— Ai meu Deus! Ai meu Deus! — Com uma mão no peito e a outra sobre ela dando umas batidas. Ando para um lado e para o outro. Estou muito nervosa. Já não bastava o meu pai ser um viciado nessa droga nojenta, agora descobrir que está defendendo o dono… Não pode ser…
— Emma para de andar assim. Está me deixando nervosa… — Disse a dona Luíza que continua sentada na cadeira.— Nervosa? Eu, que estou nervosa com isso tudo! Agora esse mafioso quer matar o meu pai… — Me viro, e encaro. Até esqueci que é a minha patroa.— Se acalme, não precisa ser grossa. — Ela ergue a mão fazendo o gesto para me acalmar. Olhei para ela com a cabeça baixa. Me aproximo e me apoio na cadeira.— Me desculpa… Mas estou nervosa… Meu pai pode morrer… — Olho para o lado. Tem que ter um jeito para ajudar o meu pai. De repente olho para ela. — Olha dona Luíza, vou ter que sair. — Me afastei e caminhei até a porta, porém, ela pega no meu braço e se levanta da cadeira.— Você vai aonde? Não me diga que vai para sua casa? — Sacudir a cabeça que sim. Ela distancia, soltando o meu braço. — Menina está louca? Você não pode fazer nada! Ele é muito perigoso…— Não tenho medo! E já está decidido! Vou lá agora! — Dou as costas para ela e saiu da pensão. Começo a correr até a minha casa. Tomara que não seja tarde… Que esse tal traficante não faça nada com o meu pai…MattiaVejo os moleques trazendo o velhote já vestido e de banho tomado. O Riccardo vem na frente, depois fica do meu lado e os caras o jogam no chão. Tenta se levantar mas só consegue ficar sentado. Leva a mão na cabeça.— Ai… Que dor de cabeça… — Olha para mim e depois para os caras. — Quem são vocês?— Caralho! O coroa cheirou tanto que esqueceu da gente? — Disse um dos meus homens. Que se aproxima do velho e dá dois t***s no seu rosto. Ele olha para o lado e acho que reconheceu o Andrea que abaixou a cabeça na mesma hora.— Agora estou lembrando. Você me vendeu as drogas porque estava interessado na minha filha… — Olho para o Riccardo que também olhou para mim. Acenei para ele ir no velho e fazer o que tem que fazer. O meu braço direito vai no velho pegando na gola da sua camisa fazendo ele levantar na marra!— Escuta aqui coroa. Estamos aqui para cobrar o que você deve para o Mattia! — Olha para o Riccardo, confuso.— Devendo? Não estou devendo nada… Eu combinei com ele… — Levanta a mão apontando para o Andrea que vai para o outro lado com a cabeça baixa. Olho pra cima bufando de raiva. Levo a mão no rosto e esfrego os olhos para tentar me acalmar.— Seu filho da puta não tem nada combinado! A droga pertence ao Mattia e não para aquele comédia, ouviu? — Riccardo sacudiu sua gola, depois deut***s bem no seu rosto que perdeu o equilíbrio e caiu no chão.— Mas não tenho o dinheiro… Agora… Por favor, não tem outro… — O Riccardo pega o fuzil que estava pendurado e com a parte de trás dar bem na sua cara. Ele continua lamentando que não tem o dinheiro, o meu braço direito me olha e aceno para ele continuar. Ele olha para o pessoal e faz sinal para ir com tudo pra cima dele: o chutam, batem com o fuzil nele. Até que ele conseguiu levantar a mão e falar algo. Eu assobio para se afastarem e vou até o desgraçado que está todo machucado, e pingando a sangue.— Acho que você quer falar algo? — Estou na sua frente com os braços cruzados na altura do peito.— S… Sim… — Disse o velho com a voz baixa.— Então diga. Não posso mais perder tempo. — Me agacho, o fitando.