Capítulo Cinco - Mattia

Dias atuais

Estava saindo do quarto e indo para sala, já tinha tomado café da manhã. Agora cedo eu e os caras, vamo para casa desse infeliz que deve. Quando chego na sala está o Riccardo junto dos caras e também está o Andrea. Todo ferrado da surra que dei nele ontem. Na verdade queria rir, mas o que ele fez é sério! O filho da puta fez isso só por causa de uma boceta. Ai, ai… Só de pensar a raiva volta e quero bater nele de novo! Chego na sala e Riccardo vem até a minha direção.

— Chefe estamos prontos para ir pegar o seu dinheiro. O senhor vem? — Pergunta, levanto a sobrancelha do lado esquerdo. O filho da puta me deve e não ir lá cobrar?

— Claro que vou cobrar o desgraçado! — Viro o rosto e encaro o Andrea que quando percebe que estou olhando para ele abaixa a cabeça na hora. Sabe que está no vacilo comigo. Se está vivo é porque fui misericordioso. — Vamos logo! Não quero esperar mais um minuto!

— Beleza. — O Riccardo se vira e olha para os caras. — O RAPAZIADA, SIMBORA! VAMOS NA CASA DO COROA! — Ele gritou para os caras. Nós saímos da mansão. Estava saindo e senti alguém pegar no meu braço. Virei e era a Guilia.

— O que foi? — Perguntei me desvencilhando dela.

— Só tome cuidado. — Ela disse com a voz baixa e com a cabeça baixa. Dou um passo para frente, ergo minha mão no seu queixo, levantando para olhar pra mim.

— Eu sempre tomo cuidado. — Me afasto dela. — Nada vai acontecer comigo e outra, vou cobrar pro um pobre coitado que me deve, ele que tem que ter cuidado!

— Mas quando você sai… — Levo o dedo na sua boca a interrompendo.

— Já disse que não vai ser nada demais. Agora para com isso! —Sacudiu a cabeça que sim. Dei um beijo na sua testa e depois saí. Até entendo essa preocupação da Guilia. Ela deixou seus pais lá no Sul de Servília para trabalhar aqui em casa, começou como diarista em algumas casas, estava indo tudo bem, quando ela começou a namorar um infeliz que se aproveitava dela. O filho da puta, até batia nela! Foi até parar no hospital. Riccardo que me contou o que estava acontecendo com ela, estava começando a ter uma amizade com ela, quando soube eu mesmo fui tirar satisfação. Na minha cidade não admito isso! O desgraçado quando me viu ficou pianinho e dei uma bela surra como ele fez com a Guilia, ordenei para ele ir embora daqui.. Se não me obedecesse às minhas ordens estava todo queimado! O merda se mandou e contratei a Guilia para trabalhar e morar comigo, mas a não a trato como empregada, pelo contrário, tenho muito carinho e respeito, nada mais que isso. Agora tenho que pensar em ir na casa desse velho e cobrar o que me deve!

***

Chegamos na casa do desgraçado. Acenei para um dos caras bater na porta, mas nada, o cara não respondeu. Ele me fita pergunta o que fazer?

— Derruba essa porra! — Ordenei. Ele com o fuzil pendurado no corpo pela alça, j**a para trás, recua para pegar impulso e começa a chutar a porta que abre caindo por dentro da casa, quer dizer, do barraco. Quando entramos foi isso que estava aparecendo.

— Caralho! Não tem nada! Tem um fogão… — Um dos caras foi até a cozinha. Deu uma olhada, depois volto para onde estávamos. — O gás está vazio, parece que faz dias. E a geladeira também. A pia estava cheia de resto de comida que não aguentei ficar ali porque tava vedendo muito. — Disse o outro cara que estava ao meu lado. Vou andando e olhando a casa. Não tem nada! O filho da puta vendeu tudo que estava aqui dentro por conta da minha droga. A sala vazia, a cozinha só podridão. Nem quero ir ao banheiro. Sinto o cheiro de merda daqui. Estou com vontade de vomitar.

— Mattia? Mattia? — Ouço o Riccardo me chamar. Parece que está no quarto. Peço para os caras continuar procurando o desgraçado. Assim que entro vejo tudo revirado e o meu braço direito sentado na cama olhando alguns papéis. Riccardo é o único que sabe ler e escrever, bom, eu também sei, não é atoa que administro o meu negócio. No começo ele não queria saber disso, vivia nos cantos cheirando por aí, mas falei com ele. Você quer ser um viciado por resto da vida ou estudar e ser gerente? Porque pra mim tinha que ser assim e claro, que ele aceitou a segunda opção. Hoje ele é o meu braço direito. Apesar do vacilo do Andrea, confio cem por cento no Riccardo. Hoje é esse homem respeitado e charmoso (vamos dizer assim), a mulherada é louca pra dar pra ele, mas ele disse que gosta de uma mulher aí. Que devagar vai conquistar ela. Eu o respeito por isso. Me aproximei.

— Que merda, Riccardo! Os caras procurando o velho e você lendo aí! — Dou bronca. Ele me fita.

— O viciadão está bem ali caído no chão. — Ele apontou para um corpo no chão.

— Caralho, só falta tá morto? — Caminho até o corpo, me agachei para ver se estava respirando, mas me levantei rapidamente, estava fedendo muito. Faz dias que não sabe o que é água e um sabonete. Puta merda! Me afastei e Riccardo se de mim com tais papéis e me entregou. — Porque você me entregou isso?

— Dar uma olhada. — Ele ajeita o fuzil para trás. Abri para ver, depois olhei para ele.

— Isso aqui é apostila de medicina! Não, isso é xerox dos livros de medicina e pelo que estou vendo de números de páginas são muitos.

— Sim. E olha para o quarto. As prateleiras, livros de medicina, autonomia e etc. Olha ali? — Aponta o Riccardo para onde está a mesa. Virei meu rosto olhando para ele, depois para a mesa que estava cheio de cones de cocaína. — Com certeza tinha um notebook e garota ficava estudando.

— Está falando da filha? A tal que o Andrea estava de olho? — Meu braço direito sacudiu a cabeça. — Esse filho da puta desse velho, com certeza pegou o notebook, vendeu para comprar as drogas e prejudicando a filha! Não só isso, a casa toda! Levo as mãos na cintura e dou aquela bufada de ar.

— Cobramos assim mesmo? — Pergunta o Riccardo. Tiro a mão da cintura e levo para o rosto, esfrego os olhos. Depois olho para ele.

— Mesmo ele estando na merda, não posso ficar no prejuízo. Fiquei com pena da filha… Fazer medicina nesse país não é fácil, sabe o que estou falando e esse MERDA! Faz isso… — Não consigo achar palavras para descrever. Acho que se matasse ele estaria fazendo um favor para essa garota. —Vou sair daqui. Não estou aguentando esse fedor, argh! Fala para os caras pegar ele, jogar uma água e depois levar para sala.

— Ok chefe. — Joguei apostila na cama, saí do quarto. Logo o Riccardo fez um gesto chamando os caras para fazer o que mandei. Agora fiquei com isso na cabeça, apesar disso tudo que eu vi… Ela continua estudando?

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