“O que você vai fazer? Eu mudei de ideia, eu assumo a culpa!” A angústia enche minha voz, e sinto um frio no peito ao perceber que estou a um passo da morte.
Ela me encara, o olhar frio como gelo, mas há um brilho de satisfação cruel em seus olhos.
“É tarde demais para isso. ” O lamento falso em sua voz apenas aumenta o meu desespero. “A Senhorita está com pressa. Ela quer você morta. Eu tentei te ajudar, mas você demorou demais.”
Cada palavra é um golpe certeiro, e o pânico toma conta de mim. Ela se vira, agitada, como se tivesse pressa em terminar o que começou. Seus passos ecoam pelo cômodo, rápidos, e ela coloca a bandeja sobre a cômoda, o som metálico vibrando no sil&ecir
“Para onde você vai?” A voz de Seraphina ressoa pelo salão, firme, cortando o ar pesado da manhã. Seu tom é sério, e seu olhar, aquele dourado profundo e penetrante, está fixo em mim enquanto me levanto da nossa mesa de café da manhã. O silêncio que segue a pergunta é quase ensurdecedor, e por um momento, me sinto desarmado, pego de surpresa. Seraphina raramente questiona meus movimentos, minha agenda ou decisões nos últimos anos, e essa súbita curiosidade me faz hesitar.“Vou administrar o novo empreendimento que adquiri no centro.” Minha resposta sai calma, calculada, com a habitual frieza que desenvolvi ao longo dos anos. "Estava uma zona a parte financeira," explico de forma sutil, mas no fundo, ambos sabemos haver mais. A verdade, aquela que queima como brasas sob a superfície de tud
Para organizar a parte financeira do novo empreendimento, não levei sequer metade do dia. As vastas pilhas de papéis e números que antes pareciam um emaranhado caótico foram rapidamente dissecadas com a ajuda do meu contador pessoal, cujas habilidades matemáticas beiravam o sobrenatural. As dívidas acumuladas pelo antigo proprietário, que antes pareciam impagáveis, foram categorizadas e reordenadas com precisão, e eu percebi que poderia quitar todas facilmente, mesmo que parte delas fosse dívida para o meu próprio governo.Enquanto olhava para os documentos, uma sensação de controle me dominava. Eu sempre me orgulhei de minha capacidade de lidar com crises financeiras com uma mão firme, e essa situação não era diferente. Há anos que a economia de Veridiana está florescendo, p
“Asher, você tem visto Aria pelo salão? Ela tem vindo trabalhar?” eu indagado a voz tingida com uma mistura de curiosidade e preocupação.Já faz dias, quase uma semana, que venho pedindo para o gerente e até mesmo Asher avisarem Aria para me ver. No entanto, ela não apareceu. Nem uma única vez.Será que ela está me evitando? O beijo que trocamos foi um erro tão grande assim? Teria eu sido invasivo a ponto de afastá-la? A lembrança de seus lábios ainda é fresca em minha mente, o calor de seu toque, o fervor no momento… mas será que para ela foi diferente? A forma como ela me afastou, com a força de uma decisão tomada no calor da culpa, ainda ecoa dentro de mim. Ela sentiu remorso. Foi nítido nos seus olhos quando
"O que você encontrou sobre Aria, Asher?" Minha pergunta sai com um peso que mal consigo esconder, a preocupação enrijecendo cada músculo do meu corpo. A ausência dela tem me corroído lentamente, e agora, a tensão é quase insuportável.“Não são boas notícias, Majestade.” Asher se aproxima com passos calculados, seu semblante grave refletindo a seriedade da situação. “Eu vasculhei as câmeras de segurança das redondezas. A última imagem de Aria é de uma semana atrás.” Sua voz carrega um pesar que me deixa ainda mais alerta. "Ela foi levada por uma van. Rastreei o dono do veículo, e parece ser do antigo chefe dela. Talvez a esposa esteja envolvida."A sensação de incredulidade me atinge como
"Não se aproxime!" A voz da mulher soa com um misto de desespero e ameaça. Ela aperta o meu ombro com força, sua mão suada tremendo levemente enquanto a outra segura a faca contra o meu pescoço. O metal frio roça em minha pele, e minha respiração se torna curta, controlada, tentando evitar qualquer movimento que possa fazer a lâmina penetrar mais fundo.Caelum levanta as mãos em um gesto pacificador, avançando lentamente, seus passos são lentos, cada movimento uma cuidadosa tentativa de evitar que a situação exploda em violência. Há algo na maneira como ele se move, uma confiança contida, uma força silenciosa. A presença dele me causa um misto de emoções. Como é que ele me encontrou aqui?“Você n&ati
Eu observo cada movimento da mulher com a precisão de um predador em estado de alerta, cada passo seu ecoando em meus ouvidos como um sinal de perigo iminente. Seus olhos varrem o ambiente com um misto de desespero e medo, mas é seu coração que realmente me revela sua fragilidade. Eu ouço com nitidez as batidas descompassadas do coração dela, aceleradas e erráticas, como um tambor de guerra prestes a estourar. Suas mãos, que seguram a faca contra o pescoço de Aria, estão tremendo, mal conseguindo manter o controle sobre a lâmina afiada. O suor escorre pela testa da mulher, e posso sentir o cheiro ácido de seu medo misturado ao ar úmido da floresta.Minha mente fervilha com xingamentos silenciosos ao perceber a presença dos meus soldados em torno da cabana. Eles estão seguindo as ordens, fazendo ex
A chegada ao hospital é apressada. O carro para bruscamente, os freios guinchando, e Asher já desce gritando ordens para os enfermeiros de plantão. O pronto-socorro parece uma cena caótica, um misto de luzes fluorescentes brancas e o cheiro pungente de antisséptico que se mistura com o aroma metálico de sangue ainda fresco. Minhas pernas quase não respondem ao sair do carro, como se o peso de Aria em meus braços tivesse o dobro, o triplo do que realmente é. Seus batimentos cardíacos, que consigo ouvir com minha audição aguçada, estão fracos, muito fracos, um tamborilar quase imperceptível que me corrói por dentro.Cada segundo parece uma eternidade enquanto a coloco sobre a maca. O desespero escorre pelas minhas veias junto ao som da voz dos enfermeiros que, ofegantes, fazem perguntas que mal consigo responder."Ela foi envenenada com Icor Noturno," expli
“Você quer que eu faça o quê?” Seraphina questiona, a incredulidade e irritação transbordando em sua voz como uma tempestade prestes a se manifestar. Seus olhos dourados faíscam com uma fúria que ainda está contida, mas perigosamente à beira de escapar. Os cabelos ruivos dela parecem ganhar vida, brilhando como chamas enquanto ela se vira bruscamente para me encarar, o movimento tão abrupto que parece uma ameaça velada, como se até mesmo o ar ao redor dela respondesse à sua raiva crescente.Eu mantenho meu olhar firme no dela, sem desviar, mesmo sentindo o peso da tensão que cresce entre nós.“Você me ouviu, Seraphina,” digo, o tom seco e impaciente, tentando conter a exaustão e a angústia que borbulham por dentro. "