Capítulo 142Anastasia Os dias foram passando, e só fui conhecendo a frieza de Yuri. Ele parecia outro, principalmente pelo fato de estar treinando tiros, defesa corporal e ataque com os homens do meu irmão.Ele mal me olha, e quando olha é para mexer no seu pênis sozinho, e não tenho coragem de dizer nada.Hoje é o dia em que Alexei e Malu voltam de viagem e fico pensando em como será minha vida agora, espero que com a Malu aqui eu tenha algo pra fazer, pelo menos sei que posso conversar.Mesmo com a casa sendo invadida, Yuri conteve e resolveu o que precisava, eu só fiquei olhando de longe. Parece que me trata como um soldado do meu irmão, me sinto o Nazar na vida dele.Minha cunhada quando me viu, logo percebeu que algo estava errado, e na verdade... Eu estava louca para contar tudo pra ela. Assim que entrou no meu quarto, desabei, contei tudo, e em detalhes.— Minha querida, mas deixa eu ver se entendi. Ele te machucou, e a briga foi por isso, mas não te bateu? — mexi a cabeça ne
Capítulo 143 Anastasia Fiquei parada diante da porta do banheiro, meus pensamentos em guerra. Será que eu deveria entrar? E se ele me mandasse embora? E se a irritação dele aumentasse? Mas também... e se esse fosse o momento de tentar algo diferente, de mostrar que eu estava disposta a me aproximar? Respirei fundo, tentando acalmar o turbilhão dentro de mim, e girei a maçaneta devagar. O vapor do chuveiro já preenchia o ambiente, e o som da água caindo abafava meus passos. Yuri estava de costas para mim, os ombros largos tensos, enquanto esfregava o rosto com as mãos. Ele não percebeu quando entrei, mas minha presença não demoraria a ser notada. Tomei coragem e falei, minha voz saiu baixa: — Posso... posso te ajudar? Ele se virou, o olhar surpreso por um breve momento antes de se tornar novamente frio. — O que você está fazendo aqui, Anastasia? Engoli em seco, sentindo o peso da tensão entre nós. — Só quero ajudar. Por favor, deixa eu fazer algo por
Capítulo 144 Anastasia A água ainda caía sobre nós. Yuri não disse mais nada. Apenas me olhou de forma intensa, seus olhos cor de mel, estavam escuros percorrendo cada detalhe do meu corpo, como se estivesse me marcando ou memorizando. Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, ele segurou minha cintura com uma força que me fez arfar, mas que não me afastou. Pelo contrário, aquele toque firme me fez querer mais, me fez aceitar o homem que ele era agora, mesmo que fosse tão diferente daquele Yuri de antes. Não houve tempo para responder sua pergunta. Yuri me ergueu com facilidade, colocando minhas pernas ao redor da sua cintura. Meu corpo estava colado ao dele, minha pele queimando sob o calor da água e da sua proximidade. Seus olhos não saíam dos meus, fixos, intensos, como se estivessem me desafiando a recuar. Mas eu não recuei. Quando ele finalmente me beijou, não havia nada de gentil naquele gesto. Sua boca tomou a minha com uma urgência quase desesperada,
Capítulo 145YuriMinha vida mudou completamente em um mês.Um mês. Parece pouco tempo para um homem perder tudo o que conhecia e, ao mesmo tempo, ser obrigado a se moldar ao que não entende. Eu nunca quis fazer parte disso. Da máfia. Do poder. Das sombras que cercavam meu pai, Vladislav. Passei a maior parte da minha vida sem saber no que ele estava envolvido. Era mais fácil assim, ignorar as coisas que se escondiam nos cantos da nossa casa, os sussurros nos corredores, as pessoas que desapareciam.Mas tudo desabou quando Don Alexei apareceu entre eu e Ana.Eu sabia que meu pai tinha feito algo errado — algo imperdoável, algo grande. Só não esperava que a consequência fosse a sua morte, e a minha sentença. Porque é isso que este casamento com Anastasia representa: uma sentença. Não foi uma escolha por felicidade, foi a escolha correta, simples assim.Não por ela. Anastasia... Ela é um mistério. Complexa, confusa, linda. Quando a vi pela primeira vez, não imaginava o quanto ela bagunç
Capítulo 146 Yuri Ser mafioso não é tão simples quanto apontar uma arma e apertar o gatilho. Eu pensei que era isso. Que tudo se resumia a intimidar, bater, matar. Mas não. Existem regras, códigos, formas de fazer com que até mesmo o mais cruel dos atos pareça uma decisão calculada e limpa. E quem está me ensinando tudo isso é Nazar, o braço direito de Alexei. Um desgraçado frio, metódico, e, honestamente, alguém que me faz querer vomitar toda vez que abre a boca. — Não é só matar, Yuri. É como você mata. Sobre quem você deixa viver para espalhar a mensagem. — Nazar gesticulava com a calma de um professor, enquanto limpava as unhas com a ponta de uma faca. — Tudo tem uma consequência. Cada vida tirada é um movimento no tabuleiro. O "tabuleiro". Ele adorava essa metáfora. Como se estivéssemos jogando um maldito jogo de xadrez, e não lidando com vidas humanas. Hoje, ele me levou para um depósito abandonado, onde um infeliz estava amarrado a uma cadeira. Um devedor.
