Isa
Acabei de sair de uma cirurgia longa e tensa, meus ombros doloridos, minha mão doía, minhas pernas tremiam, tudo que queria era um chocolate, um banho quente, uma massagem feita por mãos masculinas, enquanto estivesse nua em uma cama gigante com ele também nu e bastante alegrinho.
Faz quanto tempo que não transo? Perguntei-me enquanto fechava os meus tênis.
Se nem me lembro disso, é porque a situação estava séria. Mas vamos lá, saí da escola e embarquei em um ano de estudos para fazer vestibular, passei na USP e foram mais cinco anos dentro de uma sala de aula, residência, especialização, mais residência, mais estudos e finalmente estou aqui, trinta anos, nenhum filho, com uma casa que ainda estava pagando, uma moto linda demais que iria usar para minha grande aventura, mochilão por todo o país, e um gato que me adotou. Sem filhos e sem marido. Não porque eu não queria, acho que oitenta ou noventa por cento das mulheres deseja filhos, mas eu ainda não tinha achado o cara certo.
— Doutora. — Saí dos meus devaneios quando um lindo enfermeiro apareceu na porta do vestiário. O local onde estava comum para toda a área onde ficavam os armários e lugares para se parametrizar antes de uma cirurgia, além da porta de entrada tinha mais duas onde ficavam os banheiros masculinos e femininos com chuveiro e sanitário. — Preciso que você dê uma olhadinha em uma de minhas pacientes.
— Um minuto que já vou até a Neo. — Sorri para o homem alto, muito alto, acho que ele beirava aos dois metros, o que era muito bom, me sentia pequena e feminina perto dele, já que com meu um metro e oitenta isso era digamos que quase impossível.
Voltando ao deus na minha frente, o cara arrancava suspiros por onde passava, já tinha ouvido falar do enfermeiro bonitão da neo-natal.
Comecei a varrer meu olhar para ele, seu corpo magro, porém atlético, peitoral largo, braços musculosos, dizem que ele tinha uma tatuagem no braço, nunca vi sem o jaleco, então não sei, rosto quadrado, sorriso de matar, olhos e cabelos castanhos, um conjunto de parar o trânsito que não vazia minha calcinha vibrar, o que era uma pena. — Me adiante o assunto.
— Precisamos de um acesso venoso central, as veias da minha princesa não estão cooperando. — Se o fato dele ser bonitão não fazia as mulheres suspirar, acrescente o carinho e dedicação com bebês pequenos que mal cabia na palma da mão grande dele?
— Quanto tempo ela tem na unidade? — Peguei meu outro pé do tênis é o coloquei fechando o velcro a seguir, desde que vi a Arizona de Grey’s Anatomy usando um par com rodinhas eu quis um também, adoro andar pelos corredores com ele e já fui chamada a atenção várias vezes, o que não liguei nem um pouco.
— Fez um mês, a pequena nasceu de trinta semanas é está lutando cada dia. — O orgulho no seu tom de voz não me passou despercebido. Devido a profissionais como ele que desejei ser médica, quando eu era a paciente tive oportunidade de conhecer os verdadeiros super-heróis.
— Muito bem, vou ter que só dar uma olhada no meu paciente é já vou para lá, prepare tudo para mim, por favor. — Ele acenou em concordância e saiu do lugar.
Terminei de guardar minhas coisas na grande mochila Rosa com preto que levava praticamente a minha casa dentro. Sério, se eu fosse um animal seria a tartaruga, ou melhor, um canguru, me avaliei como sendo elétrica de mais.
Parei na frente de um espelho e me olhei. Saca, não era tão mal. Tinha um corpo cheio, porque adorava comer e odiava academia, então confesso, preciso perder uns quilos, não muitos, não gostava da minha aparência magra demais, tinha o tom de pele uma dois tons acima do enfermeiro que acabou de sair, meus cachos estavam presos em elástico, precisava urgentemente de um dia de salão, como cabelo afro dava trabalho, minha nossa! Tamanho de seios? Ok, nem muito grandes, nem pequenos uma leve caída, quadril largo, pernas compridas, bunda de médio tamanho, ou seja, eu era um puta mulherão.
