-- Pode começar com um pedido de desculpas -- não olhava para ele, estávamos parados no estacionamento da polícia ainda, ele não me deixava passar -- pedido de desculpas. Repetiu ele cruzando os braços em seu peito, rir, mas não podia usar minha influência como gostaria, não podia ligar para meu pai para resolver o problema, ele iria rir de mim, ele estaria rindo, a filhinha do papai a garota que não pode se resolver sozinha, não, não deixaria que ele zombasse de mim de novo.-- Não lhe devo nada -- respondi cruzando os braços da mesma forma que ele -- quero ir para casa, saia da minha frente ou eu vou gritar.-- Segunda coisa -- continuou ele ignorando a minha ameaça -- deixe a garota em paz, viva a sua vida, ele não quer você é a menina não tem culpa de nada. Aquele olhar, aquele olhar estava nele também, do mesmo jeito que Gregório falava dela, todos, todos pareciam estar apaixonados por aquela garota.-- Cale a boca -- gritei ignorando que ainda estávamos perto da delegacia, então
Não devia estar ali, eu sabia disso, mas estava, ele ainda fazia meu coração saltitar, havia raiva em meus olhos. Estava distante de seu carro, ele, pessoalmente, colocou um buquê de flores na porta dela, uma cesta recheada, resmunguei comigo mesmo o quanto era patético, mas desejava que fosse a mim que ele oferecia essa delicadeza. Suspirei enquanto cruzava os braços era madrugada, ele ficou parada na porta por mais de meia hora e ainda não havia saído era a segunda vez que fazia isso, pelo menos era a quantia de vezes que eu havia seguido ele até a casa dela. -- Bisbilhotando -- meu coração saltitou um grito estava prestes a sair de mim, ele segurou a minha boca -- shii -- disse ele rindo para mim -- não acho que ele vale todo o seu interesse que homem entediante, não acha? Empurrei seu corpo para trás, as suas palavras voltaram novamente, mas não acreditava que ele tinha algum interesse em mim, pelo contrário tudo que este homem fazia era zombar de mim.-- Não tem outros serviços?
Não devia ter seguido ele, devia ter ido para casa, não devia dar a chance de ele achar que eu queria estar com ele. Não queria, mas estava em seu carro seguindo rumo que eu não tinha certeza qual era um detetive particular em um carro escuro. Uma garota rica que tinha tudo que desejava um destino cruel para mim, não pude deixar de rir comigo mesmo.-- Qual é o seu trabalho hoje? -- perguntei enquanto fingia indiferença -- vigiar alguma amante? -- Meu trabalho é mais sério do que pensa -- ele esticou os braços para o envelope atrás do carro e colocou sobre os meus joelhos -- uma criança desaparecida.-- Isso não é trabalho para a polícia. Retruquei enquanto abri, curiosa o envelope pardo em minhas mãos.-- Se eles fizessem o trabalho bem feito não teríamos pessoas estampadas nas caixas de leite. Uma foto de uma criança olhos grandes, pele clara, olhos castanhos escuros, cabelos ondulados um sorriso tímido encarando meu rosto, uma pequena menina, tinha pela aparência uns seis anos de
Não devia estar aqui, não devia estar aqui, repetia a mim mesma enquanto a estrada ficava cada vez mais longe da cidade Grande. Fingia não demonstrar medo, mas começava a pensar se era um bom plano seguir José por aí, ele não era um policial, nem tão pouco eu era. Eu tinha apenas as minhas unhas para me proteger, virei meu rosto para ele em silêncio procurei pelo carro algo que pudesse ser usado caso fosse atacado pelos bandidos.-- Você tem uma arma? Perguntei logo em seguida abrindo o porta luvas, salgadinhos e documentos que estavam presentes no local.-- Tenho -- respondeu ele piscando para mim -- mas não está guardada no porta luvas.-- Isso não é uma brincadeira.-- Mas eu não estou brincando -- ele virou o rosto para a estrada bem mais sério -- não há necessidade de ficar com medo, eu estou aqui, não vou deixar nada acontecer com você.-- Não estou com medo -- minha voz vacilou e eu revirei os olhos para a janela, ele sabia que era mentira, o silêncio parou por alguns segundos
