Já era tarde da noite quando levantei-me da poltrona em que estava sentado e caminhei um pouco pelo quarto.— Se tiver se sentindo entediado, vá dar uma volta pelo corredor ou quem sabe tomar um suco na lanchonete do hospital. — somente quando ouvi a voz de Elisa foi que me dei conta de que talvez a minha inquietação tenha perturbado o seu sono.— Desculpa, não queria atrapalhar o seu descanso. — Tudo bem, já estou acostumada a passar muitas horas acordada. — Meu coração se aperta um pouquinho com suas palavras porque ela só teve que passar por isso por eu estar ausente. — Agora é diferente, você não está mais sozinha e também está grávida precisa dessas horas. — Sei disso, mas é mais forte do que eu. — fala olhando com amor para nossa filha e eu entendo exatamente as suas palavras não ditas. Ela está preocupada com ela e não consegue descansar mesmo que precisando.— Vou aceitar sua sugestão, quer que eu traga alguma coisa da lanchonete para você?— Um suco de laranja sem aç
Estava tentando acalmar meus pensamentos quando Matheus voltou para o quarto visivelmente chateado, se eu pudesse apostar diria que ele seria capaz de morder a primeira pessoa que olhasse com olhos atravessados para ele nesse momento. — O que aconteceu, Matheus?— Minha mãe, ela apareceu aqui dizendo que é compatível com ela e estava disposta a doar a medula se eu e você nos separaremos. Enquanto conversávamos no quarto de Elena, Matheus e eu, a notícia sobre a proposta de minha sogra começou a pesar em meu coração. Eu sabia que Olga Albertelli não me suportava, mas nunca imaginei que ela iria tão longe a ponto de oferecer sua medula como moeda de troca para o tratamento de Elena.Sentada ao lado de Matheus, segurando sua mão com força, a tristeza e a indignação tomaram conta de mim. Olhei para Elena, deitada na cama com seus olhos curiosos e inocentes, e meu coração se apertou ainda mais. Como explicar a uma criança tão pura por que sua própria avó não se importava nem um pouco com
Sinto-me em um misto de sentimentos entado na sala de espera do consultório médico, ansioso e ao mesmo tempo maravilhado com a possibilidade de descobrir o sexo do nosso bebê. Ao meu lado, Elisa segura minha mão, e nossos olhares se encontram, repletos de expectativa e alegria.— Elisa, mal posso esperar para descobrir se teremos um menino ou uma menina. Estou tão animado com a chegada desse novo membro em nossa família. — Falo sorrindo. Quando ela estava grávida de Elena eu não estava presente nesse momento, mas agora é diferente.— Eu também, Matheus. Essa é uma etapa tão especial em nossas vidas, e saber o sexo do bebê nos ajudará a nos conectar ainda mais com ele ou ela. — responde com um brilho nos olhosFinalmente, somos chamados para a sala de exames. A tensão no ar é palpável enquanto nos acomodamos e a médica inicia o procedimento. O coração acelerado, mal consigo desviar os olhos da tela do ultrassom, esperando por aquela revelação emocionante.— Bem, aqui está o bebê. Vou f
Olho para aquelas fotos mais uma vez sentindo o ódio me dominar, ódio de mim por acreditar em todas as palavras que aquela desgraçada me disse. Como fui idiota!Ela estava se aproveitando de mim esse tempo todo e eu acreditando em seu amor. Do outro lado da sala posso observar os olhos da minha mãe, sentindo pena de mim, sei que tentou me alertar, mas eu preferi acreditar nos olhos inocentes, que agora sei, de inocente não tinham nada.— Aaah! — Grito com todas as forças dos meus pulmões enquanto derrubo praticamente tudo que tem em cima da minha mesa.— Pelo amor de Deus, Matheus! O que deu em você? — Os olhos arregalados da minha mãe que antes refletia pena, agora refletem medo.— Como assim o que deu em mim? Acabo de descobrir que sou corno, um idiota. Quebrar tudo que tem na minha frente é o mínimo que quero fazer agora.— Sinto muito filho, mas tentei te avisar que aquela mulher não servia para você. — Dou um sorriso sem humor algum, lógico que minha mãe não iria deixar isso pa
