Isa
Nada melhor que a liberdade de estar em uma moto, tem vários cavalos de potência ronronando no meio das suas pernas, o vento correndo por seu corpo, a sensação de liberdade. Eu queria gritar de felicidade por finalmente está saindo em meu mochilão.
Foi difícil, meus pais encrencam, brigamos e agora nenhum dos dois queria falar comigo. Minha mãe por querer me colocar dentro de uma caixa de vidro, meu pai por estar acabando com o meu futuro perfeito, o único que me apoiou e me desejou sorte foi o meu irmão, ele até queria vir comigo, mas sendo menor de idade não podia. Por isso eu o levei de casa durante o sábado e domingo, pegamos o carro e fomos para a baixada, nós surfamos, quer dizer ele surfou e eu só cai, pulamos de paraglider, fizemos uma trilha e eu fiquei morta com farofa no domingo à noite.
Gustavo era um menino inteligente, carismático, vivia com alguma namoradinha e eu tinha ciúmes de todas. Meus pais não estavam preparados para ter mais um filho, e eu não queria que ele se sentisse um doador de medula. Quando sai de casa para ter meu cantinho assim que terminei a faculdade procurei um lugar com dois quartos e montei um cantinho para ele, nós nos divertimos muito e eu o mimava, afinal era meu salvador, estava viva por causa dele.
Mas o meus pais não via como ele era especial, desde pequeno foi cuidado por babás. Quando eu finalmente fiquei boa, fui largada também, como se as obrigações deles tivessem terminada. Nenhum dos dois tinha o mínimo jeito para crianças, já que meu pai só se importava com seu cargo de diretor e minha mãe com a sua caridade. Acho que por isso eu e Gustavo nos unimos tanto.
Na segunda de manhã acertei tudo para que o meu apartamento fosse cuidado e olhado. Gustavo ficou com uma chave e deixei um dinheirinho com ele para emergência. O apartamento que morava foi presente dos meus pais pela formatura, eu quase não gastava com comida e condomínio e fiz faculdade pública então não tinha com que gastar o meu dinheiro que recebia então fiz vários fundos de investimento que estava dando lucro e ficava com o suficiente para mimar a mim e o Gu.
A estrada estava boa àquela hora da manhã, meu destino era o interior, irá começar com o meu estado, depois ir para Minas e ai só Deus sabe. Peguei o Rodoanel e segui no limite da velocidade, fiz uma parada em Campinas para almoçar, e continuei. Parava a cada duas horas para descansar as pernas.
Estava chegando o finalzinho da noite e pelo meu planejamento estava próximo a cidade onde ia passar a noite. Fiz todo um mapa calculando cada parada quanto tempo ficaria em qual cidade. Escutei o barulho de motos, olhei pelo retrovisor e vi três caras vindo em minha direção com grande velocidade. A pista que estava era mão dupla então joguei bem para perto do acostamento para dar passagem para os apressadinhos, em minha frente tinha um carro. Eles passaram por mim buzinando e fazendo algazarra, pegaram a contramão para ultrapassar o carro e viraram em uma curva fechada.
Por cima do barulho eu ouvi o som da pancada. Diminuir ainda mais a marcha da minha moto e fui de segunda fazer a curva. Quando terminei ela tive que frear com tudo, a desgraça estava feita. Tinha um caminhão atravessado na pista com metade dele no acostamento na parte de terra, o carro tinha batido na lateral dele e as três motos foi uma para cada direção.
— Puta que pariu. — Desliguei a moto e vi o acidente. — O que fazer agora Isa?
Lembrei as minhas aulas na autoescola, a primeira coisa que tinha que fazer era manter o lugar seguro. Liguei a moto e dei meia volta. Fiz a curva de novo, parei a moto na transversal, a vários metros de mim vinha um outro carro, o motorista começou a buzinar e eu comecei a acenar como uma louca, sei que isso foi perigoso mais não tinha o que fazer.
— A senhora é louca. — Um homem bigodudo saiu do carro velho, nem sei que marca era, mas a máquina já tinha visto dia melhore.
