Eu estava verificando o último contrato que a Juliete conseguiu. Quando fui digitar, olhei o anel em minha mão e me lembrei com carinho do meu noivado. Já faziam três meses que fiquei noiva, e daquele fatídico dia que os meus pais deram aquele show ridículo e o Leandro colocou tudo em seu lugar.Me lembrei que estava chorando abraçada com as crianças quando ele entrou, me chamando para irmos pra casa. Me despedi das crianças, entrei no carro, e ele não me deu nenhuma palavra. Estacionou na garagem da casa dos meus pais em Mairiporã, abriu a porta para mim, e levou no colo para dentro. Me deixou na cozinha e foi fazer um café, sem dizer nada. Eu é que não aguentei mais o silêncio e falei:— Você não deveria ter se desentendido com meus pais e tomado decisões por mim.— É por isso que está chorando? Porque eu te defendi sem o seu consentimento?— Não. Você sabe que minha família é a Isadora. Sou grata a meus pais pela educação e tudo o que fizeram por mim, mas aqueles dois são surtados
Saí da França deixando uma Juliete desolada. Por mais que conversasse com o Aleksander, ele estava irredutível. Não queria contato do filho com a Juliete de forma nenhuma. Até deu pra fazer birra e parar de compartilhar fotos do Pedro no grupo, pra eu não mandar pra Juliete.Depois de algum tempo que até Danilo já confiava na ex de novo, resolvi desistir.— Eu não queria desistir, Danilo. Mas o Aleks é carne de pescoço e eu estou ficando chata.— Correndo o risco de arrumar uma briga e ficar sem você, tenho uma ideia.— Como assim ficar sem mim? Não farei nada que ameace nossa estabilidade emocional conquistada a duras penas.— Sim, foi difícil mas conseguimos. Com um pequeno detalhe. Três casais, três empresas, dois países e uma carreira. Ficando no Brasil, salvamos dois casais e uma carreira. E colocamos o outro casal numa empresa só, cada um em um país. — Não fomos nós que colocamos. Juliete é francesa e ficou em seu país com o emprego dos sonhos.— Aleksander também é francês e s
Ainda segurava a mão da Isadora. Não sabia bem como contar, mas imaginei que ela nunca falou com ninguém sobre o que aconteceu naquele dia. E me lembrei de contar pra ela tudo o que fiz de errado e como me senti quando a lei do retorno chegou, me fez sentir mais leve e preparada pra vida. Talvez ela voltasse a ter doçura e alegria na vida se conseguisse falar, então incentivei:— Quando eu vim pro Brasil para o seu casamento, eu tinha a visão de uma mulher que deu o golpe no meu homem e que tinha outra louca na fila para pegá-lo. Eu tinha certeza que só teria que lidar com Eleanor, que eu sabia que o Danilo não ia ficar, nunca. Porque Eleanor se encarregaria de te tirar do meu caminho. Voltei pra casa apavorada do que ela poderia fazer comigo, só de ouvir falar do que ela fez com você.— Eleanor não era o problema. Ela foi tão vítima quanto eu. — Isadora olhou para a casa, e depois para o portão. — Me lembro que a engrenagem do motor foi quebrada na batida. Sem conseguir me mexer par
Entramos, Isadora deu um beijo no rosto de Aleks, foi até a cozinha, se serviu de café e foi pro campinho de futebol que o pai fez pra ela. Nos deixando na sala sozinhos.Eu estava nervosa, estalando os dedos como se quisesse quebrar. Aleksander ficou em pé, olhando pela janela em silêncio. E eu estava ficando cada vez mais agoniada, então comecei:— Achei de verdade que iríamos conversar.— É mesmo? E você quer falar o quê? — Pra que deixou eu vir até aqui se não vai falar comigo?— Eu não deixei. Mas fui comunicado que devo conviver com você se quero manter meu emprego. Não sei como você conseguiu isso, mas tenho certeza que você manipulou a Isadora pra me forçar a te aceitar em minha vida.— É mesmo? Você acha mesmo que a Isadora é tão tola que consegue ser manipulada por mim? — Como disse, não sei como conseguiu isso. Isadora é inteligente.— Exatamente. Isadora é inteligente. E quando me contratou, a primeira coisa que avisou é que não ia te obrigar a me deixar conviver com nos
