— Por que eu estaria?
— Por que faz tantas perguntas?
Sinto o olhar dele em mim.
— Não estou irritada com você. Você não sabia.
— Por que reagiu daquele jeito?
Me mexo desconfortável.
— Não gosto de falar dos meus pais, para pessoas que não conheço. Para ninguém na verdade.
O olho e ele fica me encarando, como se tentasse descobrir algo pelo meu olhar.
— Desculpe. — diz.
— Tudo bem.
— Podemos tentar de novo? — assinto. — Está com insônia?
— Não. Só dormi a tarde toda. Então... por que saiu?
Ele sorri.
— Estava com saudade da noite de Doncaster. Quis beber um pouco, para abstrair.
— Faz muito tempo que não saio à noite. — digo. — Faz muito tempo que não sei o que é viver.
— Por quê?
O olho e solto uma risada.
— Não sou a única curiosa aqui.
— É sim! Eu sou curioso. Com o.
— Nossa Louis, grande diferença.
— Pra mim tem. — ele me da língua.
— Ei! Não faça isso.
— Okay. — ele faz de novo.
— Você é tão crianção.
— Eu tento. Para ver se afasto os problemas um pouco.
— Que problemas um popstar pode ter?
— Só ser visto apenas como um popstar e não uma pessoa qualquer.
— Não é qualquer pessoa que tem o dom de cantar e encantar o mundo.
— Já me ouviu cantar?
— Não que eu me lembre. — olho para a caixinha que ainda estava nas minhas mãos.
— Espere.
Ele se levanta e sobe as escadas correndo. Levanto e vou até a cozinha descartando a caixinha vazia. Lavo o garfo e o copo e volto para a sala. Louis estava agachado na frente da TV.
— O que está fazendo? — pergunto e me sento no sofá.
— Nesse DVD tem todos os clipes da minha banda. — ele se senta e aperta algo no controle. — Olhe.
Ele aperta o controle de novo e uma melodia começa. Logo vejo eles começarem a descer uma escada e cada um pegar um instrumento.
— Quem é esse?
— Ryan.
— Bonito. E uma linda voz. — ele ri. — E esse?
— Leo.
— Muito fofo. — mordo o lábio.
Um Louis mais novo, mas ainda sedutor começa a cantar. Eu abro a boca e observo a tv admirada por aquela voz totalmente perfeita e por aquele cara, totalmente encantador.
— Esse é o Adam. — ele diz.
Balanço a cabeça e foco na tv.
— E esse no violão? Ele é muito lindo.
— É o Major. Ele faz mágica.
— Sério? — o olho.
— Sim. Deixe comida do lado dele, que some em um passe de mágica.
Ele começa a rir da piada idiota que havia feito.
— Oras, Emily! Foi boa.
— Não, não foi! — acabo rindo.
— Você riu.
A música troca e eu olho para a tv. Eles estavam na praia.
— Meu Deus! — boto a mão na boca.
— Que foi?
— Que visual é esse Louis? — aponto para a tv.
Ele ri.
— Eu ditei moda. — Ele mexe no cabelo. — Todas as meninas usavam esse estilo, por minha causa.
— Quantos anos tinha?
— Acho que vinte.
— Sua banda deve ser a melhor do mundo.
— Nós tentamos. Daqui há dois meses vamos começar uma nova turnê e vai ser demais.
— É.
Ele fica olhando para mim, sem dizer nada. O olhar dele era profundo e curioso.
— Ér.. — olho para a tv. — Acho melhor eu ir dormir... — me levanto e ele faz o mesmo. — Amanhã terei que levantar cedo.
— É verdade.
Sorrio pra ele.
— Boa noite, Louis.
Louis se aproxima de mim. Ele era mais alto, o que me fez erguer o olhar, para encarar seus olhos. Ele aproxima seu rosto do meu e eu fecho os olhos. Sinto seus lábios tocarem minha face.
— Boa noite, Emily. — ele sussurra.
Para minha própria segurança, permaneço de olhos fechados. Quando sinto, que sua respiração não está em cima de mim, abro os olhos.
A sala estava vazia.
Olho para trás e posso o ver me encarar da escada. Louis pisca para mim e termina de subir as escadas.
Meu Deus.
Desligo a tv e vou até o quartinho. Retiro meu vestido e visto o pijama de bolinhas. Me deito e pego o retrato dos meus pais.
— O que este garoto está fazendo comigo? — pergunto, tocando o vidro. — Ele faz eu me sentir estranha.
Estranhamente estranha.
[...]
Desperto suando depois de um pesadelo com meu pai.
Estávamos no carro, quando um homem bêbado, dirigindo outro carro nos atinge. Eu olhava para ele e pedia para ficar acordado. Mas as últimas palavras dele, foram as mesmas de quando ele morreu.
"Se cuida, docinho. Eu te amo."
Tinha um livro em cima do meu peito, que eu havia começado a ler na noite anterior, afim de conseguir adormecer. Após deixa-lo em cima da mesinha de canto, me levanto e saio do quartinho. Olho pela janela da sala e vejo que ainda está amanhecendo. Vou para a cozinha e abro a geladeira, pegando na jarra de água. Encho um copo e me sento, bebericando o liquido.
Depois de guardar a jarra, começo a arrumar as coisas para o café. Preparei um pouco de torradas, bolinhos, arrumei os cereais que achei no armário. Fiz duas opções de suco, fiz café. Arrumei a mesa da melhor forma que pude. Eu estava determinada a mostrar para Elizabeth, que minha presença era essencial para o funcionamento da casa. Afinal de contas, eu necessitava daquele emprego.
[...]
— Emily! — Olho para Elizabeth, quando ela adentra a cozinha. — Que mesa linda.
— Obrigada. — olho para a mesa e depois para ela. — Acordei cedo demais, e resolvi arrumar tudo.
— Obrigada, querida. Não é a sua função.
— Eu sei, mas não tinha o que fazer...
Ela sorri.
— Pode acordar as meninas?
— Sim. Ah, Elizabeth, Louis me disse ontem, que o banheiro de hóspedes está ruim e...
— Ruim? — ela arqueia a sobrancelha. — Como ele pode estar ruim?
— Eu não sei. Disse ao Louis que queria tomar banho e ele me disse que teria de usar o do quarto dele — ela cruza os braços. —poiso daqui de baixo estava ruim e as meninas não gostam que usem o banheiro delas. — Entendi. —elaassente. — Venha Emily. Elizabeth sai da cozinha e vai até a porta que havia perto do quartinho. Ela abre e dá espaço para mim. Era um pequeno banheiro todo branco, em que havia um chuveiro, um sanitário, uma pequena pia e um espelho na parede. — Como p
Elizabeth disse que sabia o porquê de Louis ter dito que o banheiro de baixo estava ruim e me ofereceu o dele. Depois disso, ela fica o repreendendo. Diz que ele precisa se portar bem perto de mim. E agora isso. Ter me pedido para ficar, e não ir levar as meninas com Louis. Era como se ela estivesse tentando me manter longe dele. Balanço a cabeça e volto a lavar a louça. Depois que acabo tudo, seco minhas mãos e vou para a sala. Olho em volta e decido varrer o chão. Estava quase acabando,
— Tudo bem Emily? — Louis pergunta, e eu o olho. Elizabeth também me olhava. — Eu só... — passo a mão pelo rosto. — Desculpe. — Aconteceu algo? — Não. —balançoa cabeça negativamente. — Vou... vou levar as coisas delas lá para cima. Licença. Ergo a sobrancelha. — De que? Ela me olha por um momento. —Ér... — Kia olha para os lados. — Tenho que arrumar algumas coisas... licença. Ela se levanta e corre escada acima. Aquela garota com certeza estava escondendo alguma coisa. — Isso aí parece bom. — Louis diz. — Acabou? — Não. Quer? Ele sorri e assente. Volto até a pia e pego um punhado de frutas picadas dentro de outro potinho. Levo para Louis, que me sopra um beijo. Kia olha pro irmão e suspira. Ele não nota - ou finge que não - e coloca calda de chocolate na sua salada de frutas. [Louis] Eu queria tanto provar o beijo dela. E quando ela insinuou... insinuou não, disse com todas as letras que Adam era meu namorado, eu achei que ia pirar. E quando ela falou que nada mudaria seu pensamento, fiz aquilo que queria fazer desde o primeiro momento que a vi. A beijei. Foi um beijo tão calmo, cuidadoso. A beijei com a vontade de fazê-la querer mais. Eu queria que ela quisesse mais. Mas não. Ela tornou a falar no Adam, me deixando confuso.Doze
Treze
Catorze
Ela pisca e sai da cozinha. Respiro aliviada pela rápida solução dela e abro a geladeira. Pego a jarra de suco e despejo o liquido avermelhado no copo. Me sento à mesa e beberico o suco.Arabellasurge e começa a revirar as gavetas. — Lou deixou. — disse. — Pediu pra perguntar seu sabor favorito. —Mussarela. Ela pega o telefone e disca.
O café da manhã correu bem. Super bem. Louis sorria e brincava com as irmãs. Chegou a sujar o nariz de Kia com o recheio de um cupcake. Quando elas acabam de comer, subo com as gêmeas para que elas tomem banho. Depois da escola, só passariam em casa para pegar as mochilas e iriam para a casa da amiguinha. Estava terminando de arrumar a mochila das duas, quando Louis entra no quarto. — Tudo bem aqui? — pergunta olhando diretamente pra mim. — Sim. Elas estão escovando os dentes.