— Aconteceu um grande acidente depois da curva, não tem como passar, temos que fechar a estrada até tirar as pessoas e os carros do caminho.
— Putz, eu tenho um triângulo. — Acenei para o cara e desci da moto e vi o cara correndo para o seu carro. Fui até a bolsa na lateral da minha moto e a abrir, eu tinha um kit de primeiros-socorros, não ia ajudar muito com o tanto de vítima, mas pelo menos poderia dar uma primeira avaliada, colo a alça da bolsa na transversal do meu corpo. Comecei a andar depressa de volta para o acidente enquanto pegava o meu celular, no mesmo minuto que ele tocava.
— Isadora. — Conhecia aquela voz grossa, já tinha ouvido ela no pé da orelha quando estava a ponto de gozar.
— Oi, Mau Mau, por mais que eu queria falar com você, agora não posso, tenho que ajudar em um acidente...
— Você está bem?
— Sim, mas tem um monte de vítimas...
— Onde você está? — Disse o nome da estrada e desliguei em seguida, não podia perder tempo.
Corri para o local, com o telefone nas mãos ligando para emergência, não sabia quantas pessoas tinha no carro ou no caminhão, expliquei o que estava acontecendo e que era médica, e pedir o máximo de pessoas para emergência.
— Senhor, está bem? — Gritei para o motorista do caminhão que saia aos trôpegos. Ele não me respondeu e eu fui em direção ao carro. Um cheiro forte de algum produto de limpeza agrediu meu nariz. Olhei para o caminhão e vi a placa de produto perigoso. — Era só o que me faltava.
Abrir o meu kit e peguei um par de luvas, a tesoura e meu estetoscópio. Olhei para a janela e uma moça estava desmaiada com sua cabeça encostada no volante. No banco de trás uma criança chorava, passei meu braço pelo vidro aberto e chequei o pulso da mulher e vi que estava forte, sendo assim a criança era minha prioridade, não podia a mover, o risco de lesão de medula estava presente.
Coloquei a tesoura na minha bota e o esteto no pescoço, abri e puxei a tranca da porta de trás do carro, tentando não tocar na mulher. Fui checar o lindo menininho que chorava.
— Mami. — Ele sacudia os bracinhos, para a mulher. Soltei ele da sua cadeirinha e o tirei do carro.
— Senhora. — Olhei para trás e vi o bigodudo correndo em minha direção.
— Que bom que você está aqui. — Ofereci o menino para ele assim que chegou. — Segure ele, por favor. — O homem fez que sim com a cabeça. Ouvir um gemido e voltei meu olhar para o carro, a mulher estava acordando.
— Moça. — Toquei em seu ombro. — Está tudo bem...
— O que? — Ela olhou para frente e depois para o lado, gemeu de dor quando olhou para trás. — Kevin, meu Deus, onde está meu filho.
— Está a salvo, tirei ele do carro. — Ela finalmente olhou para mim. Sorrir para ela, tentei falar calmamente e em um tom baixo, para não a assustar mais. — Preciso saber como você está. — Olhei para seu rosto e vi um corte que vertia sangue, tinha gases na mochila e eu peguei e fui colocar em seu machucado.
— Estou tonta, minha vista está embaçada.
— Consegue mexer as pernas? — Avaliei seu corpo, o máximo que podia de onde estava, queria manter ela ali até o resgate chegar.
— Moça. — O motorista do caminhão veio correndo. — Precisamos sair daqui.
— Vamos esperar o resgate e...
— Esse caminhão tem amônia. — Puta que pariu de rodinhas. — Pode explodir, estou sentindo cheiro do produto, ele é tóxico também.
— Certo. — Olhei para a mulher. — Vamos ter que tirar você daí.
— Tudo bem, sinto minhas pernas. — Isso era um bom sinal. Coloquei a mão dela onde estava a bandagem e abrir a porta do motorista e ajudei ela com o cinto de segurança.
— Deixa eu ajudar vocês. — O motorista do caminhão pegou a mulher no colo e saiu andando de perto do carro.
