Me afasto daquele verme. Sim, depois o que ele me disse, era isso que ele era. Olho para ele mais uma vez. Só pode ser piada. É isso! Vou até ele e começo a gargalhar. O Riccardo e os caras me olharam não entendendo nada, continuo rindo. O Riccardo se aproxima de mim.
— Andrea, qual é a graça? — Indaga me fitando segurando o fuzil.— Não sabe que esse merda me disse? — Ainda rindo olho para o meu braço direito. Que balança os ombros sem entender. — Ele ofereceu sua filha como pagamento! Fala que isso não é piada?— O quê? Ele fez isso? — O Riccardo olha para o infeliz todo sangrando tentando levantar, com muita dificuldade consegue ficar em pé.— Não é piada… Cof… Cof… — Ele cospe sangue. Depois limpa com as costas da mão e volta olhar para mim. — Estou oferecendo a minha filha como… Pagamento…— Está falando sério? — Dou um passo para frente, levanto a sobrancelha direita. — Está oferecendo sua filha como pagamento da dívida que me deve?— Isso… Ela é nova, tem vinte e um anos… — Se aproxima e faz um gesto com a mão, quer falar no meu ouvido. Me viro inclinando para ele falar. — Ela não perdeu o cabarço. Sem contar que ela é de… — Não o deixo terminar de falar. Dou um soco na boca do estômago, em seguida pego pelo pescoço e dou outro soco no seu cenho e mais um. Depois o jogo no chão. E quando ia continuar a chutar ouço gritos.— Pará! Para de bater nele! — Entra uma moça e vai até o desgraçado do velho. Acho que é a filha. — Pai? Está me ouvindo? Por favor, pai diga alguma coisa? — Ela está ajoelhada com as mãos no rosto do pai. Não consigo parar de olhar para ela. Ela é linda. Aqueles cabelos cacheados preso, de rabo de cavalo. A voz era doce e suave. Sair do transe quando ouvir a voz daquela moça linda na minha frente. — Como você pode fazer isso com ele? Não tem coração? — Sacudir a cabeça voltando em si. Olhando melhor para ela bem diante de mim. Mais ou menos do meu tamanho, não, é um pouco menor. Morena e olhos levemente puxados, estava braba vindo pra cima de mim. Me deu um empurrão. Noto que Riccardo ia pra cima da garota, olhei para ele erguendo o braço para ele ficar no mesmo lugar. Voltei a olhar para ela, seriamente.— Olha tenho que dizer, ou é muito corajosa ou não sabe quem eu sou? Acho que vou ficar com a segunda opção! — Ela pisca várias vezes, depois engole a seco. Mas me olha nos meus olhos.— Eu sei quem é você…— É mesmo? Então fala como me chamo? — Dou um passo para frente, ficando bem perto dela. Podia ouvir seu coração bater mais forte. Está nervosa.— Você… É o Mattia… — Ela disse. Me afastei e sorri para ela. E Riccardo se aproxima de mim.— Chefe, o que fazermos? Se livra da moça e continua cobrando desse velho para te pagar? — Me virei, olhei ao meu redor da casa. Nada dentro desse barraco. Vou até a cozinha, abro geladeira e nada dentro. Volto para sala onde estava a mina e os moleques e mais o desgraçado do coroa.— Ei você? — Aponto para a corajosa.— Eu? — Ergue o dedo para ela. Aceno a cabeça que sim. — O que você quer?— Vai para o seu quarto e arruma suas coisas. Você vai para minha casa. — Disse com as mãos no bolso da calça.— Eu não vou não! Você não manda em mim? — Levanto a sobrancelha. É muito abusada essa garota!Cheguei na minha casa com a porta arrombada. E vi um homem forte, musculoso e alto, é bem alto. Meu pai estava todo machucado e sangue caindo do seu rosto. Meu Deus, coitado do meu paizinho… Ele fala algo no ouvido para aquele homem, ele se virou e deu um soco no estômago delei. Levou os braços no estômago, sentindo o soco. Em seguida o homem segurou o pescoço do meu pai e deu mais socos na cara dele que o jogou no chão como se fosse um nada. Noto ele levantar a perna. Acho que ele vai continuar batendo nele. Não posso deixar. — Nãoooo! — Me jogo na frente dele. — Pai? Está me ouvindo? Por favor, pai diga alguma coisa? — Estava ajoelhada com as mãos no rosto do pai. O chamo, mas ele está com os olhos fechados, me aproximo e consigo ouvir sua respiração, fraca, mas consigo. Ele está vivo. Graças a Deus! — Como você pode fazer isso com ele? Não tem coração? — Ele sacudiu a cabeça, acho que estava pensando em alguma coisa. Olhando melhor para mim, está bem diante de mim. Estava braba, f
