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Capítulo Três- Matheus Albertelli

Um coquetel para comemorar a minha nomeação como CEO. Eles realmente acreditam que precisa disso? Quem está surpreso com minha nomeação?

Além de ser o mais velho dos herdeiros Albertelli. Acredito que o fato do meu irmão Ricardo ter se formado em medicina está mais que óbvio de que ele em nenhum momento desejou trabalhar na empresa da família. Ou seja, essa recepção é uma verdadeira perda de tempo.

Um circo armado pelo conselho, para a mídia, já que é possível ver um repórter a cada metro quadrado.

Quando um garçom se aproximou de mim, pego uma taça de champanhe e tomo todo o líquido em uma única golada, coloco a taça sobre a bandeja e pego outra.

— Mat… — Só de ouvir essa voz irritante, desejo que um buraco se abra sobre os meus pés para me engolir.

— Michele. — Praticamente rosno seu nome.

— Mat querido, há quanto tempo? Nunca mais você me ligou.

— Por qual motivo ligaria para você, Michele? — Pergunto segurando a vontade de revirar os meus olhos.

— Para conversarmos bobinho. Convidar-me para sair — enquanto fala desliza a unha do dedo indicador na lapela do meu terno — ou para fazer outras coisitas. — completou com uma piscadela.

Michele Albuquerque é filha de um dos nossos acionistas minoritários e membro do conselho, Rodrigo Albuquerque, ele tenta forçar algum tipo de relação entre mim e sua filha, inclusive foi dele a ideia descabida de casamento antes de eu ser nomeado CEO do Conglomerado. Ela é tão irritante, vazia e mimada que nem amizade vejo-me tendo com essa mulher.

— Quem sabe outro dia, querida. — Respondo retirando seu dedo de cima de mim.

— Podíamos marcar… — Ela começa, mas antes mesmo de terminar sua fala invento uma desculpa.

— Licença, mas eu preciso falar com um conhecido que acaba de chegar. Sabe como são essas coisas né? Preciso dar atenção a todas as pessoas importantes.

Não espero Michele abrir a boca novamente. Sigo rumo ao bar, sendo interceptado no meio do caminho por algumas pessoas.

— Já estou cheio desse evento! — Bufo comigo mesmo quando finalmente chego ao bar. — Será que se eu fugir alguém notará?

Provavelmente. Já que estão todos aqui para me bajular.

Depois de horas, — pelos era essa a minha impressão — não aguentava mais falar com diretores, gerentes, acionistas e sei lá mais o que.

Olhei para todos os lados procurando uma desculpa para sair daquele lugar e quando vi minha secretária sorrindo para mim de um jeito indecente que eu conhecia bem, tinha a desculpa perfeita para sair desse lugar!

— O que ela está fazendo aqui? — Minha mãe disparou parando em minha frente.

De onde ela surgiu?

— Quem? — Perguntei ainda atordoado.

— Precisamos dar um jeito de colocá-la para fora sem chamar atenção.

Ainda estava completamente perdido, enquanto minha mãe disparava palavras sem coerência alguma. Sinceramente? Estou tentando acompanhar, mas não estou entendendo nada. Quem tem que ser colocado para fora?

— Filho, sinto muito que essa mulher tenha aparecido justo hoje para estragar o seu dia especial.

Parei de tentar compreender o que minha mãe dizia e comecei a procurar em todos os lugares alguém que pudesse ser uma presença indesejada.

Foi quando meus olhos pousaram sobre uma mulher próxima à entrada, ela olhava para todos os lados como que procurando alguém, estava um pouco mais velha, mas eu ainda conseguiria reconhecê-la em qualquer lugar em que a encontrasse.

Elisa.

No momento em que a reconheci meu coração começou a disparar feito louco em meu peito.

Coração traidor!

Quão fodido isso pode ser?

Sem nem mesmo perceber o que estava fazendo, meus pés começaram a me levar em sua direção. Ainda conseguia escutar a voz da minha mãe atrás de mim, mas não estava compreendendo nada do que ela dizia.

O meu foco estava totalmente na mulher à minha frente. Quanto mais eu me aproximava dela, mas meu coração parecia querer saltar fora do meu peito. Percebi o exato momento em que ela me reconheceu em meio às pessoas, pois pude ver em seu rosto uma expressão de… alívio talvez?

Em uma reação automática do meu corpo, agarrei seu pulso e sair arrastando-a para fora, escutei o seu resmungo, mas ignorei.

Sair pelo corredor lateral e foi em direção a primeira porta que encontrei gire a maçaneta e para o meu alívio estava aberta entrei na sala trazendo-a junto comigo.

— O quê faz aqui? — Queria dizer muito mais que isso, no entanto, aquelas foram as primeiras palavras que saíram da minha boca.

— Preciso falar com você. É urgente! Mas antes poderia soltar meu pulso, por favor? Está me machucando.

Quando percebi que ainda estava tocando-a, soltei seu pulso como se estivesse em brasa.

— Não consigo imaginar nada de tão urgente ou importante que você tenha para falar comigo depois de tantos anos.

Ela bufou. Parecia tentar se controlar, levou o dedo polegar e indicador até o espaço entre seus olhos, apertou o topo do nariz, respirou profundamente e disparou em uma vez.

— A única coisa capaz de me fazer passar por cima do meu orgulho; a saúde da nossa filha.

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