— Agora só falta achar os três palhaços. — Andei apressada até o motorista. — Você viu os caras de moto.
— Os idiotas que estava andando em uma roda só na contramão? — Fiz que sim com a cabeça. — Eu não os vi.
Merda. Merda, merda. — Ligue para o serviço de emergência e diga sobre sua carga, para que eles venham mais rápido. — Corri na outra direção do carro, já que de onde eu vim não tinha nem sinal dos homens. Vi um corpo perto do outro acostamento. Foi até ele, tinha uma poça de sangue se formando ao redor dele. Seu capacete estava a metro de distância e eu olhava estático para o céu de fim de tarde. Me ajoelhei perto do rapaz e fui procurar seu pulso, constatei o óbvio, aquele ali estava morto.
Caminhei adiante e vi o idiota número dois engatinhando, fui até ele.
— Ei, você está bem? — Felizmente esse estava de capacete. O cara deixou de engatinhar e sentou na pista. Retirando o equipamento de segurança. Me ajoelhei ao lado dele. — Quantos dedos tem aqui?
— Eu não estou bêbado. — Ele resmungou, segurei ele com força pois estava indo para frente e para trás.
— Quero verificar seu nível de consciência, acaba de cair de moto. — Ele não respondeu nada, virou para o lado e começou a vomitar, o cara tinha uma belíssima concussão. Suas roupas estavam rasgadas, e via sangue para todo lado, mas diferente do amigo não era em grande quantidade.
— Moça. — O motorista apareceu na minha linha de visão. — Achei o outro cara.
— Onde?
— Está debaixo do caminhão, sua perna está estranha, e vi que está e... — Uma chuva começou a cair, era um daquele temporal de verão, só para ajudar.
— Preciso que você me ajude com esse aqui. — Eu gritei para ele. — Eu vou ver outro.
— Mas moça, o caminhão...
— Está chovendo, isso é bom para nós, o risco de explosão diminui, você viu gasolina ou outro combustível na pista?
— Não senhora. — O motorista pegou o motoqueiro. Ele era grande e corpulento. Parecia que daria conta do magrelo todo ferrado.
— Então estamos em vantagem. — Eu abrir a minha bolsa e peguei um rolo de atadura. Tirei um pedaço e amarrei em meu rosto. A Amônia corroía a pele e prejudicaria os pulmões dependendo do estado, apesar da chuva e provavelmente a água se misturar com a substância e possivelmente a transformar, isso era ainda perigoso.
Corri para o caminhão e logo vi uma perna bem próximo a uma das rodas. Como o motorista disse, a perna do cara estava possivelmente quebrada, e a outra tinha vertia sangue. O homem não se mexia, para eu chegar em sua cabeça tinha que engatinhar embaixo do caminhão, quando ia fazer isso notei a amônia.
— Merda. — Precisava tirar o homem dali, mas não sabia o que fazer. Foi quando eu ouvir as sirenes ao longe, — Graças a Deus. — Em minutos paramédicos vieram em minha direção. — Eu sou Isadora. — Falei para o loiro. — Sou médica e precisamos tirar ele daqui.
— A senhora precisa se afastar e...
— Olha para ali. — Apontei para a substância. — Aquilo é amônia se você não quiser ser um paciente faz o que eu te mando. — O cacete, ficou preso na garganta.
Peguei a tala que ele levava e comecei a estabilizar a perna quebrada, o homem viu a minha eficiência e foi para debaixo do caminhão, provavelmente mobilizar o pescoço. Peguei a minha tesoura e depois de cuidar da perna um fui para perna dois. Ali estava um desastre. O cara tinha um corte feio na panturrilha que estava saindo muito sangue.
— Estabilizei o pescoço. — Ele tossiu. — Vamos tirar ele daqui.
Fiz que sim com a cabeça. Não dava tempo de imobilizar a outra perna. Com rapidez nós dois o colocamos na prancha e saímos do local. Meus olhos ardiam e minha garganta doía. Os efeitos da amônia estava me pegando.
