Capítulo 330 Aziza Sou levada para dentro da casa, arrastada pelos braços como se fosse uma boneca quebrada. Meus joelhos tremem, minha respiração está irregular. Os servos me conduzem até um quarto pequeno, com paredes nuas e um tapete desgastado no chão. — Descanse, senhora. — Um deles diz, sem me olhar nos olhos. A porta fecha atrás de mim. Trancada. Arrasto meu corpo para dentro do banheiro de azulejos frios e retiro meu véu empapado de ovo e sujeira. Minha pele está coberta de marcas avermelhadas, as áreas onde a vassoura me atingiu começam a inchar. Pego um balde de água e jogo sobre mim. A água fria me faz estremecer, mas pelo menos me limpa. Cada fio de cabelo parece grudado na minha cabeça, e a raiva ainda ferve em meu peito. Eu sou Aziza, irmã de Hassan. Como pude ser reduzida a isso? Percebo a verdade avalassadora: estou sozinha. Se eu sair, as crianças vão me atacar de novo. As esposas vão me bater. Se eu ficar aqui, morrerei de tédio e solidão. Estou pre
Capítulo 331 Aziza Eu não deveria estar olhando. Mas é impossível desviar os olhos. Meu marido está parado diante de mim, sem nada cobrindo aquele corpo imenso. Sua pele é escura, coberta de pelos no peito largo, os músculos grossos como os de um touro. Tem uma barriga um pouco saliente, mas o que mais me choca… é o tamanho daquilo. Ele tem um pau imenso, grosso, fora do comum. — Ainda quer me rejeitar, esposa? — ele sorri, convencido. E tem motivos pra isso, não posso negar. Meus lábios se separam, mas nenhuma palavra sai. Meus olhos descem, incrédulos, voltam para seu rosto, descem de novo. Isso é real? — Como isso é possível? — minha voz sai sem que eu perceba. O riso grave dele ecoa pelo quarto. — É de verdade, sim. Pode segurar pra ver. — Agora está explicado o motivo de ter três esposas e quinze filhos — ele gargalhou. — Eu sei que já conhece muito bem o corpo de um homem. — Ele dá um passo à frente, e eu recuo por instinto. — Fui informado de que n
Capítulo 332 Aziza O vapor do banho começa a embaçar os espelhos enquanto tiro meu lenço e desato parte do vestido, deixando-o deslizar até a curva dos meus ombros. Minha pele ainda tem os vestígios dos últimos dias – a tinta da henna, os hematomas da surra e a sensação incômoda de estar sendo constantemente observada. Mas agora, neste momento, a única coisa que vejo é o homem à minha frente. Ele me observa como um predador satisfeito, a boca curvada em um sorriso debochado. — Você é gostosa demais, esposa. — Ele ri, a voz cheia de luxúria e diversão. — Vou me divertir muito com você. Ignoro o comentário e empurro seus ombros, fazendo-o sentar no pequeno banco de mármore do chuveiro. Ele obedece, ainda sorrindo, e eu derramo uma generosa quantidade de shampoo na palma da mão. — Caramba, vamos deixar esse cabelo bem limpo. Meu marido tem o cabelo escuro, pesado de sujeira, e eu o esfrego com força, massageando o couro cabeludo como se pudesse limpá-lo da arrogâ
Capítulo 333 Tatiana Acordo sentindo o calor aconchegante do corpo de Hassan ao meu lado. O quarto ainda está silencioso, só ouço o som suave de sua respiração. Meu coração se enche de felicidade ao vê-lo ali, sereno, com os traços fortes relaxados pelo sono. Nunca imaginei que me sentiria tão segura ao lado de alguém, mas Hassan tem esse efeito sobre mim. Viro um pouco para o lado, sem pressa de sair da cama, apenas aproveitando o momento. Ele se mexe, resmunga algo baixinho e, depois de alguns segundos, seus olhos escuros abrem preguiçosamente. — Bom dia. — Sua voz ainda está rouca de sono, e um sorriso aparece em seus lábios. — Bom dia meu senhor. — Respondo, sorrindo de volta. Ele se estica um pouco e passa a mão pelo rosto antes de me puxar para perto, colando nossos corpos sob os lençóis. Meu coração acelera com o toque dele. — Acho que deveríamos dar uma olhada em Aziza hoje. — Ele comenta, ainda com a voz arrastada pelo sono. — Quero ver como ela está. Co