— Eu não tenho dinheiro para pagar… Mas tenho a minha filha, ela pode servir como pagamento? — Ele pergunta, murmurando. Me levantei na mesma hora. Não estou acreditando. O desgraçado está oferecendo sua filha como pagamento? Eu ouvi direito?Me afasto daquele verme. Sim, depois o que ele me disse, era isso que ele era. Olho para ele mais uma vez. Só pode ser piada. É isso! Vou até ele e começo a gargalhar. O Riccardo e os caras me olharam não entendendo nada, continuo rindo. O Riccardo se aproxima de mim. — Andrea, qual é a graça? — Indaga me fitando segurando o fuzil. — Não sabe que esse merda me disse? — Ainda rindo olho para o meu braço direito. Que balança os ombros sem entender. — Ele ofereceu sua filha como pagamento! Fala que isso não é piada? — O quê? Ele fez isso? — O Riccardo olha para o infeliz todo sangrando tentando levantar, com muita dificuldade consegue ficar em pé. — Não é piada… Cof… Cof… — Ele cospe sangue. Depois limpa com as costas da mão e volta olhar para mim. — Estou oferecendo a minha filha como… Pagamento… — Está falando sério? — Dou um passo para frente, levanto a sobrancelha direita. — Está oferecendo sua filha como pagamento da dívida que me deve? — Isso… Ela é nova, tem vinte e um anos…
Cheguei na minha casa com a porta arrombada. E vi um homem forte, musculoso e alto, é bem alto. Meu pai estava todo machucado e sangue caindo do seu rosto. Meu Deus, coitado do meu paizinho… Ele fala algo no ouvido para aquele homem, ele se virou e deu um soco no estômago delei. Levou os braços no estômago, sentindo o soco. Em seguida o homem segurou o pescoço do meu pai e deu mais socos na cara dele que o jogou no chão como se fosse um nada. Noto ele levantar a perna. Acho que ele vai continuar batendo nele. Não posso deixar. — Nãoooo! — Me jogo na frente dele. — Pai? Está me ouvindo? Por favor, pai diga alguma coisa? — Estava ajoelhada com as mãos no rosto do pai. O chamo, mas ele está com os olhos fechados, me aproximo e consigo ouvir sua respiração, fraca, mas consigo. Ele está vivo. Graças a Deus! — Como você pode fazer isso com ele? Não tem coração? — Ele sacudiu a cabeça, acho que estava pensando em alguma coisa. Olhando melhor para mim, está bem diante de mim. Estava braba, f
Finalmente ela me obdeceu e entrou no quarto. Merda! Que garota abusada! Um dos vapor se aproxima e pergunta:— Chefe e sobre o coroa? Fazemos o quê?—Depois que eu sair com a garota leva ele pra qualquer canto. Dão uma surra e depois bota fogo! — Disse com as mãos no bolso da calça. Continuo olhando para a porta do quarto que a menina entrou. Vou levá-la para minha casa, não merece essa vida que esse desgraçado fez a passar. Por um lado ela é linda e não quero que nenhum filho da puta tente algo com ela, como o Andrea. Vou até o Riccardo. — Mattia, um dos caras me disse que ordenou acabar com o velhote? Não entendi, não vai levar a filha do coroa e ainda vai matá-lo? — Perguntou confuso. Virei meu rosto e olho para ele. — Sim. Ele vai ser um exemplo. Para terem noção que não se deve. — Concluí. — Então porquê vai levar a garota? — Indaga, o fito. — Não posso deixá-la desamparada. E também o Andrea pode tentar algo com ela. Nos meus olhos ela vai estar protegida! — Friso e Ric
Ele saiu e fechou a porta. Fiquei pensando no que ele acabou de falar. A mãe dele… Ele disse que sua falecida mãe o ensinou a não fazer isso com uma mulher… Será que estou exagerando… Não! Ele é um bandido! Emma não se comove com ele. Não esqueça que ele me trouxe a força! Estou de pé, um pouco longe da cama com a mão no queixo pensando que ele estava falando antes. Que vai mudar esse quarto, até vai colocar a mesa de estudo pra mim… Droga! Será, o que eu ouvir sobre ele é mentira? Estou confusa. Escuto alguém bater na porta. Me aproximo. — Quem é? Mattia? — Pergunto. Será que é ele? Ele veio me buscar para o almoço? — Não. Sou a Guilia. Pode abrir a porta, por favor. — Ouvir a voz de uma mulher. Deve ser a mulher que encontramos na sala assim que entramos nesta mansão. Coloquei a mão na maçaneta e abri em seguida. Ela já vai entrando no quarto. Encostei a porta e olhei para ela. — Mattia está chamando para você descer! — Faz um gesto apontando para lá embaixo. Deve ser onde fica a