Andamos rapidamente em direção a ambulância o colega dele nós encontrou no meio do caminho e nos ajudou. Tirei a minha máscara improvisada e comecei a dar ordens para os meninos do resgate. Como bons soldados eles me escutaram e em pouco tempo tínhamos o paciente estável.
Outras ambulâncias chegaram no local e eu não precisei me preocupar com as outras pessoas. Adam o primeiro paramédico que me ajudou a tirar o cara debaixo do caminhão começou a fechar as portas da ambulância. E Alex foi para o volante. Com sirene ligada, fomos para o hospital.
— Será que esse cara vai conseguir manter a perna? — Olhei para as bandagens que começava a ficar vermelhas.
— Só precisa de um bom cirurgião. Estou mais preocupada com a pancada na cabeça, e a outra perna.
— Você salvou ele. — Adam sorriu, um belo sorriso. Ele era um negro grande de sorriso bonito que não fez as coisas agitarem dentro de mim. Rapidamente veio o sorriso de um certo moreno enquanto me fodia. Eu estava arruinada. Como uma transa de uma noite só podia mexer com a minha cabeça assim?
MaurícioQuando liguei para Isadora no finalzinho da tarde foi para resolver um problema do hospital, um paciente estava querendo processar a gente por negligência médica e ela foi uma, dos médicos, que atenderam o dito cujo. Eu analise todo o prontuário dele e apesar de não ser da área estava muito claro para mim que ele falava merda.Seria uma ligação rápida para informar da necessidade de ela comparecer ao hospital, mas quando mencionou o acidente fiquei preocupado. Minha irmã estava aprendendo a dirigir, iria tirar carta de carro e moto e só de pensar nela em algo desse tipo me dava um medo desgraçado.Então fiz uma coisa sem pensar. Larguei tudo e peguei meu carro e fui atrás dela. Pela localização que me passou pesquisei os hospitais mais pertos, tinha dois e eu teria que tentar a sorte. Enquanto dirigia fui tentando falar
IsaVoltei para casa com Mau Mau, liguei para um reboque levar a minha moto para a capital, porque não estava afim de passar não sei quantas horas na estrada e sinceramente queria conversar mais com ele e fazer a nossa lista de coisas para fazer. Maurício era meio caladão, mas estava verdadeiramente encantada por ele ter vindo até mim. Aposto que se meu pai soubesse do acidente nem ia ligar.— Vamos lá. — Estava descalço com os pés no painel. — Dez coisas para fazer antes de morrer.— Ainda está nisso? — Fiz que sim com a cabeça e peguei a caneta e o bloquinho que a dona da pousada me deu. — Não sei o que falar.— Então vou começar. — Pensei por um tempo e depois escrevi no bloquinho. — Quero fazer todos os esportes radicais que tiver, começando como pular de paraquedas.— Est
MaurícioEla estava toda falante com o advogado que não tirava os olhos de Isadora. Nos reunimos para pegar o depoimento dela sobre o caso de negligência, além dos prontuários falamos com todos os envolvidos no tratamento do paciente, o caso era que ele acusava o hospital pela trombose na perna, uma consequência do grande ferimento que teve, juntando com o fato dele ser fumante e não ter seguido as orientações médica, o que era de baixo risco virou algo grande e ele corria o risco de perder a perna.— Muito obrigado, senhorita Pereira. — O advogadinho disse, ele era baixinho e estava soando como se estivesse numa sauna.— Que isso, Arthur, pode me chamar de Isa e eu só vim ajudar. — Ela sorriu para ele. — Mesmo não sendo de muita ajuda já que eu fiz um reparo no baço e não na perna dele.&mdash
