Capítulo 02: O lorde rouge

Canary estava com seus olhos fechados, não dormindo, mas com medo de reabrir os olhos.

Mas agora não dava mais para fingir, lentamente ela abriu os olhos.

Uma luz forte e quente a assustou. Ela pôs as mãos em volta de onde estava deitada, e notou que era uma cama. Assustada ela abriu um olhos rápido, olhou ao redor e notou que estava em um quarto. Um enorme quarto bem iluminado, deitada em uma cama gigantesca e confortável.

Ao vasculhar o quarto com seus olhos ela viu que sentado em uma cadeira, lá estava ele. Vahem.

Ela se mexeu um pouco nervosa, e ele abriu os olhos encarando ela de imediato.

Seu rosto estava machucado e seu braço esquerdo estava rasgado.

-- bom dia, Canary. -- ele disse sorrindo.

Ela se sobressaltou.

-- aonde estou, o que... O que aconteceu? -- ele se aproximou da cama, e ela se encolheu um pouco.

-- não lembra?

-- lembro de algumas coisas, mas... Não lembro de ter chegado aqui. -- seus lábios se curvaram levemente para cima.

-- aqui é minha casa, está segura aqui! Fique deitada e descanse um pouco mais. -- ele foi indo até a porta, mas Canary se pôs de pé rapidamente. E se assustou ao notar que estava com um vestido muito transparente, Vahem parecia ter notado Também. Envergonhada, ela usou o cobertor para se cobrir.

-- obrigada por ter me ajudado, novamente. Mas... Já que me salvou, eu quero ir embora. -- ele se aproximou lentamente.

-- não está em condições de ir a lugar algum Canary. --  ele fala de forma imponente.

Mas ela não se intimida.

--  tem um lugar para onde quero ir...

-- eu sei, a capital azul. --  algo dentro dela saltitou por perceber que ele lembrou.

-- sim, eu quero ir! E então... Não incomodarei mais você.

Ele ficou quieto e então cruzou os braços.

-- sinto muito Canary, mas você ficará aqui. -- ela franziu o cenho.

-- eu não entendo! Me deixe ir, você me salvou do alfa e agora está... Me prendendo? Que diferença você está fazendo? --  ele sorri novamente, mas o sorriso não chega aos olhos.

-- quero que você fique segura.

-- eu ficarei bem! 

-- ah é? Como você ficou antes? -- ela tenta falar, mas não tem argumento algum.

-- é diferente!

-- sempre é. -- logo ele vai rumando até a porta, mas Canary vai atrás dele. Ficando cara a cara com ele.

Seus olhos amarelos, parecem brilhar.

-- exijo que me deixe ir agora!

-- não será possível! Eu já disse. -- ele tenta abrir a porta, mas ela segura seu braço. Uma espécie de faísca queima sua pele quando ela o toca, então ela o solta imediatamente.

-- o que foi isso? -- ela questiona.

-- o que foi o quê? -- confusa ela desvia o olhar.

-- me deixe ir agora! Não serei sua prisioneira! Se é o que está pensando. -- ele abre um enorme sorriso irônico, que a deixa Furiosa.

-- seria tão ruim assim? Ser minha prisioneira? --  ele se aproxima um pouco mais, ficando a centímetros dela.

Por alguns instantes, era como se Canary estivesse sob feitiço. Mas ele se afasta sorrindo.

-- descanse Canary. --  e antes que ela pudesse retrucar, ele saí do quarto.

Ela tenta quebrar a fechadura, mas é impossível.

Furiosa ela grita para ele. E por um momento, ela escuta sua risada ecoando pelo corredor.

                      ****

Na manhã seguinte, ele lhe mandou um vestido e a convidou para sair do quarto e dar uma volta.

Mesmo Furiosa, ela aceitou.

Quando saiu do quarto, logo ela descobriu que estava em um enorme casarão.

Após descer as escadas, encontrou Vahem enfrente a porta principal.

-- está linda. -- ela bufou.

-- você está me dando a liberdade? -- ele sorriu novamente.

-- você acha mesmo que está presa?

-- bem... Você não me deixa ir embora então... Acho que sim não é? -- ela fala de forma irônica. Lhe arrancando uma risada.

-- vamos lá, quero lhe mostrar uma coisa. -- ele lhe oferece a mão, e Canary aceita.

