— Como você consegue ficar naquele quartinho? — pergunta. — Costumo ficar sem ar.
— Eu cheguei aqui hoje, então não fiquei muito tempo lá dentro.
Ele balança a cabeça e se levanta. Louis sobe e eu vou atrás dele. Entramos em seu quarto. A jaqueta estava jogada no chão.
— Por que no chão e não na cama? — pergunto.
— Caiu.
Ele sorri sem graça e pega a jaqueta do chão.
— Ótimo. — sorrio. — Onde tem toalhas?
— Embaixo da pia.
— Obrigada.
Ele assente e fica parado.
— Louis você não vai descer?
— Por quê?
— Você vai ficar aqui? Esperando-me acabar?
— Algum problema?
— Eu não vou mexer nas suas coisas e nem roubar nada, se é o que está pensando.
— Não pensei nisso. Nunca pensaria isso de você.
— Mas você nem me conhece. Pode pensar o que quiser.
— Menos isso. — ele se ajeita. — Vou esperar lá em baixo. Fica à vontade.
Antes que eu pudesse falar algo, ele sai e fecha a porta.
Vou para o seu banheiro. Eu não demoro, para que Louis não decida voltar e me checar. Assim que acabo o banho, agarro nas minhas roupas e saio do quarto. Desço as escadas devagar e posso escutar Louis falar:
— Adam, nem pensar.
.....
— Só mês que vem.
.....
— Tenho meus motivos, me deixa.
Ele se vira e me vê.
— hmm... Adam depois a gente se fala.
.....
— Cala a boca e vai cortar esse cabelo! — ele desliga. — Há quanto tempo você está aí?
— Não prestei atenção na sua conversa, se é o que quer saber. — termino de descer as escadas. — São que horas?
Ele olha o relógio.
— Três e meia.
— Oh, tenho que ir buscar suas irmãs.
Corro para o quartinho. Deixo minhas roupas em cima da cama e passo a escova no meu longo cabelo. Deixo-o solto. Apenas calço chinelos e visto minha jaqueta. Saio do quartinho e Louis está de pé, do lado da porta.
— Por que você fica me encarando assim? — pergunto.
— Nada Emily! — ele suspira. — Vamos?
— Aonde?
— Vou com você buscar minhas irmãs.
— Tudo bem.
Ele abre a porta da casa e eu saio primeiro. Caminhamos lado a lado e em silêncio. As pessoas gritavam por Louis e acenavam. Algumas meninas tiravam fotos.
Solto uma risada.
— O que foi? — pergunta.
— Nada.
— Diz, Emily!
— Nunca andei ao lado de um famoso. Só isso.
Ele ri.
— Aqui eu não me sinto assim. — ele coloca as mãos nos bolsos. — Apenas me sinto livre... me sinto...
— Em casa. — completo sua frase.
— É. — ele sorri de novo.
Chegamos na escola das meninas e as crianças já estavam sendo liberadas. Algumas menininhas olhavam para Louis e pediam abraços. Ele não recusava um.
— LOU!
Olho para a frente e vejo as duas menininhas loiras correrem até nós. Louis se abaixa e abre os braços para receber as irmãs.
— Oi meus amores. — ele abraça as duas. — Como foi a aula?
— Um saco! — Ayla diz e j**a a cabeça para trás. — EMILY!
— OI!
— Vamos tomar sorvete ainda? — ela pega minha mão e a balança.
— Por que não pergunta ao seu irmão? Não tenho nenhum poder perto dele.
Ela olha para o irmão.
— Vamos, Lou?
— Claro que sim. — diz. — Vamos!
Ele pega na mão das duas e as puxa. Lis pega na minha mão, solta a de Louis e dá a volta, fazendo eu ficar do lado dele.
— Pega na mão dele! — ela diz.
— Lis! — a repreendo.
De nada adiantou repreende-la, já que seu irmão pegou meu braço e entrelaçou ao dele. O olho, mas ele não me olha de volta.
Vamos até a soverteria. As meninas correm para fazer seus pedidos e eu retiro meu braço, envergonhada.
— Quer de que? — pergunta.
— Pode ser chocolate.
Ele pede dois de chocolate. Depois de pagar, vamos para a mesa em que as meninas estavam sentadas. Ayla estava de um lado e Lis do outro. Sento do lado de Lis.
— Emily, — Ayla diz e eu a olho — você tem namorado?
Louis me olha.
— Não, querida.
— Por que não? Você é muito bonita. Não é Lou?
— É. — ele sorri de lado e coloca a colherzinha com sorvete na boca. — Muito bonita.
[...]
Depois que as meninas acabaram o sorvete, voltamos para casa. Assim que entramos, Elizabeth se surpreende ao ver o filho.
— Louis! — ela abre os braços e abraça ele. — Pensei que só chegasse na sexta!
— Tive uns probleminhas.
— LOU! — Kiara e Arabella descem as escadas correndo e abraçam o irmão.
Eu estava de lado olhando tudo e sorrindo feito uma boba.
— Bem, pelo visto já conheceu a Emily! — Elizabeth diz e Louis me olha.
— Sim. Conheci. — ele sorri. — Mas o que houve com a outra?
