Chegamos ao Hospital UC San Diego Health e logo fomos atendidos, os médicos não passaram muita informação sobre a situação do meu pai. O que sabíamos era que ele teria de passar por uma cirurgia de emergência, o que deixava tudo muito mais assustador. Eu e minha mãe estávamos sentadas na área de espera, quando ela gentilmente começou a falar. — Ele ainda assim foi um bom pai. — Sua voz era baixa e estremecida, ela parecia querer chorar. — Ele tentou, Alice. Deus sabe que ele tentou, na maior parte do tempo nos proporcionou uma boa vida. Ele fez tudo que pôde. E você sabe disso. — Tudo que pôde? Mãe! Você consegue ao menos se ouvir? Nós praticamente não temos onde morar, estamos falidos! O que vamos fazer? — Minha voz treme miseravelmente. Abaixei o tom ao perceber outras pessoas na área de espera nos observando. — Acho que podemos ir passar um tempo com o John, pedir abrigo… Não sei, eu também posso trabalhar. — Ela bate o dedo no queixo, enquanto faz a observação. — Mãe
— Bonitão, você tem visitas — ela disse com ironia me olhando com escárnio. Olhei séria para ela. Porque Jesus, isso não era uma competição. E levantei os meus pés, tentando ver atrás dela, que se fixou no meio da porta me impedindo de ver qualquer coisa. — Eu preciso falar com ele, é urgente, — Respiro fundo e reprimo a necessidade de bate nela. — Jamie! — Gritei. — Jamie! — Tentei passar por ela. Finalmente ouvi sua voz. — Mas que porra de gritaria é essa a esta hora da noite? — Jamie! — gritei. — É a Alice. — Alice? — perguntou surpreso. Ele vestia uma calça jeans escura, que prendia em seu corpo definido e magro. Estava sem camisa. Seu cabelo castanho, claramente bagunçado, demonstrava facilmente o que ambos faziam antes de eu chegar. Seu rosto quadrado e marcante tinha barba cerrada, suas maçãs do rosto eram robustas e seus lábios cheios, ele parecia um maldito modelo da Vogue. Ele pegou no braço da mulher e disse com estupidez. — Vista-se e saia, agora. — El
Quando vê minhas lágrimas descendo, seu rosto se transforma em forte nojo. — E seu pai, como o fodido que é, não pode vir falar ele mesmo? — som visceral de indignação saiu da sua boca. — Meu pai está no CTI Jamie. — Ergo o meu queixo, como se isso fosse lhe dar um motivo de piedade. — Ele teve um problema sério de saúde! Por isso eu vim. — Eu estalo, minha voz crescendo com depressão. — Nós não temos como pagar a dívida. Mas eu estou disposta a lhe dar qualquer coisa para que você deixe a minha família em paz. Jamie se aproximou mais ainda, seus lábios quase colados aos meus. Jesus Cristo, eu podia sentir seus gominhos da barriga. Uma fração de segundo. Nem mesmo isso. Foi quanto tempo levou para ele puxar algo da gaveta da ilha ao meu lado.Os cabelos da minha nuca se arrepiaram. Um arrepio desceu pela minha espinha. Quando eu senti o cano frio da arma. Sua arma, apoiada na minha têmpora. Ele range os dentes aproximando ainda mais o seu rosto do meu. —Em um desses c
Subi a escadaria de casa chorando. Aquilo tudo parecia um pesadelo. Eu odiava o Jamie. Deus, eu odiava aquela família por não me deixar ter escolha. Eu me odiava por ser egoísta e estar chorando. Qual é o problema? É só um casamento. Pessoas casam e são infelizes o tempo todo, pode não ser tão ruim. Pensava enquanto limpava minhas lágrimas. Além, de que eu já havia dormido com Jamie muitas vezes antes, não seria tão terrível. Excerto que antes transei com ele porque quis, e não porque fui coagida a isso. Mas Jamie me obrigaria? Ele me forçaria contra minha vontade? Ele disse que esperava que eu fosse subimissa. Ele me comparou a um brinquedo. Deus amado, em me o meu pai nos meteu? Assim que atravessei a porta da nossa mansão, uma figura alta me pegou, tampando a minha boca. Me bati e tentei gritar o mais alto possível. Tentei me girar para acertar um tapa, mas a figura era bem mais alta que eu. Consegui retirar sua mão de meu rosto. — Me solte! Me deixe em paz! Eu g
