Elisa que estava até agora parada em minha frente, apenas observando a minha interação com Elena, leva uma mão até a barriga plana e confirma com a cabeça. — Estou grávida, Matheus. Vamos ser pais novamente. Não contenho a emoção e me levanto colocando Elena em meus braços e indo em direção a Elisa, a abraço com cuidado para não machucar a minha filha. Beijo seu lábios e pergunto para ter certeza que não estou sonhando:— Eu vou ser pai? — Elisa confirma com a cabeça enquanto limpa as lágrimas que caem.— Vou ter um irmãozinho! — Elena comemora feliz em meus braços.— Gostou da surpresa? — Pergunta enquanto coloco Elena no chão — Se gostei? Eu adorei! Você me fez o homem mais feliz do mundo hoje, Elisa. — enlaço sua cintura para beijá-la novamente, mas não aprofundo o beijo em respeito a nossa filha. — Agora terei que cumprir minha promessa.— Que promessa? — pergunta confusa.— De estourar fogos de artifícios na frente do seu condomínio. — Termino de fala e ela ir.— Vocês vão se c
Com passos apressados ando pelo corredor do hospital, sentindo os meus pulmões arderem, desde que recebi aquela ligação não consigo controlar as lágrimas que caem dos meus olhos, muito menos o meu coração acelerado quase saltando pela boca, nunca um corredor de hospital me pareceu tão longo. Por um instante esqueci de todo o drama que é minha vida. Jurei que estava vivendo em algum tipo de comédia romântica sem nada atrapalhando o meu era uma vez e o viveram felizes para sempre.— Mãe! — Corro para a minha mãe e me encaixo em seus os seus braços, deixo as lágrimas caírem sem culpa. A muito tempo deixei de ter vergonha de chorar em público, fingir ser forte é muito cansativo. Só quem é mãe sabe a dor do que é ver um filho sofrendo sem poder fazer nada para mudar a situação instantaneamente. Me sinto uma completa fraude como mãe nesses momentos. — Ela vai ficar bem, filha. — Ela me conforta com suas palavras e seu abraço quente. Ainda em seus braços noto a presença do médico na sala.
Sinto meu coração se apertando, minha mente está cheia de preocupações e anseios. Há apenas alguns meses, descobri que sou pai da pequena Elena, uma menina adorável de cinco anos. E agora, com essa notícia devastadora de que ela está internada e enquanto luta contra o câncer, meu mundo parece desabar ao meu redor.Não sei de onde Elisa tirou forças para aguentar situações como essa sozinha por tanto tempo. Adentro o quarto do hospital, onde Elena está internada, e meus olhos encontram o semblante cansado de Elisa e sua mãe, dona Rose. Ela está sentada ao lado da cama, segurando a mãozinha frágil de nossa filha. Sinto um misto de alegria por finalmente estar ao lado da minha filha e tristeza profunda por vê-la nesse estado.— Elisa, como ela está? — pergunto, minha voz trêmula de preocupação.Elisa olha para mim, seus olhos expressando exaustão e tristeza. Ela segura minhas mãos, buscando algum conforto em meio à angústia que nos consome.— Matheus, é tão difícil... Elena está lutand
Sinto-me pequena e frágil nessa cama de hospital, envolvida por fios e agulhas que se entrelaçam ao meu corpo. As dores parecem penetrar cada parte de mim, às vezes insuportáveis, às vezes suportáveis, mas sempre presentes. Minha mãozinha alcança o lugar onde o câncer se esconde, como se pudesse agarrá-lo e lançá-lo para bem longe. Mas é apenas uma ilusão, uma batalha invisível que luto todos os dias.Olho para minha mãe ao meu lado, seus olhos transbordando de amor e preocupação. Ela segura minha mão com ternura, tentando aliviar minha dor com seu toque suave. É nesses momentos que sinto forças para continuar lutando, sabendo que não estou sozinha nessa jornada.Meu coração se enche de um desejo ardente, de uma vontade inabalável de me curar. Quero correr na praia com o meu cachorro Jujuba, sentir o sol em meu rosto e a areia macia sob meus pés. Quero brincar com meu irmãozinho, que ainda está na barriga de minha mãe, e mostrar-lhe um mundo cheio de alegria e amor. Sonho com um futur