Finalmente ela me obdeceu e entrou no quarto. Merda! Que garota abusada! Um dos vapor se aproxima e pergunta:— Chefe e sobre o coroa? Fazemos o quê?—Depois que eu sair com a garota leva ele pra qualquer canto. Dão uma surra e depois bota fogo! — Disse com as mãos no bolso da calça. Continuo olhando para a porta do quarto que a menina entrou. Vou levá-la para minha casa, não merece essa vida que esse desgraçado fez a passar. Por um lado ela é linda e não quero que nenhum filho da puta tente algo com ela, como o Andrea. Vou até o Riccardo. — Mattia, um dos caras me disse que ordenou acabar com o velhote? Não entendi, não vai levar a filha do coroa e ainda vai matá-lo? — Perguntou confuso. Virei meu rosto e olho para ele. — Sim. Ele vai ser um exemplo. Para terem noção que não se deve. — Concluí. — Então porquê vai levar a garota? — Indaga, o fito. — Não posso deixá-la desamparada. E também o Andrea pode tentar algo com ela. Nos meus olhos ela vai estar protegida! — Friso e Ric
Ele saiu e fechou a porta. Fiquei pensando no que ele acabou de falar. A mãe dele… Ele disse que sua falecida mãe o ensinou a não fazer isso com uma mulher… Será que estou exagerando… Não! Ele é um bandido! Emma não se comove com ele. Não esqueça que ele me trouxe a força! Estou de pé, um pouco longe da cama com a mão no queixo pensando que ele estava falando antes. Que vai mudar esse quarto, até vai colocar a mesa de estudo pra mim… Droga! Será, o que eu ouvir sobre ele é mentira? Estou confusa. Escuto alguém bater na porta. Me aproximo. — Quem é? Mattia? — Pergunto. Será que é ele? Ele veio me buscar para o almoço? — Não. Sou a Guilia. Pode abrir a porta, por favor. — Ouvir a voz de uma mulher. Deve ser a mulher que encontramos na sala assim que entramos nesta mansão. Coloquei a mão na maçaneta e abri em seguida. Ela já vai entrando no quarto. Encostei a porta e olhei para ela. — Mattia está chamando para você descer! — Faz um gesto apontando para lá embaixo. Deve ser onde fica a
Estava sentada na cama com a mão apoiada. Lágrimas caiam sem parar. Não pode ser verdade! O que homem estava falando. Meu pai me ofereceu… Como pagamento… Balanço a cabeça negando. Olho para o lado e ele tenta tocar no meu ombro, mas dou um tapa na sua mão. — NÃO ENCOSTA EM MIM! SEU BANDIDO! ISSO É MENTIRA! — Esbravejo. — Pode me chamar disso que não me envergonho. E sim, é verdade sim! Seu pai lhe ofereceu para não morrer! Ele mesmo me disse! — Enfatizou, me fitando. Ainda estou sentada na cama, viro meu corpo para o lado com as mãos no meu rosto. Seco as lágrimas com as costas das mãos. — Olha, entendo você está assim Emma. Mas estou falando a verdade e não fui o único que lhe ofereceu. — Como é que é? — Virei e olhei para ele. Com a mão apoiada na cama me levanto devagar. — Não vou mentir e pra você também parar de achar que está aqui como pagamento de dívida. — Vou até ele, o encaro. Ele continua. — Antes pra conseguir mais drogas, as minhas drogas. Ele lhe ofereceu para um dos
— VOCÊ ESTÁ FALANDO SÉRIO? — Dou um pulo da cadeira, encarando. — Se você tiver brincando… — Não estou. — Ele levantou-se vindo até mim e colocou suas mãos no meu ombro, olhando nos meus olhos. — Quando estava na sua casa, para cobrar a dívida… — Deu uma pausa. — Fui ao seu quarto e vi as apostilas. Como não tinha condições de comprar os livros, desculpe, mas vou ter que falar, mesmo que isso de machuca. Mas o desgraçado do seu pai, por conta do vício dele, você perdeu de continuar cursando. Mas não se preocupe, comigo eu priorizo os estudos em primeiro lugar. — Olho para ele, um bandido falando isso? Não imaginava. — O que foi? — Indaga. — Não imaginava que você… — Um mafioso fazer questão com os estudos? Acho que você ia dizer isso? — Ele vai na cadeira e se senta. Assenti, também sentei na cadeira, o fitando. — Eu… Eu… — Gaguejo, ele ergue a mão para eu não falar mais nada. Engulo a seco. — Faço questão dos estudos porque é assim que trabalho. Eu que administro as minhas cois
— AHH! QUE ÓDIO! NÃO POSSO ACREDITAR NISSO! ESTOU COM TANTO ÓDIO DAQUELA GAROTA! — Reclamo, já estou na cozinha. De raiva pego um copo de vidro que estava na pia e jogo na parede da cozinha. Nem fazendo isso chama atenção dele, está lá sendo atencioso e carinhoso com aquela idota! Pego um copo que estava na pia que tinha acabado de lavar, me viro e jogo na parede, mais uma vez, que vira pó de tanta raiva que estava sentindo. Mesmo fazendo um barulho e nem assim ele vem aqui pra saber! Droga! Ainda por cima ele a trouxe à mesa abraçado com ela. ABRAÇADO? MERDA! Vou onde tinha jogado os copos de vidros, me abaixo e começo a catar pedaço por pedaço. Lágrimas começam a cair de tanta raiva que estou sentindo. E não era pra está assim, mesmo eu ter falado aquilo, era pra está bravo com ela, mas vão pra mesa todo cuidadoso com aquela menina chata! Acabo apertando a mão esquecendo dos pedaços do copo na minha mão. — Ai… — Dou um grito, abro a mão e noto que estou sangrando. Merda, merda! Ime
Acabamos de chegar na mansão do Mattia. Bati na porta e a Giulia abre e entramos em seguida com os materiais para pintar o quarto da garota. Deixamos o material no canto, mas a Giulia nos alertou para não nos deixarmos ali e sim no quarto onde vamos fazer o trabalho. Ela aponta para o andar de cima, noto que a mão dela, está enfaixada com um pano com um pouco de sangue. Vou até ela e pego na sua mão. — O que aconteceu com a sua mão? — Indago, todo preocupado. — Ai… Solta! Está me machucando. — Esbraveja, solto a sua mão. — Perdão… Não era minha intenção. Mas o que aconteceu? — Volto a perguntar, fitando. — Ei, onde colocamos essas merdas aqui? — Pergunta o Andrea, sem paciência. — Dar pra ficar lá com os outros, não ver que tô falando com a Giulia? — Me viro e olho para ele. A voz saiu ríspida. — Estou vendo! Mas não temos o dia todo pra ficar esperando vocês. — Ele olha para Giulia e depois me fita. Leva a mão no cabelo jogando para trás, tampando sua visão. — E outra, temos
Depois que saímos do carro fomos para faculdade. Quero logo que meu anjo volte a estudar. Só um momento… Eu disse meu anjo? Sacudir a cabeça. Estou ficando doido, mesmo! Deixo isso pra lá. Ela está andando na frente e vou a seguindo, atrás dela. Estávamos passando no pátio da faculdade, dei uma olhada rápida ao redor, até que é bonito. Tem árvores, alguns bancos para os alunos se sentarem para conversar ou até mesmo estudar. Assim que passamos por um grupo de alunos que estavam sentados perto de uma árvore, ouço um deles falando:— Nossa! Olha o tamanho daquele cara! É enorme e musculoso… Até que é um gato! — Disse uma loira que estava ali no meio. Bem que dizem que elas gostam de um Negão, rs. — Fala sério! Aquele babaca bonito, está zoando? Há, há. — Disse um branquelo que se levantou, apontando para mim. — Seu babaca, está perdido? — Gargalha o branquelo. Paro de andar. Olho para frente e Emma continua caminhando. Dou mais uma olhada, mas é para os lados para ver se tinha mais al