— Sou foda — falei para a imagem no espelho. De dentro de uma bolsa que já tinha deixado na pia, tirei um batom vermelho, amava aquela cor, passei em meus lábios carnudos, soltei meu cabelo que armou o black. — podia ter nascido com os cachos da minha mãe, amo você juba de leão, mas tu me dá um trabalho danado. — gargalhei enquanto pegava minhas coisas e sai deslizando pelo local, adorava meus tênis de rodinha.
Preenchi a papelada do paciente a qual acabei de operar, me despedi da equipe e fui ver a princesa no quinto andar. Fiquei me perguntando o porquê de minha calcinha não vibrar com o bonitão do enfermeiro, o cara era lindo e mais alto do que eu. Se fosse solteiro seria uma ótima escolha, mas a emoção não estava ali. Talvez eu seja lésbica, nenhum cara me chama a atenção, prefiro ficar em casa a sair em mais um encontro.
Comecei a pensar sobre aquela ideia de gostar de mulheres e a descartei no instante que as portas se abriram no segundo andar e um homem de terno entrou.
Minha nossa senhora das médicas encalhadas, o cara era perfeito. Não, ele não era tão lindo quanto os modelos de revista ou atores de televisão, uma beleza que não tem o que explicar, talvez o terno abrigava seu grande corpo, os braços e as pernas esticavam a costura da roupa de tanto grossos que era os membros, peitoral largo, rosto quadrado bem barbeado, olhos castanhos, cabelo curto com mechas claras e escuras, pele dourada. E as mãos grandes pareciam muito com as do enfermeiro.
Me peguei imaginando elas em minha bunda, apertando enquanto ele me pressionava contra a parede e atacava minha boca.
— Preciso de sexo.
— Como? — O homem olhou para mim com cara de espanto, foi aí que notei que pensei alto. Senti meu rosto esquentar.
— Preciso de ce… cebola — emendei. — Estava distraída fazendo a lista de supermercado, minha geladeira está vazia, não tem nadica de nada para comer, o que é bom por um momento, é só pedir comida, não vou precisar cozinhar, nem lavar louça, acho que os pratos deveriam ser todos descartáveis, panelas também, ariar panela é um oh. — Acho que o cara me achou uma doida, ele me deu aquela olhada de quando estamos na TPM e alguém mostra uma barra de chocolate em nossa frente.
Me mexi e lá estava a calcinha vibrando, uhhhh não era lésbica, afinal de contas, eu só precisava de um moreno gostoso em um terno. A porta do elevador abriu em meu andar, sorri para ele e sai deslizando.
— Moça. — Dei meia volta e parei a poucos metros, ele saiu do elevador e me encarou com aquela cara de diretor que ia dar bronca em aluno, algo super sexy nele. — Você não pode andar de patins no hospital, isso não é lugar de brincadeiras.
— Primeiro, é um tênis. — Apontei para o meu pé. — Segundo, não estou brincando, só indo mais rápido para onde tenho que ir e depois correr para o mercado comprar cenoura. Terceiro, tem uma veia saltando na sua testa, cuidado para ela não explodir é você ter um aneurisma, dica de médica, relaxa se não, não encaixa.
— Pensei ser cebola e não cenoura. — O cara cruzou os braços, o que deixou mais evidente seus músculos. — Isso é um ambiente hospitalar e…
— Mano, nem sei quem você é, mas deixa eu te contar algo — Voltei deslizando até ele é sorri quando cheguei. — Nem meu pai conseguiu me tirar de cima dos meus tênis, não vai ser um Zé alguém que conseguirá.
— Você quiser dizer ninguém.
— Não. É alguém, mesmo, você tem cara de diretor chato que pega no pé dos alunos, estou supondo que trabalha aqui pelo crachá no seu pescoço, então é alguém. — Dei uma volta nele e voltei a deslizar pelo corredor verde água clarinho. Parei por uns instantes é virei para ele, dei uma piscadinha. — Ele só é dono de tudo isso aqui, então não perca seu fôlego, não vou tirar meus tênis. — Joguei beijo para ele e continuei meu caminho até o final do corredor onde ficava a porta de entrada da UTI neonatal.
Na entrada havia um lavatório, peguei o elástico em meu pulso e voltei a arrumar a cabeleira, coloquei a roupa protetora, composta por um jaleco descartável, touca e uma proteção para meus tênis. Entrei no ambiente climatizado e um tanto escuro. Os barulhos das máquinas ligadas em várias baias eram ouvidos por todo lugar.