Estava sentada na cama com a mão apoiada. Lágrimas caiam sem parar. Não pode ser verdade! O que homem estava falando. Meu pai me ofereceu… Como pagamento… Balanço a cabeça negando. Olho para o lado e ele tenta tocar no meu ombro, mas dou um tapa na sua mão. — NÃO ENCOSTA EM MIM! SEU BANDIDO! ISSO É MENTIRA! — Esbravejo. — Pode me chamar disso que não me envergonho. E sim, é verdade sim! Seu pai lhe ofereceu para não morrer! Ele mesmo me disse! — Enfatizou, me fitando. Ainda estou sentada na cama, viro meu corpo para o lado com as mãos no meu rosto. Seco as lágrimas com as costas das mãos. — Olha, entendo você está assim Emma. Mas estou falando a verdade e não fui o único que lhe ofereceu. — Como é que é? — Virei e olhei para ele. Com a mão apoiada na cama me levanto devagar. — Não vou mentir e pra você também parar de achar que está aqui como pagamento de dívida. — Vou até ele, o encaro. Ele continua. — Antes pra conseguir mais drogas, as minhas drogas. Ele lhe ofereceu para um dos
— VOCÊ ESTÁ FALANDO SÉRIO? — Dou um pulo da cadeira, encarando. — Se você tiver brincando… — Não estou. — Ele levantou-se vindo até mim e colocou suas mãos no meu ombro, olhando nos meus olhos. — Quando estava na sua casa, para cobrar a dívida… — Deu uma pausa. — Fui ao seu quarto e vi as apostilas. Como não tinha condições de comprar os livros, desculpe, mas vou ter que falar, mesmo que isso de machuca. Mas o desgraçado do seu pai, por conta do vício dele, você perdeu de continuar cursando. Mas não se preocupe, comigo eu priorizo os estudos em primeiro lugar. — Olho para ele, um bandido falando isso? Não imaginava. — O que foi? — Indaga. — Não imaginava que você… — Um mafioso fazer questão com os estudos? Acho que você ia dizer isso? — Ele vai na cadeira e se senta. Assenti, também sentei na cadeira, o fitando. — Eu… Eu… — Gaguejo, ele ergue a mão para eu não falar mais nada. Engulo a seco. — Faço questão dos estudos porque é assim que trabalho. Eu que administro as minhas cois
— AHH! QUE ÓDIO! NÃO POSSO ACREDITAR NISSO! ESTOU COM TANTO ÓDIO DAQUELA GAROTA! — Reclamo, já estou na cozinha. De raiva pego um copo de vidro que estava na pia e jogo na parede da cozinha. Nem fazendo isso chama atenção dele, está lá sendo atencioso e carinhoso com aquela idota! Pego um copo que estava na pia que tinha acabado de lavar, me viro e jogo na parede, mais uma vez, que vira pó de tanta raiva que estava sentindo. Mesmo fazendo um barulho e nem assim ele vem aqui pra saber! Droga! Ainda por cima ele a trouxe à mesa abraçado com ela. ABRAÇADO? MERDA! Vou onde tinha jogado os copos de vidros, me abaixo e começo a catar pedaço por pedaço. Lágrimas começam a cair de tanta raiva que estou sentindo. E não era pra está assim, mesmo eu ter falado aquilo, era pra está bravo com ela, mas vão pra mesa todo cuidadoso com aquela menina chata! Acabo apertando a mão esquecendo dos pedaços do copo na minha mão. — Ai… — Dou um grito, abro a mão e noto que estou sangrando. Merda, merda! Ime
Acabamos de chegar na mansão do Mattia. Bati na porta e a Giulia abre e entramos em seguida com os materiais para pintar o quarto da garota. Deixamos o material no canto, mas a Giulia nos alertou para não nos deixarmos ali e sim no quarto onde vamos fazer o trabalho. Ela aponta para o andar de cima, noto que a mão dela, está enfaixada com um pano com um pouco de sangue. Vou até ela e pego na sua mão. — O que aconteceu com a sua mão? — Indago, todo preocupado. — Ai… Solta! Está me machucando. — Esbraveja, solto a sua mão. — Perdão… Não era minha intenção. Mas o que aconteceu? — Volto a perguntar, fitando. — Ei, onde colocamos essas merdas aqui? — Pergunta o Andrea, sem paciência. — Dar pra ficar lá com os outros, não ver que tô falando com a Giulia? — Me viro e olho para ele. A voz saiu ríspida. — Estou vendo! Mas não temos o dia todo pra ficar esperando vocês. — Ele olha para Giulia e depois me fita. Leva a mão no cabelo jogando para trás, tampando sua visão. — E outra, temos