E o dia do evento finalmente chegou. A pousada mais uma vez estava com a capacidade lotada. Os salões de beleza cheios. Parecia que a cidade estava em festa.
Júlia recebeu uma notificação em seu celular. Havia movimentação no processo. Ela, imediatamente foi verificar se a sentença havia sido publicada. E sim, o juiz já tinha proferido a sentença. Ela nem acreditava no que estava vendo. Um processo tão corriqueiro e para ela tinha se tornado o processo de sua vida. E ela tinha vencido. Eles venceram. A verdade venceu.
Como Fred havia feito um pagamento em consignação, a fim de quitar o empréstimo, o juiz considerou que o valor depositado era suficiente, porque considerou que os juros eram, de fato, abusivos, e, além disso, como o pagamento seria antecipado, era justo reduzir o valor dos juros definidos para pagamento parcelado.
Júlia foi correndo contar a notícia para Fred. E o encontrou com Laís
A noite transcorria como esperado. O local estava mais uma vez lotado, o show era um sucesso. Em determinado momento Péricles parou a música e chamou Fred para um discurso. E ele foi: - Queria agradecer a todos aqui presentes. A todos que assinaram o abaixo-assinado, a todos que ajudaram a concretizar esse sonho. Hoje é um dia muito feliz para nós. E é muito bom saber que estamos proporcionando momentos felizes para vocês também. Mas agora queria chamar aqui a Júlia, que é uma das organizadoras dessa festa e da minha vida. – Disse ele arrancando risos do público. Júlia se assustou com o convite para o palco. Não havia se preparado para falar em público e não era uma coisa que gostava de fazer, mas diante do chamado de Fred e de todos lhe esperando, não podia deixar de ir. Então subiu no palco para também discursar. Assim que chegou ao lado de Fred, Péricles recomeçou a cantar, dessa vez bem baixi
CAPÍTULO 01 – A DECEPÇÃODepois de um dia cansativo no escritório, onde atendeu cerca de 10 clientes que exigiam tudo na hora, Júlia, uma advogada de vinte e cinco anos, morena, cabelos longos e levemente ondulados, olhos castanhos, lábios delicados, e corpo escultural, voltou para seu apartamento – Um local amplo cuja decoração fora toda planejada nos mínimos detalhes.Júlia sempre teve muito bom gosto para decoração, mas em seu tão sonhado apartamento resolveu contar com a ajuda de uma arquiteta, e juntas decidiram quais seriam os melhores móveis, os objetos que melhor combinariam, o que culminou em um ambiente clean, arejado e muito aconchegante.Era em seu apartamento que ela encontrava refúgio para fugir do estresse de seu trabalho. No aconchego de seu lar que fugia dos problemas que t
Paula terminou o brigadeiro e foram para o quarto assistir a um filme e continuar a conversa entre uma colherada e outra de brigadeiro. - Amiga, estou pensando aqui. – Disse Paula. - Sou toda ouvido. – Respondeu Júlia. - Porque você não vai viajar, tire um ano sabático. Aproveite para conhecer lugares, pessoas. Depois você decide se quer continuar seguindo como advogada ou vai procurar outra profissão. - Sabe que eu já tinha pensado nisso? Pensei em alugar o apartamento e sair por aí, viver do aluguel e das minhas economias. Aí quando o dinheiro acabar eu volto e procuro um emprego ou recomeço do zero. - Está decidido! Você vai fazer isso! - Isso são só ideias no momento. - Não são não. Você tem que chegar segunda no escritório, falar com a Luciana, passar todos os seus processos para ela e simplesment
