Fui sentada na frente com o Aleksander, enquanto Danilo foi com a Isadora atrás. Ela estava meio sonolenta por conta do soro com remédio para enjoo, então dormiu durante o caminho.Quando chegamos, Danilo subiu com ela no colo e a colocou na cama, e eu subi atrás— Me aguarda aí no carro. Serei rápida. — Dei uma breve olhada para o Aleks. Isadora despertou ao ser colocada na cama, entrei no quarto e me aproximei dela. Johnny a venerava.— Encha a banheira, ela precisa de um banho relaxante. — e eu, um minuto para nós duas. Quando ele se afastou voltei a falar. — Laila e eu achamos que você está grávida — Falei bem baixinho quando Danilo saiu.— Sério? A enfermeira falou a mesma coisa. Como não percebi? Estou tentando há um ano.— Você estava ansiosa e não acontecia. Quando desencanou, pode ter acontecido. Converse com seu marido, espero que esteja.— E você vai laçar o Aleks. Dá uma bela chave de boceta nele pra acabar com aquele mal humor.Rimos juntas, dei um beijo na testa dela, g
Enfim estava viajando para o Brasil em definitivo. Com tanta alegria que chegava a doer as minhas bochechas. Desde o dia em que visitei o Parque Nacional, Aleks e eu ficamos juntos e fortificados. Já se passaram 5 meses, a Isadora estava de quase seis meses, e era um bebê só, um menino que ia chamar Davi.E por conta da gravidez da Isadora, Aleksander e eu decidimos adiar nosso casamento para depois do nascimento, já que a Isa seria a madrinha e segundo ela, não queria entrar feito uma pata choca que nenhum vestido caia bem. Ri do exagero dela. Ela era magrinha e só crescia barriga ali. E estava linda. Eu até senti uma pontada de inveja da alegria familiar. Aleks e eu conversamos sobre ter outro bebê, e ele disse que só tentaremos depois do casamento. Queria fazer as coisas direito agora. Eu tinha consultas marcadas no Brasil para fazer os exames e saber se a laqueadura reverteu mesmo ou se precisaria fazer outra inseminação.Nesses cinco meses, muita coisa aconteceu. No encontro com
O último tradicional almoço que os três casais faziam quando eu chegava foi na casa da Isadora. Nenhum de nós mais teria que se sacrificar em ficar longe da família, o projeto estava bem encaminhado e consolidado e a Isadora nos deixava com a sensação de dever cumprido. Aquela parte das nossas vidas estava bem resolvida. Ela me chamou de canto:— Quando você vai contar ao Aleks que não perdeu contato com Bahuan?— Como você sabe disso?— Porque ele me ligou perguntando se vocês já tinham uma data para o presente de casamento.— Bahuan não deveria ter feito isso. Dá a impressão que ele queria que todos soubessem que nos falamos de vez em quando...— Juliete, Bahuan é um homem peculiar, mas não é dissimulado. Tudo o que ele faz é às claras. Mas estranhamente, depois que te conheceu, não se ouve histórias dele saindo com mais ninguém. O que você está aprontando? Por acaso, não está fazendo com o Aleks e Bahuan o que fez com Danilo e Gerard não, né?— Claro que não, Isadora. Eu amo o Alek
Durante o voo, apenas descansamos, felizes. Danilo cedeu o jato para nos levar, enquanto Bahuan deu a estadia. Eu me sentia plena e completa, nunca imaginei ser tão feliz. Quando chegamos ao hotel, descobrimos que havia um pacote de passeios programados pelas ilhas nos próximos nove dias. Depois faríamos check-in em outro hotel a 34 km de onde estávamos. Os passeios começariam no segundo dia e depois uma outra ilha para os últimos dez dias, primeiro no hotel e nove passeando. Fiquei encantada com a organização de Bahuan para nós dois. Quando fui agradecer Bahuan depois do casamento, ele me disse que, ele quem tinha que agradecer a mim, pois nunca foi tão feliz com mulher nenhuma como estava sendo com Matheo, e ele nunca descobriria isso se não fosse por mim. Eu até cheguei a questionar como ele fez a escolha da programação:— Vocês vão passar os primeiros dias de agosto conhecendo 30 km de ilhas perto de Lahaina, porque ano que vem quero dar a mesma viagem para Matheo, e vou começar d