Não gostava muito de entrar naquele lugar, na verdade, eu odiava trabalhar com criança, pois me lembrava da minha infância e no quanto o hospital foi o meu lar. Acho injusto, crianças ficarem doentes, elas não tinham nem aproveitado a vida e sua sentença de morte estava antecipada.
— Doutora. — O enfermeiro bonitão me chamou de um berço em minha frente. Caminhei para lá e ao chegar próximo avistei um bebê enrolado. — Essa é a nossa princesa Diana.
— Um nome bem forte para uma guerreira. — Ele concordou sorrindo. Peguei seu prontuário e dei uma olhada na evolução médica e no pedido para o cateter. — Muito bem, vamos começar.
— Deixei tudo pronto para senhora.
— Me chame de Isa, senhora é só a minha mãe. — Fui me preparar, outra passada no lavatório, lavei as mãos, sequei com um pano estéril, coloquei outro jaleco azul também sem contaminação, o enfermeiro veio amarrar ele em minhas costas, enquanto colocava a luva.
Comecei a trabalhar com agilidade e eficiência, apliquei um leve anestésico no local, tive que me segurar para não chorar com a mocinha, fiz o meu trabalho o mais rápido possível para não a machucar. Depois que terminei peguei a pequena Diana nos braços. — Desculpe-me, pequena. — Dei um beijo em sua testa e a coloquei de volta.
— Obrigado, Isa. — Não consegui sorrir para ele. Peguei o prontuário e caminhei para o posto de enfermagem, para fazer meu relatório do procedimento.
Precisava sair dali com urgência, o choro da menina lembrou o meu, quando eu estava no lugar dela, os médicos me furando, a dor, os rostos tristes dos meus pais, tinha sete anos, mas sabia que ia morrer, só queria que parassem e me deixassem ir. Eu estava tão cansada de lutar e ser guerreira como todo mundo pedia para eu ser.
Respirei fundo e finalizei meu trabalho. Dei tchau para todos e peguei minhas coisas, saí da neo-natal correndo como se o diabo estivesse atrás as de mim. A pressa era tanta que não vi por onde andava até colidir contra alguém.
— Te peguei. — A voz rouca do moreno do elevador chegou aos meus ouvidos. Olhei para cima e vi olhos sérios me analisando.
— Eu… eu… — As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. Fazia muito tempo que não tinha uma crise dessas. Agarrei-me nas lapelas do terno dele e comecei a chorar encostada ao seu ombro, minha bolsa foi ao chão e a estranho me abraçou. Seu cheiro másculo, uma mistura do odor dele com o perfume amadeirado, invadiram minhas narinas e me embriaguei nele. Não demorou para meu cérebro doido sair do loop de medo para ir para o loop de excitado, nada como um homem cheiroso para nos distrair.
— Se você está chorando só para que eu não brigue com você por estar andando de patins pelo hospital, não vai se safar disso, mocinha. — Olhei para cara séria dele, e mostrei a língua.
— Cara, relaxa. — Dei um passo para trás, ele ainda me segurou por meus braços. — A vida é curta e você precisa viver ela plenamente. — Respirei o ar infestado pelo perfume dele, naquele momento usei suas palavras para mim. — Então vamos curtir. — A minha diabinha deu um pulo digna de Daiane dos Santos.
Quando eu tinha quinze anos e estava a ponto de desistir da minha vida e do meu corpo doente, uma enfermeira me fez fazer uma lista de coisas que eu ia fazer quando saísse do hospital. Um dos itens era beijar um garoto, refazendo a minha lista naquele momento coloquei o item, beijar um homem desconhecido e gostoso no corredor de um hospital. Era a oportunidade perfeita ou desculpa perfeita para beijá-lo.
— Carpe Diem. — Peguei a gravata dele, nas minhas mãos e o puxei próximo a mim, eu tinha que ficar nas pontas dos pés, o homem era maior que eu. Diabinha estava dançando de alegria e o anjo arrancando os cabelos dizendo para eu parar de ser doida. A diabinha pulou em cima da anjinha e deu carta-branca. Sorrir e colei meus lábios nos do desconhecido.
