Olhei para trás e meu corpo bambeou.
— Opa! — Thomas chegou rápido perto de mim.— Não! Não Thomas, não se aproxime. — Tentava manter meu corpo parado, ainda estava tremendo pelo susto.— Qual é o seu problema? O que você está pensando? Você precisa descer daí. — Ele parece nervoso.— O quê? Não! Não é isso que você está pensando, eu só queria tomar um ar. — Adimito, confusa.— Na beirada de um penhasco? — Ele deu mais um passo em minha direção, seu braço ainda esticado como se fosse me segurar.— Eu… eu… uhhr! — Um vento forte passou por mim, fazendo meu vestido exagerado de tule, embolar em minhas pernas. Gritei quando cambaleei pronta para desabar. Meu peito bombeia erraticamente à medida que o medo de realmente cair e me estralhaçar dolorosamente naquelas pedras se torna mais potente.Quando a queda não acontece, abro um dos meus olhos assutada e depois abro o outro. Thomas me segurou. Ele realmente havia me tomado em seu colo antes que eu caísse. Eu estava naquela posição em que as noivas passavam pela porta no colo dos seus noivos para o seu quarto de núpcias.Eu ainda estava tremendo, nem percebi que minhas mãos agarravam desesperadamente o tecido elegante do seu terno.Seus olhos não disfarçavam seu desespero que logo foi substituído por raiva.— Droga! — ele gritou. — Qual o seu problema? — perguntou com mais arrogância que a primeira vez como se eu não tivesse entendido a pergunta. Com raiva brilhando em seus olhos. Sua mandíbula contrai e ele vira os olhos para me encarar.— Nenhum! — a minha frustração cresce até que eu esteja tomada por ela. — E você pode me pôr no chão!Mais uma rajada de vento nos pegou, levando agora, o meu véu, que sumiu no mar. Botei meus pés no chão praticamente me empurrando do seu colo e o encarei séria, ele era bem mais alto que eu, quase dois metros de altura, cabelo escuro jogado para trás, olhos verdes, lábios finos. Ele era o homem mais lindo que eu já havia visto.De onde vinham esses caras que Ethan contratava? De alguma revista de modelo masculino. Certeza.Ele solta um bufo irritado quando me vê encarando a sua aparência.— Eu não sei nadar — disse, tentando mudar de assunto e olhando para os meus pés, tentando esconder o rubor que se espalhava pelo meu rosto.— Não era o que parecia, parecia que você estava pronta para dar um grande mergulho. — Olhei para ele, procurando qualquer sinal de humor, mas ele ainda não ri.— Vou ter que relatar isso a Jamie. — Devolveu a arrogância ao seu tom.— Eu… eu… não era isso que você viu. Não era o que parece…ele não precisa saber. — Mordo meu lábio inferior, tentando conter meu desespero.A última coisa que eu queria era irritar Jamie, eu sabia infelizmente, exatamente do que ele era capaz.— Eu não posso, — ele diz friamente. seria extremamente antiprofissional ocultar alguma coisa dele. Por favor, preciso que volte ao salão.— Desculpa? — Eu digo em um tom que definitivamente irritaria qualquer um.— Oi? — Ele franze as sobrancelhas. — Suas intenções de não ceder uma polegada assim como eu.— Você nem é mais meu segurança! — Esfrego a minha mão, frustrada pelo meu rosto e noto que possívelmente ainda estava vermelho de lágrimas anteriores. — Eu sei muito bem que você está aqui como convidado. Eu juro, eu vou descer, por favor, não diga nada a Jamie. — Merda, eu realmente imploro, perdendo o pouco de dignidade que me resta.Ele me olhou por uns minutos como se tivesse em uma batalha interna. Mas Logo concordou.— Melhor descer, devem estar sentindo a sua falta.Seis meses antes:Estacionei com a minha Land Rover no estacionamento da Tiffanys. Eu queria me presentear. Escolhi a pequena pulseira com um Sutil pingente em forma de gota, uma simples safira, e dei o meu cartão de débito nas mãos da vendedora e botei a senha como normalmente fazia.