Já era tarde da noite quando levantei-me da poltrona em que estava sentado e caminhei um pouco pelo quarto.— Se tiver se sentindo entediado, vá dar uma volta pelo corredor ou quem sabe tomar um suco na lanchonete do hospital. — somente quando ouvi a voz de Elisa foi que me dei conta de que talvez a minha inquietação tenha perturbado o seu sono.— Desculpa, não queria atrapalhar o seu descanso. — Tudo bem, já estou acostumada a passar muitas horas acordada. — Meu coração se aperta um pouquinho com suas palavras porque ela só teve que passar por isso por eu estar ausente. — Agora é diferente, você não está mais sozinha e também está grávida precisa dessas horas. — Sei disso, mas é mais forte do que eu. — fala olhando com amor para nossa filha e eu entendo exatamente as suas palavras não ditas. Ela está preocupada com ela e não consegue descansar mesmo que precisando.— Vou aceitar sua sugestão, quer que eu traga alguma coisa da lanchonete para você?— Um suco de laranja sem aç
Estava tentando acalmar meus pensamentos quando Matheus voltou para o quarto visivelmente chateado, se eu pudesse apostar diria que ele seria capaz de morder a primeira pessoa que olhasse com olhos atravessados para ele nesse momento. — O que aconteceu, Matheus?— Minha mãe, ela apareceu aqui dizendo que é compatível com ela e estava disposta a doar a medula se eu e você nos separaremos. Enquanto conversávamos no quarto de Elena, Matheus e eu, a notícia sobre a proposta de minha sogra começou a pesar em meu coração. Eu sabia que Olga Albertelli não me suportava, mas nunca imaginei que ela iria tão longe a ponto de oferecer sua medula como moeda de troca para o tratamento de Elena.Sentada ao lado de Matheus, segurando sua mão com força, a tristeza e a indignação tomaram conta de mim. Olhei para Elena, deitada na cama com seus olhos curiosos e inocentes, e meu coração se apertou ainda mais. Como explicar a uma criança tão pura por que sua própria avó não se importava nem um pouco com
Sinto-me em um misto de sentimentos entado na sala de espera do consultório médico, ansioso e ao mesmo tempo maravilhado com a possibilidade de descobrir o sexo do nosso bebê. Ao meu lado, Elisa segura minha mão, e nossos olhares se encontram, repletos de expectativa e alegria.— Elisa, mal posso esperar para descobrir se teremos um menino ou uma menina. Estou tão animado com a chegada desse novo membro em nossa família. — Falo sorrindo. Quando ela estava grávida de Elena eu não estava presente nesse momento, mas agora é diferente.— Eu também, Matheus. Essa é uma etapa tão especial em nossas vidas, e saber o sexo do bebê nos ajudará a nos conectar ainda mais com ele ou ela. — responde com um brilho nos olhosFinalmente, somos chamados para a sala de exames. A tensão no ar é palpável enquanto nos acomodamos e a médica inicia o procedimento. O coração acelerado, mal consigo desviar os olhos da tela do ultrassom, esperando por aquela revelação emocionante.— Bem, aqui está o bebê. Vou f
Olho para aquelas fotos mais uma vez sentindo o ódio me dominar, ódio de mim por acreditar em todas as palavras que aquela desgraçada me disse. Como fui idiota!Ela estava se aproveitando de mim esse tempo todo e eu acreditando em seu amor. Do outro lado da sala posso observar os olhos da minha mãe, sentindo pena de mim, sei que tentou me alertar, mas eu preferi acreditar nos olhos inocentes, que agora sei, de inocente não tinham nada.— Aaah! — Grito com todas as forças dos meus pulmões enquanto derrubo praticamente tudo que tem em cima da minha mesa.— Pelo amor de Deus, Matheus! O que deu em você? — Os olhos arregalados da minha mãe que antes refletia pena, agora refletem medo.— Como assim o que deu em mim? Acabo de descobrir que sou corno, um idiota. Quebrar tudo que tem na minha frente é o mínimo que quero fazer agora.— Sinto muito filho, mas tentei te avisar que aquela mulher não servia para você. — Dou um sorriso sem humor algum, lógico que minha mãe não iria deixar isso pa