda estava fresco. E havia um rastro vindo da floresta, ela sabia que era ele. Mas ela deixou o servo ali e adentrou no casarão com o coelho. Nos dias que se passaram, mais animais mortos eram deixados na porta, mas Canary deixava todos lá.-- não posso mais viver aqui. Merydia exclamou em uma tarde. -- não aguento mais esse casarão Canary, para onde eu olho eu tenho péssimas lembranças. -- eu sei, mas... Não temos muitas opções. -- ela disse enquanto cozinhava um pássaro. -- Vahem tem amigos influentes, algu
Pela manhã todos já haviam arrumado sua pouca bagagem. Aparentemente, a cidade desse lorde não ficava muito próxima. Canary estava se alongando próxima ao casarão, quando sentiu o coração acelerar. -- já comeu alguma coisa hoje? -- ele questionou. -- isso importa para você? - ela ouviu sua risada nasal. -- até quando vai continuar com isso? -- ela engoliu em seco. -- depende, até quando serei sua prisioneira e moeda de troca? -- novamente uma risadinha. Ele ficou em silêncio e então, a puxou contra si, ela estava de costas para ele. Enquanto ele envolveu sua cintura com seus braços grossos. -- me solta. -- ela se debateu em em seus braços.-- um licano conseguiria pegar você facilmente. -- ele sussurrou contra seu ouvido. -- tudo bem, já aprendi a lição... "Professor." Ele riu novamente e a apertou contra si, ela sentiu sua respiração ficar ofegante. -- você não comeu nada hoje. -- seu hálito quente em sua orelha, a fez revirar os olhos. -- vai me obrigar a comer também? --
Castro e sua fêmea, levaram os três até sua mansão. Eles moravam no meio da cidade, sua mansão era gigantesca. Havia um enorme andar de cima, era bem iluminada com janelas e quartos para todo lado. Verona não tirava os olhos de Vahem, o que a deixava Canary furiosa. -- pois bem meu amigo, temos vários quartos. Já providenciei o seu e de Canary e o de Merydia também. -- ele bateu palmas, chamando as empregadas. -- mostrem a eles seus aposentos. -- elas assentiram, levando Canary e Merydia. Mas Vahem continuo ao lado de Castro. -- vão indo, eu preciso falar com Castro um minuto. -- elas assentiram e foram subindo as escadas até o andar de cima. O lugar tinha um aroma diferente, inebriante que hipnotizava Canary. As empregadas as levaram até fim do corredor, abrindo a porta de um enorme quarto branco. Havia uma cama gigantesca e muitos móveis. E havia uma bela sacada, onde Canary logo correu até lá. Merydia dispensou as mulheres e fitou o quarto. -- é bonito não é?-- nunca havi
Canary andou um pouco pelos corredores, até encontrar o quarto de Merydia. Ao abrir a porta notou que a amiga não estava na cama, então rumou até a sacada. Quando lá chegou, notou que Merydia estava de olhos fechados e com as mãos abertas, ela se aproximou e Merydia abriu os olhos rapidamente olhando para ela. -- ah... Você está aí. -- ela disse meio desconcertada. -- me desculpe, eu não sabia que estava incomodando, eu só queria ver você, depois eu volto. -- ela fez menção de dar meia volta, mas Merydia segurou seu braço. -- não, Canary! Fique. Eu não estava fazendo nada importante. -- ela tentou abrir um sorriso, mas havia algo errado. Canary sabia. -- este vestido ficou lindo em você, nossa. -- ela assentiu tentando sorrir. -- Merydia, está tudo bem mesmo? -- o que? Por quê não estaria? -- ela foi andando em direção a sua cama. -- eu não sei... Parece que tem algo a incomodando. -- mas ela abriu um sorriso novamente. -- esqueça isso, então eu ouvi boatos que Castro prepar