Oito

— Por que eu estaria?

— Por que faz tantas perguntas?

Sinto o olhar dele em mim.

— Não estou irritada com você. Você não sabia.

— Por que reagiu daquele jeito?

Me mexo desconfortável.

— Não gosto de falar dos meus pais, para pessoas que não conheço. Para ninguém na verdade.

O olho e ele fica me encarando, como se tentasse descobrir algo pelo meu olhar.

— Desculpe. — diz.

— Tudo bem.

— Podemos tentar de novo? — assinto. — Está com insônia?

— Não. Só dormi a tarde toda. Então... por que saiu?

Ele sorri.

— Estava com saudade da noite de Doncaster. Quis beber um pouco, para abstrair.

— Faz muito tempo que não saio à noite. — digo. — Faz muito tempo que não sei o que é viver.

— Por quê?

O olho e solto uma risada.

— Não sou a única curiosa aqui.

— É sim! Eu sou curioso. Com o.

— Nossa Louis, grande diferença.

— Pra mim tem. — ele me da língua.

— Ei! Não faça isso.

— Okay. — ele faz de novo.

— Você é tão crianção.

— Eu tento. Para ver se afasto os problemas um pouco.

— Que problemas um popstar pode ter?

— Só ser visto apenas como um popstar e não uma pessoa qualquer.

— Não é qualquer pessoa que tem o dom de cantar e encantar o mundo.

— Já me ouviu cantar?

— Não que eu me lembre. — olho para a caixinha que ainda estava nas minhas mãos.

— Espere.

Ele se levanta e sobe as escadas correndo. Levanto e vou até a cozinha descartando a caixinha vazia. Lavo o garfo e o copo e volto para a sala. Louis estava agachado na frente da TV.

— O que está fazendo? — pergunto e me sento no sofá.

— Nesse DVD tem todos os clipes da minha banda. — ele se senta e aperta algo no controle. — Olhe.

Ele aperta o controle de novo e uma melodia começa. Logo vejo eles começarem a descer uma escada e cada um pegar um instrumento.

— Quem é esse?

— Ryan.

— Bonito. E uma linda voz. — ele ri. — E esse?

— Leo.

— Muito fofo. — mordo o lábio.

Um Louis mais novo, mas ainda sedutor começa a cantar. Eu abro a boca e observo a tv admirada por aquela voz totalmente perfeita e por aquele cara, totalmente encantador.

— Esse é o Adam. — ele diz.

Balanço a cabeça e foco na tv.

— E esse no violão? Ele é muito lindo.

— É o Major. Ele faz mágica.

— Sério? — o olho.

— Sim. Deixe comida do lado dele, que some em um passe de mágica.

Ele começa a rir da piada idiota que havia feito.

— Oras, Emily! Foi boa.

— Não, não foi! — acabo rindo.

— Você riu.

A música troca e eu olho para a tv. Eles estavam na praia.

— Meu Deus! — boto a mão na boca.

— Que foi?

— Que visual é esse Louis? — aponto para a tv.

Ele ri.

— Eu ditei moda. — Ele mexe no cabelo. — Todas as meninas usavam esse estilo, por minha causa.

— Quantos anos tinha?

— Acho que vinte.

— Sua banda deve ser a melhor do mundo.

— Nós tentamos. Daqui há dois meses vamos começar uma nova turnê e vai ser demais.

— É.

Ele fica olhando para mim, sem dizer nada. O olhar dele era profundo e curioso.

— Ér.. — olho para a tv. — Acho melhor eu ir dormir... — me levanto e ele faz o mesmo. — Amanhã terei que levantar cedo.

— É verdade.

Sorrio pra ele.

— Boa noite, Louis.

Louis se aproxima de mim. Ele era mais alto, o que me fez erguer o olhar, para encarar seus olhos. Ele aproxima seu rosto do meu e eu fecho os olhos. Sinto seus lábios tocarem minha face.

— Boa noite, Emily. — ele sussurra.

Para minha própria segurança, permaneço de olhos fechados. Quando sinto, que sua respiração não está em cima de mim, abro os olhos.

A sala estava vazia.

Olho para trás e posso o ver me encarar da escada. Louis pisca para mim e termina de subir as escadas.

Meu Deus.

Desligo a tv e vou até o quartinho. Retiro meu vestido e visto o pijama de bolinhas. Me deito e pego o retrato dos meus pais.

— O que este garoto está fazendo comigo? — pergunto, tocando o vidro. — Ele faz eu me sentir estranha.

Estranhamente estranha.

[...]

Desperto suando depois de um pesadelo com meu pai.

Estávamos no carro, quando um homem bêbado, dirigindo outro carro nos atinge. Eu olhava para ele e pedia para ficar acordado. Mas as últimas palavras dele, foram as mesmas de quando ele morreu.

"Se cuida, docinho. Eu te amo."

Tinha um livro em cima do meu peito, que eu havia começado a ler na noite anterior, afim de conseguir adormecer. Após deixa-lo em cima da mesinha de canto, me levanto e saio do quartinho. Olho pela janela da sala e vejo que ainda está amanhecendo. Vou para a cozinha e abro a geladeira, pegando na jarra de água. Encho um copo e me sento, bebericando o liquido.

Depois de guardar a jarra, começo a arrumar as coisas para o café. Preparei um pouco de torradas, bolinhos, arrumei os cereais que achei no armário. Fiz duas opções de suco, fiz café. Arrumei a mesa da melhor forma que pude. Eu estava determinada a mostrar para Elizabeth, que minha presença era essencial para o funcionamento da casa. Afinal de contas, eu necessitava daquele emprego.     

 [...]

— Emily! — Olho para Elizabeth, quando ela adentra a cozinha. — Que mesa linda.

— Obrigada. — olho para a mesa e depois para ela. — Acordei cedo demais, e resolvi arrumar tudo.

— Obrigada, querida. Não é a sua função.

— Eu sei, mas não tinha o que fazer...

Ela sorri.

— Pode acordar as meninas?

— Sim. Ah, Elizabeth, Louis me disse ontem, que o banheiro de hóspedes está ruim e...

— Ruim? — ela arqueia a sobrancelha. — Como ele pode estar ruim?

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