As árvores se fechavam a minha volta como uma gaíola gigante e macabra... bip bip bip... o céu coberto de estrelas girava e girava sem parar, um carrossel infinito de perolas arroxeadas... bip bip bip... eu tremia, meu corpo não conseguia se mover, não tinha força. Quanto mais eu tentava mais forte eu tremia contra a relva rasteira... bip bip bip... e tudo voltava. Um loop infinito de imagens até que um rosto se formou no meio delas. Lábios rosados quase em um tom de vermelho cereja, cabelos negros pendiam como cortinas emoldurando o seu belo rosto. Tinha algo errado, algo terrivelmente errado. Ele estava atrás, se aproximando, chegando perto dela... bip bip bip bip bip... ele a cobriu! Bip bip bip bip bip bip bip.
A claridade me cegou momentaneamente, remunguei algumas coisas antes de finalmente conseguir olhar para o local onde estava. Um hospital. A porta fechada abafava o barulho de conversas e coisas sen
Pela estrada afora eu vou tão sozinha levar esses doces para a vovozinha, ela mora longe e o caminho é deserto e o lobo mal passeia ai por perto. Era um dia de festa, todos estavam sentados em volta da pequena fogueira que simbolizava a chama em seus corações. Os dez homens da alcatéia destemidos e fortes, prontos para enfrentar qualquer batalha. Juntos eles começavam a construir o que sempre procuravam em outros lugares, um lar, uma alcatéia forte. A chama dançava em sua frente enquanto suas companheiras dançavam por trás liberando seus deliciosos cheiros que eram irresistíveis para eles. Pobres almas.A noite se estendeu tendo por companhia apenas as estrelas notaram que a lua não ousou em aparecer hoje, um mal pressági
Dizem que todos tem o bem e o mal dentro de si, eles lutam para conseguir o controle do seu corpo. Mas existem pessoas, pessoas como eu que nunca viram o bem, pessoas que tem o mal dentro de si e gosta dele, o alimenta, da força e forma. O mesmo sonho, era sempre o mesmo sonho que me atormentava. A capa arrastando o sangue das pessoas que tinha matado, o demônio mostrando sua face em um sorriso grutural. Eu nunca esqueceria que ele me poupou, que ele me deixou sofrer sobre o corpo dos meus pais. - Alan? Levante essa bunda mole da cadeira e va trabalhar! Eu não te pago para ficar sonhando, pivete! - ele jogou a caixa de ferramentas sobre o meu colo e eu suspirei, a dor da vingança era tão forte que por vezes me tirava o ar. Desisti de man
Decidi não sair, eu não sei quantas vidas tem um lobo e duvidava que ela me pouparia novamente, a capa nunca poupa a mesma vida duas vezes. Agora ela estava atacando Boston. Meu corpo tremeu com o sentimento de fragilidade ao lembrar da cor, do sangue e dos gritos. Era como se a chapéuzinho vermelho estivesse se vingando de todos os lobos porque um deles atacou a sua avó, o pensamento me fez rir mas ao mesmo tempo me fez suar nervoso.Já tinha ouvido histórias entre o povo de que ela realmente existiu, de que a história tinha sido verdade e quem sabe isso não era de fato uma vingança. Poucos sabem da verdadeira história por trás de tudo que aconteceu naquela noite, eu não sabia muito meus pais evitavam me deixar perto dos anciões. O nervosismo tomando conta do meu corpo, as horas pareciam que nunca iam passar, fechei meus olhos com força me forçando a ficar calmo e respirar fundo. Faz muito tempo que eu procuro uma explicação para ter
O caminho para o trabalho foi enfadonho, eu estava pior do que Marbos e Billy que passaram a noite inteira na balada. Resmunguei alguns palavrões e assanhei os cachos loiros assim que me joguei sonre a prancha.- Cara eu te liguei dezenas de vezes na sexta, onde você estava?! - Billy reclamou se escorando no Audi velho e quase totalmente quebrado. - Acho que alguém passou uma noite melhor que a nossa, olha a cara do desgraçado! Trepou a noite toda com alguém! - bem queria eu, era péssimo em cantadas, tímido e o pior de tudo paranóico. - Vocês podem calar a porra da boca? Eu acabei dormindo, perdi a hora de tudo se não notaram. - Marbos jogou uma flanela em Billy rindo do meu comentário, não foi uma mentira mas também não foi tudo uma verdade. - Ei, meninos? Vocês viram as notícias de hoje? - e pela primeira vez o senhor Jhonson de bom humor ou não. Sua testa enrugada franziu assim que ele ligou