IsaQueria matar a tal da Natacha, isso porque além do meu juramento eu era contra a pena de morte. Nesse exato momento sabia que Maurício estava guardando seus sentimentos para si, sei que se pressionar ele não iria falar então vamos agir com palhaçada, para desanuviar o tema pesado.— Como foi para você explicar para Emily sobre absorventes? — Idiota pelo assunto.— Eu a levei em um hospital. — Olhei sem entender. — Pedi para uma enfermeira explicar para ela, peguei dicas para comprar aquilo, tinha que ser o certo.— Imagino você no corredor do supermercado olhando para absorvente sem entender para que funciona.— Foi um pesadelo. — Ele riu. — O mais difícil foi controlar os meninos Vincent e Ethan brigava por qualquer coisa.— Sério isso?— Sim, até hoje eles fazem isso, Ethan provoc
MaurícioOs dias se passaram rápido, quando eu vi já era quinta-feira, só me toque porque minha casa foi invadida, Angel foi a primeira a chegar com os braços cheios, nem sei o que era, mas tinha o cheiro bom e eu queria. Mal fechei a porta e Agatha apareceu, junto com um homem que pelo o que entendi era o motorista do Uber que pegou a ajudando a trazer mais comida. Quando a mesa estava posta a minha campainha tocou por uma terceira vez e lá estava ela, a mulher que estava tirando o meu juízo. Isadora, com ela vinha um adolescente e nem precisava perguntar quem era. O rapazinho era a versão mais nova e masculina da morena.— Mau Mau, esse é o Gu, Gu esse é o Mau Mau. — O garoto olhou para os braços cheios e ficou na dúvida de como fazer para me cumprimentar.— Seja bem-vindo, cara. — Dei um tapinha em seu ombro. O menino estava bem vestido
IsaTudo deu errado, primeiro o meu carro não queria pegar, chamei o seguro e eles só poderia me entregar na segunda. Peguei o carro reserva e assim que colocamos o pé na estrada começou a chover, ficamos paradas na serra por uma hora e quando finalmente chegamos na baixada o pneu do carro furou. Os idiotas do seguro iria demorar, então lá fui eu trocar pneu na chuva.Sim, fiz curso, meu pai não me deixava fazer nada, tudo tinha que depender dele. Nunca fui em um show, ou passar final de semana na casa de algum amigo. Dormir fora? Já mais. Eu tenho certeza que ele pagou para que eu passasse na universidade em São Paulo só para me controlar, então eu me rebelei, fui fazer faculdade no interior do estado. Vendi todas as minhas coisas e usei o dinheiro para me manter até arrumar alguma coisa. Briguei com o meu pai feio, ele disse palavras odiosas e eu me magoei tanto que f
MaurícioFazia um tempo que eu não falava ou via Isadora, eu até tentei depois daquela explosão dela no telefone, mas ela não me atendeu. Sei de notícia dela através e meu irmão que está em Portugal e está bem e em busca do que fazer da vida, segundo Vê ela está parecendo O elo perdido.Entrei no elevador do hospital para verificar algo em uma das alas, antes de encerrar o meu turno quando meu celular tocou com mensagem de Emily dizendo onde estava. As meninas nos abriram os olhos sobre o tratamento dado a nossa princesa, e sinceramente estava puto da vida não com Isadora e Agatha e sim comigo mesmo.As portas se abriram e eu dei de cara com o Gustavo. Ele estava todo sorridente, mas assim que me viu fechou a cara, deveria mencionar o terminou com Isadora?— Olha quem finalmente apareceu. — Sentir a raiva na voz dele, isso me deixou
Isa— Acorda dorminhoca. — Eu devo ter resmungando qualquer coisa e me mexido. Uma dor nas minhas costas se fez presente e eu dei um gemido ficando estática. — Vamos lá pequena, foi difícil trazer seu café da manhã. — Abrir meus olhos e vi Maurício parado ao lado da minha cama com um copo de café e uma embalagem nas mãos. — Talvez eu deva comer tudo isso sozinho.— Vou voltar a te chamar de Mau Mau. — Reclamei.O homem passou a noite inteira comigo, me ajudando a ir ao banheiro, chamando a enfermeira quando a dor era forte demais para eu aguentar, enfim cuidando de mim cada passo. Aquilo era novo para mim, eu não sabia como agir. Qual o protocolo quando o seu... sei lá o que, dar uma de protetor?— Quer ajuda para levantar? — Ele deve ter notado a minha careta de dor. Eu estava parecendo uma velha de cento e vinte an