— Você quer ser a vítima, agora? — ralho. — De forma nenhuma, assumo todos os meus erros. Mesmo que você tenha me dado lugar de direito quando entrou em meu quarto, sem conversar comigo, se aproveitou da sensibilidade do pós-parto, despejou uma enxurrada de impropérios e arrancou meu filho de mim. Mas, se você tirar essa venda dos olhos, vai perceber que a única vítima aqui é o Pedro. O menino, nosso filho, foi arrancado dos braços da mãe pra viver em um lar como se fosse creche, tendo uma mulher no registro como mãe com quem ele pouco convive, e no dia a dia tem muitas figuras femininas mas nenhuma com o papel de mãe. Tudo isso porque você decidiu que seria assim. — Te tomei porque você nunca quis um filho. Até quis vender para a Isadora...— Nunca quis um filho mesmo. Por isso fiz uma laqueadura e nunca escondi isso. Mas quando foi que nós dois falamos disso? Eu te contei que laqueei e você aceitou e não falamos mais na situação. Depois que descobrimos a gravidez, eu te propus fic
Quatro meses depois daquela tarde com discussão, as coisas já estavam mais do que ajeitadas. Eu precisei ir para a França, então nós duas iríamos retornar no jatinho, e eu estava ansiosa por conversar com a Juliete.— É a terceira vez que você vai pra casa, fora o casamento da Laila. E de verdade, Aleks está mais mal humorado do que antes.— Eu não sei porquê. Conseguimos nos entender bem em tudo, como sempre. Somos amigos, parceiros. Estamos nos entendendo bem com relação ao Pedro...— E ainda me diz que não sabe porquê? Cara, a tensão sexual entre vocês é palpável.— Não seja boba, nossa história passou. Agora somos pais, apenas.— Você vai me dizer que não sente nem uma fisgadinha quando está em casa?— Fisgadinha? Eu me derreto toda perto daquele homem. É algo surreal. Mas é porque ele foi o último, e faz mais de dois anos que não tenho nada com ninguém.— Sério? Isso não parece combinar com você, Juliete. Está guardando pro Aleks?— Não. Estou é cansada de resolver tudo com sexo
Nos encontramos os seis na casa do Aleksander no dia do passeio. Eu fiquei impressionada de como consegui ir até lá normalmente, sem surtar como fiz da primeira vez.Como em tudo em minha vida, me permitiria ter só as lembranças boas que aquela casa me trazia, e eram muitas. O momento aviãozinho era particularmente agradável para mim, mas eu também tinha todo o carinho e cuidado da minha mãe, as brincadeiras com a Laila no campinho, bonecas na sala. Me lembro quando menstruei a primeira vez e a minha mãe sentou com nós duas e teve a conversa, mesmo que a Laila ainda não tivesse menstruado. Nos ensinou a usar absorventes e falou de meninos, sexo...Eram lembranças boas demais para deixar a loucura de Thomas destruir. Naquela tarde em que fiquei sozinha aguardando o Danilo chegar depois que surtei, pensei muito em tudo o que me aconteceu, e entendi que estava sentindo errado. Depois que conversei com a Juliete no carro, falando em voz alta as coisas que só estavam em minha cabeça e quem
Fui dirigindo, seguindo o carro do Danilo, já que dentro do parque é que mudaremos os caminhos. Não estava me sentindo bem. Estava morrendo de fome, mas comi apenas uma fruta pela manhã, quando pararmos pra almoçar é que vou comer de verdade. E mesmo assim estava enjoada. Sabia que era TPM, estava me sentindo estranha já há uma semana. Era pra eu ter menstruado no dia anterior, mas só tinha TPM. Sentia cólicas, enjoos e sonolência, mas nada de descer. Esperava que não viesse justamente durante aquele dia.Até pensei em curtir uma fossa em casa deitada, mas a Juliete estava muito empolgada com aquele passeio, não iria ser uma desmancha prazeres.Quando chegamos, a Laila foi logo dizendo que queria escalar, e fomos nos preparar. Os olhos de Juliete brilhavam para o novo desafio. Combinamos de fazer trilha depois do almoço, mas a Juliete estava apaixonada pela ideia de escalar. Segundo ela, andar ela poderia fazer a qualquer hora.Eu e Laila ficamos olhando o instrutor ajudar a Juliete p