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Capítulo Um - Matheus Albertelli

Sete anos depois

— Ajoelha! — Ordeno para a mulher em minha frente, ela obedece com um sorriso sacana desenhado no rosto bonito.

Safada, não perde tempo, vai subindo com suas mãos por minhas coxas em direção ao zíper das minhas calças, antes mesmo de abri-la, vejo sua língua umedecendo os lábios carnudos.

Quando enfim libera meu pau do aperto em que ele se encontrava, sinto um breve alívio que logo é substituído pela deliciosa sensação das mãos macias e dedos finos.

— Humm… — gemo inclinando minha cabeça para trás quando suas mãos começam os movimentos de vai e vem deixando-o mais duro do que já estava. Mas antes mesmo dela abocanhar o meu pau, escuto o barulho da porta se abrindo seguindo da voz potente do meu pai.

— Mat…mas que porra é essa, Matheus?

O meu pai ainda está parado em frente à porta, me olhando com uma cara que transmite perplexidade, a situação poderia até ser cômica, se a minha secretária não estivesse com o meu pau em sua mão, quase o colocando na boca. 

Porra, que azar!

— Droga! — Bufo já sabendo que começará com o sermão.

— Larissa querida, você poderia voltar para sua mesa e me deixar a sós com meu filho? — Fala para a mulher que já está em pé ao meu lado com uma postura profissional. Nem parece a mesma de segundo atrás!

— Claro Senhor Albertelli!

— Que Porra você tem na cabeça Matheus? — pergunta, praticamente, soltando fumaça pelas ventas.

— Com todo respeito, mas quem eu fodo ou deixo de feder não é da sua conta,  pai. — Respondo fechando o zíper e sabendo que minha fala não agradará.

— É da minha conta a partir do momento em que você faz isso, com a sua secretária, na empresa, duas semanas antes de você ser nomeado CEO.

— Está tudo sobre controle, pai, o senhor não tem com que se preocupar.

— Matheus… — diz o meu nome, apertando o polegar e o dedo indicador na parte de cima do nariz, usando o mesmo tom de voz que usava comigo quando eu era criança e ele precisava me explicar algo muito importante. — O conselho não está muito confiante com o seu nome para me substituir como CEO. A última coisa que precisamos agora é de um processo por assédio sexual.

— Dane-se o conselho pai, sou o melhor funcionário dessa empresa, ninguém conhece ela melhor do que eu. Sou o melhor para presidir isso aqui! — Respondo exaltado, mas sei que meu pai não tem culpa alguma por aqueles velhos do conselho estarem pondo a minha credibilidade em xeque.

— Sei disso filho. Esses velhos são hipócritas, por mais esqueletos que tenham escondido no armário, se importam unicamente com boa imagem e lucro.

— E não é isso que tenho dado para essa empresa nos últimos anos? Lucro?

— Sim, mas aparentemente isso não é suficiente para eles.

— E o que mais esses velhos chatos querem?

— Alguém que passe uma boa imagem para o mercado, casado e com filhos…

— Não! — interrompo sua fala — Nem precisa continuar pai, eu não vou me casar para satisfazer o conselho.

— Filho seja razoável.

— Razoável? Estamos falando de casamento, pai. Casamento e filhos, não tem como ser razoável.

— Filho…

— Não pai, isso está fora de questão!

***

Chego ao meu apartamento cansado após mais um dia de trabalho. Ainda estou pensando na conversa ridícula que tive com meu pai, hoje cedo.

Casamento.

Meu pai só pode ter enlouquecido, se ele pensava que eu me sujeitaria a essas exigências ridículas do conselho. Logo eu, um homem que foge de compromisso. A única vez na minha vida em que desejei tal coisa quebrei minha cara e coração.

Elisa.

Quanto tempo faz que eu não penso nela?

Não faço ideia. Por algum motivo, desde que meu pai saiu do meu escritório, só consigo pensar nela e em seu rosto bonito. Nas promessas de amor que fizemos um para o outro e nos planos que nunca se concretizaram porque ela me apunhalou pelas costas da maneira mais vil possível.

Dirijo-me para o bar e encho um copo com uísque. Deixo minha mente vagar para a última imagem que tenho dela. Olhos esbugalhados, rosto vermelho banhado em lágrimas, uma imagem que vem assombrando todas as minhas noites.

Foi difícil superar a dor que ela me causou. Depois de sair de sua casa, vim direto para o meu apartamento e bebi até apagar. Permaneci aqui trancado por mais de uma semana. Enquanto bebia tentava me recordar o que fizera de errado para ser enganado daquela forma.

Dinheiro não era o que ela queria, pelo menos nunca demonstrou, e olha que eu já tinha muito naquela época. Ela me dizia querer conquistar dinheiro com seu próprio trabalho, não aceitava presentes caros ou jantar em lugares mais requintados, isso foi o suficiente para me convencer de que me amava de verdade.

A imagem da menina doce, ingênua, trabalhadora e estudiosa foi o suficiente para me fazer acreditar ser ela a mulher perfeita para o meu coração e minha vida. Mesmo sabendo que corro o risco de virar chacota, ainda continuo acreditando. Ainda continuo acreditando que somente ela é quem poderia ocupar o lugar de minha esposa e mãe dos meus filhos, ninguém mais me parece bom suficiente para isso.

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