Capítulo 147 Anastasia Kim Quando Yuri entrou no quarto, algo dentro de mim se quebrou. Ele parecia um homem arrastado por uma tempestade. Não era apenas o sangue seco nas roupas, nas mãos... ou o olhar vazio nos olhos; era a forma como ele se movia, como se estivesse carregando o peso do mundo. Tentei falar com ele, entender o que havia acontecido, mas ele simplesmente se esquivou. O passo para trás quando tentei beijá-lo foi mais doloroso do que qualquer resposta fria que ele pudesse ter dado. — Não agora. — Ele disse, e foi tudo. Vi-o desaparecer no banheiro e ouvi a porta trancando atrás dele. Fiquei ali, parada por alguns instantes, o coração apertado. Eu conhecia esse mundo. Sabia o que ele provavelmente tinha feito, ou o que tinham feito ele fazer. Yuri sempre foi forte, mas também tinha um lado que o tornava diferente. Ele sentia as coisas profundamente, e esse lado, eu temia, poderia destruí-lo. Sentei-me no chão, encostada à porta do banheiro, ouvindo o s
Capítulo 1 Maria Luíza Duarte Desci as escadas de casa correndo, com um sorriso no rosto e um envelope na mão. Eu queria surpreender o Marco, contar sobre o laudo médico e como os resultados foram bons. A porta de Marco estava apenas encostada. Coloquei a mão na maçaneta e a abri devagar. Meu coração acelerou imediatamente. — Marco? — Uma dor aguda atravessou meu peito. Marco estava ali... completamente nu, sobre outra mulher, que gemia enquanto se agarrava ao pescoço dele. No mesmo sofá onde eu estive ontem, onde ele tentou me tocar, mesmo sabendo que era um dos soldados do meu pai, e eu poderia ser exilada por isso. A cena ficou gravada em minha mente. Ele parecia tão satisfeito com ela. Ouvi seus gemidos de prazer quando ele se afundou entre suas pernas, e aquilo queimou dentro de mim. Amassei o envelope na mão e joguei com força em Marco, e ele se levantou num salto, surpreso. — MALU? CO... COMO VEIO PARAR AQUI? — gritou, ainda nu, enquanto avançava na minha dire
Capítulo 2 Maria Luíza Duarte — Vou enviar a passagem de avião amanhã pra você mais tarde, porque preciso voltar hoje pra Rússia. A frase de Alexei apareceu na minha mente. — Amanhã? — sussurrei, tremendo inteira, e caminhei em direção ao meu destino. Fui para os fundos da propriedade do meu pai e tirei apenas os sapatos, antes de pular no lago, que de acordo com meu tratamento, era uma das coisas que poderia aplacar um pouco da minha agonia, agora. Me sinto confortável, me sinto calma. De repente, mãos fortes me puxaram com tudo da água assim que atravessei o lago, e senti meu corpo arranhar na terra. — Que porra, mulher! Eu nem havia ido embora e você se jogou na água como uma qualquer? Saia daqui imediatamente! Se um dos meus homens te ver com essa roupa grudada no corpo, arcará com as consequências! — era Alexei, estava furioso. “Ele não foi embora?“ Minha respiração começou a falhar, rápida e curta. O coração descompassado batia tão forte que parecia querer ra