Dezoito

— Onde está?

— Com a Julie. — diz. — Ela me pediu uma vez e eu emprestei a ela.

Olho pra ela e suspiro. Louis ri e balança a cabeça.

Ayla pega a mochila e desce.

— Relaxa. — ele diz se aproximando. — Ela faz isso direto.

— Eu não posso reclamar. Tenho que aceitar tudo.

— Inclusive o irmão gato delas?

Ele passa a mão nos meus ombros e j**a meu cabelo para trás.

— Irmão gato? Você nem é tão bonito assim!

Ele abre a boca.

— Você está mentindo. — diz, com toda convicção do mundo.

— Como pode ter certeza disso?

— Não tenho. Esperava que você confirmasse.

Ele solta uma risadinha fofa.

— E eu estou. Você é perfeito. — passo a mão pelo seu rosto. — Muito lindo.

Ele passa a mão no meu cabelo e o segura com um pouco de força.

— Quero te beijar!

— Beija.

Ele sorri e se aproxima. Nossos lábios estavam quase colados, quando Kia entra no quarto.

— Emily eu não... opa.

Louis se afasta de mim bem rápido e olha para a irmã. Eu faço o contrário, olho para outro lado.

— Ér... eu ia perguntar se a Emily viu meu casaco de lã branca, mas pelo visto, tenho certeza que não viu.

— Kia espera...

Posso escutar a porta bater logo em seguida.

É meu fim. Ela vai contar a mãe e eu serei demitida.

— EMILYYYYYY!?

— Ai meu Deus. — passo a mão no rosto e saio porta a fora.

Tinha esquecido das gêmeas.

Desço as escadas e olho para as duas menininhas que me esperavam perto da porta com suas mochilas.

— Sabem o caminho da casa da sua amiguinha?

Elas assentem.

— Então vamos!

[...]

— Pode deixar, Emily! — Chloe diz. — Eu levo as meninas no domingo e ligo se acontecer algo. Mas não vai.

— Obrigada.

Aceno para as gêmeas e faço meu caminho de volta para a casa dos Hamilton. Passo na frente da casa da minha tia e penso por dois segundos em ir vê-la. Mas desisto e volto a caminhar. Em dez minutos, eu chego na casa. Louis estava no sofá.

— Hey. — diz. — Levou-as?

— Sim. Acho que eu já devia começar a fazer minhas malas.

— Pra que? — ele se levanta muito rápido e para na minha frente.

— Porque sua irmã vai contar a sua mãe o que quase aconteceu e ela vai me demitir.

Ele ri e passa sua mão pela minha cintura, colando nossos corpos.

— Ela não vai fazer isso. Eu prometo.

— Como pode ter tanta certeza?

— Conheço a irmã que tenho. Confia em mim.

— Okay.

Ele me dá um selinho.

— Ah. Já sei o que vamos fazer esse final de semana todinho.

Ergo a sobrancelha.

— Não esqueceu que vamos ficar sozinhos né?

— Não. Só fiquei esperando você falar.

— Não tem ideia do que é?

Balanço a cabeça negativamente.

— Não.

Seu sorriso cresce.

— Você vai amar!          

[...]

— O quê? — pergunto novamente, com um riso no final.

— É, vamos passar o sábado e o domingo todo assistindo aquela série. Eu acho que já está na ultima temporada e eu nem lembro onde parei.

— Mas os episódios são curtos. Capaz de ver todos só amanhã.

— Aí a gente vê tudo de novo.

Sorrio.

— Ai Louis! — balanço a cabeça.

— Não gostou?

— Sim. Mas pensei que você tivesse outros planos.

— Tipo? — ele faz bico e de repente sorri de um jeito estranho. — Aaaaaah, sua danadinha.

— Não é isso! — bato nele e me afasto.

— Ora, achei que estava recebendo uma mensagem subliminar.

— Nada disso! — cruzo os braços.

Ele ri e me abraça.

— É brincadeira. A não ser que queira.

— Louis!

— Estou brincando, Emily!

— Eu sei.

— Sério? — ele me olha. — Okay, parei.

Balanço a cabeça e vou para a cozinha.

— Então o que vamos fazer? — pergunta, vindo atrás de mim.

— Eu não sei. Faz muito tempo que eu só sei cuidar da minha tia. Então esqueci como se vive.

Encho dois copos com água e guardo a jarra. Louis estava sentado à mesa e parecia pensar. Pego um copo e me escoro na pia.

— Gosta de sair? — pergunta.

— É, pode se dizer que sim.

— Pra onde?

Dou de ombros.

— Nenhum lugar específico.

— Nunca fiquei um fim de semana sozinho aqui. — diz. — Senão eu já teria feito uma festa.

Não respondo. Apenas balanço a cabeça rindo e bebo um pouco da água.

Ele passa o dedo na borda do copo que estava na sua frente e de repente os estala.

— Já sei.

— Se der uma festa sua mãe te mata.

Ele ri.

— Eu sei. E eu não faria festa sem chamar os meninos. E, não quero ninguém, além de nós dois nessa casa. — ele sorri de lado e pisca.

— Para de piscar! — aponto pra ele.

Ele se levanta e coloca as mãos nos bolsos da calça.

— Você ainda não me disse que coisas são essas!

Ele anda sensualmente na minha direção. Seu lindo sorriso estava exposto. Eu estava completamente parada.

Hipnotizada.

— E eu quero muito saber. — diz baixo.

Fecho os olhos e respiro fundo. Ele estava na minha frente. Mão na minha cintura. Eu podia sentir sua respiração fraca acima de mim.

— Não vai me dizer? — ele sussurra bem perto do meu ouvido, levando uma corrente elétrica percorrer meu corpo todo.

— Louis, para! — não sei de onde tirei forças pra falar isso. — Foco. — me abaixo e passo por ele. — Qual sua ideia?

Ele se vira e me encara.

— Ah Emily, estragou meu jogo de sedução.

— E quem estava sendo seduzida aqui? — cruzo os braços.

— Você.

— Não mesmo.

— Posso tentar de novo.

— Não! — aponto pra ele, que já se aproximava. — Me fala no que pensou.

Ele ri e assente.

— Vamos a um barzinho?

— Hmmm... não seria má ideia. — ando pela cozinha. — Já faz um tempo que não bebo cerveja.

— Você bebe cerveja?

— Sim. — sorrio. — Daquelas pretas.

Ele me encara e fica piscando descontroladamente.

— Onde você se escondeu? — franzo o cenho. — Por que nunca conheci você?

— Não sei. Mas enfim, barzinho?

— Barzinho!

— Oba! — bato palminhas. — Depois que as meninas saírem?

— Yep.

— Tenho que olhar o que irei vestir.

Me preparo pra sair da cozinha, mas Louis me puxa, colando nossos corpos.

— Não tão rápido.

E ataca meus lábios.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo