Quatro meses depois daquela tarde com discussão, as coisas já estavam mais do que ajeitadas. Eu precisei ir para a França, então nós duas iríamos retornar no jatinho, e eu estava ansiosa por conversar com a Juliete.— É a terceira vez que você vai pra casa, fora o casamento da Laila. E de verdade, Aleks está mais mal humorado do que antes.— Eu não sei porquê. Conseguimos nos entender bem em tudo, como sempre. Somos amigos, parceiros. Estamos nos entendendo bem com relação ao Pedro...— E ainda me diz que não sabe porquê? Cara, a tensão sexual entre vocês é palpável.— Não seja boba, nossa história passou. Agora somos pais, apenas.— Você vai me dizer que não sente nem uma fisgadinha quando está em casa?— Fisgadinha? Eu me derreto toda perto daquele homem. É algo surreal. Mas é porque ele foi o último, e faz mais de dois anos que não tenho nada com ninguém.— Sério? Isso não parece combinar com você, Juliete. Está guardando pro Aleks?— Não. Estou é cansada de resolver tudo com sexo
Nos encontramos os seis na casa do Aleksander no dia do passeio. Eu fiquei impressionada de como consegui ir até lá normalmente, sem surtar como fiz da primeira vez.Como em tudo em minha vida, me permitiria ter só as lembranças boas que aquela casa me trazia, e eram muitas. O momento aviãozinho era particularmente agradável para mim, mas eu também tinha todo o carinho e cuidado da minha mãe, as brincadeiras com a Laila no campinho, bonecas na sala. Me lembro quando menstruei a primeira vez e a minha mãe sentou com nós duas e teve a conversa, mesmo que a Laila ainda não tivesse menstruado. Nos ensinou a usar absorventes e falou de meninos, sexo...Eram lembranças boas demais para deixar a loucura de Thomas destruir. Naquela tarde em que fiquei sozinha aguardando o Danilo chegar depois que surtei, pensei muito em tudo o que me aconteceu, e entendi que estava sentindo errado. Depois que conversei com a Juliete no carro, falando em voz alta as coisas que só estavam em minha cabeça e quem
Fui dirigindo, seguindo o carro do Danilo, já que dentro do parque é que mudaremos os caminhos. Não estava me sentindo bem. Estava morrendo de fome, mas comi apenas uma fruta pela manhã, quando pararmos pra almoçar é que vou comer de verdade. E mesmo assim estava enjoada. Sabia que era TPM, estava me sentindo estranha já há uma semana. Era pra eu ter menstruado no dia anterior, mas só tinha TPM. Sentia cólicas, enjoos e sonolência, mas nada de descer. Esperava que não viesse justamente durante aquele dia.Até pensei em curtir uma fossa em casa deitada, mas a Juliete estava muito empolgada com aquele passeio, não iria ser uma desmancha prazeres.Quando chegamos, a Laila foi logo dizendo que queria escalar, e fomos nos preparar. Os olhos de Juliete brilhavam para o novo desafio. Combinamos de fazer trilha depois do almoço, mas a Juliete estava apaixonada pela ideia de escalar. Segundo ela, andar ela poderia fazer a qualquer hora.Eu e Laila ficamos olhando o instrutor ajudar a Juliete p
Quando a Isadora me ligou, me convidando para uma visita ao Parque Nacional, como costumávamos fazer nos velhos tempos, eu fiquei radiante.Sabia que agora somos adultas, e que temos nossos empregos, e somos casadas, Isadora tinha uma filha. Mesmo assim, não estava pronta para me distanciar da minha amiga. Quando eu trabalhava na Psy, estava sobrecarregada e tinha bastante dificuldades, pelo menos via a Isadora todos os dias por chamada de vídeo e muitas vezes de três a quatro vezes.Desde que me casei, mal falava com ela uma vez por semana, e muitas vezes era, Juliete isso, Juliete aquilo...Estava me sentindo trocada, injustiçada. Quando a Isadora se casou, eu não mudei em nada com ela e até ajudei. Quando chega a minha vez, Isadora se afasta. Sem contar que era muito Tititi com aquela sonsa da Juliete.Apesar de que em um ano, Juliete não deu nenhuma novidade, seus contratos eram impecáveis e eu tinha que ser honesta, ajudou demais a Isadora, e a mim por tabela, mas ainda não confi
