Maurício
Ela estava toda falante com o advogado que não tirava os olhos de Isadora. Nos reunimos para pegar o depoimento dela sobre o caso de negligência, além dos prontuários falamos com todos os envolvidos no tratamento do paciente, o caso era que ele acusava o hospital pela trombose na perna, uma consequência do grande ferimento que teve, juntando com o fato dele ser fumante e não ter seguido as orientações médica, o que era de baixo risco virou algo grande e ele corria o risco de perder a perna.
— Muito obrigado, senhorita Pereira. — O advogadinho disse, ele era baixinho e estava soando como se estivesse numa sauna.
— Que isso, Arthur, pode me chamar de Isa e eu só vim ajudar. — Ela sorriu para ele. — Mesmo não sendo de muita ajuda já que eu fiz um reparo no baço e não na perna dele.
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IsaQueria matar a tal da Natacha, isso porque além do meu juramento eu era contra a pena de morte. Nesse exato momento sabia que Maurício estava guardando seus sentimentos para si, sei que se pressionar ele não iria falar então vamos agir com palhaçada, para desanuviar o tema pesado.— Como foi para você explicar para Emily sobre absorventes? — Idiota pelo assunto.— Eu a levei em um hospital. — Olhei sem entender. — Pedi para uma enfermeira explicar para ela, peguei dicas para comprar aquilo, tinha que ser o certo.— Imagino você no corredor do supermercado olhando para absorvente sem entender para que funciona.— Foi um pesadelo. — Ele riu. — O mais difícil foi controlar os meninos Vincent e Ethan brigava por qualquer coisa.— Sério isso?— Sim, até hoje eles fazem isso, Ethan provoc
MaurícioOs dias se passaram rápido, quando eu vi já era quinta-feira, só me toque porque minha casa foi invadida, Angel foi a primeira a chegar com os braços cheios, nem sei o que era, mas tinha o cheiro bom e eu queria. Mal fechei a porta e Agatha apareceu, junto com um homem que pelo o que entendi era o motorista do Uber que pegou a ajudando a trazer mais comida. Quando a mesa estava posta a minha campainha tocou por uma terceira vez e lá estava ela, a mulher que estava tirando o meu juízo. Isadora, com ela vinha um adolescente e nem precisava perguntar quem era. O rapazinho era a versão mais nova e masculina da morena.— Mau Mau, esse é o Gu, Gu esse é o Mau Mau. — O garoto olhou para os braços cheios e ficou na dúvida de como fazer para me cumprimentar.— Seja bem-vindo, cara. — Dei um tapinha em seu ombro. O menino estava bem vestido
IsaTudo deu errado, primeiro o meu carro não queria pegar, chamei o seguro e eles só poderia me entregar na segunda. Peguei o carro reserva e assim que colocamos o pé na estrada começou a chover, ficamos paradas na serra por uma hora e quando finalmente chegamos na baixada o pneu do carro furou. Os idiotas do seguro iria demorar, então lá fui eu trocar pneu na chuva.Sim, fiz curso, meu pai não me deixava fazer nada, tudo tinha que depender dele. Nunca fui em um show, ou passar final de semana na casa de algum amigo. Dormir fora? Já mais. Eu tenho certeza que ele pagou para que eu passasse na universidade em São Paulo só para me controlar, então eu me rebelei, fui fazer faculdade no interior do estado. Vendi todas as minhas coisas e usei o dinheiro para me manter até arrumar alguma coisa. Briguei com o meu pai feio, ele disse palavras odiosas e eu me magoei tanto que f
