CAPÍTULO 2

Decidi não sair, eu não sei quantas vidas tem um lobo e duvidava que ela me pouparia novamente, a capa nunca poupa a mesma vida duas vezes. Agora ela estava atacando Boston. Meu corpo tremeu com o sentimento de fragilidade ao lembrar da cor, do sangue e dos gritos. Era como se a chapéuzinho vermelho estivesse se vingando de todos os lobos porque um deles atacou a sua avó, o pensamento me fez rir mas ao mesmo tempo me fez suar nervoso.

Já tinha ouvido histórias entre o povo de que ela realmente existiu, de que a história tinha sido verdade e quem sabe isso não era de fato uma vingança. Poucos sabem da verdadeira história por trás de tudo que aconteceu naquela noite, eu não sabia muito meus pais evitavam me deixar perto dos anciões. O nervosismo tomando conta do meu corpo, as horas pareciam que nunca iam passar, fechei meus olhos com força me forçando a ficar calmo e respirar fundo.

Faz muito tempo que eu procuro uma explicação para ter sido poupado aquela noite, ela sabia que eu estava lá. O demônio me olhou e parecia sorrir em baixo daquele tecido vermelho manchado de sangue dos meus amigos, dos meus pais. Se ele sabia que eu estava lá porque não me matou também?  Porque me poupar e viver me cercando em todos os lugares como se eu fosse sua próxima vitma? Um uivo alto ecoou na cidade e eu o entendi, o demônio chegou na alcatéia.

Ele se arrastava devagar entre as árvores evitando ser notado, ele não tinha cheiro, não deixava rastros mas sua oresenc6era tão pesada, tão marcante que sufocava qualquer coisa viva que estivesse perto. Era uma noite tranquila, silenciosa e sem movimento apenas ele e o vento.

A fogueira tinha sido apagada há horas e apenas as cinzas ainda continuavam ali, o cheiro da tranquilidade de suas presas indefesas era irritante ao seu nariz. Começou a se aproximar das casas e os gritos... eram como uma sinfonia de violinos ao seu ouvido, era como uma orquestra harmônica dedilhando as notas de Beethoven.

O sangue era como a água que lhe mantém vivo e o cheiro do medo era o mais puro banquete que podia saborear em toda a sua vida, as muljeres correndo desesperadas implorando por suas vidas pareciam tão pateticas aos seus olhos, porque não aceitar logo o destino? Porque não? 

Não havia paz, ele queria o Caos e ele o teria. Com as mãos pequenas sujas de sangue e o resto dos corpos espalhados por toda a clareira se sentia satisfeito ao encarar os olhos do alfa em sua frente, o alfa cuja a amada tinha sido tirada de seus braços com uma brutalidade sem igual. A dor que irradiava dele fazia cocegas gostosas ma pele do demônio, a raiva o deixava excitado para a batalha, era apenas mais um em sua lista, nada mais do que isso.

Estava disposto a acabar com tudo aquilo de uma vez por todas quando o alfa se tramsformou em um grande lupino marrom e avançou sobre a capa, ele não era tão rápido quanto o demônio. A capa agarrou seu pescoço peludo entre os braços aparentemente frágeis e apertou matando o alfa sem muito esforço.

Delicioso, tudo que passou aqui foi extremamente delicioso. Era o melhor doce que já tinha provado mas sua língua estava louca para provar de outra coisa, queria um sangue em particular. Um sangue quente, um medo palpável e o desespero evidente de apenas um lupino. Mas nem o demônio entendia o motivo pelo qual nunca conseguia ter o que queria, rinha algo se fortalecendo, tinha mais alguém ali misturado a ele. Tinha um sentimento.

- Alan? - a voz, a mesma voz. A mistura de almas gritando por socorro que formava um timbre feminino.

Quando meus olhos se abriram de supetão eu soube que não tinha sido apenas um sonho, tinha algo mais ali. Tinha o motivo por eu não ter sido morto aquela noite. A luz do sol ja clareava a janela do outro lado do pequeno comodo e eu me sentei no chão omde tinha pego no sono, o celular antes rachado estava em perfeito estado contendo varias ligações dos meus colegas.

O que está acontecendo comigo?


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