Fui sentada na frente com o Aleksander, enquanto Danilo foi com a Isadora atrás. Ela estava meio sonolenta por conta do soro com remédio para enjoo, então dormiu durante o caminho.Quando chegamos, Danilo subiu com ela no colo e a colocou na cama, e eu subi atrás— Me aguarda aí no carro. Serei rápida. — Dei uma breve olhada para o Aleks. Isadora despertou ao ser colocada na cama, entrei no quarto e me aproximei dela. Johnny a venerava.— Encha a banheira, ela precisa de um banho relaxante. — e eu, um minuto para nós duas. Quando ele se afastou voltei a falar. — Laila e eu achamos que você está grávida — Falei bem baixinho quando Danilo saiu.— Sério? A enfermeira falou a mesma coisa. Como não percebi? Estou tentando há um ano.— Você estava ansiosa e não acontecia. Quando desencanou, pode ter acontecido. Converse com seu marido, espero que esteja.— E você vai laçar o Aleks. Dá uma bela chave de boceta nele pra acabar com aquele mal humor.Rimos juntas, dei um beijo na testa dela, g
Enfim estava viajando para o Brasil em definitivo. Com tanta alegria que chegava a doer as minhas bochechas. Desde o dia em que visitei o Parque Nacional, Aleks e eu ficamos juntos e fortificados. Já se passaram 5 meses, a Isadora estava de quase seis meses, e era um bebê só, um menino que ia chamar Davi.E por conta da gravidez da Isadora, Aleksander e eu decidimos adiar nosso casamento para depois do nascimento, já que a Isa seria a madrinha e segundo ela, não queria entrar feito uma pata choca que nenhum vestido caia bem. Ri do exagero dela. Ela era magrinha e só crescia barriga ali. E estava linda. Eu até senti uma pontada de inveja da alegria familiar. Aleks e eu conversamos sobre ter outro bebê, e ele disse que só tentaremos depois do casamento. Queria fazer as coisas direito agora. Eu tinha consultas marcadas no Brasil para fazer os exames e saber se a laqueadura reverteu mesmo ou se precisaria fazer outra inseminação.Nesses cinco meses, muita coisa aconteceu. No encontro com
O último tradicional almoço que os três casais faziam quando eu chegava foi na casa da Isadora. Nenhum de nós mais teria que se sacrificar em ficar longe da família, o projeto estava bem encaminhado e consolidado e a Isadora nos deixava com a sensação de dever cumprido. Aquela parte das nossas vidas estava bem resolvida. Ela me chamou de canto:— Quando você vai contar ao Aleks que não perdeu contato com Bahuan?— Como você sabe disso?— Porque ele me ligou perguntando se vocês já tinham uma data para o presente de casamento.— Bahuan não deveria ter feito isso. Dá a impressão que ele queria que todos soubessem que nos falamos de vez em quando...— Juliete, Bahuan é um homem peculiar, mas não é dissimulado. Tudo o que ele faz é às claras. Mas estranhamente, depois que te conheceu, não se ouve histórias dele saindo com mais ninguém. O que você está aprontando? Por acaso, não está fazendo com o Aleks e Bahuan o que fez com Danilo e Gerard não, né?— Claro que não, Isadora. Eu amo o Alek
Durante o voo, apenas descansamos, felizes. Danilo cedeu o jato para nos levar, enquanto Bahuan deu a estadia. Eu me sentia plena e completa, nunca imaginei ser tão feliz. Quando chegamos ao hotel, descobrimos que havia um pacote de passeios programados pelas ilhas nos próximos nove dias. Depois faríamos check-in em outro hotel a 34 km de onde estávamos. Os passeios começariam no segundo dia e depois uma outra ilha para os últimos dez dias, primeiro no hotel e nove passeando. Fiquei encantada com a organização de Bahuan para nós dois. Quando fui agradecer Bahuan depois do casamento, ele me disse que, ele quem tinha que agradecer a mim, pois nunca foi tão feliz com mulher nenhuma como estava sendo com Matheo, e ele nunca descobriria isso se não fosse por mim. Eu até cheguei a questionar como ele fez a escolha da programação:— Vocês vão passar os primeiros dias de agosto conhecendo 30 km de ilhas perto de Lahaina, porque ano que vem quero dar a mesma viagem para Matheo, e vou começar d