— Isso aí parece bom. — Louis diz. — Acabou?
— Não. Quer?
Ele sorri e assente.
Volto até a pia e pego um punhado de frutas picadas dentro de outro potinho. Levo para Louis, que me sopra um beijo. Kia olha pro irmão e suspira.
Ele não nota - ou finge que não - e coloca calda de chocolate na sua salada de frutas.
Quando todos terminam o café, Kia diz que irá pôr as meninas no banho, então fico na cozinha, para tirar a mesa.
— Eu ajudo. — Louis diz, quando as meninas sobem.
— Não precisa. Eu faço isso.
— Não é o seu trabalho. Você é a babá.
— E você o filho da patroa! — começo a lavar os pratos.
Ele se posiciona do meu lado com um pano em mãos.
— Não me trate assim. — diz. — Sou como você.
— Você não é como eu. Você tem seus pais. Você tem dinheiro. Você tem tudo.
Ele me encara por uns segundos.
— Nem tudo.
— Então o que falta? — pergunto, o olhando.
— Amor.
As palavras escapam de sua boca e me atingem como um sopro.
Pisco duas vezes e fecho a torneira. Puxo o pano das mãos de Louis e seco as minhas.
— Depois eu lavo isso. — digo. — Vou ver as meninas.
— Emily!?
Ignoro seu chamado e subo correndo.
Eu não sabia o que estava sentindo. Era estranho. Cada olhada dele em mim, era um arrepio que me subia. Cada sorriso, era uma bombeada a mais no meu coração.
Isso não pode estar acontecendo.
Balanço a cabeça e entro no quarto das meninas. Kia estava sentada na cama, mexendo no celular.
— Que foi? — Ela questiona.
— Hmm... Nada... nada.
— Emily — ela se levanta. — por acaso você e Louis se beijaram?
Arregalo os olhos.
— Não! — infelizmente não. — Eu só... deixe pra lá.
Ela abre a boca.
— Por favor. Eu juro, prometo, que não beijei Louis.
— E...
— E nem ele me beijou! Fique tranquila.
Ela não se move. Apenas tomba a cabeça e me encara. Devia estar pensando se acreditava ou não em mim.
Estudo Lis gritar que acabou o banho e vou na direção do banheiro.
— Vou para o meu quarto e vou sair para a escola. — Kia diz. — Cuidado com Louis.
Me viro para fazer contato visual com ela, mas a própria baixa a cabeça e sai do quarto.
— EMILY!?
Balanço a cabeça e entro no banheiro.
[...]
— Por que Louis não veio? — Ayla pergunta. — Achei que ele vinha nos trazer.
Suspiro.
— Não vi seu irmão. Ele deve ter saído antes de nós.
Chegamos na escola e Ayla puxa minha mão.
— Vai esperar aqui?
— Hmmm... — olho em volta e avisto um pequeno banco. — Vou. Vocês vão demorar?
— Não. — Lis nega com a cabeça. — Apenas uma hora.
— Então eu vou esperar vocês aqui.
Elas sorriem e me abraçam.
Vejo as duas entrar na escola e me viro, indo para o banco. Passo a mão para ver se estava seco e me sento.
— O que eu vou fazer por uma hora? — pergunto a mim mesma.
Vejo duas meninas passarem e cochicharem algo. Elas tinham o celular em mãos.
Isso!
Puxo meu aparelho do bolso e abro o navegador de internet, e em seguida, o g****e.
Hmmmm, como vou fazer isso?
Louis
Mal completo o nome de Louis e embaixo aparece:
Louis Hamilton
Louis e Adam
Louis e Valeria Cold
Essa amizade com Valeria deve ser muito importante, pra aparecer assim tão fácil. Mais intrigante que ler o nome de Valeria, foi ler Louis e Adam. Clico ali. Aparece uma enorme relação de blogs e a maioria relacionado a Loudam. Abro o primeiro.
Tudo sobre Loudam.
Opa.
Todos sabem que Louis e Adam nutrem um amor lindo entre eles, mas muitos preferem cair no papo de que eles são heterosexuais(risos).
Oi?
Já saíram várias provas de que Loudam é real, mas as pessoas insistem em acreditar que é coisa da nossa cabeça. Loudam shipper não é iludida, é esperta. Preferimos shippar algo que é real, do que esses casais fakes.
Casal fake? Mas perai, GAY?
Olha como eles são fofos.
Aparece uma sequência de fotos de Louis e o menino de cabelo cacheado, bem suspeitas. Em uma, parecia estar se beijando. Em outra, Louis tinha a mão nas partes intimas do compa... amigo.
