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Minha vontade de acabar com a vida de Drave pulsa como um veneno dentro de mim, queimando cada fibra do meu corpo com uma intensidade quase insuportável. O ódio se espalha por minhas veias, alimentado pela visão do meu meio-irmão prostrado diante de mim, com aquele sorriso maníaco ainda estampado no rosto ensanguentado. Ele é a personificação de tudo o que eu desprezo, tudo o que ameaça minha família e meu reino.“O que vai ser, maninho?” ele provoca, cuspindo palavras carregadas de veneno e sangue. O rosto dele está inchado, coberto de hematomas, mas a arrogância em seus olhos vermelhos brilha com mais força do que nunca. “Morte ou vida? O sacrifício de um bastardo ou o egoísmo de um pai?”Suas palavras me atingem como um soco, perfurando meu autocontrole. Um rugido surge da minha garganta antes que eu perceba, ecoando pelo salão do trono como um trovão.“Cala a sua m*****a boca!” ordeno, minha voz reverberando como se fosse feita de aço bruto. Meus punhos se movem antes que minha men
Minha visão turva cada vez mais, e o zumbido em meus ouvidos cresce até que todo som ao meu redor parece engolido por um vazio opressor. A dor em meu corpo é insuportável, cada músculo latejando como se estivesse sendo rasgado por dentro. Tento me mover, mas o cansaço me mantém presa, esmagada sob um peso invisível. Ouço a voz de Seraphina ao longe, distorcida, arrastada, como se estivesse sendo puxada por uma correnteza. Eu preciso impedi-la. Ela está indo atrás dos meus filhos. Tento lutar contra essa paralisia sufocante, mas minha visão se apaga, e o mundo ao meu redor é engolido pela escuridão.Tudo fica quieto. Não há dor, nem som, apenas um vazio profundo que não sei como escapar. Então, algo muda. Não estou mais ali. Minha mente, minha essência, me transporta para outro lugar. Estou em uma floresta. As árvores são grotescas, seus galhos curvados como garras, estendendo-se em minha direção. O chão está úmido e coberto de folhas mortas, e há um cheiro forte de terra molhada e algo
Eu nunca almejei ser uma lycan. Sempre gostei de ser humana, de sentir o peso e a vulnerabilidade da minha condição. Nunca invejei as outras espécies, nem mesmo os lycans, com suas habilidades sobre-humanas, força e sentidos aguçados. Para mim, isso nunca foi uma benção. Sempre vi como uma maldição, um fardo terrível que os amarra a instintos animalescos e a uma vida de luta constante contra a própria natureza. Transformar-se em uma fera? Isso nunca me pareceu um privilégio. Agora, com o peso dessa realidade caindo sobre mim, sinto um misto de raiva, frustração e desespero.‘Ela pode ficar o resto da vida brava comigo se quiser, mas ela está aqui e é minha.’ Ouço Caelum falar, só que é como se fosse dentro da minha mente.“Eu não sou sua!” rebato imediatamente, minha voz carregada de irritação e uma pontada de dor. “Quando você vai entender isso? Agradeço por me salvar, mas isso não me torna sua, Caelum!”Ele arqueia uma sobrancelha, confuso. Sua surpresa é evidente, mas o que mais ch
“Você quer fazer o quê?” Caelum quase rosna, sua voz reverberando pelo ambiente. Sua postura rígida e os punhos cerrados indicam claramente que minha proposta o desestabilizou.“Quero me encontrar com o seu irmão,” repito minha intenção com mais calma, tentando controlar o turbilhão que se agita dentro de mim.O ambiente ao nosso redor está impecavelmente organizado, mas tem uma frieza que me irrita. É um espaço amplo, adornado por quadros que retratam paisagens de Veridiana e símbolos de poder. A grande mesa de madeira maciça está abarrotada de documentos e o som do computador trabalhando ao fundo ecoa em meus ouvidos, um zumbido irritante que não consigo ignorar. Antes, quando era humana, sons como esse passavam despercebidos, mas agora, com os sentidos aguçados, tudo parece amplificado, quase insuportável.“Drave é perigoso, Aria. Não acho prudente você ir vê-lo,” Caelum responde, sua voz cheia de precaução.Solto um suspiro exasperado, tentando conter a irritação que ferve sob a s