Dormiu tão profundamente que só acordou às onze horas. Acordou, foi para o banheiro fazer sua higiene matinal e depois para a cozinha procurar algo leve para comer. Mas chegando na cozinha descobriu que precisava tomar um belo café com leite e comer um pão com manteiga. Então decidiu ir até a padaria, que fica na esquina de seu prédio buscar um pão quentinho. O cheiro estava tão gostoso na padaria que decidiu tomar seu café por lá mesmo. Ficou por um bom tempo saboreando seu café e observando as pessoas ao seu redor. Esqueceu-se completamente do tempo. E acabou percebendo que há muito tempo não sentia aquela paz que estava sentindo naquele momento. Chegou à conclusão de que acertou na decisão que tomou com a ajuda de Paula. Assustou-se quando seu telefone tocou. Era Paula: - Bom dia flor do dia! – Atendeu Júlia - Que bom dia, menina? Você tem noção
A viagem transcorreu como o esperado e às quatro horas da tarde ela parou em frente à pousada. O local era realmente lindo. A fachada da pousada era de madeira, com algumas plantas penduradas pela parede e uma rede entre duas das colunas que seguravam uma aconchegante varanda. Na frente havia um lindo jardim, com coqueiros rodeados por flores coloridas. Havia também um pergolado com um convidativo sofá redondo e mais algumas plantas cuidadosamente dispostas. Ao olhar a vista que o local possuía, se deparou com uma linda praia, com diversos coqueiros espalhados e algumas pedras. Tudo parecia convidativo e romântico, o que a fez imaginar que seria mais interessante se ela estivesse chegando acompanhada ao local. Pegou suas malas e seguiu em direção à recepção, que era um local pequeno, porém com um ambiente praiano, com um leve tom romântico; luminárias antigas e alguns filt
Júlia então trancou a porta e finalmente pode prestar atenção em todos os detalhes do quarto. Era um quarto simples, com uma cama, uma mesa de estudos e refeição, um painel com uma tv, um aparelho de telefone e um de ar condicionado, e a pouca decoração que tinha era feita com palha e concha. Tudo impecavelmente limpo. Sentou-se na cama e ficou pensando se não estaria ficando louca em se aventurar sozinha, desbravando lugares, sem se preocupar com trabalho ou contas a pagar. Mas por fim concluiu que merecia um descanso. Que merecia um pouco de paz. Tomou um banho, colocou uma roupa leve e deitou-se para descansar um pouco. Como estava há alguns dias sem dormir direito e agitada organizando tudo para a viagem, logo pegou no sono. Já eram nove horas quando alguém lhe despertou de seu sono, ligando para o telefone do quarto: - Oi – Atendeu ainda sonolenta.
Às oito horas despertou depois de dormir uma noite inteira sem pesadelos ou ter insônia. Arrumou-se e desceu para o café Dessa vez era Laís quem estava na recepção. - Bom dia, Laís! - Bom dia! Dormiu bem? - Como uma pedra! – Respondeu à Lais. - Está gostando daqui? - Muito! Acho que você tinha razão. - Eu sei. – Brincou Laís. - Ontem quase morri de vergonha quando o Fred teve que me acordar para jantar. Perdi totalmente a hora. - É que você estava muito cansada. - Estava mesmo. Mas falando em janta. Que comida é aquela? Nossa! Deliciosa! - Dona Maria é famosa por seu tempero. A comida dela realmente é maravilhosa. Isso porque não experimentou o peixe-frito que ela faz. É dos deuses. -
Já era quase meio dia quando resolveu voltar para a pousada, cheia de sacolas. Quando chegou encontrou Laís rindo do tanto de sacola que carregava. - Eu sabia que você ia gostar. - Como não gostar. É o paraíso. Tive que me esforçar para não comprar muita coisa. Nem poderia ter comprado tudo isso. Sorte que senti fome, senão ainda estava lá, gastando meu rico dinheirinho – Riu. – Bom, vou lá guardar tudo e desço para almoçar. Você vai almoçar agora? - Tenho que esperar o Fred chegar para ficar no meu lugar. Mas ele já deve estar chegando. - Bom que você me faz companhia. Se quiser, é claro. - Claro que quero. Adoro conversar com você. Júlia fez um sinal de coração com as mãos e subiu as escadas rumo ao seu quarto. Quando desceu já encontrou Fred junto de Laís na recepção.