— Cartão recusado, senhora. Será que tem outro que você possa passar?Um rubor passou pelo meu rosto, eu nunca havia passado por aquilo.— Sim, claro… — Dei a ela outro cartão.— Cartão novamente recusado. Gostaria de dar um cheque?— Não, obrigada. — Meu rosto corou. — Deve ter tido algum problema com o cartão, vou ligar para o banco, eles resolvem ainda hoje. Apenas deixe separado, voltarei amanhã para buscar.Me virei para sair e dei de cara com Thomas, meu rosto corou ainda mais ao ver que ele observava todo o desfecho da história. Thomas era o segurança gostoso que meu pai botou na minha cola depois do atentado em casa. Ele era de poucas palavras, ele era o tipo de homem que fazia borboletas brincarem na minha barriga, minhas mãos suarem e meu coração bater forte. Eu sempre tentava puxar assunto e ele imediatamente me ignorava, como se eu não valesse o seu precioso tempo. Ele mantinha a nossa relação estritamente profissional. Falamos poucas vezes, ele não dá qualquer abertura para concersas. Isso não significa que eu não vá continuar tentando a sua atenção. Uma Alice de quinze anos que vive dentro de mim ama a possibilidade de ser arrebatada por um Badyboy.Ele ser tão responsável e profissional é oque faz a minha admiração por ele crescer cada dia mais.— Problemas? — perguntou enquanto me seguia, me surpreendendo com a sua voz.— Não é nada demais. — Pico atordoada — Acho que tive algum problema com a minha conta do banco.Ele assentiu, em seguida me deixou na segurança de casa.* Mais tarde liguei para o banco, “o respectivo valor foi retirado há uma semana das suas contas”. Como? pensei assustada. “A quantia foi retirada por Sr. Madoxx, o titular” foi a resposta que eles me deram.O quê? Meu pai? Por que ele retiraria todo o meu dinheiro sem me avisar? Eu precisava saber disso. Em seguida liguei para Vivian, pensando em pedir dinheiro emprestado para comprar a pulseira, mas depois desisti, era só uma pulseira, uma pulseira da Tiffanys cara, mas só uma pulseira.Além do mais eu sabia que todo aquele mal-entendido iria se resolver. Era meu aniversário e iríamos sair para comemorar. Algo que meus pais fizeram questão e deveria servir para deixar meu dia mais agradável. Afinal de contas, a nossa casa havia sido saqueada há semanas as minhas amigas moravam longe e não poderiam vir e eu não tinha mais um namorado. Bom, não tecnicamente. Eu terminei com Jamie há alguns dias. Ele não pareceu feliz com isso, mas aceitou tranquilamente. Embora o fogo em seus olhos e a maneira que ele travou a mandíbula, se assemelha a alguém que não desistiria facilmente. Então, o dinheiro sumir da conta, talvez faça parte de uma surpresa deles para mim, pensei, voltando a me animar. Talvez ele tenha investido em seus bens, talvez…talvez algo bem ruim tenha acontecido.Eu balanço a cabeça e depois esfreguei minha testa. Uma dor de cabeça estava chegando. Eu não iria me afundar com esses pensamentos irracionais.Não havia nada de errado.Bom, eu esperava.Nós tínhamos marcado em um restaurante luxuoso em San Diego, Califórnia, o George’s Ocean Terrace. Um restaurante com uma linda cobertura e vista panorâmica do oceano. San Diego era nosso novo endereço desde que tínhamos nos mudado do Texas. Meu pai não conseguia mais morar fixamente em um local, então nos convenceu que seria bom para mim conhecer outros lugares depois de passar grande parte da vida presa em uma escola para moças. Em cinco anos, moramos em oito cidades diferentes. No começo era até divertido, passei a metade da minha vida presa em uma escola. Mas depois, isso parecia loucura. Foi no momento em que questionei meu pai que ele resolveu nos estabelecer em uma cidade. Durante todo aquele tempo, fiz minha faculdade à distância, exceto o último período, onde entramos em um acordo de que seria melhor terminar a faculdade e eu poderia ter a minha formatura em uma cidade grande, então escolhemos a Califórnia, com a UCLA que era uma das melhores faculdades da cidade. Acabaria s
