Quem era na linha?

Capítulo 71

Maria Luíza Duarte

Com Sofia no colo, acompanhei dona Olga em direção ao meu quarto. Ela caminhava devagar, apoiando-se levemente na parede, enquanto eu mantinha o passo ajustado ao dela. Esse silêncio profundo entre nós me incomoda, que pena a dona Olga não poder falar. Eu sentia que, de alguma forma, ela estava mais presente, mais conectada ao momento do que em qualquer outra ocasião.

Quando chegamos, ajudei-a a sentar na poltrona próxima à janela. A luz suave do sol iluminava seu rosto pálido, e ela fechou os olhos por um instante, respirando fundo. Era como se, por breves segundos, ela estivesse se reconectando com o mundo ao seu redor.

Ajeitei Sofia no carrinho ao lado e me sentei diante de dona Olga, segurando uma caderneta e um lápis que peguei na cômoda. Meu coração batia acelerado. Precisava entender o que havia despertado nela aquele estado de alerta momentâneo no café da manhã.

— Dona Olga, a senhora consegue escrever? — perguntei com cuidado,
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo