Capítulo 39 - Caelum

“Para onde você vai?” A voz de Seraphina ressoa pelo salão, firme, cortando o ar pesado da manhã. Seu tom é sério, e seu olhar, aquele dourado profundo e penetrante, está fixo em mim enquanto me levanto da nossa mesa de café da manhã. O silêncio que segue a pergunta é quase ensurdecedor, e por um momento, me sinto desarmado, pego de surpresa. Seraphina raramente questiona meus movimentos, minha agenda ou decisões nos últimos anos, e essa súbita curiosidade me faz hesitar.

“Vou administrar o novo empreendimento que adquiri no centro.” Minha resposta sai calma, calculada, com a habitual frieza que desenvolvi ao longo dos anos. "Estava uma zona a parte financeira," explico de forma sutil, mas no fundo, ambos sabemos haver mais. A verdade, aquela que queima como brasas sob a superfície de tud

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