Três meses depois Thomas foi afastado quatro dias depois disso. E eu tinha mais dois seguranças que Jamie dizia ser da “Família”. Soldados, eu sabia bem. As semanas foram se arrastando, e cada vez mais o pesadelo tomava a forma de escolher vestido de noiva, a nossa futura casa e todas as coisas para o casamento. Isso era um PESADELO. O que poderia me deixar mais aliviada era que estávamos indo passar o final de semana no aniversário de Nicole. Tudo ocorreu bem durante a viagem, exceto com Vivian, pobre Vivian. Estava certa o tempo todo, a única coisa que eu queria era abraçá-la e dizer que poderíamos fazer como no ensino médio, e correr sem olhar pra trás. Infelizmente eu não podia, os papéis estavam assinados. Por mais que eu a amasse, eu não poderia arriscar a vida dela, arriscar tudo. E por isso tive que mais uma vez ser forte, e doeu. Doeu pra cacete. Eu chorei, chorei antes e chorei depois, quando tive que fingir para todos que estava feliz, quando tive que humilhá-la na fes
Victor me olhou por alguns instantes e depois falou. — Acho que posso fazer isso. Essa é possivelmente a festa mais segura desta cidade. Corri para o banheiro, liguei a torneira e deixei a água correr. Tocava ‘Always my head’ do Coldplay. Por isso eu odiava casamentos e casais apaixonados, eles faziam que todas as nossas dores se tornassem maiores, os vazios no peito mais duros que nunca. E eu não queria sentir isso, eu estava me saindo bem fingindo, bloqueando toda aquela merda para fora de mim. Seja por casais apaixonados, casamentos, ou ver Thomas com outra, não sei, mas eu não estava bem. Por que tinha que ser assim? Ele era extremamente lindo, ainda mais vestindo terno com gravata borboleta. E seu cabelo, seu rosto, tudo nele era impecável, mas sempre inacessível. Não inacessível para mim, era como se ele fosse inacessível para qualquer um. Não sei porque eu me sentia tão atraída por ele, talvez fosse só carência, ou algum tipo de problema que me fazia querer justamente o q
Eu tive uma puta vontade de negar participar daquele casamento. Mas de alguma forma senti que vê-la de noiva tiraria toda aquela merda de sentimentos da minha cabeça. Eu nem era mais segurança dela. Mas de alguma forma fui convidado a vir. Confesso que nunca havia visto evento mais seguro. Tanto faz, na minha conta já havia seguranças demais ali para um simples casamento. A não ser que esse Jamie estivesse metido em alguma merda que nem o lixo do seu pai. Colleri era o homem com mais dinheiro e com mais merda nas costas que eu conhecia e, ainda assim, não houve metade desta segurança em seu casamento. Poderia ser paranoia minha. Mas aquele cara não parecia bom. Observei-a andando até o altar, ela estava tão linda com seus cabelos curtos que já davam para prender em um coque. Ela caminhou sem olhar para os lados, seu olhar era fixo no altar, não em Jamie ou em qualquer outra coisa. Eram movimentos automáticos, quase robóticos. Não eram atitudes de uma noiva apaixonada, louca de am
meses antes ( Semana do aniversário da Alice) Eu fiquei parado perdido nos meus próprios pensamentos, enquanto a Atendente me perguntava pela terceira vez se eu deveria levar aquela pulseira. Na verdade, nem eu sabia. Eu vi o momento em que Alice admirou a pulseira e seus olhos castanhos brilharam, e momentos depois todo o brilho esvaiu-se quando o seu cartão não passou. Ela estava envergonhada. Eu não sei quando tive aquele acesso de loucura, mais acabei entrando na loja e escolhi a que ela estava namorando três dias atrás. Uma pulseira de ouro branco, com um pingente em forma de gota, uma safira vermelha, como os seus cabelos. — Sim — disse, por fim. Ela passou o cartão sem dificuldades e me entregou a pequena bolsa dourada. Eu ainda estava com a bolsa da Tiffanys dentro do carro quando Elisabeth me ligou, me explicando a situação. Alice estava sozinha, vagando pela cidade, provavelmente arrasada por causa do seu pai. Quando eu a encontrei em casa, ela estava aterrori