Senti o gosto de menta, como se ele estivesse acabado de chupar uma bala. No começo ele não teve reação, estava quase desistindo quando ele me puxou para si e me apertou, levando a mão até minha cabeça e a outra em minhas costas, seus lábios abriram e sua língua invadiu minha boca dominando a situação. O homem sabia beijar. Levei as minhas mãos aos seus cabelos colando nossos corpos ainda mais, parecia querermos nos fundir um ao outro.
Soltei um gemido quando tudo terminou. Abri meus olhos e olhei para os dele, que mudou levemente de tonalidade, parecendo mais claros.
— Carpe Diem. — Repetir antes de pegar minha bolsa do chão e sair deslizando pelo corredor. Antes de chegar aos elevadores, dei meia volta e continuei de costas. Ele estava lá parado me olhando embasbacado, joguei um beijo para ele e voltei a olhar para frente. Eu e minha diabinha estávamos rindo como loucas.
Sim, eu iria curtir a minha vida.
***
Capítulo alterado devido alguns erros na escrita!
Maurício Passei a toalha pelo meu rosto para tirar o excesso de suor. Acabei minha série de exercícios da noite, mas ainda estava tenso, olhei o outro lado da academia vendo Vê mostrando como programava a esteira para uma menina. Só de olhar, dava para perceber que aquilo era desculpa para chamar a atenção do meu irmão. Sentia um orgulho do cacete em ver aquele menino crescer e se tornar o homem que é hoje, a vida não foi fácil para nenhum de nós, porém se caísse morto agora iria para o além com sorriso de dever cumprido. Não só Vince, como Ethan e minha pequena Emily se encontravam no caminho certo, valeu cada segundo que lutei por isso, me orgulhava deles. — Terra chamando Maurício. — Olhei para cima e vi Diogo. Precisava ter uma conversa com ele há algum tempo. O folgado fazia de Vê de capacho. Os dois eram sócios da academia, que construíram juntos, mas só meu irmão dava o sangue e a alma por ela, enquanto o primo recebia os lucros e dava prejuízo. — Te chamei umas duas vezes, s
Isa Por essa eu não esperava, o gato lindo e que beijei no meio do corredor do hospital. O mesmo moreno que não saía da minha cabeça a semana inteira. Parecia estranho, pois só nos vimos uma vez, trocamos meia dúzia de palavras, fiz uma cena chorando no ombro dele e depois o agarrei-o em um beijo. Sim, era estranho, mas ele me fez ver o meu futuro e o que estava perdendo. — Isa, esse é meu irmão Maurício. — Olhei para Vince, o namorado da minha amiga, que estava fazendo super bem a ela e me deixava feliz. Conversei bastante com ele e cheguei à conclusão, Vê é um cara decente, trabalhador, divertido, maníaco por doce. Adorava mandar bom dia com foto de algum doce só para chatear ele. — O lord das trevas. — Completei e o moreno me olhou com cara de zangado, dava vontade de apertar suas bochechas e o fazer rir. Seus olhos escuros transmitiam tantas coisas que ele não falava, eu queria descobrir tudo que estava lá. — Prazer, sou a Isa e — apontei para o meu pé — estou de salto, já que m
Maurício A casa estava silenciosa, Emily deveria estar dormindo e Ethan no serviço, ele pegava todos os plantões que podia para alcançar o desejo de virar enfermeiro chefe. Vê saiu com Agatha depois do barzinho e apostava estar fazendo o mesmo que eu iria fazer. Passar a noite com uma linda mulher.Olhei para Isadora que observava o ambiente com interesse. A casa estava limpa e arrumada como sempre, Emily, uma pequena general e não deixava seus irmãos mais velhos bagunçar. Resolvemos que ela cuidaria da casa e estudaria, então pegávamos uma mesada e sua faculdade. Não que não queríamos que ela trabalhasse, longe disso, sim, achávamos que os estudos eram mais importantes e íamos de qualquer jeito pagar alguém para cuidar de casa e fazer faculdade e trabalhar fora era complicado, não que cuidar de três marmanjos não fosse.— Gostei da decoração. — Isa deu um passo para dentro da sala, onde uma TV de cinquenta e duas polegadas, ficava embaixo o videogame e o aparelho de som. Um sofá de