— As gêmeas cansaram aquela senhora coitada. Então eu conheci a Emily. Nova, forte e saudável. E as meninas gostaram dela de primeira.
— Eu também. — ele diz.
Baixo a cabeça envergonhada.
— Ér... Emily — olho para ela. — Leva as gêmeas para trocar de roupa e fazer a lição. Só depois estão liberadas para ver o que quiserem.
Assinto para ela.
— Vamos lá meninas? — cada uma segura em uma mão minha.
— Emily vamos ver filme depois?
— Claro que sim. O que vocês quiserem. Mas só depois da lição.
— Você me ajuda? — Ayla pergunta. — É muito difícil.
— Ajudo, princesinha.
Terminamos de subir as escadas e as duas largam as mochilas no chão. Enquanto elas se despem, eu pego as mochilas e coloco na cama. Elas vestem outra roupa e pulam na cama.
— Vocês são da mesma turma? — pergunto.
— Sim. Mas mamãe não deixa a gente copiar a lição de ninguém.
— Ela está certa, Ayla! — ela tira o caderno da mochila — Se você ficar copiando de outras pessoas, nunca vai aprender.
— Então me ensina, Emily!
Ela abre o caderno.
— Quer ajuda também Lis?
— Não. — diz, já escrevendo algo. — Eu sei o que fazer.
— Tudo bem. Vamos ao trabalho Ayla.
[...]
Depois de quase uma hora, escrevendo e apagando, Ayla conseguiu terminar a lição. Aí elas começaram uma discussão sobre qual filme ver.
— Quero ver bob esponja! — Lis diz.
— Eu quero ver Meu Malvado Favorito! — Ayla rebate.
— EMILY! — gritam juntas.
— Qual o problema aqui?
Olho para a porta e encaro Louis.
As meninas começam a tagarelar sobre o filme.
— Para, para! — ele diz e se aproxima. — Por que não veem um filme diferente?
E elas começam a falar - JUNTAS - sobre as vantagens de ver os filmes que escolheram.
— Oh meu Deus. — ele diz.
Solto uma risada.
— Que foi Emily?
— Nada. —digo. Ele fica me encarando com um sorriso de lado. — LOUIS! —Aylagrita. — Já sei. —elese levanta. — Que tal a Emily escolher um filme? — me olha — Ela é nova aqui. Tem vantagem. Elas me encaram e começam a falar juntas. — Por que eu estaria? — Por que faz tantas perguntas? Sinto o olhar dele em mim. — Não estou irritada com você. Você não sabia. — Por que reagiu daquele jeito? Me mexo desconfortável.Oito
— Eu não sei. Disse ao Louis que queria tomar banho e ele me disse que teria de usar o do quarto dele — ela cruza os braços. —poiso daqui de baixo estava ruim e as meninas não gostam que usem o banheiro delas. — Entendi. —elaassente. — Venha Emily. Elizabeth sai da cozinha e vai até a porta que havia perto do quartinho. Ela abre e dá espaço para mim. Era um pequeno banheiro todo branco, em que havia um chuveiro, um sanitário, uma pequena pia e um espelho na parede. — Como p
Elizabeth disse que sabia o porquê de Louis ter dito que o banheiro de baixo estava ruim e me ofereceu o dele. Depois disso, ela fica o repreendendo. Diz que ele precisa se portar bem perto de mim. E agora isso. Ter me pedido para ficar, e não ir levar as meninas com Louis. Era como se ela estivesse tentando me manter longe dele. Balanço a cabeça e volto a lavar a louça. Depois que acabo tudo, seco minhas mãos e vou para a sala. Olho em volta e decido varrer o chão. Estava quase acabando,
— Tudo bem Emily? — Louis pergunta, e eu o olho. Elizabeth também me olhava. — Eu só... — passo a mão pelo rosto. — Desculpe. — Aconteceu algo? — Não. —balançoa cabeça negativamente. — Vou... vou levar as coisas delas lá para cima. Licença. Ergo a sobrancelha. — De que? Ela me olha por um momento. —Ér... — Kia olha para os lados. — Tenho que arrumar algumas coisas... licença. Ela se levanta e corre escada acima. Aquela garota com certeza estava escondendo alguma coisa. — Isso aí parece bom. — Louis diz. — Acabou? — Não. Quer? Ele sorri e assente. Volto até a pia e pego um punhado de frutas picadas dentro de outro potinho. Levo para Louis, que me sopra um beijo. Kia olha pro irmão e suspira. Ele não nota - ou finge que não - e coloca calda de chocolate na sua salada de frutas. [Louis] Eu queria tanto provar o beijo dela. E quando ela insinuou... insinuou não, disse com todas as letras que Adam era meu namorado, eu achei que ia pirar. E quando ela falou que nada mudaria seu pensamento, fiz aquilo que queria fazer desde o primeiro momento que a vi. A beijei. Foi um beijo tão calmo, cuidadoso. A beijei com a vontade de fazê-la querer mais. Eu queria que ela quisesse mais. Mas não. Ela tornou a falar no Adam, me deixando confuso.Doze
Treze
Catorze