Capítulo 334Maria LuízaA viagem de volta para a Rússia foi tranquila, apesar do cansaço de um voo longo com três bebês. Nazar e Neide ficaram nos Emirados Árabes para ajudar Tatiana e Hassan no início do projeto, e confesso que a casa parece um pouco mais vazia sem eles. Mas, ao mesmo tempo, estar de volta traz um sentimento de conforto.Assim que entro no quarto, ouço um choro familiar e sorrio instintivamente.— Minha fofurinha está com fome — digo para Alexei, já indo em direção ao berço onde Beatrice se remexe, com o rostinho vermelho de tanto chorar.Alexei me observa com um olhar satisfeito e se aproxima, cruzando os braços.— Fico feliz em ver que você já não sofre mais com gritos, choro. Antigamente, você entrava em crise sempre que ouvia… — Ele para por um segundo, pensativo, e depois completa com um tom carinhoso — Você está mais forte, Malu.Pego Beatrice no colo e a levo até a poltrona ao lado da janela. O tempo frio da Rússia contrasta com o calor do deserto, mas a sens
Capítulo 335 Maria Luíza (1 mês depois) A mesa estava impecavelmente arrumada. A porcelana fina refletia o brilho suave das velas, e o aroma dos pratos quentes se espalhava pela casa. Eu queria que este jantar fosse especial. Nazar e Neide estavam voltando da viagem dos Emirados Árabes, e depois de tudo que vivemos, nada parecia mais precioso do que estar juntos, em paz. Alexei estava ao meu lado, segurando minha mão discretamente sob a mesa. À nossa frente, Yuri e Anastasia trocavam sorrisos enquanto ajudavam Sofia a cortar um pedaço de carne. Beatrice dormia tranquila no bercinho ao lado de Andrey, e Richard, filho de Jones, olhava tudo com curiosidade. Nazar foi o último a entrar, e quando o fez, a casa se encheu de energia. Seu sorriso era genuíno, e seus olhos brilhavam ao olhar para todos nós reunidos. Neide vinha logo atrás, e pude ver como algo nela também havia mudado. Ela parecia mais confiante, mais à vontade consigo mesma. — Que banquete, hein? — N
Capítulo 336 Maria Luíza Estava ficando tarde, quando cada um começou a se recolher. Jones acabou deixando o Richard passar a noite aqui, o menino ficou sentado com Sofia numa mesinha fazendo desenhos. — Ele parece um garoto tranquilo, Alexei... — comentei. — Sim, Sofia também está bem ao lado dele — Neide e Karen se aproximaram e levaram os gêmeos para o quarto. Encostei no ombro de Alexei. — Obrigada por tudo, meu amor... Você mudou muito a minha vida e me ajudou com meus transtornos. Me deu uma família, Sofia que é como se tivesse nascido da minha barriga. — Você também mudou tudo, Malu. Só que eu estava pensando, não vamos contar a Sofia que a mãe dela de sangue é outra. Estamos tão bem assim. — Eu acho que podemos esperar que ela entenda melhor, então explicamos. — É melhor... — ouvi um barulho suave do lado de fora da casa e virei pra ele. — Ah, é o pai da Tatiana. — O que aconteceu com ele? — Está limpando os vidros sob a supervisão
Capítulo 1 Maria Luíza Duarte Desci as escadas de casa correndo, com um sorriso no rosto e um envelope na mão. Eu queria surpreender o Marco, contar sobre o laudo médico e como os resultados foram bons. A porta de Marco estava apenas encostada. Coloquei a mão na maçaneta e a abri devagar. Meu coração acelerou imediatamente. — Marco? — Uma dor aguda atravessou meu peito. Marco estava ali... completamente nu, sobre outra mulher, que gemia enquanto se agarrava ao pescoço dele. No mesmo sofá onde eu estive ontem, onde ele tentou me tocar, mesmo sabendo que era um dos soldados do meu pai, e eu poderia ser exilada por isso. A cena ficou gravada em minha mente. Ele parecia tão satisfeito com ela. Ouvi seus gemidos de prazer quando ele se afundou entre suas pernas, e aquilo queimou dentro de mim. Amassei o envelope na mão e joguei com força em Marco, e ele se levantou num salto, surpreso. — MALU? CO... COMO VEIO PARAR AQUI? — gritou, ainda nu, enquanto avançava na minha dire