Meu Deus.
Será?
Continuo lendo.
Espero ansiosamente pelo fim do contrato, para que Louis e Adam PAREM de fingir gostar de mulher, e possam se assumir como namorados. Eu apoio, você apoia, o mundo apoia... bem, menos as valeriazinhas.
Balanço a cabeça atordoada pelo que li. Volto para a outra página e clico em outro link.
[...]
— Emily, vamos pra casa! — Lis pede.
— Por quê? — me esforço para tirar os olhos do celular e olhar para a menina que se lambuzava de sorvete.
— Estou com dor de barriga.
— Oh...
— Vamos!? — ela se levanta e fica pulando com a mão na barriga.
— Vamos!
Me levanto e guardo o celular. Ayla agarra minha mão direita e Lis a esquerda. Com a outra, ela apertava a barriga.
Minha cabeça estava pegando fogo. Eu li tanto sobre Loudam, que estava enjoada.
Eu não era preconceituosa. As pessoas são livres para fazer suas escolhas. Porém, as Loudam shippers, pegam muito pesado na hora de explicar o... romance deles. Eram desenhos deles fazendo sexo, beijos... muita coisa explícita.
— EMILY! — Ayla grita e eu a olho.
— O que?
— Abre a porta.
Franzo o cenho e olho para a frente.
Estávamos em casa.
Suspiro e abro a porta. Elas entram correndo e largam as mochilas no chão.
— Shiu! — Lis coloca o dedinho na boca. — Lou está dormindo.
Ela aponta para o sofá, onde o irmão estava estirado e assoviando baixinho.
Como é possível?
E aqueles olhares? Aquelas piadas? Será que...
— Ei! — Ayla puxa minha mão. — Vem. Lis quer remédio.
Subo com as duas e minha cabeça lateja. Entramos em seus quartos, e Ayla se j**a na cama. Lis me olhava, com as mãozinhas na barriga.
— Sabe onde sua mãe guarda os remédios meu amor?
— No banheiro dela. — ela faz biquinho.
— Eu já venho. — passo a mão em seu cabelo. — Ayla, comece a fazer a sua lição.
Ouço-a reclamar e saio do quarto. Vou até o de Elizabeth e entro em seu banheiro. Abro o armário e procuro um remédio para enjoos. Depois de achá-lo, volto para o quarto das gêmeas. Entrego o comprimido a Lis que pega a sua lancheira e tira de lá, uma garrafinha de água. Ela coloca o comprimido na boca e bebe água. Depois de fazer careta, ela agradece.
— Obrigada.
— Não há de que! — passo a mão em seu loiro cabelo. — Quer dormir um pouco?
— Sim.
Eu ajudo-a a tirar suas botinhas e ela se deita na cama. Cubro-a.
— Posso também? — Ayla pergunta.
— Sim. Mais tarde eu ajudo-as a fazer a lição.
Ayla rapidamente tira sua bota e se deita debaixo das cobertas.
— Qualquer coisa — digo — me gritem. Estarei lá em baixo.
Elas assentem. Fecho as cortinas e saio do quarto.
— Adam, eu estava dormindo!
Paro no meio da escada, ao ouvir Louis falar.
— Oh Blake, pode deixar que quando eu voltar, massageio suas costas.
Engulo a saliva e acabo me engasgando. O que faz Louis se virar e me ver, tossindo.
— Adam depois eu falo com você. — ele desliga e vem pra perto da escada. — Estava me vigiando?
— Não! — acabo tossindo mais uma vez. — Achei que estivesse dormindo.
— Adam me acordou. — ele passa a mão no cabelo.
— Ah. O seu namorado.
Desço as escadas e posso ouvi-lo rir.
— O que você disse?
— O que você entendeu. — me viro. — Andei lendo umas coisas... interessantes.
— Emily! Você não pode achar que sou gay!
— E por que não? Vi fotos suas beijando seu ami... namorado.
— Para de dizer isso! — ele exclama. — Aquelas fotos são montagens! Eu nunca beijei Adam. Bem... na boca não.
— Louis, nada do que você disser, vai mudar minha cabeça.
— E se eu lhe provar?
— E vai fazer o que? Ligar pro seu amiguinho e m****r ele me dizer que você não é gay?
Ele passa a mão no cabelo mais uma vez.
— Eu posso provar!
— Vou dizer mais uma vez Louis! — me aproximo. — Nada do que você fizer ou disser, me fará mudar de ideia.
— Nada?
— Na...
Ele me calou da forma mais inesperada.
Com um beijo.