A tarde daquele dia foi chegando rápido e o incomodo começou em meu corpo, hoje seria lua cheia e meu lobo estava louco para sair. Terminei o serviço mais rápido esperando ser liberado mais cedo, eu precisava ir em casa e depois seguir para um lugar afastado da floresta. O medo dessa noite era tão doloroso quanto a possível transformação, ela esteve aqui. A floresta estava em silêncio desde a chacina, nem as folhas balançavam, não tinha vento, não tinha vida. Ela arrancou a vida de tudo apenas com sua presença. Era difícil acreditar que em meio aquele caos sobrevuvesse alguma coisa, sua sombra era a morte. A lembrança do frio daquela noite sempre me fazia tremer, era como se estivesse vivendo tudo novamente. E se estiver a minha procura? Quinze anos não são nada para ela, o demônio da capa continua perseguindo alcatéias pelo mundo e está aqui, tão perto que eu sinto aquela brisa gélida sombria no ar. - Pode ir, Alan! - não esperei que
Ela lambia os lábios devagar saboreando ainda o gosto do seu último banquete, a sensação deliciosa do sangue em suas mãos, o cheiro metálico e doce que inundava seu ser de prazer, como não amar isso? Como não se apaixonar por essas sensações? O calor do líquido em suas mãos e o som dos gritos ainda em seus ouvidos a deixavam tão inerte. Estava novamente entre as árvores procurando por algum Dzeta desavisado, era noite de lua cheia estava ansiosa para mais um banquete. Foi exatamente no momento em que os uivos começaram a se chocar com os sua audição sensível que ela ouviu um em particular, um uivo conhecido do seu íntimo. Sem conseguir prender a atenção nos alvos mais faceis a capa rastejou pelas árvores tomando cuidado para que o vento estivesse ao seu favor. Ali em meio a pouca vegetação e a baixo da árvore da vida estava o lobo dourado de olhos vermelhos cintilantes, ele comia o que restou de si e parecia não notar sua
Acordei perto do lago, o dia estava clareando e eu estava totalmente sujo de sangue, tinha algum animal despedaçado perto de mim que eu fiz questão de empurrar para o lado, antes que alguém aparecesse em sua caminhada matinal mergulhei no lago para me lavar e retirar todo o sangue do corpo. Após um bom banho demorado saí a procura do lugar onde eu tinha escondido a moto, por sorte estava tudo intacto. Vesti a roupa limpa que tinha trazido e empurrei a moto até a rua, girei a chave e nada do motir ligar, era só o que faltava. Vamos, vamos! Girei novamente a chave e nenhum barulho. Merda de moto. - Ah, cuidado! - o local era uma pequena ladeira, quando ouvi o grito tentei sair da frente mas apenas consegui empurrar a moto, fui rapidamente atingido por uma bicicleta. O impacto me deixou zonzo mas eu estava realmente vendo um capacete vermelho sangue. - Que droga! Me desculpe, os meus freios... Alan?- Vermelho? - r
Tinha terminado todos os reparos da bicicleta, tinha ficado melhor do que antes, fui fazendo um pouco no intervalo de cada carro que eu ajeitava tendo a ajuda dos outros para me cobrir, afinal fui eu quem estava parado no final de uma ladeira. Comecei a limpar toda a gracha dela e dos meus dedos para coloca-la do lado de fora mas, antes que eu conseguisse terminar alguém cutuca meu braço.- Posso ajudar? - pergunto me virando, atrás de mim tem uma garota parecida com Vermelho porém, bem mais alta e as pontas do seu cabelo negro eram verdes. Seus olhos era de um castanho avermelhado que eu podia deduzir ser uma lente de contato, seu cheiro não denunciava ser uma sobrenatural.- O que está fazendo com a minha bicicleta?! - Ela praticamente gritou e aquilo não foi muito bom para minha audição extremamente sensível após uma noite de lua cheia. Balancei a cabeça para me livrar do zumbido e voltei a olha-la.- Você deve ser a