Visto a calça jeans e a blusa. Faço uma simples maquiagem e prendo meu cabelo em rabo de cavalo. Guardo tudo na minha bolsa e calço meu all star preto. Jogo minha jaqueta jeans por cima e desço com tudo.
Pelo silêncio na casa, indicava que ela ainda dormia.
Ótimo.
Preparo seu café. Mamão com iogurte, pão integral com um pedaço de queijo e suco de morango.
A campainha da casa toca. Vou até a porta e a abro.
— Olá. — Uma mulher de aparentemente trinta anos, olha para o papel e torna olhar pra mim. — Emily Collins?
— Isso.
— Sou Ella Hunt! — ela estica a mão vazia e eu a aperto.
— É um prazer. Entre.
Ela olha para as minhas malas perto da porta.
— Está viajando?
— Na verdade, me mudando. Por isso precisei dos seus serviços.
— Oh... — ela coloca a mala no chão. — Boa sorte nessa nova fase.
— Obrigada. — sorrio para ela. — Me deixe lhe mostrar a rotina dela.
Mostro o papel onde havia tudo o que ela podia e não podia comer, e os horários.
— Fácil de gravar. — diz.
— É. Ela deve acordar ainda agora e eu gostaria de não estar aqui. Algum problema pra você?
— Não, tudo bem. Já enfrentei senhoras mais idosas e ranzinzas.
— Duvido que alguma seja pior que ela.
Rimos.
— Bem, é isso. A casa não é muito grande e você pode ficar no quarto que era meu. Eu não pretendo voltar.
— Okay.
— Obrigada, Ella. Qualquer problema sério, me ligue.
— Pode deixar.
— O café dela já está preparado.
Ela assente.
Puxo minhas malas para fora e jogo a chave dos carros e da casa em cima da mesinha.
— Tchau, Ella!
— Tchau, Emily!
Ela sorri para mim.
Solto um leve suspiro e dou as costas para ela. Com o endereço de Elizabeth na mão, caminho pelas ruas de Doncaster, puxando duas malas extremamente pesadas.
[...]
Olho mais uma vez para o papel e depois para a casa.
Bem, acho que é aqui.
Respiro fundo e ando até a porta. Toco a campainha. Escuto alguns gritos e logo outra menina loira com enormes olhos azuis, abre a porta para mim. Ela sorria.
— Você é a Emily!?
— Sim!
— Olá. Sou Kiara, mas me chame de Kia!
— Olá, Kia.
— Entre! — ela dá um espaço e eu entro. — Minha melhor amiga se chama Emily!
— Que demais!
— É. — ela sorri e olha para as minhas malas. — Você vai dormir aqui?
— Hmm... não. Eu... pode me chamar a Elizabeth?
— Sim. MAMÃE!? — ela me olha de novo. — Acho que está no banho. Ela me disse que você viria após o café.
— É, eu sei. Mas acabei com alguns problemas. Era sobre isso que eu queria falar com ela.
— Oh, deixe suas coisas aqui. — ela aponta para a porta. — E venha conhecer a Arabella!
Coloco as malas perto da porta e deixo que Kia me puxe para a cozinha.
— EMILY! — as gêmeas gritam, em uníssono.
Elas se levantam e correm para me abraçar.
— Tudo bem meninas?
— Sim! — dizem.
— É verdade que vai trabalhar aqui? — A de rosa, que suponho ser Ayla, passa a mão no meu cabelo.
— É sim. Gostaram da novidade?
Elas assentem.
— Como é possível ela não saber? — a outra menina loira sussurra para Kia.
— Não saber o que? — me levanto, encarando-as.
— Emily!
Me viro e Elizabeth vem na minha direção de braços abertos.
— Oi!
Abraço-a.
— Esperava você um pouco mais tarde.
— Eu sei, me desculpe.
— Não se preocupe. — ela coloca a mão nas minhas costas e me vira para encarar as meninas. — As gêmeas você já conhece. A maior é a Kiara e a do lado é a Arabella.
— São lindas. Loiras e com olhos azuis. Que genética maravilhosa.
— É. — ela ri.
— E agora vem o Ernest. Primeiro homem da família! Animadas?
As maiores se entreolham.
— Tem o Lou! — Lis diz, segurando minha mão.
— Ah, pensei que fosse apenas meninas.
— Hmm... Kia leve as meninas para cima, por favor. — Elizabeth pede. — Vá com elas Arabella.
— Okay, mamãe.
Elas se levantam e passam por mim.
— Sente-se Emily. Venho em um minuto.
Faço o que ela diz e fico olhando para as minhas mãos.
Elizabeth logo volta e puxa uma cadeira. Ela tinha um porta retrato em mãos.
— Posso lhe fazer umas perguntas?
— Claro! — respondo. — Fique à vontade.
— Okay. Bem, você é natural daqui? De Doncaster?
— Sim. Mas eu morava do outro lado.
— E você costuma ouvir música? Vê tv? Essas coisas típicas de adolescente.