Isa Acordei e levei um tempo para me sintonizar no tempo e espaço. Olhei ao redor, na penumbra do quarto desconhecido e tentei me mexer. Tinha uma coberta em cima do meu corpo que não era a minha, levantei e descobri duas coisas, uma, estava nua, duas tinha um braço moreno ao redor da minha cintura. As imagens da noite passada vieram em minha mente.Senti meu rosto corar, meu corpo doer e uma satisfação vibrar por todos os meus ossos. Fui comida duas vezes muito bem, sério, as minhas experiências anteriores foram um nada perto do que vivi com Maurício, gostei da sedução lenta da primeira vez e a urgência da segunda. Transar dava energia, queria pular dali e fazer alguma coisa, mas meu companheiro estava dormindo tão gostoso que achei melhor fazer tudo bem silenciosamente.Tirei seu braço de mim e me arrastei para outro lado. Levantei da cama e caminhei para a porta que não era a de entrada, abri e me deparei com um banheiro limpo e organizado, dei um passo no chão frio de azulejos pre
IsaNada melhor que a liberdade de estar em uma moto, tem vários cavalos de potência ronronando no meio das suas pernas, o vento correndo por seu corpo, a sensação de liberdade. Eu queria gritar de felicidade por finalmente está saindo em meu mochilão.Foi difícil, meus pais encrencam, brigamos e agora nenhum dos dois queria falar comigo. Minha mãe por querer me colocar dentro de uma caixa de vidro, meu pai por estar acabando com o meu futuro perfeito, o único que me apoiou e me desejou sorte foi o meu irmão, ele até queria vir comigo, mas sendo menor de idade não podia. Por isso eu o levei de casa durante o sábado e domingo, pegamos o carro e fomos para a baixada, nós surfamos, quer dizer ele surfou e eu só cai, pulamos de paraglider, fizemos uma trilha e eu fiquei morta com farofa no domingo à noite.Gustavo era um menino inteligente,
MaurícioQuando liguei para Isadora no finalzinho da tarde foi para resolver um problema do hospital, um paciente estava querendo processar a gente por negligência médica e ela foi uma, dos médicos, que atenderam o dito cujo. Eu analise todo o prontuário dele e apesar de não ser da área estava muito claro para mim que ele falava merda.Seria uma ligação rápida para informar da necessidade de ela comparecer ao hospital, mas quando mencionou o acidente fiquei preocupado. Minha irmã estava aprendendo a dirigir, iria tirar carta de carro e moto e só de pensar nela em algo desse tipo me dava um medo desgraçado.Então fiz uma coisa sem pensar. Larguei tudo e peguei meu carro e fui atrás dela. Pela localização que me passou pesquisei os hospitais mais pertos, tinha dois e eu teria que tentar a sorte. Enquanto dirigia fui tentando falar
IsaVoltei para casa com Mau Mau, liguei para um reboque levar a minha moto para a capital, porque não estava afim de passar não sei quantas horas na estrada e sinceramente queria conversar mais com ele e fazer a nossa lista de coisas para fazer. Maurício era meio caladão, mas estava verdadeiramente encantada por ele ter vindo até mim. Aposto que se meu pai soubesse do acidente nem ia ligar.— Vamos lá. — Estava descalço com os pés no painel. — Dez coisas para fazer antes de morrer.— Ainda está nisso? — Fiz que sim com a cabeça e peguei a caneta e o bloquinho que a dona da pousada me deu. — Não sei o que falar.— Então vou começar. — Pensei por um tempo e depois escrevi no bloquinho. — Quero fazer todos os esportes radicais que tiver, começando como pular de paraquedas.— Est
MaurícioEla estava toda falante com o advogado que não tirava os olhos de Isadora. Nos reunimos para pegar o depoimento dela sobre o caso de negligência, além dos prontuários falamos com todos os envolvidos no tratamento do paciente, o caso era que ele acusava o hospital pela trombose na perna, uma consequência do grande ferimento que teve, juntando com o fato dele ser fumante e não ter seguido as orientações médica, o que era de baixo risco virou algo grande e ele corria o risco de perder a perna.— Muito obrigado, senhorita Pereira. — O advogadinho disse, ele era baixinho e estava soando como se estivesse numa sauna.— Que isso, Arthur, pode me chamar de Isa e eu só vim ajudar. — Ela sorriu para ele. — Mesmo não sendo de muita ajuda já que eu fiz um reparo no baço e não na perna dele.&mdash