— Puta merda! — falei um pouco alto demais. — Meu coração batia tão forte que eu sentia ele batendo na base da minha garganta. Aliás, parecia que eu poderia cuspi-lo a qualquer momento. — Deus, Alice! — minha mãe chamou minha atenção novamente para um Jamie muito ajoelhado. Olhei para Jamie ainda na posição na minha frente, o rosto embaraçado, parece deplorável, com seu olhar oprimido e cheio de vergonha.— Eu… eu… sinto muito Jamie. — Tentei falar o mais baixo possível. Estiquei a mão para ajudá-lo a se levantar, mas ele não aceitou a minha ajuda.O ar eletrificou. Tornou-se mais energizado. Levantando-se sozinho, ele olhou para meu pai, um entendimento e uma conversa silenciosa se passou entre eles e eu não entendi nada. —Porra Trevor, você tá tão ferrado. — Seu tom suave contrasta fortemente com a sua postura defensiva. Ele tem tanta ira dento de si que é palpável. Em seguida, meu pai resmungou algo para ele que eu não pude entender. Jamie saiu em seguida, marchando
— O que faz aqui? Pensei que estaria na Vivian. — Ele nem consegue disfarçar que há algo muito errado— Eu não fui pai. A sua postura se tornou ainda mais rígida. — Eu ouvi tudo pai. Tudo! — soltei de uma só vez. Dei ênfase no “tudo”. — Eu sinto muito minha querida. — O pesar suave vem do outro lado da sala. A minha mãe. Ela estava aqui o tempo todo? Me virei e a encarei. Ela estava sentada do outro lado do escritório. Em silêncio, olhos inchados, provavelmente de tanto chorar. — Como assim sente muito, mãe? Você estava aqui o tempo todo? Você sabia? — Minha voz ficou baixa novamente.Ela prende os lábios tensos sobre o dente. —A gente não está tão bem quanto você pensa. Algo em meu peito aperta e torce violentamente.—Agora eu não acho nada mãe. — Eu tremo quando minha voz ecoa. — Não depois de ter ouvido oque eu ouvi. — Querida, eu sinto muito, esse não é o jeito certo para você descobrir tudo — Ela ia chorar de novo? A sua voz estava trêmula.Meu pai jogo
Chegamos ao Hospital UC San Diego Health e logo fomos atendidos, os médicos não passaram muita informação sobre a situação do meu pai. O que sabíamos era que ele teria de passar por uma cirurgia de emergência, o que deixava tudo muito mais assustador. Eu e minha mãe estávamos sentadas na área de espera, quando ela gentilmente começou a falar. — Ele ainda assim foi um bom pai. — Sua voz era baixa e estremecida, ela parecia querer chorar. — Ele tentou, Alice. Deus sabe que ele tentou, na maior parte do tempo nos proporcionou uma boa vida. Ele fez tudo que pôde. E você sabe disso. — Tudo que pôde? Mãe! Você consegue ao menos se ouvir? Nós praticamente não temos onde morar, estamos falidos! O que vamos fazer? — Minha voz treme miseravelmente. Abaixei o tom ao perceber outras pessoas na área de espera nos observando. — Acho que podemos ir passar um tempo com o John, pedir abrigo… Não sei, eu também posso trabalhar. — Ela bate o dedo no queixo, enquanto faz a observação. — Mãe