O braço esquerdo de Louis estava na minha cintura, onde ele segurava com força a barra da minha blusa e pressionava mais ainda meu corpo no seu. Sua mão direita estava no meu rosto, onde acarinhava sem pressa. E sua boca estava colada a minha. Nossas línguas em encontro e desencontro repetidamente. Era um sentimento que acordava novamente depois anos. Ser beijada... por Louis, era a melhor coisa que acontecia na minha vida até agora.
Infelizmente nossas bocas se desgrudam, me deixando ofegante e sem rumo. Suas mãos permanecem no mesmo lugar.
— Provado? — as palavras escapam de seus lábios em um sussurro quente, que me dá uma enorme vontade de beijá-lo de novo.
Mas eu respiro fundo, passo a língua pelos meus lábios e me afasto dele. Louis tinha um leve sorriso satisfeito nos lábios.
— É. — digo. — Se for assim que você beija seu namorado, ele é um sortudo.
Eu passo por ele e vou para o quartinho. Tranco a porta e desabo na cama.
Que beijo!
Que homem!
A última coisa que eu esperei que Louis fosse fazer, era me beijar. O que será que tinha dado nele?
[Louis] Eu queria tanto provar o beijo dela. E quando ela insinuou... insinuou não, disse com todas as letras que Adam era meu namorado, eu achei que ia pirar. E quando ela falou que nada mudaria seu pensamento, fiz aquilo que queria fazer desde o primeiro momento que a vi. A beijei. Foi um beijo tão calmo, cuidadoso. A beijei com a vontade de fazê-la querer mais. Eu queria que ela quisesse mais. Mas não. Ela tornou a falar no Adam, me deixando confuso.
Ela pisca e sai da cozinha. Respiro aliviada pela rápida solução dela e abro a geladeira. Pego a jarra de suco e despejo o liquido avermelhado no copo. Me sento à mesa e beberico o suco.Arabellasurge e começa a revirar as gavetas. — Lou deixou. — disse. — Pediu pra perguntar seu sabor favorito. —Mussarela. Ela pega o telefone e disca.
O café da manhã correu bem. Super bem. Louis sorria e brincava com as irmãs. Chegou a sujar o nariz de Kia com o recheio de um cupcake. Quando elas acabam de comer, subo com as gêmeas para que elas tomem banho. Depois da escola, só passariam em casa para pegar as mochilas e iriam para a casa da amiguinha. Estava terminando de arrumar a mochila das duas, quando Louis entra no quarto. — Tudo bem aqui? — pergunta olhando diretamente pra mim. — Sim. Elas estão escovando os dentes.
— Ah... besteira. — diz. Ele passa a mão pelo cabelo. —Hmmm... mamãe acha que não devo me envolver com ninguém perto de viajar. — Ah...mas foram apenas dois beijos né? Diz que não. Diz que significou muito mais. — Claro que não. —eleolha para as nossas mãos. Nossos dedos estavam entrelaçados. — Quando eu me envolvo com alguém, é porque eu quero mais. Muito mais. Mas nós sabemos que não dá pra ir tão rápido. —assinto. — Afinal vou pra uma turnê de oito meses,
— Onde está? — Com a Julie. — diz. — Ela me pediu uma vez e eu emprestei a ela. Olho pra ela e suspiro. Louis ri e balança a cabeça. Aylapega a mochila e desce. — Relaxa. —elediz se aproximando. — Ela faz isso direto.&nb
Eu já havia escolhido o que vestir. Deixei a roupa escolhida em cima da cama e sai do quartinho. Não havia ninguém na sala. Uma amiga deArabellahavia aparecido e ela saiu com a garota. Kia ainda estava lá em cima. E Louis eu não fazia ideia de onde ele estava. Me sento no sofá e fico quieta, pensando na vida. — Kia vá tranquila. Olho para a escada. Nada.
Ele sai lentamente do carro e anda na nossa direção. Eu estava tranquila. Calma como um anjo. Mas não podia dizer o mesmo das meninas. Elas soltaram um suspiro apaixonado, quando ele passou a mão no cabelo e sorriu do jeito mais fofo do mundo. — Olá meninas. Mais suspiros. — Oi Louis. —dizemjuntas. Ele me olha e pisca.
Ele deposita um pequeno beijo no meu pescoço e me olha. — Papai me deu de presente, pois dizia que eu era como mamãe quando eles se conheceram. — Então tenho certeza, de que ela foi uma mulher perfeita. Maravilhosa. Sorrio e passo a mão no seu cabelo, que caia pela testa. Louis aproveita a deixa e me beija lentamente. Escuto uma buzina e ele me dá um rápido selinho partindo o beijo.