Olhava Juliete adormecida em meus braços, relaxada, depois de fazermos amor. Ainda sem acreditar. Em tão pouco tempo, minha vida passou de morna e sem graça, para cheia de cores, enérgica e feliz. Quando me divorciei de Camille, com tantas brigas e desentendimentos, achei que tinha acabado minhas chances de ser feliz. Minha mãe se mudou da Polônia para a França depois do divórcio, porque eu sou seu único filho. Sempre me pedia pra não deixá-la morrer sem ver os netinhos dela.Claro, ela casou de novo na França e o meu padrasto era muito bom pra nós. Ele tinha dois filhos e eles nem tinham muito contato comigo, apenas em festas e eventos. Então não deixei a minha mãe sozinha na França quando me mudei pro Brasil.Camille era linda, ruiva natural e um corpo espetacular. Era gentil, carinhosa e se dava muito bem com a minha mãe. Nós passamos os primeiros cinco anos do nosso casamento alegres, viajando, curtindo. Depois, falei que estava na hora de conversarmos sobre ter filhos.Camille n
Juliete se mexeu e eu prendi a respiração. Não queria acordá-la, mas pelo visto, não tive sucesso:–O compasso de sua respiração é de quem ainda está acordado...— E eu estou.— Está preocupado com alguma coisa? — Ela me perguntou, se apoiando no cotovelo para me olhar. — Depois de eu ter te relaxado dessa maneira, você ainda não pegou no sono?— Não estou preocupado com nada. Na verdade, estou tão feliz que a excitação não me deixa dormir.— Está feliz? De verdade? Então em que estava pensando que ainda tem uma ruga na testa?— Não sei se é legal dizer isso na nossa cama de lua de mel, mas estava pensando na minha mãe e na bronca que ela me deu quando tirei o Pedro de você.— Eu sei. Ela me disse.— Minha mãe te disse? Quando? Como?— Depois que assumi os contratos da Isadora em definitivo, sua mãe me procurou. Dona Anninka me disse que não compactuava com sua atitude e não criou filho pra isso. Pediu pra eu ter paciência com você e me deu alguns conselhos de como te tratar. Cobri um
Sentia que estava vivendo em câmera lenta, desde o momento que acordei com a porta do quarto sendo arrombada. Dei um salto, nua, quando vi um bombeiro entrando no quarto, ao mesmo tempo que vi todo um lado do prédio vir abaixo.O bombeiro me alcançou e me pegou no colo, saindo do quarto o mais rápido possível. Comecei a gritar, perguntando onde estava o meu marido. Percebi meio desnorteada que tinha uma operação formiguinha nas escadas do prédio e rapidamente fui passada para outro bombeiro que desceu um lance de escadas comigo enquanto o que me tirou do quarto voltava pra cima.Depois, enquanto era atendida e aguardava minha família chegar, fui acompanhando as notícias. Uma grande tragédia aconteceu nas ilhas Maui, muitos nativos e turistas morreram e tinha cerca de 1200 pessoas desaparecidas.Danilo e Bahuan me buscaram no Havaí e me levaram pra casa, Aleksander não tinha sido encontrado, vivo ou morto. O DMORT (equipe de respostas em tragédias) só fica falando em desastre em aberto
— Relaxa, Laila. Você precisa voltar para São Paulo, sabemos. E o Leandro tem que te acompanhar. Não dá mais pra adiar a inauguração do Lar amigo.— Isso porque a agenda de alguns artistas estava corrida. Mas ninguém imaginou que a Juliete iria ter nossa princesa na mesma época.— Coisas da vida, mas vá tranquila, amiga. Bahuan e Matheo estão na casa dela, Danilo e eu estamos aqui e Anninka chega amanhã. Juliete não está sozinha.— Mas eu queria estar com ela quando Alexia nascer. — Quem vai estar com ela é o Danilo, apenas.— Você entende a ironia da situação? Anos atrás, quando você encontrou o projeto dos seus pais, começou a ganhar o mundo e ela apareceu grávida, tornando nossas vidas um pequeno caos na época, quem imaginaria que você estaria falando que o Danilo vai assistir ao parto da Juliete com essa calma e tranquilidade?— Mais irônico na verdade é que o Danilo vai assistir ao parto dos dois filhos da Juliete sem ser pai de nenhum.— É. Mas se não fosse essa presepada que e