Quando saem do casarão, ela dá de cara com uma enorme comunidade. Era uma aldeia, mas era diferente de tudo o que Canary conhecia.

Após andarem um pouco, Canary descobre que era uma espécie de aldeia escondida. Havia uma muralha invisível em volta da aldeia, que impedia a visão de inimigos.

-- então... Você é o alfa daqui?

-- não funciona assim. --  ele fala um tanto distante.

-- ah é? E como funciona?

Ele a olha novamente com aquele brilho no olhar.

-- não posso ser considerado o alfa, sou considerado o lorde deles. -- Canary sorri de forma irônica.

--  não é um título um tanto humano?

-- e você acha que sou um monstro?

-- bem... Você se transforma em um, não é? -- ele parou bruscamente.

-- acho que está me confundindo Canary.

-- será? -- ela continua andando. Mas Vahem segura seu braço, a puxando para perto dele. Ficando novamente a centímetros dela. Os dois se encaram, mas Canary se afasta.

Vahem respira fundo.

-- não obrigo essas pessoas a fazerem nada, elas confiam em mim! Sempre confiaram, você acha que sou como o alfa que você conheceu, apenas porquê me transformo em licano também? -- ela para bruscamente.

-- se você é tão diferente assim, me deixe ir embora agora! O alfa me obrigou a casar com ele, e agora você... Está me mantendo aqui! -- ele j**a as mãos para o alto.

-- é diferente!

-- DIFERENTE COMO? -- os dois se encaram furiosos.

-- é complicado explicar para você! -- ela sorri sem alegria.

-- mas que ótima desculpa, rouge. -- Vahem se aproxima dela novamente, prendendo ela contra uma árvore próxima.

Os dois estão ofegantes.

-- eu não quero ficar aqui! Quero ir embora. -- ela fala em seu rosto.

-- sinto muito mas isso não irá acontecer. -- ela tenta lhe dar um tapa, mas Vahem segura sua mão.

Ele a olha no fundo dos olhos, parecem a ver chamas dentro de seus olhos.

-- você tem o mesmo brilho dela sabia? -- sobressaltada Canary se encolhe.

-- dela quem? -- mas Vahem se afasta rapidamente. Canary j**a as mãos para o alto.

-- obrigada por responder minhas perguntas, "lorde."

E logo ela volta correndo até o casarão. 

                       ****

Quando já está indo deitar, ela escuta a porta abrindo.

Ao olhar em sua direção, ele está lá. A observando.

-- as coisas não deveriam se sair dessa forma, Canary. -- ela dá uma risada ríspida.

-- nem imagino como deveriam se sair. --  ela não está olhando para ele, mas sabe que ele a está encarando.

Ela escuta algo, como se ele estivesse se aproximando. Mas ele para bruscamente e antes que ela se vire, ele já foi embora.

Furiosa, ela se j**a na cama. E começa a chorar.

                        ****

Durante a noite, Canary acorda e nota que o lugar inteiro está silencioso. Ela decide que não aguentará mais aquilo.

Ela usa de suas técnicas de caçada, e de forma silenciosa ela abre a janela. Usa três enormes cobertores, e vai montando eles para descer até o chão.

Quando enfim consegui, ela escuta alguns licanos de vigia. Mas de forma rápida e silenciosa, ela corre até a floresta.

Quando chega na muralha, ela nota que alguns licanos estão do lado de fora e a espécie de portão está aberta. Usando três pedras, ela consegue distrair um deles. E rapidamente ela corre passando pelo portão. Enquanto corre ela não entende como os licanos não sentiram seu cheiro, afinal eles são treinados para fazerem isso. Mas ela igonora esse pensamento e continua correndo.

Ela se j**a dentro de pequeno lago e vai descendo.

Quando enfim saí da água, ela nota que chegou em uma pequena clareira.

Ela respira fundo, e vai andando o mais rápido que pode. Até que ela ouve um barulho na mata, nervosa ela se abaixa.

Tem algo ali, ela começa a andar novamente mas dá de cara com algo... Alguém.

-- ora... Ora... Eu nem precisei te caçar, você veio até mim... Esposa. -- Canary consegui olhar para frente. E ali está ele, o alfa.

Canary olha ao seu redor, e há vários licanos ali. Todos dele.

Ele segura o queixo dela com força.

-- vamos para casa agora.

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