Tudo que eu queria saber é porque estava caminhando para aquele carro, olhei duas vezes para trás para ter certeza que meu pai estava me vendo, que ele estava vendo o que ele estava fazendo. Eu sabia porque estava sendo vendida, pois meu pai havia feito uma dívida alta demais para ser paga, perderiamos tudo se a proposta não tivesse aparecido, não pude negar, por mais que eu tentasse dizer "não" a mim mesma. Eu disse "sim" para meu pai, mas o que tinha me abalado foi o fato de ele nem ter tentando me persuadir, ele estava com mais medo do que eu estava. Ele havia tomado toda a decisão muito antes de minha resposta e pude jurar que havia visto ele sorrir quando eu não recusei, mas eu também acreditava que estava assustada demais e tudo que eu via poderia ser fruto de minha imaginação.Gregório era um homem rico de uma emprésa de tecnologia muito respeitado por todos, quando meu pai havia me comunicado que era ele quem me queria, não pude deixar de não demonstrar espanto, pois não fazia
Me recusei a dar um único passo para dentro da mansão de meu dono, então fui de novo levada por ele para dentro, ele pegou em minha cintura de forma grotesca, ele apertou com força para que eu não caísse no chão e saiu andando para dentro da mansão comigo sendo arrastada. Podia ter sido vendida, mas me recusaria até o último minuto de ser dele, fui arremessada no chão da sala, ele me olhou profundamente e jurei que aquele fosse meu último dia viva, pois ele encarava cada parte de mim com um rancor e ódio.Apenas fiquei pensando o que meu pai havia feito para que ele me vendesse para este homem, qual era a dívida é por que eu fui escolhida como moeda de troca nesta brincadeira. Até onde este homem estava disposto em me manter viva, ele continuava encarando meu rosto e foi no momento que reparei em uma especie de pena vindo de seus olhos que tentei implorar, então olhei para o chão juntei as mãos em uma espécie de súplica e me arrastei para perto de meu agressor, arrastaei olhando para
-- Por favor -- implorei puxando o corpo da governanta, ela apenas me empurrou para dentro do quarto e sem dizer uma única palavra me trancou na torre mais alta do castelo do lobo mau -- sua vaca. Gritei para a parede, pois não houve resposta de ninguém, eu não ousei olhar para quarto à minha volta, joguei meu corpo naquele chão frio e duro e decidi ficar naquela posição até que algo acontecesse e fosse me ver por algum motivo, mas meu protesto não durou nem cinco minutos. Levantei virando meu rosto para o quarto duas vezes maior do que a cozinha de minha casa.Uma cama enorme estava no centro, um guarda roupa gigante estava do lado direito e um espelho que ultrapassa meu tamanho estava grudado na parede. Uma mesinha do lado direito perto da janela continha um notebook, papéis, canetas e muitos outros objetos, uma porta levava para o banheiro era o que eu havia concluído, mas não ousei entrar. Sentei-me na cama, então depois de um silêncio e de ninguém aparecer eu me joguei nela deixa
- Está se movendo demais.Disse um sussurro perto de meu ouvido e senti ainda uma mão pesada em minha cintura pressionando a minha pele. Algo estava em cima do meu cabelo e a cada minuto eu sentia uma coisa gelada tocando ele e depois puxando o ar como se estivesse cheirando. Além disso, eu estava confortável mesmo com um medo terrível, um calor reconfortante invadia aquele quarto. Um cheiro de madeira misturado com aroma de uma selva passava pelo ambiente com alguma ousadia deixei que meu sonho continuasse.Eu congelei só quando notei que não era um sonho a mão enorme tocou em meu estômago puxando todo o meu corpo para o grande corpo atrás de mim. Tremi, como uma criança assustada e só senti um pouco de alívio quando percebi que era meu dono o medo de ser outro homem era um pouco mais apavorante, a primeira coisa que fiz foi tentar me afastar, mas ele segurou com firmeza minha cintura enterrando seu rosto em meu pescoço, então eu tive que fazer o que pudesse para ele sair de cima de