— Eu escuto música, mas não sou apaixonada por nenhum cantor ou banda. Não tinha tempo para isso.
Ela parece suspirar aliviada.
— Entendi. — ela sorri. — Você.já viu esse menino?
Ela vira o porta retrato para mim. Quase engasgo.
Era o garoto mais bonito que eu já havia visto na vida. Tinha o cabelo despenteado, uma rala barba por fazer, lindos olhos azuis e o sorriso mais lindo e perfeito do mundo.
— Eu acho que sim. — tombo a cabeça para o lado. — Mas não lembro de onde.
— Bem, esse é o Louis. Ele é meu filho mais velho e ele está em uma banda.
De repente me lembro sobre ter escutado algo, que um menino daqui Doncaster, estava em uma banda de grande sucesso. Mas eu nunca tinha procurado saber quem era e nem demonstrei interesse.
— Eu ouvi falar algo sobre isso. — digo. — Mas sempre fui desinteressada dessas coisas.
— Oh, tenho que dizer que estou um pouco aliviada. Estranhei de início, você não ter nos reconhecido. — ela ri. — Mas agora está explicado.
— Eu não sou uma fã disfarçada pronta para atacar seu filho. — rimos. — Apenas preciso começar a viver minha vida.
— Ah, eu vi suas malas ali na porta.
— Elizabeth, eu só as trouxe para cá, porque não sei para onde vou ainda.
— Como assim?
Resumo minha vida para Elizabeth e explico os motivos que me fizeram abandonar a casa em que morava. Ela fica boquiaberta.
— Mas que egoísta! — dispara. — Olha, não precisa se preocupar. Fique aqui.
— Não, Elizabeth, eu...
— Temos um quartinho, embaixo da escada. Ele é pequeno, mas dá pra você se ajeitar bem.
— Mesmo?
— Claro que sim! As gêmeas ficaram bem empolgadas com você e será bom, uma ajuda a mais aqui.
— Oh Elizabeth, muito obrigada! Mesmo.
— Não precisa agradecer. Bem vinda a família Hamilton!
— Sei que é pequeno, me desculpe. — Não Elizabeth, é ótimo! — digo, deixando as malas do lado da pequena cama. — Eu lhe deixaria ficar no quarto do Louis, mas ele deve vir pra casa esses dias. — Não se preocupe. Vou ficar bem aqui. — Tudo bem. —elasorri. — Vou deixar você ajeitar suas coisas. Se faltar espaço, me avise.
Com muita vergonha de sair do quarto, acabo desfazendo minhas malas e colocando o que cabia, na gaveta. Quando termino, fico sentada na cama, olhando para a porta e morrendo de fome. Respirando fundo eu abro a porta com cuidado e saio do quartinho. — Está se escondendo de mim? Dou um salto e olho para Louis, que estava encostado na escada, bem na minha frente.
— Como você consegue ficar naquele quartinho? — pergunta. — Costumo ficar sem ar. — Eu cheguei aqui hoje, então não fiquei muito tempo lá dentro. Ele balança a cabeça e se levanta. Louis sobe e eu vou atrás dele. Entramos em seu quarto. A jaqueta estava jogada no chão. — Por que no chão e não na cama? — pergunto. — Caiu.
— Nada. —digo. Ele fica me encarando com um sorriso de lado. — LOUIS! —Aylagrita. — Já sei. —elese levanta. — Que tal a Emily escolher um filme? — me olha — Ela é nova aqui. Tem vantagem. Elas me encaram e começam a falar juntas. — Por que eu estaria? — Por que faz tantas perguntas? Sinto o olhar dele em mim. — Não estou irritada com você. Você não sabia. — Por que reagiu daquele jeito? Me mexo desconfortável.Oito
— Eu não sei. Disse ao Louis que queria tomar banho e ele me disse que teria de usar o do quarto dele — ela cruza os braços. —poiso daqui de baixo estava ruim e as meninas não gostam que usem o banheiro delas. — Entendi. —elaassente. — Venha Emily. Elizabeth sai da cozinha e vai até a porta que havia perto do quartinho. Ela abre e dá espaço para mim. Era um pequeno banheiro todo branco, em que havia um chuveiro, um sanitário, uma pequena pia e um espelho na parede. — Como p
Elizabeth disse que sabia o porquê de Louis ter dito que o banheiro de baixo estava ruim e me ofereceu o dele. Depois disso, ela fica o repreendendo. Diz que ele precisa se portar bem perto de mim. E agora isso. Ter me pedido para ficar, e não ir levar as meninas com Louis. Era como se ela estivesse tentando me manter longe dele. Balanço a cabeça e volto a lavar a louça. Depois que acabo tudo, seco minhas mãos e vou para a sala. Olho em volta e decido varrer o chão. Estava quase acabando,
— Tudo bem Emily? — Louis pergunta, e eu o olho. Elizabeth também me olhava. — Eu só... — passo a mão pelo rosto. — Desculpe. — Aconteceu algo? — Não. —balançoa cabeça negativamente. — Vou... vou levar as coisas delas lá para cima. Licença.Último capítulo