“Aqui está, minha filha.” A voz de Lyra, minha mãe, soa suave, mas cansada, enquanto ela entra no quarto carregando um copo de café quente. O aroma reconfortante preenche o ar, um contraste com o cheiro estéril e pesado do ambiente hospitalar. Ela me entrega o copo com um leve sorriso, sentando-se ao meu lado no sofá rígido e desconfortável do quarto do Alexander. “Você quer que eu busque a Elowen na escola hoje?”“Sim, por favor. Pode trazê-la para cá, não quero ela sozinha em casa…” Minha resposta sai carregada de exaustão. Meu corpo parece mais pesado a cada minuto que passo nesse hospital, assistindo Alexander e Thorne presos em uma batalha silenciosa pela sobrevivência.Minha mãe afaga minhas costas e eu fico agradecida pelo seu apoio.“Eles vão ficar bem, querida, vão sim,” mamãe declara com um otimismo fraco.“O médico disse que já era para o Thorne ter acordado, mamãe.” Minha voz treme ao tentar reprimir as lágrimas que insistem em brotar. “Que está tudo bem com os sinais vita
Fico parado alguns metros afastados do quarto do Alexander quando percebo o cheiro da Aria presente no cômodo. Ouço sua declaração de despedida para com Alexander e isso me preenche com agonia.Não me aproximo porque não quero Aria lendo os meus pensamentos. Tenho evitado ao máximo pensar no Alexander e na solução que a minha mãe sugeriu. Abrir mão de uma parte da minha alma para salvá-lo. Manter isso em segredo de Aria tem sido difícil.Se eu fizer esse feitiço, o que vai significar para mim e para ela? Não posso perdê-la para Alexander, ainda mais quando eu tenho certeza da forte ligação que possuímos. A mordida foi um presente para Aria, ela está ligada a mim agora para sempre. Entretanto, percebo que Aria não se sente assim por mim. Ela ama Alexander e trazê-lo de volta, significa perdê-la para ele e não quero isso.Decido voltar para o castelo, há tantas coisas para resolver após os acontecimentos com Drave e Seraphina que sinto que vão acabar virando uma bola de neve. Durante to
“Thorne está forte como um touro. Nem parece que ficou todo esse tempo aqui, você precisa vê-lo!” A minha voz é animada, mais do que eu gostaria, considerando a situação. Tento manter o ânimo, mantendo a esperança viva em meu peito. A sensação de incerteza se dissipa um pouco ao falar sobre Thorne.O som do monitor hospitalar se mistura com a minha voz e Alexander continua desacordado, entretanto o seu rosto tem ganhado mais vida, mais cor. As veias escuras começaram a sumir, a palidez dando espaço para o seu tom natural de pele.As batidas do coração de Alexander, que eu conseguia ouvir nitidamente enfraquecendo, tem se fortalecido. O cheiro dele também mudou, voltou a ser o cheiro de menta com macieira, um cheiro reconfortante.Seguro sua mão, tentando manter o contato físico, como se isso fosse um elo entre nós dois, como se minha presença pudesse fazer algum tipo de milagre. Acaricio sua pele, agora mais quente, mais viva, e me apego a cada sinal de melhora. Minha esperança, que j
Alexander se senta ao meu lado no sofá, sua presença me trazendo uma sensação de ancoragem em meio à confusão. O escritório de Caelum, com suas estantes imponentes repletas de livros antigos e artefatos mágicos, parece sufocar.Caelum anda de um lado para o outro, as botas ecoando no piso de madeira escura. Cada movimento é firme e decidido, mas há uma inquietação subjacente. Ele parece um lobo em uma jaula, consumido por pensamentos. A luz suave do fim da tarde entra pela grande janela atrás dele, iluminando seus cabelos desgrenhados e realçando o brilho dos seus olhos esverdeados.“Drave disse que os gêmeos poderiam quebrar o feitiço de ligação,” Caelum balbucia.“É, mas ele também nos alertou e com razão,” retruco, inclinando-me para frente. “Eles ainda são pequenos, não possuem noção de como lidar com os poderes… isso se eles tiverem algum, na realidade.”Caelum para abruptamente e me encara, a linha de sua mandíbula se tensa enquanto seus olhos queimam com algo entre orgulho e de