MaurícioFazia um tempo que eu não falava ou via Isadora, eu até tentei depois daquela explosão dela no telefone, mas ela não me atendeu. Sei de notícia dela através e meu irmão que está em Portugal e está bem e em busca do que fazer da vida, segundo Vê ela está parecendo O elo perdido.Entrei no elevador do hospital para verificar algo em uma das alas, antes de encerrar o meu turno quando meu celular tocou com mensagem de Emily dizendo onde estava. As meninas nos abriram os olhos sobre o tratamento dado a nossa princesa, e sinceramente estava puto da vida não com Isadora e Agatha e sim comigo mesmo.As portas se abriram e eu dei de cara com o Gustavo. Ele estava todo sorridente, mas assim que me viu fechou a cara, deveria mencionar o terminou com Isadora?— Olha quem finalmente apareceu. — Sentir a raiva na voz dele, isso me deixou
Isa— Acorda dorminhoca. — Eu devo ter resmungando qualquer coisa e me mexido. Uma dor nas minhas costas se fez presente e eu dei um gemido ficando estática. — Vamos lá pequena, foi difícil trazer seu café da manhã. — Abrir meus olhos e vi Maurício parado ao lado da minha cama com um copo de café e uma embalagem nas mãos. — Talvez eu deva comer tudo isso sozinho.— Vou voltar a te chamar de Mau Mau. — Reclamei.O homem passou a noite inteira comigo, me ajudando a ir ao banheiro, chamando a enfermeira quando a dor era forte demais para eu aguentar, enfim cuidando de mim cada passo. Aquilo era novo para mim, eu não sabia como agir. Qual o protocolo quando o seu... sei lá o que, dar uma de protetor?— Quer ajuda para levantar? — Ele deve ter notado a minha careta de dor. Eu estava parecendo uma velha de cento e vinte an
Maurício“Senhor, Deus da vida, coloco em tuas mãos Isadora e entrego inteiramente à ti, com todo o meu ardor do meu coração, porque te amo e creio em tua bondade.Senhor, que disseste “crescei e multiplicai-vos” dá e a graça da maternidade, concede que este plano da criação se cumpra em Isadora. Dá-lhe, Senhor, paciência e serenidade para esperar confiante em tua misericórdia.Recorro também àquela que escolheste para trazer teu filho Jesus ao mundo: Maria, Virgem imaculada que abrigaste em teu ventre, o filho do Altíssimo, intercede por ela e alcança para ela perante Jesus, teu filho e meu salvador, a graça de engravidar e ser mãe. Amém.”Abrir meus olhos e olhei para o altar em minha frente. Terminei a minha prece e sai da capela do hospital rumo ao quarto
IsaEu não acredito que disse sim para namorar com ele. Eu era uma namorada. Pela primeira vez na minha vida, não sabia o que fazer, qual o protocolo para ser uma namorada? Eu tenho que falar eu te amo para ele agora? A Jesus, Maria, José e o burrinho.— O que está passando nessa sua cabecinha? — Mau fez um carinho no meu rosto. Era de noite e eu passei o dia todo com aquilo na cabeça, além do fato que eu realmente tinha chances de ser mãe dos meus próprios filhos.Era muito informação para minha cabeça dopada de antibióticos, fiz minhas listas de prós e contra e não saiu nada delas, nem para o assunto de mãe e namorada. Mau chegou do serviço com comida japonesa que eu amava, por cinco minutos eu esqueci das grandes questões da minha vida e me concentrei nele.Era fácil conversar com Mau, tínhamo
MauricioEstava sentado em um banco da área de lazer do prédio de Isa. A mocinha me fez levantar cedo para curtir o dia de sol atípico para estação. Ela se enfiou em um shortinho cor de rosa minúsculo e uma blusa apertada que deixava todas as curvas deliciosa delas, que tinha provado a pouco, e patins. Ela estava cheia de energia, o que era um alívio depois do susto com a pneumonia.A risada dela no meio das crianças contagiava todo mundo, vários pais ficavam de olho nela ao invés dos próprios filhos e eu queria ir lá e socar cada um deles por ficar de olho na minha garota.Minha garota.Isso era novo. Passei algum tempo conversando com Vê, no telefone, sobre tudo, sobre a loucura de pedir Isadora em namoro, meu irmão me abriu os olhos para um outro cenário: Meus passarinhos tinham que voar, ele mesmo estava do outro lado do oceano agor