Sete anos depois— Ajoelha! — Ordeno para a mulher em minha frente, ela obedece com um sorriso sacana desenhado no rosto bonito.Safada, não perde tempo, vai subindo com suas mãos por minhas coxas em direção ao zíper das minhas calças, antes mesmo de abri-la, vejo sua língua umedecendo os lábios carnudos.Quando enfim libera meu pau do aperto em que ele se encontrava, sinto um breve alívio que logo é substituído pela deliciosa sensação das mãos macias e dedos finos.— Humm… — gemo inclinando minha cabeça para trás quando suas mãos começam os movimentos de vai e vem deixando-o mais duro do que já estava. Mas antes mesmo dela abocanhar o meu pau, escuto o barulho da porta se abrindo seguindo da voz potente do meu pai.— Mat…mas que porra é essa, Matheus?O meu pai ainda está parado em frente à porta, me olhando com uma cara que transmite perplexidade, a situação poderia até ser cômica, se a minha secretária não estivesse com o meu pau em sua mão, quase o colocando na boca. Porra, que a
— Quais serão os próximos passos, Dr. Matos? — Pergunto desejando pela milésima vez naquele dia acordar desse pesadelo que parece nunca ter fim.— Desde o início deixei claro que os principais tratamentos para o caso da Elena, seriam a quimioterapia e o transplante de medula óssea. Como a quimioterapia não funcionou… — Noto no semblante do médico entretecimento por te que me dar essa notícia novamente. — agora tentaremos o transplante de medula óssea, apesar de ser extremamente difícil encontrar um doador compatível, essas são as melhores possibilidades de cura para Elena. Sacudo a cabeça confirmando que entendi apesar desta não ser a primeira vez que conversamos sobre o assunto. Já perdi as contas de quantas vezes conversamos sobre a doença e tratamento da minha filha, fora as horas intermináveis de pesquisa.Levanto minha cabeça e fecho os olhos e respirando profundamente para evitar que as lágrimas que já estão se acumulando em meus olhos sejam derramadas.Estou exausta esses últi
Um coquetel para comemorar a minha nomeação como CEO. Eles realmente acreditam que precisa disso? Quem está surpreso com minha nomeação?Além de ser o mais velho dos herdeiros Albertelli. Acredito que o fato do meu irmão Ricardo ter se formado em medicina está mais que óbvio de que ele em nenhum momento desejou trabalhar na empresa da família. Ou seja, essa recepção é uma verdadeira perda de tempo.Um circo armado pelo conselho, para a mídia, já que é possível ver um repórter a cada metro quadrado.Quando um garçom se aproximou de mim, pego uma taça de champanhe e tomo todo o líquido em uma única golada, coloco a taça sobre a bandeja e pego outra.— Mat… — Só de ouvir essa voz irritante, desejo que um buraco se abra sobre os meus pés para me engolir. — Michele. — Praticamente rosno seu nome.— Mat querido, há quanto tempo? Nunca mais você me ligou.— Por qual motivo ligaria para você, Michele? — Pergunto segurando a vontade de revirar os meus olhos.— Para conversarmos bobinho. Convi
Ainda estava me sentindo um pouco atordoado com suas últimas palavras, a sensação era de que meu cérebro transformou-se em gelatina, mas lentamente suas palavras foram me gerando entendimento e comecei a gargalhar depois de um tempo a risada foi substituída por raiva. — Você não tem vergonha sua...Antes mesmo que eu pudesse completar a frase ela ergueu o dedo indicador apontando para minha direção de forma ameaçadora e disse:— Se eu fosse você pensaria duas vezes antes de tentar me ofender, pois eu posso lhe garantir que não sou mais a mesma Elisa que você conheceu. Surpreso com suas palavras e ainda atordoado com sua presença, sem o menor pudor percorri o seu copo com os olhos. Agora de perto conseguia ver que seu rosto mesmo maquiado não escondia olheiras e um semblante cansado, mas ainda assim continuava linda e atraente. O corpo com curvas nos lugares certos estava vestido com um tubinho azul.Porra! Como pode estar mais gostosa do que era há sete anos?— Isso eu posso ver. —