— Bonitão, você tem visitas — ela disse com ironia me olhando com escárnio. Olhei séria para ela. Porque Jesus, isso não era uma competição. E levantei os meus pés, tentando ver atrás dela, que se fixou no meio da porta me impedindo de ver qualquer coisa. — Eu preciso falar com ele, é urgente, — Respiro fundo e reprimo a necessidade de bate nela. — Jamie! — Gritei. — Jamie! — Tentei passar por ela. Finalmente ouvi sua voz. — Mas que porra de gritaria é essa a esta hora da noite? — Jamie! — gritei. — É a Alice. — Alice? — perguntou surpreso. Ele vestia uma calça jeans escura, que prendia em seu corpo definido e magro. Estava sem camisa. Seu cabelo castanho, claramente bagunçado, demonstrava facilmente o que ambos faziam antes de eu chegar. Seu rosto quadrado e marcante tinha barba cerrada, suas maçãs do rosto eram robustas e seus lábios cheios, ele parecia um maldito modelo da Vogue. Ele pegou no braço da mulher e disse com estupidez. — Vista-se e saia, agora. — El
Quando vê minhas lágrimas descendo, seu rosto se transforma em forte nojo. — E seu pai, como o fodido que é, não pode vir falar ele mesmo? — som visceral de indignação saiu da sua boca. — Meu pai está no CTI Jamie. — Ergo o meu queixo, como se isso fosse lhe dar um motivo de piedade. — Ele teve um problema sério de saúde! Por isso eu vim. — Eu estalo, minha voz crescendo com depressão. — Nós não temos como pagar a dívida. Mas eu estou disposta a lhe dar qualquer coisa para que você deixe a minha família em paz. Jamie se aproximou mais ainda, seus lábios quase colados aos meus. Jesus Cristo, eu podia sentir seus gominhos da barriga. Uma fração de segundo. Nem mesmo isso. Foi quanto tempo levou para ele puxar algo da gaveta da ilha ao meu lado.Os cabelos da minha nuca se arrepiaram. Um arrepio desceu pela minha espinha. Quando eu senti o cano frio da arma. Sua arma, apoiada na minha têmpora. Ele range os dentes aproximando ainda mais o seu rosto do meu. —Em um desses c
Subi a escadaria de casa chorando. Aquilo tudo parecia um pesadelo. Eu odiava o Jamie. Deus, eu odiava aquela família por não me deixar ter escolha. Eu me odiava por ser egoísta e estar chorando. Qual é o problema? É só um casamento. Pessoas casam e são infelizes o tempo todo, pode não ser tão ruim. Pensava enquanto limpava minhas lágrimas. Além, de que eu já havia dormido com Jamie muitas vezes antes, não seria tão terrível. Excerto que antes transei com ele porque quis, e não porque fui coagida a isso. Mas Jamie me obrigaria? Ele me forçaria contra minha vontade? Ele disse que esperava que eu fosse subimissa. Ele me comparou a um brinquedo. Deus amado, em me o meu pai nos meteu? Assim que atravessei a porta da nossa mansão, uma figura alta me pegou, tampando a minha boca. Me bati e tentei gritar o mais alto possível. Tentei me girar para acertar um tapa, mas a figura era bem mais alta que eu. Consegui retirar sua mão de meu rosto. — Me solte! Me deixe em paz! Eu g
Três meses depois Thomas foi afastado quatro dias depois disso. E eu tinha mais dois seguranças que Jamie dizia ser da “Família”. Soldados, eu sabia bem. As semanas foram se arrastando, e cada vez mais o pesadelo tomava a forma de escolher vestido de noiva, a nossa futura casa e todas as coisas para o casamento. Isso era um PESADELO. O que poderia me deixar mais aliviada era que estávamos indo passar o final de semana no aniversário de Nicole. Tudo ocorreu bem durante a viagem, exceto com Vivian, pobre Vivian. Estava certa o tempo todo, a única coisa que eu queria era abraçá-la e dizer que poderíamos fazer como no ensino médio, e correr sem olhar pra trás. Infelizmente eu não podia, os papéis estavam assinados. Por mais que eu a amasse, eu não poderia arriscar a vida dela, arriscar tudo. E por isso tive que mais uma vez ser forte, e doeu. Doeu pra cacete. Eu chorei, chorei antes e chorei depois, quando tive que fingir para todos que estava feliz, quando tive que humilhá-la na fes